Associados da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) elegeram a diretoria que comandará a entidade no biênio 2022-2023. Ao todo, dos 177 membros aptos a votar, 118 registraram seus votos, sendo que 115 manifestaram-se a favor da chapa única, encabeçada por Natalia Mazotte.
Natalia é jornalista e consultora especializada em dados e tecnologia, e coordenadora do Programa de Jornalismo e do Master em Jornalismo de Dados, Automação e Data Storytelling no Insper. Foi diretora-executiva da Open Knowledge Brasil, cofundadora da Gênero e Número e da Escola de Dados.
Katia Brembatti, vice-presidente, é ex-repórter da Gazeta do Povo e desde 2013 professora de Jornalismo na Universidade Positivo, de Curitiba. Com a série Diários Secretos, venceu o Grande Prêmio Esso, o Tim Lopes de Jornalismo Investigativo/Embratel, o Prêmio Ipys de Reportagem Investigativa da América Latina e o Global Shining Light Award; Integram ainda a diretoria Amanda Rossi (UOL), Cecilia Olliveira (EL País Brasil), Gabi Coelho (Estadão Verifica), Luiz Fernando Toledo (ex-Estadão, TV Globo e CNN Brasil), Patricia Campos Mello (Folha de S.Paulo), Sérgio Spagnuolo (Volt Data Lab), Thays Lavor (O Povo), Tiago Mali (Poder360) e Tiago Rogero (ex-O Globo, Estadão e BandNews FM).
O conselho fiscal é formado por Gabriela Moreira (Grupo Globo), Guilherme Amado (Metrópoles) e Juan Torres (Correio).
Ele chegou espantado à redação do Estadão: “Coisa de louco! Vi um bando de moleques tocando berimbau, sanfona, bumbo, cuíca, ali na Barão de Itapetininga. Parecia a banda de ‘píncaros’ de Caruaru! Perfeição!”. Mug, não seria a banda de “pífanos” de Caruaru? “Sei lá… Mas sei que quando eles começaram a tocar, o relógio do Mosteiro de São Bento batia 13 badaladas”. Tá bom. Isso já dá uma boa matéria, mas só quando o relógio bater 12 badaladas de novo…
Sala de embarque do aeroporto de Congonhas: Mug e o fotógrafo Benedito Salgado, prontos para voar até Assunção, na primeira viagem internacional deles. Salgado caprichava na limpeza das máquinas, lentes etc. Tudo para declarar que o equipamento era do jornal e não contrabando. Mug, dentro de seu paletó de tweed, falava com todo mundo. Calou-se quando a atendente do balcão da LAP pediu sua carteira de identidade. “Vixe! Acho que ficou em casa! Mas não importa, eu sei o número do meu RG de cor…”. Foi buscar em casa, na divisa de São Paulo com Osasco, no táxi mais veloz do que o jamais visto. Sorte, trânsito livre, sábado modorrento de feriado prolongado…
“Tá doendo tudo até agora, ‘chefe’”, disse, quando chegou ao jornal mancando e de rastos, amparado no ombro do filho Maurinho (figuraça!). “Louco! Você é louco de pedra! Não tem juízo!”, esbravejei. Toda a parafernália comprada para fazer a matéria estava em frangalhos. Eu só sugeri que planejasse uma ‘ida’ ao pé da Serra do Mar, seguindo os trilhos da velha Sorocabana. E ele gemia: “Chefe, contei um por um os 33 túneis; onde não tinha corrimão eu me segurava nos trilhos e o Maurinho atrás, segurando eu…”.
“General? Aqui é Mug, periodista do Estadão, de São Paulo, ‘Brassil’. Óia, aqui tão dizendo que o señor caió. És verdá? Non!? Entonces, o señor tá firme no cargo? Estimo, muchas grazias!”. E assim, o carniceiro Pinochet, mal empossado, desmentiu a primeira fake news da imprensa contra seu tenebroso mandato… (Naquele tempo, Mug ainda era rádio-escuta, da equipe do falecido Amadeu Nadeo, Mirandinha, Roberto… )
Logo de manhã cedinho, o radialista Hélio Ribeiro, então diretor artístico da Rádio Bandeirantes, pediu ao Mug que descontasse um cheque para ele, quando fosse até a cidade. Meio da tarde, nem cheque nem Mug. Quando o ‘gordinho’ chegou, esquivou-se das broncas e explicou: “Por que o senhor não me disse logo que seu nome é Zé Magnoli e não Hélio Ribeiro?”.
“Moacyr!!! Quem o Mug estava esmurrando nessa foto do ‘Bacalhau’, hoje cedo?”. O então editor-chefe e ex-ministro Miguel Jorge tremia com os contatos nas mãos. Mug já tinha saído. Mandei um carro até a casa dele, lá na mesma divisa São Paulo-Osasco. E chega o gordinho: “É um feirante ladrão, Miguel. Ele me disse que não ia falar com O Estadão, ‘jornal de rico’, e passou a xingar nóis de fresco. Aí eu mostrei pra ele quem é fresco”. Mas quem disse para você que o feirante é ladrão?, Miguel quis saber. “Foi o fiscal…”.
Na lotada e agitadíssima sala de espera do pronto-socorro do Hospital das Clínicas, armamos uma blitz para provar ao governador Salim Maluf que aquilo era a antessala do inferno. Mug entra amparando um velhinho, com os olhos do coitado nas mãos. Na triagem, o atendente teve a coragem de dizer que “aquilo” não era caso de emergência. Não fosse o fotógrafo Rolando de Freitas, o atendente teria o mesmo destino do feirante ladrão.
Na mesma antessala, mas à tarde, o mesmo atendente encaminhou o Mug para uma consulta com o ginecologista de plantão. A prova deve estar no bolso do paletó do Maluf até hoje.
Um pouco antes do almoço, Miguel Jorge chegou perto de mim e mandou: “Chame o Mug, a Celina (Vidigal Monteiro de Barros) e o Benedito Salgado. Em seguida, disse-me bem baixinho: “Eles ganharam o Prêmio Esso de Informação Científica, com a reportagem sobre a péssima qualidade do leite vendido em São Paulo. Mas é você quem deve dar a notícia para eles (ética do Miguelão, sabe como é?).
Recebida a denúncia, Mug vai a uma das unidades da Febem, onde, diziam, os meninos eram forçados a pintar faixas para a campanha eleitoral de candidatos a prefeito, vereador… Os de sempre. Foi escorraçado a mando de um candidato que estava ali para levar seu material. No dia seguinte, o jornal estampou: “A estranha história das faixas na Febem”. Ou algo parecido.
Jornal quase fechado, entra na redação um tal de Vanderlei, dizendo-se ex-funcionário da Eletronorte. Sentou-se junto à mesa do chefe de Reportagem e despejou: “Nenhum jornal quer publicar minha história. Então, amanhã cedo, vou a uma agência do Bradesco na Avenida Paulista, e ameaço todo mundo com uma bomba! É o jeito de chamar a atenção sobre meu caso”. O chefe de Reportagem pediu que ele não contasse nada a ninguém e voltasse ao jornal bem cedo. Dito e feito. Quando o Mug chegou, foi apresentado ao assaltante; e o grande fotógrafo Reginaldo Manente completou a equipe. Maluf, governador, com o Estadão atravessado em sua garganta, foi aconselhado pelo delegado Romeu Tuma a deixar o caso com a Polícia Federal, que na época cuidava dos assaltos a banco.
Por toda a imprensa, o Mug foi tratado como meliante. Era um tal de “O repórter Mauro Carvalho da Silva, o Mug, pra cá; o repórter Mauro Carvalho da Silva, o Mug, pra lá”. Só faltaram dizer que Mug era “alcunha” e não seu apelido, dada a imensa semelhança com o autêntico boneco trazido ao Brasil por Wilson Simonal e apresentado num dos musicais da TV Record.
Com um repórter como o Mug em sua equipe, o Estadão tinha de ser, mesmo, “o segundo jornal do mundo”, como foi considerado pela Unesco em pesquisa que sondava a opinião dos leitores, assinantes, anunciantes. Unanimidade. A redação, verificaram, era a melhor para se trabalhar, considerando o respeito ao jornalismo, aos jornalistas e à cordialidade entre seus repórteres e os leitores. Era impossível não gostar do Mug.
Moacyr Castro
Recebemos de Moacyr Castro, colaborador bissexto deste espaço e que por muitos anos chefiou a Reportagem do Estadão, uma bela coletânea de episódios protagonizados pelo repórter Mauro Mug, também conhecido como Mauro Carvalho da Silva, cujo falecimento noticiamos em J&Cia 1.334. Moacyr trabalhou em O Estado até 1991, quando se mudou para Ribeirão Preto, e diz que nunca mais viu um repórter como Mug.
Nosso estoque do Memórias da Redação continua baixo. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected].
O Tribunal de Justiça do Piauí concedeu prisão domiciliar a Arimatéia Azevedo, dono do Portal Az, preso provisoriamente há 47 dias na Penitenciária Irmão Guido. Ele foi detido após ser acusado de extorsão contra Thiago Gomes Duarte, dono da empresa Saúde e Vida, que está sendo investigada por possíveis fraudes em licitações no estado.
Em audiência nessa quarta-feira (24/11), o colegiado votou a favor de que o jornalista pudesse aguardar o julgamento em casa, mas o proibiu de exercer a profissão enquanto estiver sob custódia.
O desembargador Joaquim Dias de Santana Filho, relator do processo, entendeu que a idade do jornalista (68 anos) e o fato de ter comorbidades o qualificam para o regime domiciliar. Em relação à proibição de exercer o jornalismo, os magistrados argumentaram que Arimatéia é réu em outro processo por extorsão.
Paulo Germano, advogado do jornalista, disse que vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para derrubar a proibição, destacando que Arimatéia não tem condenações prévias, tem residência fixa, profissão definida há 50 anos e é uma pessoa conhecida.
“É muito grave o entendimento de que ele não poderá exercer a profissão enquanto durar o processo”, disse o advogado. “Então, a defesa entende que isso é inconstitucional, até porque como ele vai se manter? Se esse é o trabalho dele? Ocorre que a maneira como ele sobrevive é como jornalista há 50 anos. Vamos discutir isso nos tribunais superiores ingressando com recurso, além disso, não há comprovada existência de extorsão”.
Luiz Carlos Oliveira, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Piauí, considera a proibição de exercer jornalismo como “mais uma arbitrariedade do Judiciário piauiense. Repudiamos veementemente essa supressão de liberdade de imprensa”.
Arimatéia já havia sido preso em 12 de junho de 2020, também sob a acusação de extorsão. Na época, o caso envolvia o cirurgião plástico Alexandre Andrade, e o pagamento seria para que o jornalista não publicasse notícias sobre um caso de erro médico envolvendo o médico, que quase resultou na morte de uma paciente.
Jornalistas de jornais e revistas de São Paulo conquistaram o reajuste pela inflação após seis meses de negociação. Em assembleia que reuniu mais de 300 profissionais, a categoria suspendeu a paralisação marcada para esta quinta-feira (25/11).
Os profissionais garantiram reposição da inflação de 8,9% nos salários de até R$ 10 mil a partir de dezembro, e um fixo de R$ 890 para os demais, além do retorno da PLR, que havia sido retirada na Convenção Coletiva 2020-2021.
Em carta, a categoria afirma que “o resultado final não é necessariamente justo, mas o possível de se alcançar após meses de desgastantes negociações”. Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), avaliou a conquista como uma vitória histórica para a categoria. Profissionais de rádio e televisão terão na próxima semana a primeira rodada de negociação da campanha salarial.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas, a primeira paralisação pelo reajuste salarial, em 10 de novembro, teve a adesão mais de 300 jornalistas em ambiente virtual, e grande engajamento nas redes sociais, com as hashtags#jornalistassalvamvidas e #jornalistasvãoparar. O movimento durou em torno de duas horas.
Thiago Calilé o novo editor-chefe do portal iG, após nove anos no R7. Com isso, volta ao site pelo qual passou em setembro de 2011, por pouco mais de um ano, como repórter freelance.
Formado em Jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, Calil foi repórter no extinto Diário de S.Paulo (que hoje tem somente formato online). Após a passagem pelo iG, chegou ao R7, onde ficou por mais de nove anos, nas funções de repórter, editor e editor-executivo. Foi também assessor de imprensa da Escola de Samba Tom Maior por quase três anos. Ao longo da carreira, cobriu diversas editorias, como economia, política, entretenimento, moda, beleza, comportamento, saúde, educação e cotidiano.
Atualmente, além de editor-chefe no iG, Calil é instrutor do curso A Mídia e a Ouvidoria, sobre o impacto das mídias sociais no atendimento ao cliente/usuário, e como as marcas se relacionam com as plataformas digitais.
Jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de 0h desta sexta-feira (26/11). A decisão foi tomada em assembleias simultâneas realizadas em Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Cerca de 300 funcionários participaram de forma presencial.
Nesses encontros, os jornalistas protestaram contra o descaso patronal, as perdas salariais e as tentativas de privatização da empresa. Os profissionais dizem que a EBC não promove uma efetiva negociação desde 2020, e que o último acordo coletivo foi aprovado em 2019. A EBC é responsável por TV Brasil, Agência Brasil e sete emissoras de rádio.
Os funcionários dizem ainda que, após um ano sem acordo, a empresa anunciou o fim do antigo Acordo Coletivo de Trabalho, o que traz perdas de direitos como auxílio à pessoa com deficiência, estabilidade de 60 dias após o retorno da licença-maternidade e de dois anos antes da aposentadoria, entre outros.
“A greve ocorre neste contexto de desmonte da empresa, assédio moral, censura e muito autoritarismo nas negociações”, disse Juliana Nunes, funcionária licenciada da EBC e coordenadora do Sindicato dos Jornalistas do DF.
Cerca de 61% dos jornalistas negros do Brasil acreditam que questões étnico-raciais têm peso no processo de seleção de pautas. Em relação à escolha de fontes, a porcentagem cai para 57%. Os dados são do estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira, elaborado por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia.
Na terceira fase do projeto, a pesquisa usou como base entrevistas com 202 jornalistas negros de todo o País. No que se refere à definição de pautas, quase 23% dos participantes responderam que assuntos étnico-raciais não têm relevância para os veículos; pouco mais de 35% deles dizem que os profissionais negros não têm espaço para matérias com temas positivos; e quase 22% dos entrevistados acreditam que o tema racismo não é bem-vindo na mídia em geral.
Em relação à definição de fontes, os entrevistados acreditam que a cultura geral da empresa privilegia fontes brancas (73%) e que o racismo evita fontes negras (43,5%).
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Meta, nova marca do Facebook, anunciaram parceria e desenvolverão uma edição do programa Acelerando a Transformação Digital – Rádio e TV, projeto de treinamento, mentoria e fundos de inovação que visa a ajudar organizações de notícias do Brasil. As inscrições vão até 19 de dezembro.
O programa, que começa em 2022, foca em emissoras de rádio e TV. A primeira fase será de treinamentos com especialistas em mídia, que abordarão temas como monetização, distribuição de conteúdo, audiência, novos formatos de produção, entre outros. Após o treinamento, os participantes poderão se inscrever para a segunda etapa, com sessões de mentoria e fundos de até US$ 15 mil para apoiá-los no desenvolvimento de projetos.
A iniciativa faz parte do investimento da Meta em programas desenvolvidos em colaboração com associações de imprensa. Junto com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), a Meta vem trabalhando com associações de imprensa no Brasil para promover transformação digital, construção de modelos de negócios sustentáveis e desenvolvimento de novos públicos. Além da Abert, são parceiros a Associação de Jornalismo Digital (Ajor), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Executiva do Grupo Petrópolis concorre na categoria Profissional de Marketing na tradicional premiação do Meio&Mensagem
Em abril de 2020, enquanto o Brasil vivia a incerteza dos primeiros dias da pandemia de Covid-19, e muitas empresas se viram obrigadas a interromper suas atividades, Eliana Cassandre encarava o principal desafio de sua carreira profissional. Após dez anos de casa, ela assumia como Head de Marketing do Grupo Petrópolis, dono, entre outras, das marcas de cervejas Itaipava, Petra, Crystal e Black Princess, e de energético TNT.
Formada em Comunicação Social, e contratada inicialmente como gerente de Comunicação Corporativa, ela já havia migrado há alguns anos para o Marketing do grupo, atuando principalmente no relacionamento com as agências que atendem suas diversas marcas. Agora, porém, seria responsável por toda a estratégia de Comunicação de uma das principais anunciantes do Brasil.
Ao mesmo tempo em que o cenário não era dos mais favoráveis, com bares e restaurantes fechados por causa da pandemia, também oferecia oportunidades únicas para explorar estratégias e ações além dos orçamentos milionários das campanhas publicitárias.
Direcione o leitor do seu smartphone para votar no Caboré
Em pouco tempo a executiva conversou com clientes, colaboradores e com o mercado para entender as necessidades específicas daquele momento. Como resultado, teve papel preponderante na criação de importantes ações institucionais, como programas de apoio aos comerciantes impactados pela pandemia, e recebeu neste ano uma indicação na categoria Profissional de Marketing do Caboré, tradicional premiação da indústria de Comunicação promovida por Meio&Mensagem.
Tudo isso, sem deixar de lado o importante momento vivido pelo grupo, que neste período inaugurou uma nova fábrica em Uberaba-MG, lançou 12 produtos e reposicionou a estratégia de marketing de sua principal marca.
Portal dos Jornalistas conversou com a executiva sobre esse momento especial vivido por ela e pelo Grupo Petrópolis.
Portal dos Jornalistas – Em um curto espaço de tempo você migrou da Comunicação Corporativa para o Marketing, tornou-se a principal executiva da área no Grupo Petrópolis e recebeu essa indicação ao Caboré. A que você credita esse reconhecimento?
Eliana Cassandre
Eliana Cassandre – Estou no Grupo Petrópolis há 12 anos e em toda minha jornada estive sempre em movimento, buscando novos aprendizados, conhecimentos e experiências que agregassem ao negócio. Valorizo muito as pessoas, as ideias e as relações. Acho que minha curiosidade, resiliência e necessidade constante de ter atitude e coragem no que faço foram fundamentais para chegar até aqui. Para pensarmos diferente, nós precisamos viver algo diferente da nossa rotina quase que diariamente. É algo em que acredito e estimulo muito meu time. Manter uma boa relação interpessoal e uma boa comunicação são pontos chaves para quem trabalha nesse mercado. É preciso ter total sinergia e conexão com outras áreas estratégicas do negócio ou em projetos multidisciplinares. Eu costumo dizer que quando você conquista as pessoas, você consegue tudo o que quiser.
PJ – Qual a importância da sua equipe nessa trajetória?
Eliana – Atualmente estou na gestão de 17 marcas e suas subcategorias e conto com um time maravilhoso, com mais de 45 profissionais. É um time forte, com muita energia e que entende meu jeito de ser. Um time que abraçou o projeto e que vem trazendo resultados muito positivos, algo imprescindível em um mercado tão veloz, agressivo e com concorrentes fortes e de qualidade como é o nosso.
PJ – Quais características você considera imprescindíveis para o profissional que atua em seu time?
Eliana – É preciso coragem para buscar o novo e se reinventar de maneira muito dinâmica. As mudanças no mercado são diárias, especialmente no de cervejas, onde nos deparamos com uma competição agressiva, e que demanda um olhar inovador constante. O profissional de marketing precisa gostar de gente, ser curioso, criar perguntas para encontrar respostas não óbvias. Precisa entender que o consumidor está no centro de tudo.
PJ – Você assumiu como head de Marketing em um momento crítico de pandemia. Quais foram os principais desafios que encontrou para desenvolver a estratégia de Comunicação da empresa nesse cenário?
Eliana – No começo da pandemia nós precisamos, por alguns momentos, tirar a camisa do marketing e colocar a do comercial. Criamos nesse período o programa #GPcomVc, que apoiou bares e restaurantes com objetivo de ajudar os estabelecimentos parceiros a se estruturarem perante o cenário de incertezas instalado pela pandemia. Fornecemos EPI’s aos colaboradores e estabelecimentos, ajudamos com o fluxo de caixa necessário para dar fôlego e garantir suas operações durante o período, ajudamos nas melhorias estruturais de seus estabelecimentos e suporte nas contas fixas, proporcionando a oportunidade de uma retomada com mais segurança física e econômica. Investimos R$ 40 milhões e ajudamos 39 mil pontos de venda nesse período em que o foco esteve muito direcionado à comunicação social do grupo.
PJ – E internamente, com os colaboradores?
Eliana – Esse foi outro pilar muito importante da estratégia. Motivar o time, principalmente no começo da pandemia, foi um grande desafio. Temos uma equipe muito profissional e de qualidade, mas no final do dia somos todos seres humanos. Ver o ser humano como humano antes do profissional foi uma decisão assertiva para manter o engajamento de todos os colaboradores.
PJ – Como a pandemia impactou a sua forma de trabalhar?
Eliana – Durante a pandemia eu precisei olhar diferente, estudar e buscar novos aprendizados para provocar as mudanças de modo construtivo, olhando para as novas e atuais necessidades do mercado que se tornou ainda mais dinâmico e competitivo com o “novo normal”. E esse olhar é constante para uma retomada cada vez mais assertiva, de modo que cada vez mais busco colocar foco no comportamento do consumidor e dessa maneira trabalhar com mais convicção nas demandas que ele exige.
Eliana Cassandre ao lado de influenciadoras durante o lançamento da Black Princess FemAle, uma Strong Golden Ale feita por mulheres
PJ – Hoje, a área de Comunicação Corporativa do Grupo Petrópolis está sob o guarda-chuva do Marketing. Como essa integração tem sido importante para vocês?
Eliana – O mais importante é que somos capazes de alinhar um único discurso com muita velocidade e coerência. Ganhamos força quando temos a mesma mensagem sendo trabalhada e divulgada por todas as áreas.
PJ – Recentemente a marca Itaipava passou por importante reformulação em seu discurso, ao encerrar uma parceria de sucesso com a bailarina e atriz Aline Riscado, hoje conhecida como Aline Campos, e seu personagem “Verão”, e colocar o consumidor comum como protagonista. O que motivou essa mudança?
Eliana – Na nossa primeira campanha passamos a mensagem que consideramos adequada naquele momento. Olhamos para dentro, entendemos o cenário e amadurecemos junto com a personagem. Mudamos o discurso, tiramos a objetificação e empoderamos a Verão, que nos ajudou a contar a história de Itaipava de uma maneira especial por muitos anos. A relação foi ótima e ficamos felizes com o trabalho desenvolvido, mas entendemos que estava na hora de um novo momento natural para a marca. Hoje, a memória de Itaipava precisa estar relacionada à sua própria essência, não a um rosto específico. Precisávamos homenagear aqueles que nos ajudam a fazer os verões tão especiais. E, no final, essa é a verdade: todo mundo é Verão. Deixamos nosso verão mais democrático, mais proprietário, gerando uma identificação maior com o consumidor e despertando o verão que existe dentro dele a cada Itaipava aberta.
PJ – Para finalizar, o que significou para você essa indicação ao Caboré?
Eliana – Estou super agradecida e extremamente feliz. Tenho recebido muito carinho do mercado, do meu time, das agências que trabalham conosco, da minha família e dos meus amigos. É uma indicação desejada e que valoriza o profissional, mas que também coloca em destaque o nome do Grupo Petrópolis, que me deu as chaves necessárias para abrir todas as portas. Eu realmente não esperava, até porque estamos localizados no interior de São Paulo e somos uma empresa familiar em um mercado extremamente competitivo. Isso só aumenta a honra que é para mim essa indicação, ainda mais concorrendo com nomes muito fortes, profissionais de ouro que representam grandes companhias, como são os casos do João Branco, do McDonald’s, e da Poliana Souza, da Coca-Cola. Mas eu estou na briga e quero muito esse Caboré!
Sobre Eliana Cassandre
Formada em Comunicação Social com pós-graduação em Administração de Empresas, especialização em Comunicação Corporativa e Marketing Digital, e Mestrado em Comunicação, Eliana Cassandre começou a carreira como analista de Comunicação do Grupo Bandeirantes, passando em seguida pela Comunicação Corporativa da Ford. Chegou ao Grupo Petrópolis em 2009, como gerente de Comunicação Corporativa. Em 2014, em uma importante transição de carreira, assumiu a Gerência de Marketing do grupo, sendo promovida em abril do ano passado a head do setor.
Assinantes do jornal Agora, de São Paulo, receberam um comunicado informando que a publicação deixa de circular de forma permanente a partir desta segunda-feira (29/11). No lugar dele, passam a receber a versão impressa da Folha de S.Paulo, que também pertence à empresa Folha da Manhã S.A., dona do Agora.
O comunicado informa que os assinantes receberão a Folha nos primeiros doze meses pelo mesmo preço que pagavam pelo Agora (cerca de R$ 78 por mês). Após esse período, terão um desconto de 20% sobre o valor da assinatura.
A assinatura permitirá ler todo o conteúdo da Folha no celular, tablet ou computador, diz ainda o comunicado.
Segundo apurou o Portal dos Jornalistas, o Agora tinha cerca de 20 jornalistas fixos na equipe. O Grupo Folha lançou um Programa de Demissão Voluntária (PDV), e quem não aderir, deve ser a princípio reaproveitado na Folha de S.Paulo.
No último domingo (28/11), o jornal publicou sua última edição com um editorial de despedida, que explica que a decisão de descontinuar o projeto foi baseada em critérios econômicos, dados de circulação e publicidade.
“Nunca foi a nossa meta fazer reportagem para ganhar prêmio, nossa obsessão sempre foi você, leitor. E com esse pensamento nós crescemos e alcançamos o posto de jornal campeão das bancas do estado de São Paulo. Nos últimos anos, porém, a crise econômica persistente, com a alta do dólar e da inflação, somou-se à pandemia, que estrangulou ainda mais a circulação. A decisão de encerrar o Agora é, portanto, empresarial e financeira”.
Segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a circulação média do jornal caiu 63% de 2015 até 2021. Em outubro de 2016, de acordo com o IVC, , o Agora São Paulo tinha uma circulação média diária de mais de 88 mil exemplares. Em outubro de 2021, este número caiu para pouco mais de 32,5 mil exemplares.
O Agora começou a circular em 22 de março de 1999, em substituição à extinta Folha da Tarde, lançada em 1967. Em 2019, o jornal publicou matéria especial em comemoração aos seus 20 anos de existência, destacando as principais manchetes de sua primeira edição.
O especial destacou um suposto esquema de propina de empresas de coleta de lixo para a campanha do ex-deputado federal Paulo Maluf; a estreia da coluna Palco Paulistano, assinada pelo ator Antônio Fagundes; e a “derrota” da atriz Fernanda Montenegro para Gwyneth Paltrow no Oscar de melhor atriz por seu desempenho no filme Central do Brasil.