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terça-feira, agosto 26, 2025

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Ivan Moré e Spark lançam network de canais e perfis sobre futebol

Ivan Moré lança network de canais e perfis sobre futebol

O jornalista Ivan Moré e a empresa de marketing e dados Spark, fundada por Rafael Coca e Raphael Pinho, lançam o projeto Resenha Digital Clube, network que reúne canais e perfis dedicados ao tema futebol. Fazem parte da iniciativa Esse Dia Foi Louco, Trairagem FC, Bola Fora Oficial, entre outras páginas.

A ideia é trabalhar o conteúdo desses canais, principalmente no Instagram e no TikTok, para aumentar o engajamento e gerar oportunidades de projetos de conteúdo para as marcas anunciantes. O projeto tem também participação dos empresários Gabryel Strauch e Leandro Gléria, este último que atuará como diretor-geral da operação, que tem sede em São Paulo.

“O Resenha é uma redação digital onde cada perfil exerce o papel de um repórter 3.0 trazendo notícias, repercutindo fatos em tempo real, criando memes e provocações com uma linguagem descontraída que gera engajamento com o público que consome futebol”, explica Ivan Moré. “Estou muito feliz em empreender unindo duas paixões: o digital e o esporte”.

O Resenha Digital Clube pretende também criar um canal de conteúdo próprio e um pilar de podcasts, além de um especial sobre a Copa do Mundo. O primeiro trabalho da network foi o projeto Peri Além dos Limites, criado pela marca Rexona e estrelado pelo jogador Gabriel Jesus, atacante do Manchester City.

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William Bonner deixará a bancada do Jornal Nacional em 2023, diz colunista do UOL

William Bonner deixará a bancada do Jornal Nacional em 2023, diz colunista do UOL

Segundo informações de Lucas Pasin, colunista do UOL Splash, o âncora William Bonner, da TV Globo, deixará a apresentação do Jornal Nacional em 2023. O jornalista, porém, permanecerá na emissora e seguirá como editor-chefe do telejornal, atuando mais nos bastidores.

Segundo Pasin, Bonner já teria dito à direção de Jornalismo da Globo que pretende deixar a bancada do JN. O apresentador teria cogitado fazer isso em abril, mas foi convencido a permanecer até as eleições deste ano e comandar os debates entre os candidatos à Presidência. Pasin explica que Bonner bateu o martelo para deixar a bancada do JN em 2023, e permanecerá na Globo até o final de seu contrato, a princípio em 2025.

Em relação ao substituto de Bonner, Pasin escreveu que a Globo está fazendo pesquisas de mercado e com o público para saber quais nomes são bem recebidos. Nos últimos dois meses, participaram do rodízio de apresentadores do JN Heraldo Pereira, César Tralli e Rodrigo Bocardi, entre outros.

Procurada pelo Splash, a Globo declarou que “são integralmente falsos os boatos de que William Bonner estaria deixando a Globo em 2023 ou qualquer outra data”, encaminhando também reportagem de Cristina Padiglione, da Folha, sobre o assunto. Pasin explica que “a reportagem usada para a resposta fala sobre a saída de Bonner da Globo, mas a informação de Splash é a saída apenas da apresentação do JN, seguindo na casa”.

Énois abre inscrições para 2ª edição do Diversidade nas Redações

A Énois abriu as inscrições para o programa Diversidade nas Redações. O objetivo é apoiar veículos locais a desenvolverem suas estratégias.
A Énois abriu as inscrições para o programa Diversidade nas Redações. O objetivo é apoiar veículos locais a desenvolverem suas estratégias.
Um conteúdo:


A Énois abriu, até 26/6, as inscrições para o programa Diversidade nas Redações. Apoiando veículos de comunicação locais a desenvolverem seus negócios e estratégias, a iniciativa irá selecionar 10 redações das regiões Norte e Centro-Oeste para receber apoio financeiro de R$ 6 mil e um percurso formativo de três meses. Além disso, o projeto vai fortalecer a cobertura das eleições 2022 com o pagamento de R$ 8 mil para a contratação de repórteres locais.

Os selecionados irão desenvolver um projeto voltado ao financiamento das organizações, com base nos valores da diversidade, representatividade, inclusão, engajamento e distribuição com as comunidades.

Simone Cunha, diretora de sustentabilidade da Énois, afirma que o objetivo é apoiar as redações na busca de formas de se financiarem para que assim possam prestar serviço às suas comunidades. “Assim, a diversidade vira o pilar que ancora a missão e também uma prática de gestão e produção jornalística”, disse.

Para participar os interessados devem estar nas regiões Norte ou Centro Oeste; cobrir pautas locais; atuar jornalisticamente, no mínimo, há 2 anos; ter CNPJ ou MEI; ter regularidade de publicações (diárias, semanais, quinzenais…); ter representatividade na redação, com chefia e equipe diversa; ter uma equipe fixa de pelo menos 2 pessoas; e fazer cobertura das eleições 2022.

A primeira edição do Diversidade nas Redações foi realizada entre outubro de 2020 e outubro de 2021 pela Énois, com apoio do Google News Initiative. A segunda edição, que acontecerá entre julho e novembro de 2022, terá o patrocínio da Embaixada e Consulado dos Estados Unidos no Brasil e do ICS (Instituto Clima e Sociedade) e contemplará, exclusivamente, redações da região Norte e Centro-Oeste.

As formações voltadas à sustentabilidade financeira serão realizadas nos três primeiros meses de programa, e tratarão de definição de negócio e planejamento estratégico; organização da área financeira e previsão de captação; desenvolvimento de novas fontes de receita; e desenho organizacional e gestão de equipe. Além disso, o Diversidade nas Redações terá formações voltadas à cobertura das eleições a partir dos territórios e das necessidades das comunidades e fará articulação da produção e distribuição das reportagens produzidas.


O #diversifica é um hub de conteúdo multiplataforma sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia. Ele conta com os apoios institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), International Center for Journalists (ICFJ), Meta Journalism Project, Imagem Corporativa e Rádio Guarda–Chuva.

 

Amazônia Real: Os minutos finais de Bruno e Dom em São Rafael

A região do desaparecimento de Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo, da Funai, virou cenário para a série de reportagens.
A região do desaparecimento de Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo, da Funai, virou cenário para a série de reportagens.

Reportagem publicada originalmente em 12/6/2022 pela agência Amazônia Real

* Por Cícero Pedrosa Neto, enviado especial à Atalaia do Norte (AM)

“Ele encostou o barco ali no porto da escola e perguntou se tinha café. ‘Café não tem, mas tem Nescau’, eu disse. Aí ele disse: ‘esse que é bom mesmo’”, relata Alzenira Gomes, 54 anos, a esposa de Manoel Vitor Sabino da Costa, conhecido como “Churrasco”. Foram com essas palavras que Alzenira, por volta das 7 horas do domingo 5 de junho, convidou o servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e consultor da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Araújo Pereira, 41 anos, e o jornalista britânico Dom Phillips, 57 anos, a aportarem na comunidade ribeirinha de São Rafael. A localidade fica às margens do rio Itacoaí, no município de Atalaia do Norte, na fronteira do Amazonas com o Peru, fora dos limites da Terra Indígena Vale do Javari. Minutos depois dessa conversa, eles desapareceram. Há uma semana o mundo procura pistas para o paradeiro da dupla.

“Como o meu marido não estava, ele pediu um pedaço de papel para botar o número dele. Depois disso ele saiu e foi atrás daquele ali”, testemunha Alzenira, apontando para Jânio Freitas de Souza, 45 anos, a última pessoa conhecida com quem Bruno falou antes de seu sumiço. Jânio e “Churrasco” chegaram a ser detidos pela polícia como suspeitos do desaparecimento de Bruno na noite de segunda-feira (6), mas foram liberados no dia seguinte após abertura de inquérito.

Líder da comunidade São Rafael Manoel Vitor Sabino da Costa, o “Churrasco”, é tio de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, o “Pelado”, pessoa que é a peça-chave das investigações sobre o desaparecimento de Bruno e Dom e que está preso temporariamente no presídio de Tabatinga, cidade vizinha de Atalaia do Norte, na região do Alto Solimões (AM). “Pelado” foi apontado por uma testemunha ouvida pela Amazônia Real com a pessoa que ameaçou Bruno, Dom e mais nove indígenas da vigilância da Univaja no dia 4 de junho, após ser flagrado tentando invadir a terra indígena. Dois homens não identificados que estavam com “Pelado”, também apontaram as espingardas. Dom teria filmado a ação. Bruno levaria a denúncia no dia 6 à Polícia Federal (PF). Até o momento, esses dois homens não foram citados pela PF se eles estão entre as seis pessoas ouvidas pelas investigações, que são divulgadas em notas oficiais à imprensa.

Um dia antes do desaparecimento do jornalista britânico e do indigenista, o pescador Amarildo da Costa de Oliveira, o ‘Pelado’, tentou intimidá-los apontando armas para o grupo que combatia as invasões da TI Vale do Javari. Na imagem, momento da prisão de “Pelado” (Foto Reprodução TV Globo).

Neste domingo à noite (12), em outra nota oficial, a PF informou que pertences de Bruno Pereira e Dom Phillips foram encontrados próximos à casa de Amarildo, na comunidade São Gabriel. Nessa mesma área, foi encontrada uma outra embarcação que “aparentemente” pertence a “Pelado”. Antes, no período da tarde, o Corpo de Bombeiros havia informado que uma mochila havia sido encontrada, contendo um notebook e um par de sandálias, mas sem a confirmação de quem pertenceriam.

Segundo a Univaja, a última informação de avistamento do indigenista e do jornalista é deles visitando as comunidades São Gabriel e Cachoeira, que ficam rio abaixo a cerca de 40 minutos de Atalaia do Norte na voadeira rápida. Conforme a testemunha ouvida pela Amazônia Real, no domingo (5), Bruno e Dom deixaram a base da equipe no Lago Jaburu, distante da comunidade São Rafael cerca de 15 minutos pelo rio Itacoaí. Bruno pilotava a lancha com motor 40 HP e dispensou a segurança dos indígenas.

Na quinta-feira (9), ao avistar o barco com a equipe da reportagem chegando no trapiche da comunidade São Rafael, Jânio já esperava em uma maloca. Sabia do que se tratava e pareceu disposto a falar sobre a última vez que viu o indigenista e o jornalista. Disse que Bruno chegou alegre e fazendo piada. “Ele passou uns oito minutos lá na casa do ‘Churrasco’. Passou aí na frente e não me viu. Eu até brinquei com ele, dizendo que ele não me viu porque eu sou pequeno”, narra Jânio, dizendo que o indigenista e o jornalista estiveram na comunidade por volta das 7h20 de domingo.

Jânio, que se identificou como presidente da Associação dos Produtores Rurais da Comunidade São Rafael, conta que foi apresentado ao jornalista britânico naquele dia. “O Bruno me disse que o repórter estava fazendo um livro e aí queria saber se o manejo dava resultado aqui”.

Jânio Freitas de Souza, com quem Bruno conversou por alguns minutos na comunidade São Rafael (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

Dom Phillips, colaborador assíduo do jornal The Guardian e que realizava pesquisas para um livro com o objetivo de ajudar a salvar a maior floresta tropical do mundo, perguntou sobre o manejo do pirarucu, o peixe-gigante da Amazônia. Jânio lembra de ter falado abertamente sobre o tema: “A gente mata peixe ilegal, não vou mentir, a gente pesca aí na frente. Mas tem gente que passa também para a área indígena e quem pega a culpa somos nós aqui da comunidade. Foi o que eu disse pra ele”.

O patrão peruano

O “aí na frente” se refere Jânio à Terra Indígena Vale do Javari, a segunda maior do país (atrás apenas da TI Yanomami) com 8,5 milhões de hectares, e que tem sido alvo frequente de narcotraficantes, pescadores e caçadores ilegais, garimpeiros e madeireiros. É a cobiça por essa imensa floresta ainda intacta da Amazônia e onde vivem mais de 6.317 indígenas de 26 povos, incluindo grupos isolados e não contatados, que formam o pano de fundo desse caso ainda sem explicação.

“O Pelado é um dos caras mais perigosos da região do rio Ituí. Já deu vários tiros na base e já trocamos tiros com ele. O Pelado é peça fundamental nesse quebra-cabeça, não pode ser solto”, afirmou uma fonte à reportagem, que citou outros nomes: Nei e “Colômbia”; que também estão envolvidos com a pesca ilegal e o tráfico de drogas.

“Colômbia” é o peruano Rubens Villar Coelho, que teria se contrariado com as ações de fiscalização coordenadas por Bruno Pereira, segundo o jornal O Globo.

Na tríplice fronteira do Brasil, sabemos que “Colômbia” (Rubens Coelho) coordena o envio de peixe de Letícia para Bogotá, capital colombiana, a partir de uma balsa que opera na Islândia, no Peru. “Ele seria também suspeito de ter mandado assassinar Maxciel”, diz outra fonte à Amazônia Real. Mas o peruano não foi ouvido pelas autoridades policiais. “A Funai nunca teve acesso ao inquérito”, disse um amigo de Maxciel.

Em 6 de setembro de  2019, o indigenista Maxciel Pereira dos Santos foi morto com tiros em frente à sua família em Tabatinga. Dias antes, ele tinha recebido ameaças de morte de caçadores por sua atuação em defesa da Terra Indígena Vale do Javari.

Desde o início do desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira, circulam nomes como “Churrasco”, “Pelado”, “Caboclo”, Jânio e Nei, todos apontados como tendo alguma ligação com o caso. Mas “Colômbia” pode ser a peça que falta nesse quebra-cabeça. Ele possui propriedades no município de Benjamin Constant, também vizinha de Atalaia de Norte, e controla o fluxo de drogas no rio Itacoaí, ua das calhas da TI Vale do Javari mais invadidas por caçadores e pescadores ilegais. “Colômbia” é um traficante peruano que usa da pesca e caça ilegais para retroalimentar o tráfico de drogas e as práticas ilegais que afetam tanto os indígenas quanto os projetos de manejo desempenhados na região.

“Colômbia” seria o “patrão”, apontado por mais de uma fonte ouvida nos últimos dias pela reportagem, que estaria insatisfeito com a atuação do indigenista, por conta de sua atuação no Vale do Javari. É ele quem banca o comércio de tracajás (uma das espécies de quelônios de água doce mais consumidas na região, embora seja ilegal), por exemplo, pagando 70 reais por unidade – os pescadores chegam a descer o rio com cerca de 800 tracajás por pescaria.

Conflitos se intensificam

Para se proteger das invasões, e sem apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), a Univaja decidiu agir por conta própria. Formou uma Equipe de Vigilância, a EVU (sigla de Equipe de Vigilância da Univaja), munindo os indígenas de armas de caça, todas de baixo calibre, e equipamentos tecnologia de monitoramento. Bruno Pereira, licenciado da Funai, foi convidado a atuar com a EVU, ajudando-os a flagrar os crimes que ocorriam dentro da TI Vale do Javari com aparelhos de drones. Os indígenas são dos povos Marubo, Matís e Kanamary.

Na mesma região a Funai tem uma base nos rios Ituí e Itacoaí, onde a Força Nacional de Segurança participa das ações dos servidores para combater as invasões à Terra Indígena Vale do Javari. A equipe conta com o apoio no rio Jutaí de uma casa de madeira para quarentena antes do ingresso ao território. A base da Funai fica distante a 2 horas de viagem de barco veloz da sede do município de Atalaia do Norte e ela faz parte das ações de monitoramento e proteção dos indígenas isolados e de recente contato. Desde 2018, o local, cujo nome oficial é Base de Proteção Etnoambiental (Bape) do rio Ituí-Itacoaí, sofre ataques, muitos deles a tiros, de invasores.

Os embates entre a equipe de vigilância da EVU e os invasores do território se intensificaram em 2021, durante a pandemia de Covid-19. Fora da terra indígenas, as comunidades que estão em seu entorno são de pescadores e caçadores com históricos de invasões e suposto envolvimento com o narcotráfico. Essas famílias já viveram dentro dos limites na terra indígena e foram retirada com a homologação, em 2001, após 20 anos de conflitos, inclusive mortes de brancos por indígenas isolados Korubo.

Posto móvel da EVU, próximo às comunidades São Gabriel e São Rafael (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

No sábado, o pescador Jânio contou à Amazônia Real que Bruno havia mencionado, no domingo do seu desaparecimento, que teria levantado um drone e pelas imagens flagraram pescadores ilegais de pirarucu e tracajás no rio Itacoaí. Segundo Bruno relatou a Jânio, ele levaria o material para ser apresentado às autoridades no município vizinho, em Tabatinga, onde está localizada a sede da Polícia Federal e outros órgãos federais, como Ministério Público Federal.

“Ele disse que queria ajudar nós e que estava avexado (apressado) porque tinha uma reunião em Tabatinga com a Polícia Federal, e que ia me ligar lá pra uma hora da tarde. Eu esperei e nada. Como não tinha almoço aqui em casa, eu fui pro rio pescar”, relembra Jânio. Segundo ele, aquele foi o maior contato que teve com o indigenista até hoje. “A primeira vez foi essa, só tinha visto ele em umas reuniões por aí.”

Perguntado sobre um possível envolvimento de Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”, na emboscada contra Bruno e Dom, o pescador Jânio desconversou. Diz não ter relações com o acusado que teve sua prisão temporária decretada na noite do dia 9. Mas, ao final, não hesitou em defendê-lo: “Eu não acredito que tenha feito isso com ele [Bruno], porque o cara pra fazer um negócio desses com um cara conhecido como ele tem que ter peito”.

Jânio, que acompanha as notícias do caso pelo celular, aconselhou à reportagem a não seguir viagem até São Gabriel, a comunidade vizinha, por ser “perigosa”. É lá onde “Pelado” mora e foi preso pela Polícia Militar por porte de arma de uso restrito das Forças Armadas, no dia 7 de junho.

Durante a audiência de custódia, dia 9, a Polícia Federal revelou que a perícia técnica encontrou sangue na lancha de “Pelado” e numa lona de plástico azul. O pescador nega seu envolvimento no sumiço de Bruno Pereira e Dom Phillips. Diz que foi torturado pela PM do Amazonas, como publicou a Agência Pública.

Na sexta-feira (10), a Polícia Federal informou as equipes localizaram no rio Itacoaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte, material orgânico aparentemente humano. O material genético foi encaminhado para análise pericial ao Instituto Nacional de Criminalística da PF.

Em coletiva na sede da Polícia Federal, em Manaus, o superintendente Eduardo Alexandre levantou a hipótese de o narcotráfico estar relacionado ao desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips. “As investigações apuram o envolvimento de quadrilhas de tráfico de drogas na região. Estamos buscando saber se houve algum crime nesse desaparecimento”, disse.

Sobre sua detenção, Jânio preferiu não dar declarações e disse que estava “tentando ajudar o Bruno, mas é difícil, né?”. Ele não quis indicar de que maneira estava se empenhando para colaborar com as buscas ou com a elucidação do caso, tampouco apontou as dificuldades as quais se refere. Ele também não quis dar declarações sobre o depoimento à polícia.

Já no final da entrevista para a Amazônia Real, em local mais reservado, Jânio fez questão de mostrar uma possível rivalidade ao mencionar que Bruno Pereira tinha práticas enérgicas contra os pescadores ilegais. “Se ele pegasse alguém pescando ilegalmente, ele tocava fogo em tudo mesmo, não tinha conversa. Era barco, malhadeira, o que tivesse! Ele estava na razão dele. Só que esse pessoal que pesca aí é pobre também”, justificou Jânio Freitas de Souza.

A contradição de “Churrasco”

Manoel Vitor Sabino da Costa, 58 anos, o “Churrasco”, pessoa que Bruno procurava na comunidade São Rafael – e com quem havia marcado uma reunião prévia – recebeu a Amazônia Real em frente à casa da filha, que vive em uma área vizinha à escola onde Bruno e Dom aportaram no domingo. De forma intempestiva e dizendo não ter nada a esconder, falando alto e sem pausas, “Churrasco” afirmou que não sabia que o conhecido consultor da Univaja iria visitá-lo naquele dia, e que também não sabia o que Bruno tanto queria falar com ele. Mas disse que seu irmão, Raimundinho, era quem o abrigava quando Bruno “ia lá pro lado do Jaburu”, se referindo justamente ao lago de onde partiu a dupla no dia da possível emboscada. “O Raimundinho sempre me dizia pra falar com ele, que ele poderia ajudar a comunidade”, disse “Churrasco”, afirmando conhecer Bruno apenas “de vista”.

Sobre a passagem de Bruno e Dom pela comunidade São Rafael, “Churrasco” afirmou: “Eu não estava em casa, tinha saído seis horas da manhã pra ir pescar, aí disseram que ele chegou aqui atrás de mim pra marcar uma reunião comigo. Só quem estava em casa era a minha esposa e ele (Bruno) disse pra ela: ‘Poxa, eu queria muito conversar com o seu ‘Churrasco’.’ Aí foi quando ele deixou o número dele lá com ela anotado num pedaço de papel, a federal até já viu esse papel”, declarou Manoel, indicando que a Polícia Federal já tinha periciado o papel – fato que se deu no dia 6.

Manoel Vitor Sabino da Costa, o Churrasco, com o bilhete deixado (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

“Pra estar esse tempo todo sumido desse jeito, ou está morto ou está amarrado por aí por dentro do mato, só pode”, afirmou “Churrasco” à Amazônia Real, quando perguntado sobre o que poderia ter acontecido com a dupla desaparecida.

Ao longo da entrevista, que durou cerca de oito minutos – o mesmo tempo que durou a passagem de Bruno e Dom na casa de “Churrasco” na companhia de sua esposa, Alzenira –, o pescador Manoel fez questão de frisar que só poderia testemunhar sobre o que viu, e que “depois que eles dobraram pro rumo dali [em direção à Comunidade São Gabriel, onde foi preso “Pelado”, o acusado], não me pergunte que eu não sei”.

Essa versão de Manoel da Costa contraria a declaração dada pelo advogado e indígena Eliesio Marubo, assessor jurídico da Univaja. O advogado, procurado pela Amazônia Real, reafirmou que Bruno Pereira foi à São Rafael porque havia uma reunião pré-agendada na comunidade. “O ‘Churrasco’ sabia, sim, da reunião. Ele me falou isso quando fui lá na comunidade ainda no domingo [dia cinco]”, disse Eliésio Marubo.

“Eu não tenho nada contra ninguém, nunca tive. Esse velho, todo aleijado, e não é por tá roubando ninguém e nem vendendo droga, isso foi um acidente que eu sofri… esse velho aqui bate no peito, pra dizer que nunca fez nada de ruim pra ninguém. Já fui preso sim, porque andava metido em confusão, mas não por tá fazendo mal pros outros…”, explicou-se Manoel. No Tribunal de Justiça, constam três processo contra “Churrasco” de baixa monta, como indenizações e perdas e danos.

“Churrasco”, assim como Jânio, faz parte do inquérito aberto pelas Polícias Civil e Federal, que investigam os envolvidos no desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira. Em nenhum momento da reportagem, Manoel informou que é tio de Amarildo, o principal suspeito pelo desaparecimento da dupla, conforme apurou a Amazônia Real. Perguntado sobre o acusado, ele preferiu não manifestar opiniões.

O apoio dos indígenas

Um mundo com todas as suas especificidades, sistemas e crenças, cercado de água doce, mata preservada e farturas de pescados. Mergulhado em conflitos, muitos interesses econômicos ilegais, e com vasto histórico de violações humanas, originárias e ao meio ambiente. É como pode ser definido o santuário indígena onde Dom Phillips e Bruno Pereira desapareceram no último dia 5, na tríplice fronteira amazônica do Brasil com o Peru e Colômbia.

Desde o sumiço da dupla, dezenas de indígenas dos cinco povos que habitam a região, Matis, Marubo, Kanamary, Korubo e  Kulina, com apoio das forças policiais, se revezam em busca do “amigo” indigenista e do jornalista “gente boa” – como o definiram em entrevistas à reportagem.

“Pessoal, nós temos que ajudar a encontrar o nosso irmão. A gente tem que lembrar do apoio que ele deu sempre nós. E ainda tem o jornalista que a gente conheceu esses dias. A família dos dois merecem a nossa ajuda. Vamos ajudar com toda força”, clamava a liderança Higson Kanamary aos seus parentes, sentado no escritório da Akavaja (Associação dos Kanamary do Vale do Javari), na Univaja, quando a Amazônia Real o encontrou na tarde do dia 9 de junho, no quarto dia de buscas a Dom e Bruno.

Higson Kanamary. Buscas por Dom Phillips e Bruno Pereira (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

Higson foi uma das últimas pessoas a ver os dois antes que eles embarcarem rumo à Atalaia do Norte levando consigo o material contendo imagens de crimes ambientais que seria entregue na sede da PF, no município de Tabatinga. “O Bruno disse que eles iam baixar sozinhos. A gente sabia que era perigoso, mas ele reuniu nós indígenas lá na base, tomou a decisão e nós aceitamos”, diz o líder indígena Kanamary sem esconder a tristeza e o desespero, expresso nas lágrimas incontidas e nas mãos nervosas que juntas escorregaram sobre sua cabeça até a testa.

Bruno e Dom partiram sozinhos no dia 4 de junho do porto de Atalaia do Norte em direção ao posto móvel da EVU, que àquela altura se encontrava nas imediações do lago Jaburu, próximo à TI Vale do Javari, que concentra o maior número de indígenas isolados do mundo. Portanto, no percurso não haveria necessidade de ter a autorização da Funai, uma vez que não é área indígena.

O indigenista Bruno Pereira, que conhecia como poucos a enormidade do rio Itacoaí (um dos afuentes do rio Javari) e suas dezenas de furos, foi pilotando a embarcação “possante da Univaja”, como narra Higson, equipada com um motor 40 HP, até chegar no fim da tarde ao posto onde estavam estacionados os guardiões indígenas – trajeto estimado em duas horas e meia, a considerar a potência do barco em que estavam.

Bruno estava em uma missão de fiscalização, desempenhada junto aos indígenas e outros membros da Univaja, como Orlando Possuelo, filho do sertanista Sydney Possuelo, o fundador do então Departamento de Indígenas Isolados e responsável pelo primeiro contato com os indígenas Korubo, em 1996.

Entrevistado pela Amazônia Real no local onde hoje se encontra o posto móvel da EVU, nas imediações da Comunidade Cachoeira, Orlando Possuelo estava visivelmente abatido e trabalhava no erguimento dos barracos construídos com os indígenas Matis, Marubo e Kanamary, que lá estavam de vigília havia dias. Segundo ele, os indígenas preferem se fixar em solo do que ficar nas estruturas da embarcação que serve de base à equipe de indígenas que trabalha no monitoramento e fiscalização da TI Vale do Javari.

“Eu estava esperando pela chegada do Bruno às 8 horas da manhã. Ele iria me pegar lá para seguirmos viagem até Tabatinga. Ele me mandou mensagem às 6 da manhã, por meio do SPOT que estava com os indígenas – ele estava com eles lá, próximo à entrada da terra indígena. Oito horas da manhã eu fui pro porto para aguardá-lo, e como ele não chegou nós preparamos um barco e começamos as buscas”, relembra Possuelo.

Orlando Possuelo, indigenista e consultor (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

O relato de Possuelo indica que do horário em que Bruno e Dom aportaram até a comunidade de São Rafael e o início das buscas pela equipe EVU não ultrapassam as duas horas e meia. Significa que foi neste intervalo de tempo que o jornalista e o indigenista sumiram sem deixar rastro algum.

“Na noite de sábado (4), nós conversamos em grupo e praticamente tava alinhado vir dois ou três parentes com ele. Na madrugada de domingo (5), umas quatro da manhã, ele disse que baixaria só ele e o Dom. Iam baixar cedo por uma estratégia de sair às seis da manhã e não ter tantos perigos, para estar em Atalaia às 8 da manhã e seguir pra PF”, lembra Higson Kanamary. “Antes de vir pra cá ele já tinha alinhavado uma conversa com o delegado da PF. Ele tinha todas as provas das intimidações dos pescadores contra os indígenas.”

Dom acompanhava a missão de Bruno porque estava escrevendo um livro sobre as dinâmicas socioambientais da Amazônia e os conflitos sobre as comunidades tradicionais e originárias. Ele já havia estado no Pará em 2021, onde visitou Barcarena, no nordeste paraense, e esteve com comunidades quilombolas e ribeirinhas afetadas pelas indústrias transnacionais de transformação mineral que atuam na cidade. Além dela, Dom também esteve recentemente no Acre. Ele estava empenhado em confeccionar um acervo de reportagens divididas em capítulos, que contasse um pouco da situação de emergência em que vivem as populações amazônicas.

“Não havia apenas um interesse literário, jornalístico, quando Dom me procurou em Belém, no início de agosto do ano passado. Nos poucos contatos que tivemos, foi possível perceber que ele se angustiava e, mesmo por trás de sua fleuma britânica, percebia-se genuína preocupação com o meio ambiente”, narrou à reportagem o advogado socioambiental Ismael Moraes.

Em meio aos desassossegos causados pela pandemia de Covid-19, que acabaram também por atrasar a escrita de sua obra, Moraes explica que Dom estava interessado nas múltiplas formas de violências causadas pela mineração no estado do Pará e gostaria de conhecer Barcarena, cidade do nordeste paraense que sofre com a contaminação por metais pesados causada por indústrias transnacionais de transformação mineral, como a norueguesa Norsk Hydro. “É pavoroso saber que não temos notícias suas”, lamentou o advogado paraense.

João e Alex Kanamary, jovens guerreiros aos 18 anos, contaram à reportagem que trabalharam incansavelmente desde domingo do desaparecimento de Bruno e Dom e que tiveram momentos de companheirismo e aprendizado com a dupla nos dias anteriores. Aldeados, falando pouco o português e retornando da base da EVU para descansar, os jovens indígenas contaram dos momentos angustiantes que viveram desde a notícia da emboscada.

“Eles estavam aqui com a gente bonzinho uma hora, depois desapareceram e a gente não consegue encontrar. Já batemos essa beira de rio todinha aí e nada. É muito triste pra nós”, contou João Kanamary.

Barco apreendido

Mesmo após a notícia trágica que se abateu sobre o Vale do Javari, as atividades ilegais não cessaram. A equipe da EVU durante as buscas a Bruno Pereira e Dom Phillips acabou encontrando uma embarcação lotada de pirarucus, distribuídos em seis caixas de isopor com gelo. Em algumas caixas, uma camada superficial de pescados, cuja pesca é permitida, disfarçava o carregamento ilegal. Delcimar Kanamary, presidente da  Associação dos Kanamary do Vale do Javari (Akavaja), disse à reportagem que o barco em questão pertence ao acusado pela emboscada da dupla desaparecida, Amarildo da Costa, o “Pelado”, e que tinha sido apreendido no fim da tarde do dia 9.

Barco carregado de pirarucu apreendido pela EVU e recolhido pela PM. Supostamente é Amarildo, o “Pelado”, o dono
(Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

Segundo ele, o barco estava escondido por folhagens quando foi descoberto. “Eles [pescadores ilegais] deixam esses barcos em locais estratégicos e saem em outros barcos menores para fazer a pesca. Conforme eles vão pegando, vão trazendo para esse barco de apoio para cortar as mantas e guardar no gelo. Quando não, eles salgam, por isso que tem sal aí dentro também”, explica o líder indígena Kanamary, indicando a saca de sal refinado que repousava num canto do assoalho da embarcação apreendida pela EVU e rebocada por uma guarnição da Marinha para ser periciada.

A reportagem, até o momento, não conseguiu confirmar com a Polícia Federal e com a Polícia Civil a procedência da embarcação, para onde ela foi levada e qual destino foi dado à carga ilegal que nela estava.

Sobre a tática dos pescadores para disfarçar a carga ilegal, Delcimar explica que “eles colocam outros peixes por cima pra disfarçar o crime. Eles colocam pacu, branquinha, tucunaré, piau, o curimatã, tudo por cima pra disfarçar as mantas de pirarucu que estão por baixo”.

(Colaboraram Kátia Brasil e Eduardo Nunomura)

Nova coluna do UOL debate história sob perspectiva antirracista

O UOL estreou a coluna Presença Histórica, que busca debater questões sobre assuntos atuais por meio de uma perspectiva antirracista.
O UOL estreou a coluna Presença Histórica, que busca debater questões sobre assuntos atuais por meio de uma perspectiva antirracista.
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O UOL estreou na última quarta-feira (8/6) a coluna Presença Histórica, que busca analisar e debater questões sobre assuntos atuais por meio de uma perspectiva antirracista e no contexto histórico da população negra do Brasil.

Compartilhada por Ana Flávia Magalhães, Carlos da Silva Jr., Fernanda Oliveira, Mariléa de Almeida e Patrícia Alves-Melo, representantes da Rede Historiadoras e Historiadores Negros, coletivo que conta com mais de 300 profissionais, a periodicidade será semanal.

Ana Flávia, professora do Departamento de História da Universidade de Brasília, afirma que o esforço coletivo da coluna irá promover debates importantes sobre assuntos relacionados à democracia no País: “Nosso interesse está na promoção de um letramento histórico crítico pautado em antirracismo, antissexismo, na defesa do meio ambiente, entre outros valores democráticos”.


O #diversifica é um hub de conteúdo multiplataforma sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia. Ele conta com os apoios institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), International Center for Journalists (ICFJ), Meta Journalism Project, Imagem Corporativa e Rádio Guarda–Chuva.

O Globo vence prêmio internacional com ação LGBTQIAP+

Uma produção:

O jornal O Globo venceu o prêmio de Melhor ideia para incentivar engajamento do leitor entre veículos nacionais no INMA Global Media Awards 2022. O jornal ficou em primeiro lugar na categoria com as ações multimídia em comemoração ao dia do Orgulho LGBTQIAP+ publicadas em junho do ano passado. O trabalho também foi escolhido como o melhor da América Latina, em uma seleção apenas com finalistas de cada um dos seis continentes.

Com impacto nas redes sociais e em programas de TV, a campanha do dia do Orgulho LGBTQIAP+ de O Globo, feita em parceria com a agência BETC Havas, ocorreu nas diversas plataformas. A ação foi marcada pela junção da sigla do movimento com o logotipo do jornal, alterado pela primeira vez.

“São duas marcas históricas do GLOBO que se uniram nesta ação: a inovação e a diversidade”, destacou o diretor de Redação Alan Gripp. “O Brasil ainda tem muito a avançar no respeito pelas minorias, e é nosso papel estar ao lado das boas causas. Acreditamos que debates como o que promovemos em 2021 no Dia do Orgulho ajudam nossa sociedade a evoluir”.

Além da edição de um caderno impresso especial, editado por Renata Izal, foram feitas lives temáticas nas redes sociais durante uma semana, um vídeo sobre a campanha, uma edição do podcast Ao Ponto e postagens nos perfis de O Globo nas plataformas digitais.

O caderno especial de O Globo trouxe entrevista com o economista e ex-BBB Gilberto Nogueira e artigos ressaltando a importância em se ter pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, entre outras possibilidades de identidade de gênero e orientação sexual, nas empresas, na ciência e em todas as esferas sociais.

A campanha para o dia do Orgulho LGBTQIAP+ também venceu, no ano passado, o prêmio de melhor campanha de marketing digital para marcas de notícias do Digital Media Awards Latam 2021, promovido pela Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA).

O jornal Valor Econômico, também pertencente à Infoglobo, recebeu três Menções Honrosas no concurso, sendo uma na categoria Melhor produto de nicho de assinatura/Marcas Nacionais, pelo especial Carreira; e as outras duas com a campanha Investe Safra, nas subcategorias de Marcas Nacionais, em Melhor campanha multicanal de publicidade de cliente e Melhor uso de dados para gerar um resultado comercial.

Promovida pela International News Media Association (INMA), a premiação é uma das mais prestigiadas no setor de empresas de mídia de notícias em todo o mundo. A competição bateu recorde de participantes em 2022, com 854 inscrições de 252 marcas de veículos de mídia em 46 países. Um júri internacional formado por 50 executivos de 24 países selecionou 332 finalistas no início deste ano. Para esta edição, os prêmios foram divididos em 20 categorias distribuídas entre marcas regionais, nacionais e grupos. Os vencedores foram anunciados em 9 de junho.


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Esposa de Dom Phillips afirma que corpos foram encontrados

A esposa do jornalista britânico Dom Phillips, Alessandra Sampaio, informou nesta segunda-feira (13/6) que o corpo dele e do indigenista Bruno Pereira foram encontrados. Eles estão desaparecidos há mais de uma semana na Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas.

A informação ainda não foi confirmada nem pelas autoridades brasileiras e nem pela União das Organizações Indígenas dos Povos do Javarari (Univaja), associação indígena que denunciou o desaparecimento dos dois.

Segundo Alessandra, após receber a informação, ela recebeu uma ligação da PF confirmando a localização de dois corpos, mas disse que eles ainda precisavam ser periciados para que a identificação pudesse ser feita.

Ainda de acordo com Alessandra, a Embaixada Britânica, que já havia comunicado aos irmãos de Dom Phillips a localização dos corpos do jornalista e do indigenista, ratificou a informação da PF.

Bruno e Dom foram pela última vez em 5 de junho ao chegarem a uma localidade chamada comunidade São Rafael. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino.

No domingo (12), as equipes de busca encontraram uma mochila, um notebook e um par de sandálias na área onde são feitas as buscas pelo jornalista inglês e pelo indigenista no interior do Amazonas. Segundo as autoridades, o material estava próximo da casa de Amarildo Costa de Oliveira, conhecido como Pelado e principal suspeito de envolvimento no crime.

Radicado no Brasil desde 2007, Dom Phillips é repórter freelance para o jornal inglês The Guardian e já colaborou com reportagens para Washington Post, New York Times e Financial Times. Ao lado de Bruno pereira, participava de expedições pela Amazônia desde 2018, com o objetivo de relatar problemas relacionados aos indígenas na região para o The Guardian.

Nesta nova incursão, viajou à região do Vale do Javari para realizar entrevistas para um livro sobre meio ambiente que está produzindo com o apoio da Fundação Alicia Patterson.

Segundo a União das Organizações Indígenas dos Povos do Javarari (Univaja), a equipe vinha recebendo ameaças antes do desaparecimento. “A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, informou a entidade em nota.

(Com informações do g1 Amazonas)

Aberje Trends debate comunicação corporativa na era do metaverso

Aberje Trends debate comunicação corporativa na era do metaverso

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) realiza em 22 e 23 de junho o Aberje Trends 2022, que reunirá lideranças de grandes empresas que estão transformando a comunicação empresarial no Brasil. O evento, que volta a ser presencial após duas edições online, será no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

O tema do Aberje Trends 2022 será a comunicação corporativa na era do metaverso. No primeiro dia, o escritor Pedro Doria fará uma palestra especial de abertura sobre Megatendências da comunicação. Na sequência, mediará uma mesa redonda de CEOs sobre tendências na gestão de negócios e o impacto na comunicação corporativa, com Gustavo Werneck, CEO da Gerdau e Jerome Cadier, CEO da LATAM Brasil.

O primeiro dia terá também a participação de Larissa Santos Battistini, gerente de Comunicação Institucional da Bayer Brasil; Helena Alonso, líder de Comunicação Corporativa para a Dow no Brasil; Raquel Ogando, diretora Global de Comunicação e Reputação da BRF, entre outros.

Já no segundo dia do evento, Rafael Sbarai, head de Produto e Operações do Cartola Express do Grupo Globo comandará a palestra especial Web3, Nfts e o Futuro das Empresas em um Mundo sem Cookies. Outros palestrantes confirmados são Leandro Provedel, gerente Corporativo de Comunicação e Marca da Engie Brasil; Maria Elisa Curcio, diretora jurídica e relações institucionais da Ypê; Renata Spallicci, VP da Apsen Farmacêutica; e Luiz Eduardo Serafim, head de Marca & Comunicação e Líder de Inovação da 3M.

Jornalistas interessados em cobrir o evento devem solicitar o credenciamento de imprensa para o e-mail lvieira@ortolanicomunicacao.com. A mensagem deve incluir nome completo, veículo, RG, e-mail e telefone.

Confira a programação completa e inscreva-se aqui.

Hamilton Almeida lança novo livro sobre Roberto Landell de Moura

Jornalistas&Cia inicia campanha para a inclusão do nome de Landell de Moura no Bulevar do Rádio em São Paulo

Principal biógrafo do padre-cientista gaúcho Roberto Landell de Moura, verdadeiro inventor do rádio, e autor de quatro livros sobre ele, Hamilton Almeida está lançando sua quinta obra com esse foco: Padre Landell: o brasileiro que inventou o wireless.

Segundo o professor Gildo Magalhães, que assina o prefácio, “encorpado com descobertas que reescrevem a história do ilustre personagem, Padre Landell: o brasileiro que inventou o wireless é um livro-reportagem surpreendente. Tudo o que se sabia adquiriu outra dimensão. Está mais claro o que e como o talentoso padre-cientista fez o que fez e qual foi a repercussão no País e no exterior. O seu retrato ganhou contornos mais consistentes, amplos e luminosos. Pela primeira vez, a experiência de 1899 é descrita em detalhes e alcançou o status de emblemática. Afinal, um público selecionado, membros da elite intelectual e empresarial paulista, teve o privilégio – então inédito no planeta − de ouvir sons transportados por ondas de rádio: acordes do Hino Nacional cruzaram o espaço de alguns quilômetros! Outra revelação: além das fronteiras nacionais, as suas patentes norte-americanas serviram de referência para outros inventores até recentemente. Um consolo para quem não teve o apoio necessário para comercializar notáveis criações”.

Hamilton começou a pesquisar as façanhas do Padre Landell ainda estudante na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e não parou mais. Iniciou a carreira profissional em São Paulo, como repórter da agência Telenotícias, do Grupo Visão. Em Porto Alegre, foi repórter de economia de Zero Hora por mais de uma década. Em Buenos Aires, foi correspondente de ZH e, depois, da Gazeta Mercantil Latino-Americana, além de colunista da revista Imprensa e colaborador da rádio BBC, de Londres, para assuntos de economia. Investigações na capital do país vizinho levaram-no a escrever Sob os olhos de Perón: o Brasil de Vargas e as relações com a Argentina (Record, 2005). De volta ao Brasil, atuou na CDN e é colaborador da revista Química e Derivados. É também autor de O amor através dos tempos (Universo dos Livros, 2010).

Aceesp anuncia mudanças na logomarca e site, e lança podcast

Aceesp anuncia mudanças na logomarca e site, e lança podcast

A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) anunciou uma série de mudanças que fazem parte de um projeto de modernização da entidade: nova logomarca, novo site, mudança de endereço da sede e o lançamento de um projeto em podcast.

A partir desta sexta-feira (10/6), a Aceesp passa a adotar uma nova logomarca, criação do designer gráfico Cláudio Duarte. Foram mantidos os padrões de cores em tom azul e a forma geométrica do círculo, com um desenho final que funde as imagens de um microfone e de um satélite de comunicação. “Em tempos de comunicação globalizada, a ideia era fazer essa ponte entre o passado e o presente”, explica Cláudio.

Outra novidade é a reformulação e modernização do site, que incluem requalificação visual e ampliação de conteúdo. A navegação é agora mais confortável e racional para o usuário, e os temas são divididos por categorias e aparecem na home de forma mais organizada, ordenados pelo número de acessos.

Aceesp anuncia mudanças na logomarca e site, e lança podcast

A Aceesp entra de vez no mundo dos podcasts com o lançamento do Podcast Aceesp, que passa a integrar o conteúdo regular do site e das mídias sociais da entidade. O projeto é feito em parceria com a Live Sports e a Sportheca. O primeiro episódio, sob o comando de Anderson Cheni, traz uma entrevista com Nélson Nunes, presidente da entidade, que fala sobre a missão de substituir a dupla Erick Castelhero/Maurício Noriega, que esteve à frente da Aceesp nos últimos seis anos, e dos desafios que tem para sua gestão.

Aceesp anuncia mudanças na logomarca e site, e lança podcast

Por último, a entidade anunciou que sua sede administrativa está atendendo em novo endereço: Avenida Paulista, 807 – sala 318 – Bela Vista – CEP: 01311-915. Os telefones para atendimento e contato com a diretoria continuam os mesmos: (11) 3251-2420 e (11) 3289-8409. O e-mail geral é contato@aceesp.org.br. E para falar com o presidente, presidencia@aceesp.org.br.

A este Portal dos Jornalistas, Nélson Nunes explicou que todas essas mudanças “fazem parte de um projeto de reposicionamento da Aceesp. A entidade é reconhecida por seus 81 anos de história e credibilidade em defesa dos interesses dos cronistas esportivos do Estado e agora busca um melhor alinhamento com a revolução por que passa o mercado da produção de conteúdo, em especial o jornalismo. A modernização do site e a criação do podcast seguem nessa linha e ampliam os canais de comunicação da entidade com seus sócios e com o mercado de maneira geral. O jeito de fazer jornalismo está mudando e a Aceesp procura acompanhar essa transformação”.

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