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quarta-feira, dezembro 31, 2025

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Especial Jornalismo nas veias: Jornalista precisa se posicionar, sempre

Especial Jornalismo nas veias: Jornalista precisa se posicionar, sempre
Mariana e Ricardo Kotscho

(Ricardo Kotscho, colunista de política do UOL e titular do blog Balaio do Kotscho, e a filha, Mariana Kotscho)

Entrevistar filha jornalista multimídia 24 horas não é fácil. O maior problema foi ela encontrar um espaço na agenda.

Minha ideia era fazer um bate-papo, trocando ideias sobre a nossa profissão, mas só foi possível fazer esta entrevista por e-mail, um pingue-pongue, bem no dia do aniversário dela (1°/4), em cima do laço do deadline.

Meu bebezão já é uma jovem senhora: 49 anos, 30 de profissão. Nunca tive uma filha tão velha…

Ao ler as respostas, tive a certeza de que Mariana é mesmo uma prova da evolução da espécie.

Como ela consegue fazer tantas coisas ao mesmo tempo e ainda cuidar de três filhos adolescentes, Laura, Bebel e André?

Nas horas vagas, cuida também do pai e do marido, o doutor Rodrigo, jornalista e professor.

Mariana não parece ser uma só, mas são várias, em diferentes papéis, sem perder a ternura e a profunda consciência de cidadania.

Claro que sou suspeito pra falar, mas leiam a entrevista e vejam se não tenho razão de sentir muito orgulho desta minha primogênita.

Vida que segue. (R.K.)

Ricardo Kotscho − Como, quando e por quais motivos você decidiu ser jornalista? Em algum momento da carreira você se arrependeu da escolha?

Mariana Kotscho − Eu acho que sempre quis ser jornalista, desde criança. Convivia não só com você, mas com todos os seus amigos e amigas e ficava encantada com tantas histórias que eles contavam. Eu pensava que ser adulto e jornalista era algo muito bom, você conhecia pessoas, lugares, tinha muitas histórias para contar. Além disso, cresci nas redações dos jornais, nos corredores do sindicato. Me sinto jornalista desde criança, para mim era algo natural. Mas sempre quis trabalhar em televisão, até porque já tinha um pai com um nome muito forte, que tinha passado pelas redações dos principais impressos e eu precisava trilhar meu próprio caminho. E eu sentia que redação de jornal eu já conhecia – afinal, desde criança, para quantos plantões você me levou? −, então eu precisava de algo novo. Nunca me arrependi da escolha e nunca pensei em fazer outra coisa. Pior que essa paixão de família pela profissão já influenciou a nova geração e sua neta mais velha, minha filha Laura, segue agora pelo mesmo caminho. Sabemos que ser jornalista não é escolher uma profissão, é uma opção de vida.

Ricardo − Em mais de 30 anos de profissão, qual foi a decisão mais difícil que você tomou?

Mariana − Foram várias. Mas a mais difícil foi pedir demissão da Globo, no auge da minha carreira de repórter. Afinal, eu tinha três filhos bebês, os três nasceram em menos de quatro anos e a rotina de repórter de rua tornou-se incompatível com a de uma mãe de crianças pequenas. Vivi um dilema porque eu queria ser repórter e queria ser mãe. Mas, no fim, acabei juntando as duas coisas e criando o Papo de Mãe, programa de TV independente que ficou 12 anos no ar em TV aberta (TV Brasil e TV Cultura). E agora, com os filhos já adolescentes, voltei para a Globo, como jornalista especialista em relações familiares e questões de gênero. A prova de que o mundo dá voltas. Especializar-me no que dei o nome de “jornalismo materno” me abriu muitas portas e hoje sou também mentora de um curso da Universidade de Columbia para jornalistas da América Latina com o tema da cobertura da primeira infância.

Ricardo − Nesse meio tempo, qual foi a maior mudança que você notou na missão social do jornalista?

Mariana − Eu sempre acreditei no jornalismo com uma missão social: a de informar para ajudar a população, ou para denunciar, ou para ser a ponte para lutar por direitos. Não podemos nos calar e não podem nos calar. Sabemos que sem uma imprensa livre não existe democracia. Claro que, como em todas as profissões, há todos os tipos de profissionais. Mas procuro estar perto daqueles que pensam como eu, que amam esta profissão e acreditam que é possível fazer a diferença − nem que seja para melhorar a vida de uma única pessoa. Hoje, nossa maior missão é lutar contra fake news e pela liberdade de imprensa.

Ricardo − Se tivesse que começar de novo, você faria tudo igual? O que mudaria?

Mariana − Esta é sempre uma pergunta difícil. Porque, na verdade, nem tudo é a gente que faz, algumas coisas simplesmente acontecem. Por exemplo, eu nunca pensei em ser repórter da Globo no Ceará e quando veio o convite da emissora, aceitei na hora. Foi uma das experiências mais importantes da minha vida, não só profissionalmente, mas também pessoalmente. Ter a oportunidade de conhecer o sertão, de fazer todas aquelas reportagens, conhecer tanta gente que se tornou parte da minha vida foi um presente para mim. Na época, eu tinha também um convite de outra emissora para ir para Nova York e não me arrependo de ter escolhido o Ceará. Então, eu não mudaria nada não, tudo se torna experiência e aprendizado.

Ricardo − O que você sentiu quando tua filha Laura te falou que queria fazer Jornalismo? Orgulho, medo, alegria ou preocupação com o futuro dela?

Mariana − Laura é do tipo que também já nasceu jornalista. Sempre comunicativa, interessada, falante, contadora de histórias. Foi totalmente natural. E ela praticamente cresceu num estúdio de TV, pois no Papo de Mãe tinha um espaço para as crianças no cenário, então quem trabalhava na equipe ou ia participar do programa podia levar os filhos e eu sempre levei os meus. Os outros dois filhos, Isabel e André, também passaram a infância num estúdio, mas não se animam a fazer jornalismo. Acho que no caso da Laura deve ter também alguma questão genética, tá no DNA dela. Ia pro Papo de Mãe e já saía entrevistando as outras crianças. Então, sinto isso junto: orgulho, porque ela é talentosa; medo, porque nossa profissão está num momento difícil, sendo muito atacada e com um mercado de trabalho complicado; alegria, em ver o entusiasmo dela. E preocupação, sempre, porque isso faz parte do ser mãe.

Ricardo − Você começou em jornal de bairro, foi rádio-escuta, estagiária: esse ainda é o melhor caminho para se começar na profissão?

Mariana − Na verdade, na minha época não tinha estágio para jornalismo. Comecei aos 17 anos num jornal de bairro que na verdade nem me queria e me dispensou; mas teve uma enchente grande no meu bairro e eu fiz a matéria, fui lá “vender” para eles, gostaram e me contrataram. Durou três meses e o jornal faliu. Daí fui atrás do sonho de trabalhar em TV e uma amiga da faculdade estava no SBT. Ela me apresentou lá, pedi para acompanhar uns dias os profissionais e tinha uma vaga na rádio-escuta. Então, comecei na escuta, que para mim foi uma grande escola. Precisa começar sabendo que temos muito o que aprender. É melhor virar repórter já com alguma base.

Ricardo − Qual é o segredo para fazer uma boa entrevista? E para fazer entradas ao vivo?

Mariana − Para fazer uma boa entrevista, se você souber com antecedência com quem vai falar, é sempre bom pesquisar sobre a pessoa, ler sobre ela. Pensar em perguntas curtas que vão fazer a pessoa falar, afinal quem tem que aparecer é o entrevistado e não quem pergunta. Eu particularmente não gosto nada de conversar com o entrevistado antes de fazer a entrevista (ainda mais se for gravar para a TV), porque acho que perde toda a emoção da hora da entrevista. Sempre expliquei isso aos meus entrevistados no Papo de Mãe, porque eu só os conhecia no estúdio, na hora de começar a gravação. Se eu conversasse antes, perderia a graça, a espontaneidade, a emoção do momento. Para entrar ao vivo tem que ter um pouco de cara de pau mesmo, treino, respirar fundo e ir. Estar absolutamente por dentro do assunto, com informações, ajuda a ter segurança. Quando está ao vivo não dá para parar e pensar muito. Claro que na primeira vez que entrei ao vivo após uma vinheta de plantão da Globo meu coração deu uma disparada. Mas, tendo segurança do que você vai falar e sem parar para pensar que milhões estão te vendo, dá tudo certo, a voz sai e a mão não treme.

Ricardo − Como foi a experiência de trabalhar na TV Verdes Mares, afiliada da Globo no Ceará?

Mariana − Uma das melhores da minha vida. Eram as pautas mais interessantes, era conhecer o Brasil de verdade, o brasileiro de verdade. Além disso, a equipe da TV me recebeu com muito carinho e profissionalismo e tenho saudades até hoje daquela época. Aprendi muito sobre a vida e a profissão. Aprendi a pegar o carro de reportagem com a equipe e ir pro sertão com uma única pauta e voltar com várias matérias. Tive a honra de entrevistar Rachel de Queiroz na fazenda Não me Deixes, em Quixadá, os sertanejos que encaram a seca e a fome, os devotos do Padre Cícero e tantas outras reportagens. Era muito bom poder mostrar esse pedaço do Brasil em rede nacional.

Ricardo − Sente saudades do tempo em que produzia e apresentava o programa Papo de Mãe na TV?

Mariana − Sinto e vou sentir sempre. Sinto saudades de tudo o que já passou, mas quem me conhece sabe que estou sempre animada e empolgada com o presente e esperançosa pelo futuro. O que eu mais gostava do Papo de Mãe na TV era receber as famílias, ouvir suas histórias, entrevistar as crianças. Mas eu ainda posso fazer isso hoje no site Papo de Mãe, que é parceiro do UOL, e nas minhas participações no Bem Estar da TV Globo.

Ricardo − O que o advento das redes sociais mudou no teu trabalho?

Mariana − Tudo. No meu e no de todos os jornalistas, inclusive no seu, pai, que lá atrás virou blogueiro com o Balaio do Kotscho e hoje é um dos colunistas da internet de maior audiência do País. Não basta ser jornalista ou ter um programa de TV independente, é preciso estar nas redes. Mas eu ainda me sinto das “antigas” e prefiro estar sempre como jornalista do que como influencer. Não sou influencer e na verdade nem entendo muito bem disso. Sou uma jornalista, que está nas redes para também divulgar seu trabalho, opiniões, posições. Porque o jornalista pode ser neutro nas suas reportagens e ouvir todos os lados, mas ele precisa se posicionar sempre. Eu me posiciono contra o machismo, o racismo, a homofobia. Eu me posiciono no combate à violência doméstica. E não só me posiciono como jornalista, mas como ser humano. Rede social para mim também é trabalho e fonte de inspiração para escrever minhas reportagens no Papo de Mãe, minha coluna em Universa/UOL, meu quadro na TV ou minhas palestras. E eu criei uma rede muito interessante com as famílias e com especialistas que me mandam sugestões de pauta. Além disso, criei no Facebook um grupo que acolhe e orienta vítimas de violência doméstica que já atendeu quase seis mil mulheres. Então tem muita coisa positiva também nas redes sociais. Depende de como a gente usa.

Ricardo − Qual a importância da equipe no trabalho de um repórter de TV?

Mariana − Fundamental.  Na TV, o trabalho só é realizado graças a um conjunto de pessoas e quem já trabalhou comigo sabe o quanto eu valorizo esse trabalho em equipe. E não só em TV, hoje tenho a equipe do Papo de Mãe na internet também. Equipe de TV é quem sai pra rua com você e também quem está nos bastidores na redação. Em TV são vários braços e cabeças trabalhando juntos, você nunca está sozinho.

Ricardo − Como conciliar a criação de três filhos com o teu atual trabalho de multimídia 24 horas?

Mariana − É colocando os filhos para trabalhar junto… (risos). Brincadeira, eu não exploro trabalho infantil, mas sempre fiz meus filhos estarem comigo e fazerem parte da minha vida profissional. Na verdade, as redes sociais, o WhatsApp, o home-office ajudaram muito no meu caso (não sei se ajudaram todas as mães). Mas, trabalhando assim eu posso estar muito presente na vida dos meus filhos, foi essa a opção que fiz lá atrás quando começou o Papo de Mãe: conciliar carreira e maternidade, podendo fazer meus horários e podendo ao mesmo tempo levar à escola, almoçar com eles, participar da rotina. Não que seja fácil. Muitas vezes meu horário de trabalho acabou sendo de madrugada, quando todos já estavam dormindo. Era quando eu conseguia olhar algum material, escrever um roteiro. Mas agora estão maiores, está mais fácil. Às vezes eles reclamam que não saio do computador, mas entendem.

Ricardo − Como você arruma tempo para fazer tantas coisas no trabalho e ainda ser uma atuante líder em defesa das mulheres?

Mariana − Tudo acontece junto, simultaneamente. Então, também com o meu trabalho eu tento ajudar as mulheres. Nem que seja com uma reportagem, uma entrevista, uma denúncia, a divulgação de uma manifestação. É tudo junto e misturado. Recebo muitos pedidos de ajuda e o meu jeito de ajudar pode ser divulgando uma situação, como quando chegou até mim o vídeo de um juiz que tinha humilhado numa audiência uma vítima de violência doméstica.

Ricardo − Qual foi o momento em que você se sentiu mais realizada no trabalho? E o momento mais difícil?

Mariana − Os momentos mais difíceis sempre foram as coberturas de tragédias, como acidentes de avião, desabamentos, explosões. Entrevistar mães que perderam seus filhos também é muito difícil e dói na alma da gente. Ser agredida fazendo reportagem ou ver colegas sendo agredidos ou jornalistas sendo desrespeitados também é muito cruel. Posso parecer Poliana, mas sempre estive realizada com o meu trabalho, o que não quer dizer que tenha sido sempre fácil. Há altos e baixos na carreira, mas eu sempre quis ser repórter de TV e alcancei esse objetivo aos 21 anos, quando fui efetivada, na época na Record. Aos 23 fui a primeira repórter contratada da GloboNews em SP, quando a emissora nem tinha entrado no ar ainda. Amo trabalhar em TV e mesmo com todas essas novidades acredito que a TV nunca vá deixar de existir. São 30 anos de TV, o tempo realmente passa…

Ricardo − Se não fosse jornalista, o que você gostaria de ser?

Mariana − Fiquei pensando, pensando, pensando e não achei uma resposta. Talvez psicanalista, para continuar ouvindo as pessoas.

Programa internacional de direitos humanos oferece bolsa de estudos para mulheres e não-binárias

A International Women's Media Foundation está com inscrições aberta até 15/4, para a bolsa de estudos Elizabeth Neuffer 2023.
A International Women's Media Foundation está com inscrições aberta até 15/4, para a bolsa de estudos Elizabeth Neuffer 2023.

A International Women’s Media Foundation, instituição que trabalha no apoio e reconhecimento de mulheres jornalistas, está com inscrições aberta até 15/4, para a bolsa de estudos Elizabeth Neuffer 2023. O programa é voltado para a cobertura de direitos humanos e justiça social.

Com duração de sete meses e auxílio financeiro para permanência nos EUA, podem se inscrever mulheres e não-binárias de todo o mundo que tenham ao menos três anos de experiência profissional em jornalismo, seja em mídia impressa, transmitida ou digital, ou como freelancer. É necessário falar, escrever e ler em inglês fluentemente. 

As contempladas terão a oportunidade de participar de pesquisas e cursos no Centro de Estudos Internacionais do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), e de um estágio de um mês nos jornais The New York Times ou The Boston Globe.

Especial Dia do Jornalista: O Jornalismo de geração para geração

Dia do Jornalista

 

Com o Jornalismo nas veias, a Liberdade na mente e a Democracia no coração

Assim são os filhos e filhas de jornalistas que abraçaram a profissão, inspirados nos exemplos paternos e maternos, num tempo tão ou mais desafiador para essa que todos eles, quase com certeza, consideram a melhor de todas as profissões

Nem sempre se ganha bem, na maioria das vezes se trabalha muito, a qualidade de vida… hummm… uma utopia, vida familiar castigada por jornadas e horários que variam como o vento, pressão constante de todos os lados, azedumes de chefes, fontes e, por vezes, dos próprios colegas.

Mas, afinal, qual é a mágica que essa profissão, por muitos apontada como encantadora, tem para atrair gerações de profissionais, que, mesmo vendo tudo isso acontecer em casa, desde a mais tenra idade, ainda assim escolhem casar-se profissionalmente com o Jornalismo, prometendo fidelidade, amor eterno, na alegria e na tristeza?

Foi essa reflexão que fez o Portal dos Jornalistas e a newsletter Jornalistas&Cia dedicarem o seu especial do Dia do Jornalista à saga dos filhos e filhas que decidiram seguir a trilha dos pais e mães, num testemunho de que, por maiores que sejam os problemas e os desafios, o Jornalismo pode, sim, contagiar gerações e ser o elo gravitacional de famílias que querem transformar o mundo e a sociedade pela informação de qualidade.

Mas quisemos fazer algo diferente. Propusemos aos pais e mães que escrevessem sobre os filhos e filhas jornalistas, não para os exaltar − embora corujice não seja defeito e sim qualidade de quem ama −, mas para mostrar, como bons repórteres que foram a vida toda, uma reportagem sobre suas crias, que revele o que pensam da profissão que abraçaram, que legado esperam aportar ao jornalismo, que futuro aspiram, qual o Brasil que querem e que lutam para ter.

Neste Especial de Dia do Jornalista (pdf), pais e mães vão se desnudar e também desnudar seus filhos e filhas, revelando um pouco de como é, por dentro, uma família impregnada pelo Jornalismo. Histórias inspiradoras que chegaram do Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

No total, foram 21 histórias, protagonizadas por Ricardo Kotscho e Mariana Kotscho; Miriam Leitão, Matheus Leitão e Vladimir Neto; Zuenir Ventura e Mauro Ventura; Vanira Kunc Dantas, Audálio Dantas (in memoriam) e Juliana Kunc Dantas; Ricardo Noblat e Guga Noblat; Ancelmo Gois e Antonio Gois; Carlos Maranhão e Tiago Maranhão; Vicente Alessi, filho e Gil Alessi; Adriana França, Wilson Carneiro Malta, Luiz de França, França Júnior e Raphael de França; Aziz Ahmed, Marcelo Ahmed e Cauan Ahmed; Carlos Ferreira e Carlos Felipp; Costábile Nicoletta e Gustavo Sterza Nicoletta; Jeline Rocha, Guilherme Barros e Marina Barros; Marlyana Tavares e Joana Gontijo; Orivaldo Perin e Marina Perin; Hélio Doyle e Luisa Doyle; Lauriberto Braga, Carmen Pompeu e Lauriberto Pompeu; Saulo Luiz da Silva e Tábata Poline Feliciano Silva; Sônia Araripe, Isabella Araripe, João Victor Araripe e Felipe Araripe; Vera Saavedra Durão e Mariana Durão; e Wilson Moherdaui e Isabel Moherdaui.

Além da edição especial de Dia do Jornalista, nos próximos dias o Portal dos Jornalistas também publicará inidividualmente cada uma destas histórias inspiradoras.

Aproveite a leitura e parabéns, jornalistas!

Renata Silveira será a primeira mulher a narrar futebol masculino na TV Globo

Renata Silveira será a primeira mulher a narrar futebol masculino na TV Globo

A narradora Renata Silveira, na Globo desde 2020, fará parte do time escalado para a transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro deste ano, que começa neste final de semana. Com isso, será a primeira mulher a narrar futebol masculino na emissora, em TV aberta. Renata já faz diversos jogos de times masculinos, mas apenas no SporTV e no Premiere. A data de sua estreia ainda não foi definida.

Renata passa a integrar a equipe de narradores que já tem como titulares Cléber Machado em São Paulo e Luis Roberto no Rio de Janeiro, além de Gustavo Villani, que também narrará partidas quando solicitado. Segundo o jornal O Globo, a comentarista Ana Thaís Matos também está escalada para jogos do Brasileirão.

Renata Silveira foi a primeira narradora mulher a fazer um jogo de seleção brasileira masculina no SporTV. E em fevereiro, ela estreou na TV aberta com a transmissão da Supercopa do Brasil feminina.

Nos últimos anos, a Globo vem tentando aumentar a presença feminina na editoria de Esportes. Atualmente, além de Renata e Ana Thaís, também estão na emissora Renata Mendonça, Fernanda Colombo, Fabíola Andrade e Natália Lara. E uma das principais executivas da área de Esportes é Joana Thimotheo.

A emissora exibirá mais futebol feminino este ano, com partidas da seleção brasileira, do Brasileirão e de torneios de base no SporTV.

Inscrições abertas para o Prêmio Roche de Jornalismo em saúde 2022

Inscrições abertas para o Prêmio Roche de Jornalismo em saúde 2022

Estão abertas até 27 de junho as inscrições para a décima edição do Prêmio Roche de Jornalismo em Saúde, iniciativa da Roche América Latina e da Fundação Gabo. Neste ano, a premiação terá uma renovação em suas categorias. Os trabalhos jornalísticos devem enquadrar-se em Jornalismo Sonoro, Jornalismo Digital e Cobertura Diária.

Em Jornalismo Sonoro, será premiada a reportagem com a melhor linguagem sonora veiculada em programas de rádio por emissoras de qualquer país da América Latina; Jornalismo Digital premiará o melhor trabalho produzido e publicado em meios e ambientes digitais; e em Cobertura Diária será avaliado o trabalho que melhor se enquadrar como referência de aprofundamento jornalístico, explicação e acompanhamento de questões que surgem da situação cotidiana.

Os trabalhos inscritos devem contemplar um desses seis grandes tópicos: Desafios dos cuidados de saúde; Doenças não transmissíveis e de baixa prevalência; Inovações para os cuidados de saúde; Reformas políticas para melhorar os cuidados de saúde; Mulheres e saúde; e Ações comunitárias para a saúde.

A cerimônia de premiação voltará a ser presencial, após dois anos em formato online. O evento será em novembro, com o país anfitrião ainda a ser definido pelos organizadores.

Mais informações e inscrições aqui.

Preocupação com crianças e jovens nas redes deve pautar futuro das mídias sociais

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Em 2021, o Facebook mergulhou em uma crise de imagem após revelações de pesquisas internas demonstrando efeitos do uso do Instagram sobre o bem-estar emocional de adolescentes pela ex-gerente Frances Haugen.

Há duas semanas, o Washington Post publicou uma reportagem afirmando que a Meta teria contratado a agência de comunicação digital Targeted Victory, ligada ao partido Republicano, para conduzir uma campanha contra o TikTok, que cresce sem parar, desafiando o aparentemente invencível império de Mark Zuckerberg.

A ideia, segundo o jornal, seria difundir a tese de a rede social chinesa é prejudicial a crianças, algo que também vem sendo apontado por organizações preocupadas com os desafios do conteúdo relacionado a suicídio e distúrbios alimentares.

Brigas e crises corporativas envolvendo dois gigantes tecnológicos não são apenas assunto comercial. Elas levantam um tema estudado em todo o mundo: as mídias sociais fazem mal a jovens e crianças? E qual o tamanho desse mal, diante dos benefícios?

A universidade britânica Nottingham Trent mantém um grupo de pesquisa em ciberpsicologia dedicado a compreender os efeitos das mídias sociais, especialmente sobre crianças.

Preocupação com crianças e jovens nas redes deve pautar futuro das mídias sociais

Em um artigo recente no portal de textos acadêmicos The Conversation, a líder do grupo, Daria Kuss, reconhece o valor das redes para apoio emocional, construção de comunidades e autoexpressão entre adolescentes. Mas confirma o impacto negativo.

Kuss lista os efeitos mais comuns diagnosticados nas entrevistas com pais e usuários jovens: desde aumento do tempo online e mudança de comportamento devido ao julgamento antecipado de colegas e sobrecarga sensorial até consequências cognitivas e emocionais, como estresse e ansiedade.

O impacto não é linear. Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Essex, publicado na Nature Communications em março, revelou que rapazes entre 14 e 19 anos e moças entre 11 e 19 anos que utilizam as redes com intensidade apresentam um índice de satisfação menor com a vida do que aqueles que não o fazem.

Os autores cruzaram dados de uma pesquisa do governo britânico sobre felicidade com os hábitos de uso das plataformas. Eles fazem ressalvas sobre a necessidade de estudos mais aprofundados, mas constatam que pelo menos estatisticamente há um efeito parecido com o que a ex-gerente do Facebook relatou com base nas pesquisas internas da empresa.

A tese de que redes sociais viciam, embora defendida por alguns, ainda não encontra muito respaldo. Três estudos diferentes em 2021 sinalizaram nessa direção, embora confirmando problemas emocionais ocasionados pelas redes.

Em um deles, pesquisadores de duas universidades do Reino Unido fizeram um experimento para identificar se os usuários apresentavam o chamado viés de atenção, presente em viciados em jogo ou drogas. A resposta foi negativa.

Viciantes ou não, as redes são parte da vida contemporânea. Seus efeitos sobre crianças e jovens interessam não apenas a pais e professores, mas a empresas que as utilizam para se comunicar com clientes e usuários, figuras públicas que dialogam com a sociedade por meio delas e organizações jornalísticas dependentes das mídias digitais para levar informação a audiências mais jovens.

Preocupação com crianças e jovens nas redes deve pautar futuro das mídias sociais
Daria Kuss

 

Em seu artigo, a pesquisadora Daria Kuss pede o aumento da responsabilidade social corporativa das plataformas no desenvolvimento de seus produtos, colocando a segurança de crianças em primeiro lugar.

Seguidos alertas de acadêmicos como ela e denúncias como a de Frances Haugen, que passou a rodar o mundo demonizando o Facebook em parlamentos, apontam para um futuro de mais controle.

Reino Unido e União Europeia apresentaram recentemente os pacotes legislativos que tramitarão este ano.

Alguma coisa ainda pode mudar nos plenários, mas os sinais são de que a proteção a crianças e jovens deve ser prioridade, sobretudo na Grã-Bretanha, onde o governo diz querer criar o local mais seguro do mundo para crianças online.

Esta semana em MediaTalks

Mais redes sociais − Um novo relatório da Unesco traz conclusões alarmantes sobre os riscos que o jornalismo profissional e independente enfrenta diante do crescimento exponencial das redes sociais. A análise, com recorte mais recente feito entre 2021 e 2022, identificou que tanto o público de notícias quanto as receitas de publicidade migraram em massa para as plataformas controladas pelas gigantes da internet Google e Meta/Facebook. A pandemia de Covid-19 contribuiu para a crise das empresas de mídia e evidenciou o risco para o direito fundamental à informação, constatou o relatório.

Bolsa nos EUA − Jornalistas mulheres e não-binários de qualquer nacionalidade podem concorrer até 15 de abril a uma bolsa concedida pela International Women’s Media Foundation (IWMF) e passar sete meses nos EUA para se aperfeiçoar na profissão por meio de cursos e estágios em grandes jornais. O programa foi criado em 2004 em  homenagem a Elizabeth Neuffer, correspondente do jornal Boston Globe que morreu durante a cobertura da guerra do Iraque, em maio de 2003. A bolsa é aberta a profissionais que trabalhem em grandes organizações ou freelances, com inglês fluente, pelo menos três anos de experiência profissional e trabalho concentrado em direitos humanos e justiça social.

Jamal Khashoggi − O caso do jornalista saudita Jamal Khashoggi ganhou um novo capítulo que pode acabar com a investigação sobre o assassinato do profissional na Turquia e tornar quase impossível a condenação dos responsáveis. Ele foi morto dentro do consulado da Arábia Saudita no país, em 2018. Um promotor turco pediu à Justiça em 31/3 para encerrar o caso e transferir as diligências para a Arábia Saudita, encerrando as investigações no país em que o crime ocorreu. “Durante a audiência de hoje do caso de homicídio de Jamal, o promotor pediu, de acordo com a demanda saudita, a transferência do processo para a Árabia Saudita e a finalização do mesmo na Turquia”, publicou no Twitter a noiva de Khashoggi, Hatice Cengiz.

Truth Social − Lançamento atropelado, diversos bugs e uma lista de espera com mais de 1,5 milhão de usuários impedidos de entrar por problemas técnicos são características que nada se aproximam das promessas feitas para a Truth Social, rede social conservadora anunciada por Donald Trump para combater as big techs que o baniram. Mais de um mês depois da estreia oficial, os problemas se acumularam ao ponto de dois dos principais executivos terem aparentemente deixado o empreendimento, lançando mais dúvidas sobre o destino da sonhada plataforma de Trump − usada somente uma vez pelo próprio idealizador. O interesse inicial já arrefeceu, com queda drástica no número de downloads, segundo agências de monitoramento de aplicativos, um mau sinal para a rede social que deveria atrair os seguidores de Trump que ficaram órfãos de suas postagens há pouco mais de um ano.

Treinamento de policiais − A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) anunciou uma parceria com a Associação Internacional de Polícia (IPA, na sigla em inglês) para treinar policiais e membros de segurança pública na defesa da liberdade de expressão e na proteção da segurança dos jornalistas. Um curso online e gratuito será aberto a organizações policiais em todo o mundo. “A polícia e as forças de segurança têm um dever fundamental para garantir que os jornalistas possam fazer seu trabalho com segurança”, disse Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco.


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Carla Vilhena assina com o SBT

Carla Vilhena assina com o SBT

A apresentadora Carla Vilhena assinou nessa quarta-feira (6/4) contrato com o SBT. Ela estará no comando do programa Nossas Mães, especial de Dia das Mães da emissora, que irá ao ar em 6 de maio, em horário nobre.

Sobre o novo desafio, Carla declarou: “Que coisa bonita, fazer um especial de mães. Eu não esperava, realmente. Fiquei super animada, porque é um tema de que falo muito, de que gosto muito de abordar”.

Em nota enviada pelo SBT à imprensa, a apresentadora falou sobre a possibilidade de o projeto ser o “pontapé” para uma possível ida em definitivo para o SBT: “Já ficamos muito felizes com o projeto, que dirá se houver essa oportunidade. Vai ser a realização de um sonho, realmente. Uma TV grande, de sucesso, histórica e que faz parte da história de todos os brasileiros”.

Carla Vilhena pediu demissão em março da CNN Brasil, onde comandava o Visão CNN, após um ano e meio de contribuição. Anteriormente, foi repórter no Jornal da Manchete, na extinta Rede Manchete, no Jornal da Band e em 1997 foi contratada pela TV Globo como repórter do Fantástico. Na emissora, atuou em Jornal Nacional, Jornal Hoje e Bom Dia São Paulo. Saiu em 2018 e em 2020 foi contratada pela CNN Brasil.

Ajor – PL 2630/2020: Projeto requer mudanças para não colocar jornalismo em risco

ICFJ e Meta divulgam selecionados para programa de combate à desinformação

Por Associação de Jornalismo Digital

Salvo-conduto e imunidade a parlamentares que espalham desinformação e definição de modelo de remuneração de conteúdos ameaçam o trabalho e a pluralidade jornalística – e por isso devem sair do texto

As entidades e indivíduos abaixo signatários instam ao relator Orlando Silva e ao Congresso Nacional que retirem os dispositivos sobre imunidade parlamentar e remuneração de conteúdo jornalístico do Projeto de Lei n. 2630 de 2020, conhecido como “PL das Fake News”. Debatido desde julho de 2020 na Câmara dos Deputados, o projeto foi aprimorado e a versão em pauta é mais equilibrada em termos de garantia de direitos dos usuários da Internet do que versões anteriores do texto. Seguem na proposta, entretanto, medidas que ameaçam o trabalho jornalístico e a própria existência de veículos de informação, especialmente iniciativas digitais e de pequeno e médio porte. Considerando a importância do jornalismo para o enfrentamento à desinformação, entendemos como fundamental que dois dispositivos sejam totalmente suprimidos do PL, sem prejuízo de aprimoramentos em outros aspectos relevantes do texto.

Imunidade parlamentar

O Artigo 22 do projeto de lei traz questões relevantes a respeito da operação de contas de interesse público e da transparência que deve reger seu funcionamento online. No entanto, o parágrafo 8º do artigo, na atual versão do substitutivo, estende a imunidade parlamentar material às redes sociais, impedindo que deputados e senadores sejam responsabilizados, civil e penalmente, por opiniões e palavras proferidas em ambiente digital.

O parágrafo preocupa vários setores da sociedade. Parte do trabalho jornalístico é reportar desinformações difundidas por políticos, confrontando-as com dados e fatos verificados. O trabalho da imprensa na cobertura da pandemia da covid-19 e da agenda ambiental mostram como a desinformação propagada por parlamentares nas redes sem questionamento ou responsabilização pode custar vidas.

Apesar do argumento de que o texto apenas reforça o que já está na Constituição Federal, sua presença em lei específica representa um alargamento da imunidade parlamentar, permitindo  o entendimento de que esses atores estariam acima das regras de moderação de conteúdo de plataformas digitais. O texto cria, inclusive, um regime desequilibrado e preocupante entre parlamentares e usuários comuns de redes sociais, no qual o primeiro grupo estaria blindado das regras de moderação de conteúdo em função da imunidade proposta no parágrafo 8º.

Quando falamos do combate à desinformação, a instituição de mecanismos de salvo-conduto para qualquer grupo de atores da sociedade deve ser evitada, considerando inclusive os riscos da disseminação de outros tipos de conteúdos danosos, como incitação à violência e discurso de ódio, que muitas vezes acompanham as práticas  de desinformação no ambiente online.

Remuneração de conteúdo jornalístico

O Artigo 38 do projeto de lei estabelece a remuneração, pelas plataformas, a produtores de conteúdo jornalístico com base em direito de autor, e determina que a regulamentação da lei disponha sobre critérios, formas para aferição de valores, negociação, resolução de conflitos, transparência e valorização do jornalismo profissional. Apesar de a proposta ser bem intencionada, trata-se de medida que requer debate aprofundado, à luz de iniciativas semelhantes em discussão em outros países, o que ainda não foi feito pelo Congresso brasileiro.

Em primeiro lugar, o texto apresenta linguagem vaga e carece de uma série de definições, sobretudo o que se entende por “conteúdo jornalístico”. Em tempos de sofisticação das práticas de desinformação no ambiente digital, são inúmeras as iniciativas que, se passando por veículos jornalísticos, especializaram-se em produzir e distribuir notícias falsas. Remeter o artigo para regulamentação pelo Executivo está longe de resolver o problema.

O detalhamento trazido pelo relator na última versão do substitutivo acerca das pessoas jurídicas que teriam acesso à remuneração e sobre processos de negociação coletiva tampouco é capaz de garantir regras mínimas que alcancem de maneira democrática o conjunto das instituições jornalísticas em funcionamento no país. É grande, por exemplo, o risco de a medida fortalecer apenas os grandes grupos de comunicação, que se beneficiariam de melhores acordos com as plataformas. Ou, ainda, de o conjunto de trabalhadores da imprensa não ser beneficiado neste modelo.

Em diversos países que hoje discutem o tema, incluindo o Brasil, tem-se apontado, por exemplo, para criação de fundos de apoio ao desenvolvimento do jornalismo a partir da taxação das plataformas como forma de sustentabilidade do jornalismo. Somente um debate aprofundado sobre a questão permitiria ao país definir qual o melhor caminho para suas necessidades históricas. Assim, entendemos que o artigo 38 deveria ser retirado integralmente do texto para a devida e urgente discussão sobre meios de financiamento e fortalecimento do jornalismo, visando a construção de um modelo de remuneração equilibrado e dedicado a apoiar todo o setor e também a equacionar eventuais desequilíbrios entre empresas e iniciativas de pequeno e médio porte e os grandes grupos em operação no país.

É fundamental que o Parlamento brasileiro considere a importância dos temas mencionados, para que a iniciativa de regular plataformas visando garantir liberdade, transparência e responsabilidade no ambiente digital não resulte em obstáculos ainda maiores para o trabalho jornalístico em toda a sua diversidade no país.

Organizações signatárias

ABI – Associação Brasileira de Imprensa
Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
Agência Lupa
Ajor – Associação de Jornalismo Digital
A Nossa Pegada
Aos Fatos
Artigo 19 Brasil
Associação Cearense de Imprensa (ACI)
Associação de Comunicação Fala Roça
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
Centro de Direito, Internet e Sociedade do IDP (CEDIS)
Coalizão Direitos na Rede
Coletivo Baiano pelo Direito à Comunicação (CBCom)
ComunicAtivistas
Conectas Direitos Humanos
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
Delibera Brasil
EMERGE – Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência
Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco
Coordenação do Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco
FAOR – Fórum da Amazônia Oriental
FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Instituto Alziras
Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase)
Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife – IP.rec
Instituto Liberdade Digital
Instituto Soma Brasil
Instituto Vero
Instituto Vladimir Herzog
InternetLab – Centro de pesquisa em direitos e tecnologias
Internet Society – Capítulo Brasil
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Kurytiba Metropole
Laboratório de Políticas de Comunicação – Universidade de Brasília
Marco Zero Conteúdo
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Movimento Mega
NETLAB – Lab de Estudos de Internet e Redes Sociais – Universidade Federal do Rio de Janeiro
OBSERVACOM – Observatorio Latinoamericano de Regulación, Medios y Convergencia
Olabi.org
Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político
Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça, filiada à Red Internacional de Periodistas con Visión de Género (RIPVG)
Repórteres sem Fronteiras (RSF)
RNCD BRASIL – Rede Nacional de Combate à Desinformação
SaferNet Brasil
Sleeping Giants Brasil (SGBR)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro
Terra de Direitos
Viramundo

Indivíduos signatários

Adilson Vaz Cabral Filho, professor do Curso de Comunicação da Universidade Federal Fluminense
Aline Grego, professora do curso de Jornalismo
Aline Vieira Costa, fundadora, gestora e editora-chefe d’A Nossa Pegada
Álvaro César Nascimento, jornalista
Ana Regina Barros Rêgo Leal, UFPI e RNCD Brasil
Andrea de Lima Trigueiro de Amorim, professora Universidade Católica de Pernambuco
Arthur Coelho Bezerra, pesquisador
Carolina Monteiro, co-fundadora da Marco Zero Conteúdo e Diretora da Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco
Carlos Eduardo Barros, pesquisador e mestrando no PPGCI do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro
Cecília Bizerra Sousa, doutoranda PPGCOM/UFMG, conselheira da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com visão de Gênero e Raça (RIPVG-Brasil)
Carla Teixeira, professora da Escola de Comunicação e coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco
Cláudia de Abreu, integrante da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas
Claudia Noronha, jornalista, integrante da Comissão de Direitos Humanos e Liberdade de Expressão da ABI
Cláudio Bezerra, professor do curso Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco
Cristina Serra, jornalista
Cristina Tardáguila, jornalista
Felipe Correa Oliveira de Mello, bibliotecário da Escola de Química da UFRJ
Flavio Wittlin, mestrando do MASP da ENSP/Fiocruz e consultor de projetos da Viramundo
Helena Chagas, jornalista
Ilimar Franco, jornalista
Ivan Accioly, jornalista
Josir Cardoso Gomes, pesquisador e Doutor em Ciência da Informação
Juca Kfouri, jornalista
Karine de Oliveira Gonçalves, coordenadora do Instituto Soma Brasil
Luciana Menezes Carvalho, jornalista e professora no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Luiz Carlos Taveira, jornalista
Luiz Fernando Taranto, jornalista
Luiza Gomes Henriques, jornalista e mestranda no Icict/Fiocruz
Flavio Lofêgo Encarnação, professor da Universidade Federal do Acre e cientista da informação
Luziário de Sousa da Silva, jornalista e mestrando UFPI/Teresina
Marcelo Träsel, professor do curso de Jornalismo e do PPGCOM da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Marco Schneider, professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal Fluminense
Marcus Miranda, jornalista e diretor da ABI
Marquinho Mota, Indigenista
Mauro José Sá Rego Costa, professor universitário UERJ
Moêma Coelho, jornalista
Maria Eduarda Alves de Andrade, jornalista
Paulo Cezar de Andrade Prado (Paulinho), jornalista
Paulo Jerônimo, jornalista
Rose Marie Santini, professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Salomão Castro, presidente da ACI
Vilson Antonio Romero, vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa e conselheiro da ABI
Vlaudimir Salvador de Oliveira, Recife

Programa Tim Lopes acompanhará caso do assassinato de jornalista no Ceará

O Programa Tim Lopes, criado em 2017 pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para averiguar assassinatos de jornalistas, acompanhará o caso de Givanildo Oliveira, morto a tiros em 7/2, aos 46 anos, em Fortaleza. Este é o quarto caso acompanhado pelo programa.

Givanildo comandava o portal Pirambu News, com mais de 70 mil seguidores no site e nas redes sociais. Segundo investigações, o crime foi motivado por uma nota publicada pelo jornalista sobre uma operação policial que resultou na prisão de um traficante do Comando Vermelho, que atuava na área de Areia Grossa. Após o assassinato de Givanildo, o portal foi desativado.

A Abraji destaca que o crime pode ter ocasionado sentimento de medo e insegurança entre outros veículos de comunicação na região. A página Portal de Fortaleza, por exemplo, anunciou nas redes sociais, dias após a morte de Givanildo, que não postaria mais notícias policiais para preservar a integridade de sua equipe.

Segundo relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre violência contra a imprensa em 2021, no ano passado, no Nordeste, ocorreram 25 ataques contra jornalistas, o equivalente a 8,42% do total no País.

Ainda em fevereiro, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação “transparente e rigorosa” sobre o caso do assassinato de Givanildo, destacando que ele foi o primeiro jornalista morto no Brasil em 2022 e que, na última década, ao menos 30 comunicadores perderam a vida no País.

O Programa Tim Lopes também acompanha os casos de Jefferson Pureza, morto com três tiros no rosto em 2018, no interior de Goiás; de Jairo de Souza, executado com dois tiros enquanto subia uma escadaria no Pará, em junho de 2018; e de Lourenço (Léo) Veras, assassinado em fevereiro de 2020, com 12 tiros, enquanto jantava com sua família, no município paraguaio de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Regra dos Terços lança podcast sobre TDAH e outras neurodivergências

Regra dos Terços lança podcast sobre TDAH e outras neurodivergências

Um podcast feito por e para neurodivergentes. Essa é a proposta do Distraídos, que traz curiosidades sobre o universo de quem tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e outras neurodivergências que se referem a todas as possíveis variações no cérebro humano em relação a sociabilidade, aprendizagem, atenção, humor e funções cognitivas. O conceito foi formulado a partir do paradigma da neurodiversidade, criado no final dos anos 1990 pela socióloga autista Judy Singer.

Os apresentadores são a influenciadora digital Alpin Montenegro e Erick Mota, fundador do Regra dos Terços e repórter com passagens por Band, Record PR, Congresso em Foco e outros. No episódio de estreia do Distraídos, os dois falam sobre como o TDAH impactou na vida deles e trazem relatos de outros TDAHs.

Em entrevista para o Portal dos Jornalistas, Erick Mota afirmou que a descoberta do próprio TDAH, em outubro de 2021, o motivou a pesquisar amplamente sobre o assunto:

Percebi que há alguns materiais sobre o tema, como por exemplo o podcast Tribo TDAH, que inclusive é uma grande referência, mas são poucos ainda que trazem o conteúdo com uma linguagem acessível. A maior motivação que eu e Alpin tivemos para criar o podcast Distraídos certamente foi a falta de informação que ainda existe; a população de modo geral não sabe muito bem o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Por exemplo, eu mesmo nunca tinha ouvido falar até receber o diagnóstico, e isso sendo jornalista, trabalhando com comunicação e informação”.

Neurodivergência nas redações

Ainda são muitos os preconceitos e estigmas associados a pessoas neurodivergentes, que costumam ser percebidas socialmente como inferiores e “incapazes”. Na realidade, existem impactos negativos e positivos associados a determinadas condições − fato que Erick percebeu em sua própria trajetória no jornalismo.

Ele explica que sempre lidou com uma dificuldade acima da média em fazer reportagens que exigissem maior nível de atenção − lidar com burocracias, como acessar o Diário Oficial da União e outras fontes oficiais, ler documentos e despachos. Em contrapartida, a hiperatividade mental associada ao TDAH o ajudou a ter uma produção ágil no hardnews:

Acredito muito que o meu maior hiperfoco, a minha maior alta habilidade, é na comunicação, isso porque consigo desenvolver qualquer assunto com facilidade, mesmo os que não entendo muito. Se me der alguns minutos pra me preparar, consigo desenvolver. Fui repórter da Band em Brasília até dezembro do ano passado, e como repórter entrava muito ao vivo, ao ponto de dezenas de vezes as minhas chefias repetirem que eu era o repórter do Brasil inteiro que mais entrava ao vivo no Band News TV. Então, acabou que essa minha hiperatividade acabou sendo um plus na minha carreira”.

Outro ponto levantado por Erick é sobre o quanto o formato das redações tem potencial de dificultar o trabalho de pessoas com TDAH, problema que pode ser resolvido com adaptações simples:

As redações são sempre muito barulhentas, obviamente qualquer redação, então, acabam estimulando a distração. Até aquele formato de bancada, com vários computadores alinhados numa mesma sequência, um de frente pro outro, facilita muito a desatenção, a conversação, a prestar atenção nos outros colegas, a ficar puxando assunto toda hora. Como poderia melhorar? Criar espaços mais reservados para os profissionais que têm maior dificuldade de concentração e que nesses espaços eles possam desenvolver o seu trabalho. Um cantinho com um sofá virado para uma parede ou uma janela, algo assim, poderia facilitar muito a vida dos profissionais que têm déficit de atenção”.

Leia mais: Tiago Abreu discutirá neurodiversidade em evento do MAM-SP

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