A TV Brasil 247 estreou o programa Américas, de ponta a ponta, que traz entrevistas, análises, reportagens e conversas, às terças-feiras, às 14 horas. O programa, com os jornalistas Marcia Carmo, de Buenos Aires, e Pedro Paiva, de Nova York, conversa semanalmente com brasileiros que moram no exterior.
Nas duas primeiras edições, o programa conversou com um estudante brasileiro sobre como é estudar medicina em Buenos Aires, e com a atriz mineira Jassana Vaz sobre o desafio e a emoção de interpretar Marielle Franco em uma obra que está sendo preparada para ser apresentada em Nova York. A jornalista e professora Mila Burns, diretora do Centro de Estudos Latinos e Caribenhos do Graduate Center na City University of New York, explicou porque estudantes ficam tão endividados nos Estados Unidos.
Marcia Carmo edita o site do Clarin em português, escreve para a BBC Brasil e faz reportagens semanais para o AgroMais, da Bandeirantes. Tem mestrado em Estudos Latino-Americanos e é autora dos livros América do Sul, indicado ao Prêmio Jabuti, e Argentinos, mitos, manias e milongas. Foi presidente da Associação de Correspondentes Estrangeiros na Argentina.
Pedro Paiva é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É atualmente correspondente do Brasil 247 e colaborador da Revista Híbrida e da USBRTV. Acompanha a política americana e outros temas importantes do país. Foi produtor e repórter do América News, jornal do canal internacional da Globo para a comunidade brasileira nos Estados Unidos.
O TJ-SP acatou recurso do Aos Fatos contra a Revista Oeste, que pedia censura e indenização à plataforma de checagem.
O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou recurso do Aos Fatos contra a Revista Oeste, que pedia censura e indenização à plataforma de checagem por apontar desinformação em duas de suas publicações.
“A checagem de notícias se tornou uma importante ferramenta do jornalismo profissional e não pode ser cerceada, a pretexto de contribuir para prejuízos financeiros”, afirmou o desembargador do TJ-SP Viviani Nicolau, relator da decisão colegiada que julgou improcedente a ação da Revista Oeste.
A decisão da 3ª Câmara de Direito Privado do tribunal reformou uma sentença de maio de 2021 em que o juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível do mesmo órgão, determinou que Aos Fatos não poderia dizer que a Oeste havia veiculado informações falsas. Na ocasião, a decisão liminar proibiu que o site mencionasse o nome da revista em duas checagens.
Na primeira, Aos Fatos desmentiu alegação de que imagens de satélite da Nasa, agência espacial americana, mostrariam menos focos de incêndio na Amazônia que os dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. As publicações desinformativas valiam-se de uma imagem captada em apenas um dia de julho de 2020, enquanto o Inpe mostrava dados de todo o mês de junho do ano passado. Publicada pelo site Revista Oeste em 20 de julho de 2020, a desinformação ganhou tração nas redes ao ser difundida por deputados federais aliados do governo de Jair Bolsonaro.
A outra publicação atingida pela liminar comprovou que era enganosa a relação feita pelo prefeito de São Lourenço (MG) entre a adoção do “tratamento precoce” e a redução a zero de internações e mortes por Covid-19 na cidade. A Oeste reproduziu a associação, sabidamente falsa, nas redes sociais.
Em artigo publicado no último domingo pela Folha de S.Paulo, Katia Brembatti, presidente da Abraji, e Bia Barbosa, coordenadora de incidência da Repórteres Sem Fronteiras, alertam para o possível desfecho do julgamento envolvendo a jornalista Juliana Dal Piva e o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, que deve retornar à pauta do Tribunal de Justiça de São Paulo nos próximos dias.
Após a publicação do podcast A vida secreta de Jair, que foi ao ar em julho de 2021, a repórter do UOL recebeu uma mensagem do advogado da família Bolsonaro a ameaçando. Ela levou o caso para a justiça, que o condenou em primeira instância, mas na decisão o juiz Fábio Junqueira, da 6ª Vara Cível do TJ-SP, também sentenciou a jornalista por divulgar a mensagem com a ameaça, transformando a vítima em ré do seu próprio processo. Para o magistrado, a jornalista feriu a privacidade de Wassef.
No artigo, Katia e Bia lembram ainda que o “Supremo Tribunal Federal já pacificou, em diversas decisões, que é permitida a divulgação, pelas partes, de conteúdo de conversas, desde que haja uma motivação evidente, como interesse público ou estratégia de proteção. É o caso da repórter. Afinal, a exposição da ameaça leva, muitas vezes, ao recuo do agressor, sendo uma prova de possível autoria”.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) realizará de 27 a 31/3 a 1ª Semana Nacional de Jornalismo ABI. As inscrições são feitas no site.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) realizará de 27 a 31/3 a 1ª Semana Nacional de Jornalismo ABI. Buscando debater, com base em diferentes visões, o jornalismo contemporâneo no Brasil, o evento conta com a parceria da Faculdade de Comunicação Social da UERJ. As inscrições são feitas no site da entidade de forma gratuita.
A Semana tem o objetivo de provocar uma ampla reflexão sobre o jornalismo, a partir de temas que vão desde a formação nas universidades até os desafios profissionais impostos pelas plataformas digitais. Abordará, entre outros, o lugar do repórter na prática jornalística, a ética no exercício da profissão, a mídia hegemônica e a independente, a diversidade no jornalismo, o papel político da imprensa e a imagem do País na imprensa internacional.
Termina nesta quarta-feira (22/3) o período de inscrições para a 11ª edição do Prêmio Gabo, realizado pela Fundação Gabo, cujo tema este ano será O jornalismo vive.
O prêmio tem o objetivo de reconhecer e destacar o trabalho jornalístico feito em meio a ameaças, ataques, críticas e fake news na região da América Ibérica, em cinco categorias: Texto, Fotografia, Áudio, Imagem e Cobertura.
Cada categoria terá três finalistas e um vencedor. Os finalistas receberão um reconhecimento durante o Festival Gabo 2023, serão convidados ao evento, com todas as despesas pagas, e receberão oito milhões de pesos colombianos, pouco mais de R$ 8.600.
Já o vencedor de cada categoria receberá 35 milhões de pesos colombianos (cerca de R$ 38 mil), um certificado, e um exemplar da escultura Gabriel, criada pelo artista colombiano Antonio Caro.
Podem ser inscritos trabalhos publicados originalmente em espanhol ou em português, entre 7 de junho de 2022 e 21 de março de 2023. O Festival Gabo 2023 será realizado de 30 de junho a 2 de julho, em Bogotá, na Colômbia.
Marília Correa Assef é a nova diretora de Jornalismo da TV Cultura. Ela assume o cargo no lugar de Leão Serva, que comandou o departamento por quatro anos. Ele será diretor internacional de Jornalismo da emissora e correspondente em Londres.
Em sua terceira passagem pela emissora, Marília era desde 2019 chefe de Redação da TV Cultura. No lugar dela ficará José Vidal Pola Galé, que trabalhou no Jornalismo da emissora anteriormente.
Em nota, a TV Cultura comentou as mudanças: “A direção da TV Cultura agradece a Leão Serva pela dedicação e significativas realizações na emissora nos últimos quatro anos. E deseja muito sucesso ao jornalista e a Marília Assef nesta importante missão de conduzir e levar ao público um jornalismo sério, plural e de grande credibilidade”.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investivativo (Abraji) disponibilizou na plataforma PinPoint duas novas coleções de materiais de interesse público: cerca de 5.700 documentos de campanha de pessoas que concorreram às eleições e foram presas nos atos golpistas de 8 de janeiro, e pouco mais de 16 mil arquivos sobre ministros do governo Lula.
Segundo levantamento da Abraji, ao menos 56 candidatos que concorreram em eleições desde 2002 foram presos durante as manifestações antidemocráticas em Brasília. Desses, 11 disputaram as últimas eleições. Do total, o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, concentra o maior número de detidos, com cinco candidatos presos.
A Abraji analisou listas de detidos divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF). Após detectar os nomes dos candidatos, a entidade buscou outros documentos, como registros de Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) e registros de candidatura e de prestação de contas disponíveis no DivulgaCand.
Em relação à coleção de documentos sobre ministros, estão disponíveis informações daqueles que já foram deputados federais e senadores, totalizando documentos sobre 18 ministros. A coleção inclui registros de candidaturas, prestações de contas e demonstrativos de regularidade de atos partidários, do último pleito em que concorreram, e ainda arquivos da cota parlamentar do último ano de mandato.
Estão abertas as inscrições para a quarta edição nacional do Festival 3i, realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor). Um dos maiores eventos de jornalismo e empreendedorismo na América Latina, o 3i será nos dias 5, 6 e 7 de maio, na Casa da Glória, no Rio de Janeiro.
O evento terá um formato novo, que combinará os tradicionais debates, mesas e workshops com apresentações de cases de sucesso, com o objetivo de alavancar ainda mais a sustentabilidade da mídia e os caminhos para um jornalismo cada vez mais inovador. A apresentação de cases será durante os intervalos das mesas e debates, no estilo Ted Talks.
“O 3i Nacional está renovado, tanto em sua marca como em sua estrutura, com o objetivo de ser uma referência nacional em discussões sobre inovação e sustentabilidade do setor”, explica Maia Fortes, diretora executiva da Ajor. “Estamos muito felizes por voltar a realizar presencialmente este evento tão essencial para fortalecer o ecossistema de jornalismo digital brasileiro”.
O pacote de entradas para os três dias de evento custa R$ 250. Também será possível comprar ingressos por dia, no valor de R$ 150 cada. Estudantes e profissionais de organizações associadas à Ajor têm 50% de desconto.
A programação completa e os convidados do evento serão divulgados em breve no site https://festival3i.org e nas redes sociais da Ajor. Inscreva-se aqui.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) abriu, até 31/3, as inscrições para a 28ª edição do Prêmio ABF Destaque Franchising 2023.
A Associação Brasileira de Franchising (ABF) abriu, até 31/3, as inscrições para a 28ª edição do Prêmio ABF Destaque Franchising 2023. Com quatro categorias − Franqueado do Ano; José Lamônica de Jornalismo; Sustentabilidade; e Educação −, o regulamento para submissão de cases em cada subcategoria pode ser acessado através do site.
Neste ano, a entidade anunciou uma alteração importante na categoria de Jornalismo, que foi rebatizada de José Lamônica, em homenagem ao publisher, parceiro da entidade e incentivador do setor de franquias brasileiro, José Lamônica, falecido em 2022.
Tom Moreira Leite, presidente da ABF, ressaltou que o Prêmio ABF Destaque Franchising é “o principal reconhecimento do setor de franquias brasileiro, que superou no ano passado os R$ 211 bilhões de faturamento, com mais de 1,5 milhão de empregos diretos. A entidade busca reconhecer seus stakeholders, cases, boas práticas de gestão que promovem um franchising mais íntegro e democrático”.
Ao suspender o apresentador Gary Lineker por um tuíte criticando a política do governo britânico para refugiados, a BBC calculou mal o tamanho da simpatia pelo ex-craque da seleção inglesa e da tolerância com atos vistos como censura.
Lineker despertou fúria do Partido Conservador ao escrever que a linguagem usada no projeto de lei enviado ao Parlamento seguia o estilo adotado na Alemanha nazista.
Colegas do jornalismo esportivo, convidados habituais do programa, políticos de oposição e celebridades entraram em campo. O que se viu foi uma goleada de críticas e um boicote que praticamente paralisou a cobertura esportiva do fim de semana.
Nessa segunda-feira (13/3), o diretor-geral Tim Davie e Lineker anunciaram a paz, resultado de um acordo visto como capitulação. A analogia com o placar de um jogo − Lineker 1 x 0 BBC − virou clichê na mídia britânica.
Lineker nem tinha voltado ao ar e já tuitava novamente sobre refugiados, mantendo a bola da controvérsia em campo.
Gary Lineker (reprodução BBC Sports)
O caso abriu debates sobre questões importantes: imparcialidade da imprensa, independência do jornalismo de serviço público, influência de governos na mídia e o uso de redes sociais por figuras que representam companhias.
Essas questões não se restringem à BBC ou ao Reino Unido.
Nesse caso em particular, a BBC virou vidraça no início do governo de Boris Johnson, insatisfeito com o que julgava uma cobertura tendenciosa do então encrencado Brexit, ameaçado por movimentos em favor de um novo plebiscito.
Johnson ganhou de lavada as eleições gerais de 2019, que o entronizaram no cargo herdado com a renúncia de Theresa May. Mas ficou a mágoa com a BBC, traduzida em comentários regulares sobre a perda de imparcialidade, nomeações questionadas e interferências no modelo de negócio, reduzindo as receitas que levaram a rede a demitir e a cortar programação.
Como tantos políticos, Johnson e seus aliados não gostam de críticas. Mas seu escopo de interferência é menor na mídia privada, que em geral não depende de propaganda governamental para sobreviver e seus dirigentes não são nomeados pelo governo.
Estrategicamente, interferências e reclamações contra a BBC não são associadas ao desconforto com a cobertura negativa, o que seria visto como censura. A narrativa é a imparcialidade esperada de uma empresa pública, que estaria em falta por lá.
O problema é definir imparcialidade. Há quem defenda o chamado bothsidesism, que garante espaço igual para opiniões opostas. Outros acreditam que não se pode dar espaço igual quando se trata de posições preconceituosas, nocivas à sociedade ou simplesmente erradas, como a noção de que o aquecimento global não existe.
Para políticos, críticas são desagradáveis, e tendem a ser tratadas como defesa do outro lado do espectro. O curioso no caso da BBC, como observou o ex-chanceler britânico Philip Hammond em uma entrevista sobre a crise, é que a rede é criticada pela esquerda e pela direita, um bom sinal.
Mas a mudança é visível no jornalismo da rede. A impressão atual é de que todos estão pisando em ovos, evitando temas polêmicos que irritem o governo e atraiam mais problemas. Quem perde com o chilling effect é a sociedade.
Outra bola dividida da crise é o uso de mídias sociais por pessoas que representam empresas, um problema que afeta qualquer corporação.
Gary Lineker expressou sua posição na conta pessoal e não no programa esportivo, que nem é vinculado ao jornalismo.
Ainda assim levou cartão, com base na política de mídias sociais aplicável a jornalistas, que gera desconforto entre profissionais de imprensa. Alguns que deixaram a BBC recentemente apontaram com um dos motivos a falta de liberdade de expressão.
Tim Davie anunciou uma revisão na política, a ser conduzida de forma independente. O modelo que a BBC encontrar para equilibrar liberdade de expressão e alinhamento ao discurso corporativo pode servir como inspiração para outras companhias. Se é que ela vai encontrar.
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