O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) condenou o apresentador Sikêra Jr. e a RedeTV por danos morais a Xuxa Meneghel. Eles deverão indenizar a apresentadora em R$ 50 mil. Ainda cabe recurso.
O processo refere-se a uma fala de Sikêra Jr. em 2020. No programa Alerta Nacional, o apresentador disse que o livro Maya: bebê arco-íris, escrito por Xuxa, levaria o público infantil “à travessura, prostituição e suruba”. A obra aborda a criação de crianças por pais do mesmo gênero.
Sikêra declarou também que Xuxa se “autodenominaria rainha, ex-rainha, e que a pedofilia é crime e não prescreve”, e que ela não teria direito de produzir conteúdo para crianças. Ele criticou o filme Amor, estranho amor, no qual Xuxa aparece em cenas de sexo.
Na decisão, o juiz declarou que as falas de Sikêra têm “intuito deliberado de depreciar a dignidade, bem como de ofender a honra subjetiva e objetiva” de Xuxa. Inicialmente, a Justiça havia decretado indenização de R$ 300 mil, mas em segunda instância, o valor foi reduzido.
Começou na semana passada e vai até 24/11 o segundo turno de votação para o Prêmio +Admirados da Imprensa de Tecnologia. Com patrocínio de Hotmart e iFood, além do apoio de divulgação da Press Manager e do Portal dos Jornalistas, a premiação vai eleger os jornalistas TOP 25 +Admirados, além de Colunista, e veículos nas seguintes categorias: Agência de Notícias, Canal Digital, Newsletter Especializada, Podcast, Site, Veículo Especializado em Consumo (B2C), Veículo Especializado em Negócios (B2B) e Veículo Geral.
Dos jornalistas indicados no primeiro turno, 67 passaram para o segundo turno, representando 38 veículos. São 48 homens e 19 mulheres. Os veículos finalistas são 94, dentro das oito categorias. Os que receberam mais indicações foram CanalTech, Techmundo, TechTudo, Tecnoblog e Tilt (UOL). Confira todos os finalistas dos +Admirados da Imprensa de Tecnologia aqui.
Para votar basta preencher um cadastro simples e curto (ou fazer login caso já tenha participado de outras votações) e indicar a colocação dos finalistas em cada categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter todas as indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados.
Iniciativa global do Google, visa a apoiar com um investimento os veículos de notícias que atendem a comunidades sub-representadas.
O Fundo de Equidade para o Jornalismo selecionou 35 veículos brasileiros. Iniciativa global do Google, visa a apoiar com um investimento os veículos de notícias que atendem a comunidades sub-representadas, para que possam ter possibilidade de expandir suas operações.
O objetivo do projeto é impulsionar a produção de conteúdos que tenham como premissa a representatividade, como por exemplo comunidades periféricas, jornalismo descentralizado e feminismo. Foram selecionadas 450 organizações, de 52 países.
Morreu nessa quarta-feira (16/11) Estevam Roitman, aos 66 anos, vítima de um infarto fulminante. Desde maio ele era editor de textos no programa Repórter Eco, da TV Cultura. Tinha mais de 46 anos de profissão. Estava na redação quando passou mal e chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Roitman trabalhou por 20 anos na Bandeirantes, atuando no Brasil Urgente, também editor de textos. Carinhosamente conhecido como “vô” na redação, era criterioso e detalhista, e a quem os colegas recorriam quando tinham dúvidas de gramática.
José Luiz Datena, apresentador do Brasil Urgente, comentou a morte de Roitman durante o programa: “Com muita dor hoje pela morte de nosso Estevam Roitman. Trabalhou por muitos anos conosco aqui no Brasil Urgente, e morreu em pleno trabalho. Era uma figura doce, maravilhosa, competente, um cara que eu gostava de verdade. Uma pena”.
A Fundação Padre Anchieta (FPA) emitiu nota lamentando a morte do jornalista, e se solidarizando com familiares e amigos. A família de Roitman não havia divulgado informações sobre velório e sepultamento até a publicação deste texto.
Após a realização do censo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira, de 2021, do Projeto #Diversifica e da parceria editorial com a Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, ambos de 2022, J&Cia dedica este seu especial sobre o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20/11, à saga dos negros e negras no jornalismo brasileiro ao longo da História, desde os que iniciaram essa jornada de lutas, sacrifícios, desafios e conquistas, séculos atrás, até os que hoje dão continuidade ao esforço de seus antepassados, buscando avançar no equilíbrio racial das redações do País.
É um trabalho autoral do paraibano Assis Ângelo, colaborador deste J&Cia há quase uma década, que ficou cego em 2013 em decorrência do descolamento da retina em ambos os olhos. Assis foi o mentor do especial sobre o centenário de nascimento do jornalista negro João do Rio, celebrado em junho de 2021, que à época também rendeu um especial deste J&Cia, na celebração do Dia da Imprensa. Além disso, os textos de Assis, sejam em prosa ou poesia, sempre se mostram atentos e reservam aos negros um lugar especial, no blog que leva seu nome e que ele atualiza diariamente ou em trabalhos editoriais, literários e musicais produzidos ao longo de sua profícua carreira.
Na segunda semana da COP27, 30 veículos de 23 países − nenhum do Brasil − publicaram um editorial conjunto que tem a justiça climática como alvo.
O texto, que saiu em 15 de novembro, diz que “em vez de abandonar os combustíveis fósseis e adotar energia limpa, nações ricas estão reinvestindo em petróleo e gás, falhando na promessa de reduzir as emissões com rapidez suficiente e regateando a ajuda que estão capacitadas a enviar aos países pobres”.
Desde os primeiros dias da cúpula da ONU no Egito − que será tema de uma edição especial do MediaTalks − o debate sobre quem paga a conta toma conta das conversas.
Alguns governos fingem que não é com eles. É o caso do Reino Unido. O primeiro-ministro Rishi Sunak chegou a anunciar que não iria ao Egito. Mas mudou de ideia depois que seu antecessor, Boris Johnson, resolveu aparecer lá.
Os dois viraram inimigos depois que Sunak se desgarrou do antigo chefe. Mas em uma coisa parecem concordar: o país não quer colocar a mão no bolso.
Em um discurso-relâmpago na semana passada na COP27, parecendo querer livrar-se da batata quente do clima, Sunak usou uma retórica que ilustra a distância entre teoria e prática. Ele disse que é “moralmente certo” que a Grã-Bretanha honre seus compromissos. Mas não falou em dinheiro.
Antes, em um encontro não-oficial, Johnson foi mais direto e adotou o estilo “devo-não-nego-mas-pago-quando-puder”.
Ele admitiu que o país havia despejado “uma quantidade terrível de carbono na atmosfera”, mas afirmou: “O que não podemos fazer é compensar isso com algum tipo de reparação. Nós simplesmente não temos os recursos financeiros – e nenhum país pode”.
Várias nações estão sendo cobradas a rever posição sobre o lost and damage (perdas e danos). E isso pode não acabar quando as cortinas se fecharem em Sharm El-Sheikh.
O editorial dos 30 jornais é um sinal de que uma parte da mídia internacional não deve deixar o assunto esfriar, mantendo a crise do clima como risco de prejuízos à imagem de governos e empresas que não atenderem às expectativas da sociedade, dos cientistas e dos ativistas.
The Guardian, talvez o jornal internacional que mais espaço dedica ao clima − é um dos fundadores da coalizão Covering Climate Now, da qual o MediaTalks faz parte −, deu metade de sua capa ao editorial e incorporou-o à testeira, diagramação carregada de simbolismo.
Chamada para o editorial na testeira do Guardian
É mais do que uma matéria. É “o” jornal que tem um compromisso com a cobertura climática publicado e atualizado regularmente. E contabiliza mais de quatro mil matérias sobre o clima, lidas por 65 milhões de pessoas em 2021.
Em uma reportagem sobre a iniciativa, Katharine Viner, editora-chefe do Guardian, que liderou o movimento, disse que o editorial “é uma demonstração poderosa de como as organizações de notícias de todo o mundo podem se unir para colaborar no interesse público”.
O texto diz que os 30 que publicaram o manifesto têm uma visão comum sobre o que precisa ser feito, criticando nações que pouco agiram para mitigar os efeitos das mudanças associadas a catástrofes ambientais registradas este ano. E aponta que essas mesmas nações seguem investindo em combustíveis fósseis, tendência chamada de “nova corrida do ouro”.
Os editorial cobra os investimentos de US$ 100 bilhões por ano por parte das nações mais ricas e um imposto sobre os lucros combinados das maiores empresas de petróleo e gás.
A COP27 começou meio esquisita, com pressões sobre o Egito pelas violações aos direitos humanos e restrições a manifestações de rua. Muitos líderes globais não foram, nem Greta Thunberg, o que parecia ser um sinal de esvaziamento.
É fato que nem todos os países estão vendo a mídia local cobrir a COP27 com destaque. Um exemplo são os EUA. Na terça-feira em que o editorial foi publicado, nenhum dos jornais mais influentes − Washington Post, New York Times, Los Angeles Times, Chicago Tribune − trouxe chamadas de capa sobre a conferência da ONU, nem um rodapé.
Dos grandes jornais do país, apenas o Miami Herald republicou o editorial. Junto com eles a revista The Nation, também uma das fundadoras da Covering Climate Now, e a Rolling Stone.
Em outros países, no entanto, os debates da conferência estão sendo acompanhados atentamente, incluindo no Brasil.
Em entrevista para o Especial COP27 deste MT, as pesquisadoras Sanae Okamoto, líder da Iniciativa de Resistência Climática da Universidade das Nações Unidas, e Nidhi Nagabhatla, da mesma universidade, observaram que o trabalho da mídia como formadora de opinião sobre a crise climática é uma obrigação social e moral. E recomendaram cautela com o tratamento do tema: “É necessário certificar-se de que os ‘fatos’ relativos à mudança climática sejam reportados com clareza, destacando a realidade, os riscos e também as soluções para mitigar seus impactos”.
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Ainda se recuperando da Covid-19, o narrador Galvão Bueno não narrará o jogo da abertura da Copa do Mundo de 2022, no próximo domingo (20/11), entre Catar e Equador. Luís Roberto será o substituto dele no primeiro jogo da Copa, ao lado dos comentaristas Caio Ribeiro e Roger Flores.
O fato quebra uma tradição do jornalismo da Globo que já dura anos, pois Galvão comandou todas as aberturas de Copa desde 1986. Ele foi diagnosticado com Covid-19 na última sexta-feira (11/11), e ficou no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Já recebeu alta, mas ainda espera um teste negativo para poder viajar para o Catar.
A estreia de Galvão na Copa será no primeiro jogo da seleção brasileira, contra a Sérvia, em 24/11, às 16h, acompanhado do ex-jogador Roque Júnior e da comentarista Ana Thaís Matos. Além dos jogos do Brasil, Galvão narrará a final da Copa, mesmo se a seleção brasileira não jogar.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele avisou que já está recuperado e fez um alerta sobre a doença: “Tomem cuidado. A Covid-19 voltou e voltou com força. Mas eu já estou recuperado, e estou passando aqui para dizer para vocês isso. Agora, é só uma questão de dar negativo, pegar o avião, e fazer o Brasil na Copa. Que venha o Hexa!”
A agência de conteúdo Eco Nordeste comemora em 2022 quatro anos de existência, e para comemorar suas conquistas deu um novo passo e formalizou-se como Instituto Eco Nordeste. O processo de legalização foi apoiado financeiramente pela Marco Zero Conteúdo, com recursos de projeto de criação e fortalecimento da rede de organizações de mídia independente do Nordeste.
“A transição é um marco institucional muito importante para a nossa trajetória”, explica Maristela Crispim, idealizadora e editora-chefe da Eco Nordeste. “Um avanço que contribuirá para profissionalizar a entidade e mobilizar capital financeiro e humano. Fatores estes fundamentais para que a Eco Nordeste siga fortalecendo uma nova consciência coletiva sobre o desenvolvimento sustentável na região”.
Fundada em 2018, a Eco Nordeste surgiu com o objetivo de dar visibilidade e incentivar o desenvolvimento sustentável na região, por meio de notícias, webstories, podcasts postagens nas redes sociais. Ao longo desses quatro anos, venceu o Prêmio MPCE de Jornalismo na categoria Webjornalismo, e ficou em 2º lugar na categoria Internet do Prêmio Semear Internacional de Jornalismo. Com a transição para instituto, a ideia é desenvolver mais projetos socioculturais e contribuir para a formação do jornalismo ambiental no Nordeste, entre outros propósitos.
A Rádio Novelo estreia na quinta-feira (17/11) o Rádio Novelo Apresenta, podcast que traz reportagens jornalísticas de diferentes temas contadas por meio de uma narrativa imersiva. O primeiro episódio relacionará áudios da ditadura militar com um método peculiar de ensino de inglês.
“Depois de anos contando histórias em série, decidimos embarcar no desafio de produzir uma série de histórias”, explica Branca Vianna, presidente da Novelo e apresentadora do projeto. Ela também foi responsável por outros podcasts, como Praia dos Ossos, Retrato Narrado e Vidas Negras. Além de equipe própria, o Rádio Novelo Apresenta terá colaboração de repórteres de todo o País e parcerias com outros veículos.
O projeto será como uma revista sonora, trazendo reportagens independentes entre si e que podem ser ouvidas em qualquer ordem. Paula Scarpin, diretora de criação, explica que “serão histórias mais curtas, com a mesma qualidade técnica e jornalística das séries já produzidas pela Novelo”.
Os episódios serão semanais, lançados às quintas-feiras nas plataformas de áudio, no site da Rádio Novelo e no YouTube. Para abrigar o novo projeto, o site da Novelo foi reformulado e terá, além dos episódios em áudio, conteúdos extras em textos, fotos, vídeos, e referências de pesquisa. A rádio também lançará uma newsletter semanal sobre o projeto. Para se inscrever na newsletter, clique aqui.
Levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 385 bloqueios de autoridades públicas brasileiras a profissionais de imprensa até 11 de novembro. O monitoramento, realizado desde setembro de 2020, mostrou que ao menos 192 jornalistas foram impedidos de acessar contas de parlamentares, ministros, prefeitos e/ou do presidente da República.
O presidente Jair Bolsonaro lidera o ranking como autoridade que mais bloqueou jornalistas no Twitter, com 104 restrições. Em segundo lugar está Mário Frias, ex-secretário especial da Cultura, com 43 bloqueios. Em seguida aparece Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, com 42. Somados, os vetos dos três representam 49% do total de bloqueios.
Só em 2022, foram 36 bloqueios a profissionais de imprensa. A maioria dos jornalistas relatou que o veto foi motivado por questionamentos e críticas que fizeram às autoridades. Outra parcela significativa de repórteres disse não saber o motivo do bloqueio. “O impeditivo dificulta a apuração de jornalistas que recorrem, especialmente em períodos eleitorais, às redes sociais de políticos para acompanhar as manifestações oficiais dos postulantes aos cargos públicos”, destaca a Abraji.
Juliana Lourenço, idealizadora do ProIndígenas, uma das profissionais prejudicadas, foi bloqueada por cinco autoridades públicas no Twitter, incluindo Jair Bolsonaro: “É como se eu estivesse procurando informações no escuro. Tive que recorrer a outros perfis que postam os mesmos tuítes dele para quem é bloqueado”.