Morreu na noite dessa quarta-feira (11/1) Luiz Orlando Carneiro, aos 84 anos, em Brasília. Referência na cobertura do Supremo Tribunal Federal (STF), ele estava internado há alguns dias com um quadro de insuficiência renal.
Nascido no Rio de Janeiro, Luiz formou-se em Direito pela antiga Universidade do Estado da Guanabara, em 1963. Antes, em 1959, já tinha interesse pelo jornalismo e começou a trabalhar como estagiário no Jornal do Brasil. Cinco anos depois, assumiu a subchefia de reportagem do jornal, além de atuar como editor executivo e chefe de Redação.
Em 1979, mudou-se para Brasília para chefiar a sucursal do jornal na região. A partir de 1992, passou a traduzir para o grande público decisões dos tribunais superiores, tornando-se referência na cobertura do STF e do mundo judiciário.
Em 2014, foi para o portal JOTA, onde permaneceu nos últimos oito anos. Em 2018, aos 80 anos, recebeu uma homenagem do STF.
Entidades e personalidade do mundo judiciário lamentaram a morte do jornalista. Os ministros Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Luiz Fux, André Mendonça, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e Edson Fachin prestaram homenagens a ele.
A Mercado & Consumo, braço de comunicação da Gouvêa Ecosystem, terá um estúdio próprio dentro da NRF-2023, maior evento de varejo do mundo, realizado na primeira quinzena de janeiro, em Nova York. Célio Martinez, CEO do projeto, embarca ainda esta semana para os Estados Unidos.
A delegação brasileira será a segunda maior no evento, atrás apenas da norte-americana. É a primeira vez que um veículo brasileiro terá um estúdio próprio dentro do evento. Diariamente, serão produzidos podcasts, videocasts, boletins e reportagens diretamente do pavilhão.
“Seja grande imprensa ou veículos nichados, nunca houve uma cobertura tão próxima, tão internalizada”, destaca Diógenes Menon, Head de PR da Gouvêa Ecosystem. “Pelo ineditismo da iniciativa e considerada a dimensão do evento, entendemos essa presença como um marco, um grande marco, para a imprensa especializada em varejo, mercado e consumo – este grande universo”.
O YouTube proibiu no começo da semana o canal bolsonarista Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, de transmitir conteúdo por 15 dias. Segundo comunicado da própria Oeste, o motivo para seria “propagação de conteúdo violento”.
Para driblar a suspensão, o programa passou a ser transmitido nas redes sociais da Revista Oeste, no Twitter e nas plataformas de vídeo Vimeo e Rumble. O Oeste Sem Filtro estreou em novembro do ano passado, e tem em seu elenco jornalistas assumidamente bolsonaristas, como Augusto Nunes, Guilherme Fiuza, Paula Leal e a ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel.
Transmitido ao vivo de segunda a sexta-feira, das 17h45 às 19h30, o programa ganhou audiência de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro por causa de debates sobre supostas fraudes nas eleições. Sua linha editorial pauta pela “defesa do pensamento liberal-conservador”.
Leandro Colon, que estava há um ano no Nubank liderando as áreas de comunicação de políticas governamentais, relação com executivos e segurança digital, deixou a organização para empreender. Montou a LC2 Corp and Policy Comms Strategy, para atuar, sobretudo entre Brasília e São Paulo, como consultoria butique para empresas e c-levels e em estratégia de comunicação em políticas públicas, gerenciamento de crise, engajamento com a mídia, entre outros serviços.
Leandro tem 23 anos de experiência, 18 deles na cobertura em Brasília, em sete veículos (Folha, Estadão, Correio Braziliense, G1, SBT, Blog do Noblat e iG) − como diretor, colunista, repórter e correspondente em Londres – e mais dois prêmios Esso e duas Olimpíadas na bagagem. Ele diz estar iniciando sua jornada como empreendedor na área de policy comms pelo potencial que ela demonstra ter e por acreditar que a experiência adquirida em duas décadas de jornalismo em Brasília, somada a uma jornada em um ano importante da história do Nubank, não deixa de ser um ativo raro e útil para ser compartilhado.
O terremoto causado pelo livro do príncipe Harry não está abalando apenas a monarquia, mas também a reputação da imprensa britânica.
Culpar a mídia por notícias desfavoráveis não é novidade. No entanto, a dimensão da batalha que uma das maiores celebridades do mundo contemporâneo resolveu travar é impressionante.
Harry declarou em entrevista ao apresentador Tom Bradbey, da ITV, que reformar a imprensa britânica virou “o trabalho de sua vida”.
Em Spare e em entrevistas prévias, Harry desfia um rosário de reclamações que jornalistas especializados em acompanhar a família real chamam de “obsessão”.
Compreensivelmente, a morte da princesa Diana em um automóvel perseguido por paparazzi é um trauma. Mas nos anos que se seguiram, a mágoa parecia sob controle. Os tabloides noticiavam as estripulias de Harry, assim como outras situações constrangedoras para a família real.
Ainda assim, jornalistas desses veículos continuaram a participar de eventos e viagens da realeza, em uma relação de interesse mútuo. Harry não se demonstrava desconfortável ou pouco colaborativo.
Até que veio o casamento com Meghan. Na visão do casal, os tabloides encarnam o mal do mundo e causaram o sofrimento que os fez deixar o país.
Eles pegam pesado, sim. Mas nem todos os jornalistas são racistas ou discriminam estrangeiros − embora alguns certamente o façam. Nem todas as notícias negativas são perseguições ou invenções. E várias não tiveram origem em tabloides.
O hipermonarquista Daily Telegraph sempre foi um dos mais críticos a Meghan na época da briga com o pai, vista como uma baixaria que destoava da discrição da família real. E não perdoou a ida do casal para os EUA, tratada como traição.
Em 2021, o conservador The Times publicou reportagens devastadoras sobre doações à fundação do então príncipe Charles. Algumas em dinheiro vivo, outras supostamente em troca de comendas reais concedidas em segredo.
Outro exemplo é o apresentador de TV Piers Morgan, da ITV, que em 2021 perdeu o emprego na emissora por duvidar dos pensamentos suicidas de Meghan revelados à apresentadora Oprah Winfrey.
Os tabloides não são os únicos responsáveis pela cobertura negativa, mas são o inimigo perfeito em uma narrativa maniqueísta de bem contra o mal, inclusive judicialmente.
Em 2022, Meghan ganhou uma ação contra o Daily Mail por causa da publicação de trechos da carta enviada por ela ao pai após o casamento, primeiro grande escândalo a atingir o casal.
Harry move atualmente três processos contra empresas que editam tabloides.
O curioso na narrativa dele é que, ao mesmo tempo em que demoniza a imprensa, acusa assessores do Palácio e membros da família de terem vazado informações para jornais com o objetivo de destruir a imagem de Meghan e supostamente forçar o “Megxit”.
No melhor estilo “mate o mensageiro”, culpa a imprensa por aceitar o jogo, que estaria sendo feito por sua própria família − a mesma a quem ele parece agora querer perdoar. E chegou a dizer nas entrevistas recentes que não acha racista. De novo, teria sido a imprensa britânica a inventar essa tese, embora a primeira a verbalizar isso tenha sido a americana Oprah ao comentar a revelação do casal de que alguém tinha perguntado sobre a cor da pele do filho que esperavam.
Não há santos nessa história. A estabilidade da monarquia é assunto de Estado em um país que tem imagem e negócios associados a ela.
Com exceção do The Guardian, a grande mídia britânica é controlada por aristocratas ou grupos conservadores. A família real usa os instrumentos de que dispõe para se promover e se proteger, como empresas e instituições fazem. Até onde esse uso foi ético durante todo o tempo será difícil descobrir.
Mais difícil ainda é Harry transformar um ecossistema de mídia em que notícias sobre celebridades são elemento vital, porque o público as consome. Uma regra válida em todo o mundo.
Entretanto, o estrago foi feito. A guerra santa do príncipe magoado contra a imprensa pecadora pode contribuir para deteriorar ainda mais a confiança do público no jornalismo.
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A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) divulgou a lista de vencedores do 39º Troféu Aceesp, que reconhece o trabalho da imprensa esportiva em 2022.
Entre as novidades desta edição estão as categorias Interior e Litoral, que agora contam com troféus específicos, além da premiação para a melhor foto do ano, em parceria com a Arfoc-SP. A cerimônia de premiação voltará a ser presencial após dois anos de pandemia, em 30 de janeiro, no Museu do Futebol, no Pacaembu.
Confira a lista dos vencedores:
TV (Aberta e fechada)
Narrador (a):Everaldo Marques (TV Globo/SporTV)
Comentarista:Ana Thaís Matos (TV Globo/SporTV)
Repórter: André Hernan
Apresentador (a):Luiz Teixeira (TV Globo/SporTV) e Renata Fan (TV Bandeirantes)
Rádio
Narrador (a):Marcelo do Ó (Rádio BandNews FM)
Comentarista: Cláudio Zaidan (Rádio Bandeirantes)
Repórter: Rafael Esgrilis (Rádio Energia 97 FM)
Apresentador (a):Thomaz Rafael (Rádio Transamérica)
Mídia Digital/Online
Melhor veículo: Portal UOL Esportes
Melhor profissional do ano: César Tavares (Voz do Esporte)
Opinião – Mídia Escrita (Impresa ou Digital)
Melhor colunista: Luis Augusto Símon/Blog do Menon (Portal UOL Esporte)
Interior
Rádio: Rádio CBN (Ribeirão Preto)
TV: EPTV (Ribeirão Preto)
Jornal/site: Correio Popular (Campinas), Diário do Grande ABC, Jornal de Piracicaba e O Liberal (Americana)
Litoral
Rádio: Rádio Caraguá FM
TV: TV Tribuna (Santos)
Jornal/site: A Tribuna de Santos
Ex-atletas
Melhor profissional do ano: Pedrinho (TV Globo/SporTV)
Assessoria de Imprensa
Melhor profissional do ano: Vinicios Oliveira (Red Bull Bragantino)
Prêmios especiais indicados pela diretoria
Troféu Regiani Ritter – Simone Melo
Troféu Ely Coimbra – Luís Carlos Quartarollo
Honra ao Mérito – 50 anos de carreira: Jota Júnior, José Eduardo Savóia e José Desidério
Melhor matéria escrita (mídia impressa ou plataformas online) – Emilio Botta, com a matéria intitulada Internação no interior de SP, uso de canabidiol e memórias da carreira: a luta de Maguila pela vida, publicada no GE.Globo.
Melhor imagem do Esporte em 2022 – Tarso Sarraf, com foto do gol de Richarlison na vitória do Brasil sobre a Sérvia na Copa do Catar
O procurador-geral da República, Augusto Aras, direcionou um ataque machista à jornalista Miriam Leitão, do Grupo Globo, nessa segunda-feira (9/1). Em entrevista ao canal BNews TV, Aras afirmou que Miriam teria um “fetiche” nele.
“Essa senhora parece que tem um fetiche comigo, talvez porque eu não tenha atendido às matérias seletivas para ela e à família dela. Essa senhora foi cortada da seletividade que tinha na Operação Lava Jato. E, provavelmente, o jornal dela ganhou mais dinheiro do que com a novela das 8″, disse o PGR.
Um dia antes da entrevista, no domingo (8/1), em sua coluna no jornal O Globo, Miriam publicou que Aras havia acabado, em novembro do ano passado, com os grupos das procuradorias que combatiam atos antidemocráticos, e no lugar deles criou uma única comissão que fica subordinada a ele.
Entidades e colegas repudiaram a fala de Aras. Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) escreveu que os ataques se tornam ainda mais graves “quando partem de uma autoridade que deveria zelar pela proteção legal à imprensa e, ao mesmo tempo, defender o respeito às mulheres jornalistas”.
“A ANJ reafirma sua solidariedade a Miriam Leitão, vencedora do Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa em 2017, exatamente em razão de sua postura permanente em defesa dos valores e princípios que norteiam o melhor jornalismo”, escreveu a entidade.
O Globo também se posicionou sobre o ocorrido: “É assustador que alguém que ocupa o cargo mais elevado do Ministério Público, guardião maior da lei, ofenda a honra de uma das profissionais mais brilhantes e corretas do jornalismo brasileiro. E de um jornal com um extenso histórico de serviços prestados à democracia brasileira. Ninguém é imune a críticas – nem jornalistas nem autoridades. Mas ninguém, no Estado Democrático de Direito, pode ofender de maneira tão vil como fez o Procurador-Geral. A ofensa de Aras certamente diz mais sobre ele do que sobre Miriam e O Globo”.
Oito de janeiro. Nunca na história do País tantas imagens divulgadas pelo trabalho incansável da imprensa revelaram tamanha destruição e violência contra a democracia e os profissionais de imprensa como nesse fatídico domingo. Foi ultrajante nos depararmos com cenas de tamanha barbaridade, na data em que se celebraram o Dia Nacional da Fotografia e o Dia do Fotógrafo. Profissionais sofreram ameaças e violência física e psicológica. Muitos tiveram seus equipamentos roubados ou avariados. Os relatos das vítimas das agressões são impressionantes.
Não por acaso a data dos atos terroristas em Brasília aproxima-se do 6 de janeiro, dia em que, nos Estados Unidos, em 2021, o Capitólio foi invadido e violentado por membros de movimentos antidemocráticos ligados à extrema direita americana e simpatizantes do então presidente Donald Trump.
No Brasil, as agressões também cresciam a olhos vistos desde o início do governo Bolsonaro, simpatizante e defensor do ex-presidente americano.
Ainda assim, causou estranheza que parte da imprensa, até os lamentáveis acontecimentos do dia 8, ainda tratasse como “manifestantes” ou com outros termos neutros e sutis os que defendiam abertamente, com armas e discursos ameaçadores, um golpe de Estado − ou seja, um crime contra a democracia. O estrago promovido pelos terroristas em Brasília mostrou o quanto essa parte da imprensa subestimou os agentes das sombras que ameaçam a sociedade e a democracia brasileiras.
Mas se existe um lado bom da história é o de reconhecer que os ataques e a tentativa de golpe de Estado fracassaram. As instituições e o atual governo certamente sairão mais fortalecidos − e atentos − após esses funestos acontecimentos. E a imprensa aprendeu que os inimigos da democracia são também seus inimigos, e que é imprescindível identificá-los como tais e combatê-los desde sempre. Sem democracia não há imprensa livre, porque imprensa sempre haverá. E vice-versa.
Entidades defensoras da liberdade de imprensa reuniram-se nessa segunda-feira (9/1) com Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), para discutir os ataques a jornalistas durante a cobertura dos atos golpistas em Brasília e do desmonte dos acampamentos bolsonaristas pelo País.
As entidades pediram que o Governo estude a federalização de crimes contra jornalistas, além de identificar e punir os responsáveis pelas agressões contra os profissionais de imprensa. Estiveram presentes representantes de Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Repórteres sem Fronteiras (RSF).
Também foi solicitado, como medida a médio prazo, apoio do governo brasileiro à proposta da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) de criação de uma convenção da ONU específica para a segurança dos jornalistas e do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas.
A Secom comprometeu-se a pedir ao presidente Lula que faça uma articulação com governadores para estabelecer ação conjunta de enfrentamento à violência contra jornalistas, além de recomendar que as forças de segurança respeitem o trabalho da imprensa.
Os jornalistas Césio Oliveira, Vander Prata, José Barreto e o produtor cultural Sérgio Guerra lançarão em 24/1 o livro Um Passo da Liberdade – 1985-1986, que reúne pensamentos de políticos e artistas do Brasil nos anos da redemocratização.
A obra traz reportagens e entrevistas exclusivas, publicadas pelo tabloide Jornal da Pituba, de Salvador (Bahia), nos anos de 1985/1986, que refletem o que pensavam personagens relevantes do cenário político, social e cultural da época. O livro contém pensamentos de Caetano Veloso, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola, Waldir Pires, Dorival Caymmi, Dom Avelar Brandão Vilela, entre outros. Ao todo, são 17 entrevistas e reportagens praticamente inéditas.
O Jornal da Pituba, último alternativo da imprensa baiana, registrou o período da redemocratização com “cautela, desconfiança, ousadia e bom humor”, de acordo com os autores do livro, à época editores do jornal. “Fizemos um jornalismo livre, informativo e crítico, revolucionário, sem militâncias ideológicas, absolutamente democrático”.
O livro também reproduz as capas e contracapas originais do jornal, criadas por Rogério Duarte e Fernando Borba. O lançamento será em 24/1, às 18h, na Casa Rosa (Praça Colombo, 106, Rio Vermelho), em Salvador.