Morreu na sexta-feira passada (9/6) o jornalista, escritor e ativista Wladimir Pomar, aos 86 anos. Foi coordenador da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República em 1989. Deixa a esposa Rachel, três filhos, sete netos e quatro netas e, quatro bisnetos e três bisnetas.
Wladimir nasceu em Belém, no Pará, em 1936. Era filho de Pedro Pomar, que foi dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), perseguido pela ditadura de Vargas e assassinado na Chacina da Lapa, em 1976. Aos 13 anos, Wladimir se tornou militante e atuou nos movimentos estudantil e sindical metalúrgico. Durante a ditadura militar, foi preso e viveu um período na clandestinidade.
Chegou ao Partido dos Trabalhadores em 1984 e passou a integrar a executiva nacional do partido. Foi coordenador geral da campanha de Lula à presidência em 1989. No ano seguinte, encerrou seu mandato no Diretório Nacional do PT e, desde então, colaborou com o partido, sem exercer cargos formais.
Ao longo da vida, Wladimir trabalhou como repórter, redator, diretor editorial, tradutor, consultor e professor. É autor de livros como A Dialética da História; Quase Lá – Lula, o Susto das Elites; O Nome da Vida; O Enigma Chinês: capitalismo ou socialismo; e A Revolução Chinesa.
O programa Terceiro Tempo, da Bandeirantes, no ar desde 2008, irá ao ar pela última vez no próximo dia 25/6 e deixará a grade da emissora. A partir de julho, o espaço será ocupado pelo novo programa Apito Final, comandado pelo ex-jogador Neto.
Com nova dinâmica e um novo cenário, o Apito Final irá ao ar aos domingos. Milton Neves, que apresenta o Terceiro Tempo, comandará o quadro Gol, o Grande Momento do Futebol, dentro do Apito Final. O quadro já havia feito parte da programação da Band no passado, sob o comando de Alexandre Santos e, posteriormente, do próprio Milton Neves, de 1999 a 2001.
Com contrato até 31 de dezembro deste ano, Milton também deve continuar atuando nas rádios do Grupo Bandeirantes. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o apresentador declarou que ficará na emissora até pelo menos o fim de seu contrato: “Sair ou não faz parte do jogo, a TV tem uma grade nervosa, o faturamento caiu muito devido ao horário do programa”.
Morreu no sábado (10/6), aos 97 anos, Rosa Cass, pioneira do jornalismo de economia no País, vítima de insuficiência renal. O enterro foi realizado no cemitério israelita de Belford Roxo, no Rio de Janeiro.
Rosa nasceu em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Sua família vem da Moldávia, e chegou ao Brasil fugindo da perseguição aos judeus na região. Formou-se em Pedagogia pela Faculdade Nacional de Filosofia, e atuou como professora e pedagoga.
No jornalismo, especializou-se na cobertura de economia e finanças. Teve atuação direta na formação de novas gerações de jornalistas na área de economia, em especial nas décadas de 1980 a 2000. Trabalhou em Jornal do Commercio, Tribuna da Imprensa e Folha de S.Paulo.
Vicente Nunes, do Correio Braziliense, publicou um texto exaltando o conhecimento de Rosa sobre economia: “Muitos esperavam as suas perguntas nas entrevistas para definir qual direção dariam a seus textos. Rosa sempre entregava o lide, que, na linguagem jornalística, define a informação mais importante. O conhecimento sobre os temas era tamanho, que, com frequência, banqueiros faziam questão de chamá-la para longas conversas”.
Rosa atuou também como voluntária no Instituto Rogério Steinberg, onde treinava jovens carentes para refletir sobre o que acontecia, e editava o jornal do Instituto com matérias escritas por eles.
Entidades e colegas de imprensa, além de personalidades do setor de economia lamentaram a morte da jornalista.
Após 17 anos no atendimento e coordenação do time imprensa da Bosch Brasil (www.bosch-press.com.br), Alessandra Nascimento assume novos desafios nas áreas de Marketing e Comunicação da empresa. A coordenação de imprensa passa a ser realizada por Carolina Moretti, que desde 2019 é responsável pela comunicação interna corporativa da Bosch.
Com mais de 20 anos de experiência e com passagens por TV Globo Minas, assessorias de imprensa em São Paulo e áreas de comunicação em multinacionais, Carolina será responsável pela equipe, que continuará a contar com o atendimento de Bruna Carrara, Gabriela Rossi e Quelita Paixão, respondendo diretamente a Carlos Abdalla, diretor de Marketing, Comunicação Corporativa e Relações Institucionais.
A Cogna Educação ampliou o time de Relações Públicas com a internalização de parte da estrutura que até então era atendida por uma agência. Com a mudança, 11 profissionais passam a compor o time, sendo seis deles recém-chegados.
“Estamos dando um importante passo com a consolidação de uma robusta estrutura corporativa de Relações Públicas na Cogna”, explica a sócia e gerente sênior Deborah Rodrigues. “Com um time de profissionais com experiências multidisciplinares, nosso objetivo é fortalecer ainda mais a holding, permitindo uma exposição continuamente assertiva das marcas que integram a companhia, por meio de diferentes frentes, como ações de Brand PR, influenciadores, assessoria de imprensa, redes sociais e comunicação interna”.
A área de negócio é responsável pela construção do awareness e da reputação da holding e suas 60 marcas, que estão presentes na jornada educacional de crianças e adultos, impactando mais de 22 milhões de estudantes em todo o País.
A estrutura de PR da companhia atua em duas frentes: a Corporativa, com foco nas marcas da holding Cogna e nas marcas Somos e Saber, sob a liderança da gerente Rafaella Bezerra, com quatro profissionais; e a Regional, que responde especificamente pela marca Anhanguera, com sete pessoas, lideradas pela coordenadora Carolina Pinho.
O Auditório do Masp, em São Paulo, recepciona em 19/6, das 9h às 20h, o Aberje Trends 2023, evento que debaterá A nova economia da comunicação corporativa: tecnologias e competências que vão moldar um time vencedor.
A programação terá, pela manhã, as seguintes mesas:
Mesa de CEOs comunicadores – Agenda ESG e o papel do CEO na sua comunicação
Comunicação Interna como estratégia de gestão: tendências e tecnologias para a criação de equipes engajadas
Diversidade como compromisso institucional: o que as empresas estão fazendo para incluir de verdade?
E pela tarde:
Memória e futuro: como histórias bem contadas contribuem para a perpetuidade das marcas
Influência, mídia e prevenção de crise: os desafios e riscos das marcas que querem inovar no relacionamento com o público
Public affairs, relações institucionais e governamentais: Brasília na agenda dos comunicadores
ESG para comunicadores: como a transparência das empresas pode contribuir com a sociedade
As inscrições podem ser feitas até 15/6 e custam R$ 1.150 para associados da Aberje e R$ 1.600 para outros interessados. Informações e inscrições aqui.
A Agência Pública renovou seu Conselho Consultivo com as recentes chegadas de Graciela Selaimen e Ronilso Pacheco. Formado por dez renomados jornalistas e profissionais do Terceiro Setor, o grupo reúne-se duas vezes por ano para discutir o jornalismo no Brasil, analisar a situação política do País e trazer novas ideias sobre temas que a plataforma deve abordar.
Os novos conselheiros, que entram nas vagas de Ana Toni e Eliane Brum, vão apoiar o trabalho da Pública com ideias e debates sobre jornalismo e conjuntura política. Eles se juntam ao grupo composto por Cecília Olliveira, Dorrit Harazim, Eugênio Bucci, Fabiana Moraes, Jan Rocha, Paula Cesarino Costa, Ricardo Kotscho e Rosental Calmon Alves.
Quem são os novos conselheiros:
Graciela Selaimen é mestre em Comunicação e Cultura pelo Programa de Pós-Graduação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Como diretora de Programas da Fundação Ford, desenvolveu estratégias e programas nas áreas de Tecnologia e Sociedade, Criatividade e Liberdade de Expressão e Engajamento Cívico e Governança, transversais às perspectivas de gênero e raça. Seu trabalho tem contribuído para consolidar o campo dos direitos digitais no Brasil e fortalecer o ecossistema do jornalismo investigativo independente. Foi uma das fundadoras e coordenadora do Instituto Nupef e editora da revista poliTICs, primeira publicação dedicada a política e direitos digitais no Brasil. Atualmente é Lead de América Latina na organização IRIS e membro do Conselho Diretor da Oxfam Brasil. No ano passado, foi mentora do lançamento do #diversifica, hub para Diversidade, Equidade e Inclusão da Jornalistas Editora, que publica este Portal dos Jornalistas.
Ronilso Pacheco é graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e atua como pastor auxiliar na Comunidade Batista em São Gonçalo (RJ). Ativista, escritor, pesquisador e teólogo, atualmente é mestrando no Union Theological Seminary, da Columbia University, em Nova York. É fellow da Ford Foundation Global Fellowship e autor de diversos livros sobre teologia negra, religião e sociedade.
César Tizo está deixando a sociedade que mantinha desde 2016 com Ricardo Meier no comando dos sites Autoo e Motoo. Segundo ele, a decisão foi tomada em comum acordo e tem como objetivo atender a um desejo antigo de César, o de se dedicar integralmente ao Guru dos Carros e às suas redes sociais. Criada em 2014, a página vinha sendo mantida dentro do próprio Autoo e a partir de agora ganhará vida própria.
Com a saída dele, Rafael Miotto, ex-G1 e que há um ano e meio vinha atuando como editor do Motoo, passa a fazer parte da sociedade das duas publicações ao lado de Ricardo, atualmente vivendo na Inglaterra.
César diz que não estará completamente desvinculado do Autoo, “uma vez que, também de comum acordo com Ricardo e Rafael, seguirei representando o site quando necessário em coletivas, lançamentos e testes, aproveitando também eventuais conteúdos para minhas novas atividades profissionais”.
Com as mudanças, a equipe do Autoo/Motoo deverá ser reforçada nas próximas semanas, como explica Ricardo.
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro
O repórter fotográfico Lucas Tavares conversou conosco sobre suas preocupações profissionais. Com a redução do mercado de trabalho e a difusão desordenada na internet, os profissionais procuram se apoiar nos direitos autorais.
Lucas Tavares
Formado em Jornalismo pela Candido Mendes, do Rio de Janeiro, Lucas fotografa profissionalmente desde 2011. No ano seguinte, começou na Agência Globo e lá esteve por sete anos. Teve passagem pela agência de fotojornalismo Zimel Press, e foi recontratado em 2022 pelo Globo, onde está até hoje. Atende a todas as editorias, mas especializou-se na cobertura de shows musicais.
Entre suas coberturas marcantes estão o Lollapalooza Brasil, por três anos, e o Rock inRio 2022. Teve fotografias publicadas na coleção O melhor do fotojornalismo brasileiro, da Editora Europa, e fotos escolhidas para a galeria virtual Imagens da Pandemia, com curadoria da Arfoc Brasil. Atualmente cursa mestrado em Mídia e Cotidiano na UFF.
Jornalistas&Cia − Como vê a atividade dos repórteres fotográficos na atualidade e a evolução da categoria?
Lucas Tavares − Dentro do universo da grande mídia, o fotojornalismo é uma profissão que, cada vez mais, tem diminuído a colocação no mercado. Por outro lado, crescem iniciativas como a criação de coletivos de fotojornalistas e de pequenas agências. Isso também acontece com os fotodocumentaristas.
Foto: Lucas Tavares
J&Cia – Qual a sua opinião sobre a questão da proliferação de amadores, o impacto na fotografia profissional e no próprio jornalismo?
Lucas − Vejo que hoje muitas matérias são ilustradas com imagens feitas pelo chamado fotojornalista cidadão. A perda da centralidade das mídias corporativas, do poder comercial dos grandes conglomerados, resultou numa diminuição editorial. As redações foram impactadas, o que respingou na editoria de Fotografia, que, em redações menores, foi até extinta. Perdendo recursos para as mídias alternativas, os jornais procuram se manter, mas têm investido menos no fotojornalista profissional, aquele trabalho com equipamento de ponta, até mesmo na figura do repórter.
J&Cia − E a questão dos direitos autorais no País, em especial para os fotógrafos?
Luca − Vejo uma relação complicada que o fotógrafo tem com a internet. As pessoas pensam que basta dar o crédito e tudo bem. Na verdade, muita gente não conhece a licença de uso, que é uma obrigação por lei. É preciso ter minimamente uma autorização – mesmo que a reprodução seja gratuita – ou por meio do fotógrafo ou da agência para a qual ele trabalha, ou banco de imagens. A maioria dos fotógrafos vê suas imagens utilizadas sem qualquer autorização. Entendo que é preciso falar com o fotógrafo, porque o direito autoral é inalienável. É uma relação conturbada, mas estabelecida com regras claras. A lei é boa, só precisa ser aplicada.
Foto: Lucas Tavares
J&Cia − Como vê a proteção efetiva das leis contra o uso indevido de imagens?
Lucas − Não conheço uma entidade que faça fiscalização de maneira ativa. Dependendo da magnitude, e do próprio fotógrafo, quando a gente vê procura um escritório de advocacia. Tenho visto muito fotógrafo fazendo assim. No meu caso, são muitas fotografias utilizadas, preciso de um escritório.
J&Cia − Que conselho dá para editores ou colegas que precisem usar imagens da internet?
Lucas – Sempre faça contato com o autor, ou com a empresa com a qual ele trabalha – ou trabalhava, dependendo da data. O melhor é fazer contato direto com o fotógrafo; sempre oriento buscar autorização. Pegar no Google e não botar o nome, acho muito arriscado; não peguem qualquer fotografia da internet. O direito do autor é protegido, independentemente de estar do domínio público ou não. É inalienável. Quando está vivo, precisa pedir autorização; se for falecido, a família tem direito de receber. No caso de divulgação, um release com foto, a autorização está implícita.
O trabalho do fotojornalista é importante porque documenta o cotidiano e deve ser valorizado. É feito com muito cuidado, sempre privilegia a questão da técnica e do olhar.
Foto: Lucas Tavares
Proteção a direitos autorais na área de fotografia
Marcelo Pretto
Jornalistas&Cia entrevistou o advogado e fotógrafo Marcelo Pretto, que já há alguns anos também tem atuado na proteção aos direitos autorais dos profissionais de imagem, com o escritório One Intelectual. Nessa conversa, ele conta um pouco desse trabalho e de como devem ser os procedimentos de quem utiliza imagens para fins editoriais e comerciais, sobretudo de imagens buscadas na internet.
Jornalistas&Cia – Há quanto tempo existe a One Intelectual e quais seus principais objetivos?
Marcelo Pretto – O escritório sempre levou meu nome, Marcelo Pretto. Porém, criei a marca One Intelectual em 2021 a fim de ingressar no mercado corporativo e para atender a bancos de imagem e agências de fotografia. Desde 2009, quando comecei a fotografar, tive uma demanda de colegas fotógrafos sobre contratos e direito autoral. De lá para cá, após uma especialização acadêmica na área e muita prática, advogo hoje em dia somente para fotógrafos, artistas, criadores de conteúdo e modelos.
Nossos objetivos são: proteger a obra fotográfica; gerar acordos extrajudiciais a fim de compensar o prejuízo pelo uso indevido das fotografias; e educar o consumidor de propriedade intelectual (seja texto, fotografia, logotipo, música etc.) para que o mercado atue de forma profissional e respeitosa com os criadores de conteúdo.
J&Cia – A luta por direitos autorais, no campo do jornalismo e, mais especificamente, da fotografia, é antiga, e protegida por lei. Você pode contextualizar essa legislação e o quanto ela de fato protege os direitos autorais nesse campo?
Marcelo – A Lei de Direito Autoral no Brasil, de 1998, recebe o nº 9.610. É uma lei que protege as criações artísticas e científicas de um autor, que são chamadas de obras protegidas. Protege tanto o fotógrafo quanto o jornalista. Mas também o arquiteto, o músico, o escritor, e por aí vai… Protege o autor/criador da obra, o titular (aquele que pagou para adquiri-la e utilizá-la), além da própria obra e a criatividade nela contida.
Toda vez que o autor e/ou titular de uma obra tiver sido vítima de uso indevido de sua propriedade intelectual (leia-se, obra protegida), pode procurar um escritório que seja especializado no tema.
Há formas de requerer direitos na esfera extrajudicial, e se não for sanado o problema, acionar o Poder Judiciário a fim de fazer valer seus direitos violados por terceiros, a saber: não colocar os créditos na obra; utilizar sem prévia autorização do autor; manipular a obra sem autorização do autor ou titular; usá-la para fins comerciais; e plagiar a obra (copiar sem autorização).
Nossa lei específica é muito eficaz e moderna; comparando-se com as melhores leis sobre autoria no mundo, como a francesa e a alemã.
J&Cia – Você diria que o reconhecimento dos direitos autorais no Brasil tem avançado ou essa é ainda uma luta que precisa ter continuidade?
Marcelo – Sim, tem avançado, mas a luta deve continuar. Principalmente nesta época em que vivemos, pós-2020, em que a tecnologia, a meu ver, não está nos aparelhos eletrônicos, mas sim no cérebro humano. Ou seja, um smartphone nada mais é do que o produto de um pensamento, de know-how humano. Uma obra de arte ou uma fotografia são conteúdos (se forem criativos) que devem ser protegidos, pois a liberdade e o direito de criar é inerente à dignidade humana. Direito autoral é o direito do futuro (próximo), na minha opinião. Mas a sociedade brasileira precisa se comunicar com a lei e respeitá-la. Infelizmente, em mais de uma década trabalhando com o tema, sinto que há muito a avançar. Nesse sentido, Europa e EUA estão mais avançados, pois a violação à propriedade intelectual lá é punida de forma mais severa.
J&Cia – Quais são os desrespeitos mais comuns nesse campo e como vocês fazem para monitorar as publicações?
Marcelo – A contrafação é a modalidade de ilícito civil mais comum. Contrafação é o uso indevido de obra alheia. E isso ocorre com a fotografia diariamente e sem controle… Nossos clientes, quando descobrem que estão tendo prejuízo por usos indevidos de suas fotografias, pedem nossa assessoria e iniciamos nossos trabalhos de proteção e fomento ao acordo, a fim de reparar parte do dano que o fotógrafo já teve.
Temos uma equipe especializada em busca reversa, que detecta os usos indevidos por parte dos infratores.
J&Cia – Quantos clientes nessa área a One Intelectual tem e como funcionam os contratos, em termos de ganhos para as partes?
Marcelo – Já atendemos a mais de duas dezenas de clientes em quase cinco anos. Quanto à porcentagem, é assunto restrito entre escritório e cliente. No entanto, podemos garantir que os valores que os clientes recebem nos acordos são vultosos, relevantes em sua renda mensal. Já que inúmeros infratores utilizam-se de suas obras fotográficas, os acordos gerados são ferramentas para amenizar o prejuízo que já ocorreu. Para ter uma ideia: valores em acordos desde 2021 somam mais de R$ 2 milhões para nossos clientes.
J&Cia – Autores interessados nessa proteção como devem proceder para contratar um escritório de advocacia? Que cuidados devem tomar?
Marcelo – Devem produzir todas as provas, porém nós auxiliamos como fazer. Devem ter bem armazenados os arquivos digitais ou analógicos. Nos digitais, o ideal é inserir seus metadados: nome do fotógrafo, data e e-mail são informações muito importantes para garantir a autoria. O conjunto probatório, se for bem robusto, também é válido judicialmente. Não precisa ter o arquivo RAW, mas se tiver, e com os metadados ali inseridos, fica tudo devidamente comprovado e transparente e fácil de provar que a foto é dele. Dali para a frente a One Intelectual agrega seu conhecimento jurídico a fim de fomentar os acordos/indenizações extrajudiciais.
J&Cia – Qual o ritual praticado quando se descobre o uso indevido de uma imagem protegida por direito autoral? E, em média, qual o tempo de duração dos processos quando há e quando não há acordo?
Marcelo – Uma vez descoberto o caso, a One Intelectual notifica o infrator e começa as tratativas de acordos extrajudiciais. Trinta dias são suficientes para sabermos se lograremos composição amigável ou não. Se não houver acordo, ajuizamos o caso e em média o processo dura um ano.
J&Cia – Como são calculados os valores indenizatórios e em que se baseiam?
Marcelo – Com base no valor/preço da obra fotográfica utilizada e com base na jurisprudência. Porém, o uso indevido também é fator variável para chegarmos num valor justo de indenização.
A Comunicação Corporativa da Vivo está sob nova direção. Leandro de Freitas, prata da casa, que integrava há quase sete anos a equipe de Elisa Prado, é o sucessor dela na Diretoria de CC, cargo em que passa a se reportar ao VP de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Comunicação Corporativa Renato Gasparetto. Assume a responsabilidade de liderar uma equipe com 20 profissionais focada tanto no relacionamento com o público externo, principalmente a imprensa e formadores de opinião, quanto com os colaboradores da empresa.
Freitas tem mais de 23 anos de experiência em gestão de reputação, tendo atuado em empresas como HSBC, Grupo Algar, BCW (Burson-Marsteller), CDN e Instituto Ethos.
Leandro de Freitas (Divulgação/Vivo)
A promoção dele vem na sequência de outras mudanças realizadas no último ano por Gasparetto nas diretorias de Relações Institucionais, com o ingresso de Tiago Machado; de Sustentabilidade, com a promoção de Joanes Ribas; além da Presidência da Fundação Telefônica Vivo, que passou a ser ocupada por Lia Glaz.
Novos ares
Elisa Prado, que estava em sua segunda passagem pela Vivo, deixa a organização após cinco anos, período em que contribuiu de forma reconhecida para a transformação de uma operadora de telefonia em uma empresa de multisserviço. Sai para dar continuidade à vida acadêmica (ela é professora no Master de Comunicação Empresarial Transmídia da ESPM-SP, na cadeira de Prevenção e Gerenciamento de Crise) e preparada para atuar como palestrante e em Conselhos de Administração, valendo-se da experiência em gestão de reputação.
Ao longo da carreira, teve uma passagem de três anos como diretora-geral da TV1 RP (Grupo TV1) e liderou por nove anos a comunicação da Tetra Pak, tendo ainda atuado no Deutsche Bank. É autora de três livros sobre reputação corporativa, o último deles, Reputação, Valor Compartilhado, escrito em parceria com Tatiana Maia Lins, lançado este ano.
Sobre sua saída, Gasparetto comentou: “Todo meu reconhecimento a Elisa, que contribuiu – como pessoa e profissional ética e dedicada – ao longo dos últimos cinco anos, de forma significativa, para a reputação da Vivo e a formação de equipes, inclusive de Leandro de Freitas, seu sucessor. Que seu novo ciclo pessoal e profissional seja de pleno êxito”.