A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner) anunciaram os 25 jornais e revistas selecionados para a fase de mentoria e fundos de inovação do programa Acelerando a Transformação Digital com ANJ e Aner, feito em parceria com Meta Journalism Project e Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, em inglês).
Os selecionados receberão, ao longo de três meses, treinamento estratégico e tático com especialistas, além de fundos de até US$ 15 mil para que as redações possam desenvolver projetos, produtos ou melhorias de processos. Na primeira fase, jornalistas de mais de 150 redações diferentes participaram de treinamentos virtuais com especialistas na área, com foco nos desafios de jornais e revistas.
A seleção para a fase de mentoria e fundos foi feita por um comitê do ICFJ, que seguiu critérios como a viabilidade do projeto apresentado e como os veículos podem impulsionar a transformação digital de suas organizações.
Os 25 selecionados foram 100fronteiras (Foz do Iguaçu, PR), A Gazeta (Vitória, ES), CartaCapital (São Paulo, SP), Diário da Amazônia (Porto Velho, RO), Diário da Região (São José do Rio Preto, SP), Diário do Nordeste (Fortaleza, CE), Diário Popular (Pelotas, RS), Diários Associados (Belo Horizonte, MG), Folha de Londrina (Londrina, PR), Folha do Mate (Venâncio Aires, RS), Folha Vitória (Vitória, ES), Gazeta do Povo (Curitiba, PR), Grupo Perfil Brasil (São Paulo, SP), Grupo Sinos (Novo Hamburgo, RS), Jornal Atual (Itaguaí, RJ), Jornal do Commercio (Recife, PE), Jornal O Tempo (Belo Horizonte, MG), O Globo (Rio de Janeiro, RJ), O Liberal (Americana, SP), O Liberal (Belém, PA), O Povo (Fortaleza, CE), Pais & Filhos (São Paulo, SP), Revista PIM Amazônia – Editora Balponte (Manaus, AM), Tribuna Independente (Maceió, AL) e Vida Simples (São Paulo, SP).
A Énois abriu as inscrições para o programa Diversidade nas Redações. O objetivo é apoiar veículos locais a desenvolverem suas estratégias.
O Énois Laboratório de Jornalismo lançou a Régua da Diversidade, ferramenta que consegue mensurar o nível de diversidade das redações brasileiras. A iniciativa surgiu a partir do Programa de Diversidade nas Redações.
O objetivo é, literalmente, medir a diversidade de cada equipe ou veículo de comunicação em diferentes áreas de atuação e então propor soluções, como ferramentas práticas e personalizadas para de fato institucionalizar a diversidade e tornar o jornalismo mais representativo.
A Régua da Diversidade mensura a diversidade com base em três grandes áreas: Gestão, Produção jornalística e Cultura, além de critérios específicos para cada um desses três grandes eixos. As redações respondem a algumas perguntas, que gerarão uma pontuação. Quando mais perto de 100 for o resultado final, mais diverso é o veículo.
Em Gestão, a ferramenta analisa tópicos como integração de repórteres com perfil diverso, expansão da equipe, apoio financeiro ou estrutural personalizado, apoio emocional institucionalizado, entre outros.
No eixo de Produção jornalística, a Régua atenta-se a critérios como ampliação do trabalho com recortes de diversidade, análise crítica da produção de conteúdo, mais diversidade em relação a fontes e profissionais, e mudanças nos processos de produção para incluir a diversidade.
E em Cultura, Énois observa a inclusão e identificação da diversidade na equipe, conhecimento da forma correta de abordar a diversidade, conhecimento das características sociais e territoriais da área de cobertura, e construção de um relacionamento com a comunidade local.
A direção do projeto é de Nina Weingrill e Simone Cunha. A metodologia e análise de dados são responsabilidade de Jamile Santana, e Alice de Souza cuida da sistematização. A ferramenta tem o apoio da Google News Iniciative.
Aos 95 anos, a rainha Elizabeth II demonstrou que acomodação é palavra que não faz parte de seu vocabulário.
No início das comemorações pelos 70 anos no trono, a monarca protagonizou mais um espetáculo de relações públicas, aproveitando cada momento para fortalecer a imagem da monarquia e ajudar a neutralizar a crise causada pelas encrencas do filho Andrew.
Nesse roteiro, recados foram transmitidos sutilmente.
Na mensagem oficial, no sábado (5/2), a doce Elizabeth agitou o país ao “pedir” à população que aceite a nora Camilla como rainha consorte.
Traduzindo: Charles será o rei, e não o filho dele, William, em quem muitos apostavam. Mas, podendo sussurrar, para que gritar? Elegância é isso.
No domingo do Jubileu, a imagem postada nas redes não era a de uma vovó no jardim ou na igreja. A cena foi de uma mulher ativa, analisando papéis da famosa “red box” (caixa com documentos oficiais), ao lado do secretário particular.
Elizabeth, com o secretário e a “red box”
Traduzindo: Elizabeth II não vai abdicar nem desacelerar, como fez recentemente por recomendação médica, gerando rumores de que seria para sempre.
A metáfora empresarial não é exagero. A riqueza financeira e o capital de reputação da família real britânica foram quantificados pela consultoria britânica Brand Finance, empregando a mesma metodologia usada para atribuir valor de marcas globais.
Marca Royal Family: a marca mais valiosa do país
Em 2017, ano da última medição, ela valia £ 67,5 bilhões, incluindo ativos, como jóias e imóveis. Sem contar esses ativos, o valor seria de £ 42 bilhões, consagrando-a como a marca mais valiosa da Grã-Bretanha na época, batendo a da Shell e posicionada entre as dez de maior valor do mundo.
Em conversa na semana passada com David Haigh, CEO da Brand Finance, falamos sobre os ativos que a fazem tão admirada, sentimento que se estende à instituição que representa.
David Haigh
Ele acha que o engajamento em causas em nível global, que começou com o príncipe Philip, é um dos fatores. Outro é a coerência de Elizabeth II com princípios morais. “Há respeito pela postura de honestidade, decência e discrição”, disse.
Haigh salientou ainda a sabedoria da rainha em ficar longe de questões controversas, embora tenha opiniões fortes. “É uma mulher sensata, embora alguns possam achá-la sem graça”.
Para azar dela e da instituição, a prática não foi seguida por todos os familiares, o que deve tê-la incomodado. Mas não afetou sua imagem.
Perguntado sobre lições de Elizabeth II para marcas e companhias, o CEO ressaltou a consistência e a excelência na execução da “atividade-fim”: “A forma como realizam eventos − casamentos, funerais, abertura do Parlamento − é exemplar, virou referência mundial”.
A rainha e a Apple
E comparou a marca Royal Family à Apple, “um fabricante de alto nível, honesto, ético, focado nos detalhes, com alto controle de qualidade”.
“Se a Apple produzir um telefone ruim, isso vai afetar a sua reputação − e o mesmo acontece com a família real sob o comando de Elizabeth II”.
Haigh acha que a melhor lição da “Firma” para empresas é executar sua missão da melhor forma possível, com qualidade e consistência nos valores.
Falando sobre o futuro, ele manifestou dúvidas sobre se esse capital positivo será transferido ao herdeiro do trono. Uma das razões é o fato de Charles expressar opiniões sobre temas sensíveis e manter conversas diretas com políticos, o que o deixa mais exposto.
O Haigh também considera que o futuro rei perde ao assumir o trono mais velho, ao passo que a mãe o fez aos 25 anos, com imagem de família jovem parecida com a de William e Kate.
Mas outro dos valores que o CEO da Brand Finance destaca como elemento que compõe a alta reputação da rainha é a lealdade. Sob essa ótica, não mandar Charles para escanteio para dar a vez ao jovem William, como muitos defendiam, foi uma demonstração de lealdade que deve somar mais pontos na cotação real.
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou recomendação aos tribunais brasileiros para que adotem cautela e orientações com o objetivo de evitar a judicialização predatória que possa abalar a defesa e a limitação liberdade de expressão.
Judicialização predatória relaciona-se ao ajuizamento em massa de ações no território nacional com pedido e causa semelhantes em face de uma pessoa ou de um grupo específico de pessoas a fim de inibir a plena liberdade de expressão.
O CNJ orienta que os tribunais adotem medidas para agilizar a análise da ocorrência de prevenção processual, da necessidade de agrupamento de ações, bem como a análise de eventual má-fé dos demandantes para que o demandado possa efetivamente defender-se judicialmente. Para Luiz Fux, presidente do CNJ e ministro do Supremo Tribunal Federal, “o acesso à Justiça é um direito que não pode ser usado de maneira frívola, indiscriminadamente, de maneira a dificultar o pleno exercício da liberdade de expressão”.
O CNJ poderá acompanhar a tramitação dos casos classificados como judicialização predatória, bem como sugerir medidas concretas necessárias para evitar o efeito inibidor decorrente dessas situações.
Os casos que motivaram o CNJ a aprovar a recomendação foram apresentados no âmbito do Observatório de Direitos Humanos do Poder Judiciário, com base em uma denúncia da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) sobre o ajuizamento de ações em todo o Brasil contra um jornalista devido a publicações no Twitter.
A TV Cultura relançará na próxima quarta-feira (16/2) o Legião Estrangeira, programa que fez parte da grade da emissora de 2011 a 2013 e cuja proposta é trazer uma visão sobre o Brasil que muitas vezes os próprios brasileiros não alcançam. A apresentação será de Alberto Gaspar, repórter demitido pela Globo em outubro do ano passado após 39 anos de casa. Ele foi repórter em Jerusalém e na Argentina nos anos 2000. O diretor é Ney Marcondes.
O objetivo do programa é aproximar pessoas de assuntos internacionais relevantes para o mundo inteiro e ampliar a visão de pautas importantes do Brasil pelo olhar de correspondentes estrangeiros que “traduzem” as informações do Brasil para outros países, e jornalistas brasileiros que vivem fora do País.
Alberto conversará com jornalistas estrangeiros, como o sueco Henrik Brandão Jönsson, que sofreu tentativa de furto ao gravar imagens na avenida Paulista, em São Paulo. Serão entrevistados também profissionais brasileiros que moram ou moraram fora do País, como José Hamilton Ribeiro. Alberto o visitou em sua fazenda em Uberaba para conversar sobre suas experiências na cobertura da Guerra do Vietnã.
“A vida de correspondente no exterior é puxada, mas muitas vezes prazerosa”, diz Gaspar. “Na vida pessoal, percebo como as pessoas gostam de ouvir pequenas histórias pessoais nunca publicadas. Bastidores de coberturas. Vamos botar na roda de conversa”.
Legião Estrangeira irá ao ar às quartas-feiras, às 22h, no lugar do Manhattan Connection, que deixou a grade da Cultura em setembro do ano passado.
Com vagas limitadas e inscrições até 2/3 por formulário online, o curso virtual de quatro módulos vai de 28/2 a 27 de março.
Nesse período, os participantes verão conceitos básicos de diversidade dentro de uma perspectiva de direitos humanos; o desenvolvimento do jornalismo com uma abordagem antirracista e com foco em deficiências; como fazer jornalismo com perspectiva de gênero e abordar questões de diversidade sexual; e, por fim, como fazer redações mais diversificadas e inclusivas.
A sede da CNN em Brasília está passando por uma debandada de jornalistas. Segundo levantamento do Notícias da TV (UOL), nos últimos três meses, oito profissionais deixaram a base da emissora na capital do País.
Saíram ou estão nos últimos dias de trabalho Gabriela Coelho, setorista do Poder Judiciário; Beatriz Gurgel, chefe de produção, que foi para a Record; Larissa Alvarenga, Rachel Vargas, Galton Sé, Bárbara Baião, Xico Lopes e Natália André. Além disso, o Notícias da TV apurou que um editor tem proposta para ir para a Globo.
Internamente, as baixas mais sentidas seriam de Bárbara, Rachel, Galton e Larissa, pois eram figuras centrais na dinâmica da Redação. Os três primeiros davam com frequência furos do dia a dia do Governo Federal.
O principal motivo para as saídas seria a falta de valorização. Para os jornalistas, a CNN não tem salários competitivos em comparação a outros veículos de Brasília. Além disso, a rotina pesada de trabalho pesa contra a emissora. Apesar de pagar horas extras, muitos profissionais atuavam sem equipe completa de reportagem, sendo responsáveis por levar e manusear o próprio equipamento, o que torna o trabalho mais desgastante.
Natália André foi para o Metrópoles e Bárbara Baião assinou com o site jurídico Jota. Larissa Alvarenga ficará no ar na CNN até esta sexta-feira (11/2). Ela também acertou sua ida para o Metrópoles, onde comandará um programa diário em vídeo. Até a publicação deste texto, a CNN Brasil não havia se pronunciado sobre as saídas.
A Aliança Nacional LGBTI+ lançou, com a Rede GayLatino e apoio de organizações parceiras, a terceira edição do Manual de Comunicação LGBTI+.
A Aliança Nacional LGBTI+ lançou, com a Rede GayLatino e apoio de organizações parceiras, a terceira edição do Manual de Comunicação LGBTI+. Voltado para a diminuição de preconceitos e estigmas através da informação, apresenta conceitos e guias sobre como abordar o tema.
Distribuído em 112 páginas coloridas e ilustradas, foi revisado e atualizado e é o número um na série de 25 publicações que compõem a Enciclopédia LGBTI+.
Visando a contribuir para um jornalismo mais inclusivo, conta com uma seção direcionada especialmente a como referir-se à população LGBTI+ nos meios de comunicação, onde apresenta sugestões de pautas, datas comemorativas, bandeiras e símbolos.
A publicação aborda ainda sexualidade, gênero e sexo biológico, orientação sexual, preconceito, estigma, estereótipo, discriminação e violência, bem como as conquistas e os avanços almejados.
O ministro do STF André Mendonça pediu vista, em 5/2, do processo que pede a suspensão do monitoramento, pelo Governo Federal, de parlamentares e jornalistas em redes sociais. No dia anterior, a relatora da ação, ministra Cármen Lúcia, havia votado pela inconstitucionalidade de todo e qualquer ato da Secom voltado à produção desse tipo de relatório. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental foi protocolada pelo Partido Verde.
Segundo reportagem do UOL, uma empresa de comunicação contratada pelo Governo Federal orientava como o órgão deveria lidar com um grupo de 77 jornalistas, como resultado de um levantamento intitulado “mapa de influenciadores”. Na análise da empresa, o relatório separou os perfis em três categorias: os “detratores”, aqueles que iriam contra o atual governo, os “neutros informativos” e os “favoráveis”. Além das classificações, a análise dizia como o governo deveria agir com os influenciadores.
No voto, a ministra Cármen Lúcia argumentou que a atividade caracteriza desvio de finalidade da Secretaria e destaca que não seria lícito: “Não está entre atribuições da Secretaria Especial de Comunicação – nem seria lícito – a função de monitorar redes sociais de pessoas, físicas ou jurídicas, até porque objetivo dessa natureza descumpre o caráter educativo, informativo e de orientação social que legitimam a publicidade dos atos estatais”.
O Instituto Reuters recebe até a próxima segunda-feira (14/2), as inscrições para o Journalist Fellowship Program. O treinamento terá duração de três a seis meses, com aulas presenciais na Universidade de Oxford, e disponibilizará bolsa de estudos para jornalistas em começo de carreira.
O início do programa está previsto para outubro deste ano e, para participar, é necessário ter pelo menos cinco anos de experiência na área, além de certificado de conhecimento da língua inglesa. O programa exige dedicação exclusiva e podem se inscrever jornalistas de todo o mundo.
A bolsa de estudos ofertada pela Reuters cobre totalmente os custos das viagens, além de documentação e moradia.