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sexta-feira, julho 25, 2025

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Jornalista brasileiro é detido na Cisjordânia pelo Exército israelense

O jornalista brasileiro freelancer Edrien Esteves relatou em depoimento publicado em 6/7 pelo jornal O Globo ter sido detido por 20 horas pelo Exército de Israel. Na madrugada de 3/7, a força invadiu o quarto em que o jornalista estava hospedado na cidade palestina de Jenin, da Cisjordânia. Além de detido, seus equipamentos de trabalho foram confiscados.

O profissional já cobriu diferentes conflitos armados internacionais, incluindo a reconquista de Mossul, no Iraque, a Grande Marcha do Retorno, em Gaza, a crise dos refugiados rohingya, em Bangladesh, e a guerra na Ucrânia. Viajou a Jenin em 19/6 para cobrir o aumento da tensão e da violência no local.

Na noite da detenção, contou que, de dentro de seu apartamento antes da invasão, ouviu uma explosão forte: “Quando olhei pela janela, vi blindados israelenses. Pelo fato de o prédio ser um centro cultural, haviam me dito que era o lugar mais seguro do campo e que o Exército não iria ali porque sabia que não encontraria armas. Imediatamente percebi que o Exército ia entrar no Teatro de Liberdade − o nome do lugar. Tomei medidas de segurança: acendi as luzes, escrevi em um papel sulfite “imprensa” e colei na geladeira, a primeira coisa que se vê quando se abre a porta”.

Após invadirem o local em que estava, os soldados pediram as credenciais e documentos de Edrien, assim como seu celular e a senha para ter acesso às imagens no aparelho.

O jornalista alegou que não foi agredido ou maltratado: “Eles disseram que entendiam que eu era inocente, mas queriam saber se eu já tinha visto alguém armado naquele prédio. Repeti várias vezes que não, que já tinha visto gente armada no campo, mas não no teatro”.

Após duas horas, outros soldados o levaram para o andar de cima, onde um deles tentou algemá-lo, mas desistiu.

“A interpretação deles era de que eu precisava ir com eles para garantir minha própria segurança, mas eu discordo. Quando começamos a sair do prédio, eles me expuseram a um risco desnecessário. Me escoltaram ao descer as escadas, mas havia combate, muito tiro, e me fizeram carregar minhas coisas, correr num lugar aberto. Chegamos a um veículo blindado para onde levavam palestinos com lacres nos pulsos. Na porta, percebi que disseram que era para eu voltar. Tive de passar pelo mesmo trajeto, correndo risco de novo. Ficamos no apartamento mais algumas horas”.

Edrien relatou ter sido levado para outra casa, onde os moradores eram cinco homens, três mulheres e uma criança de pouco mais de um ano. Foi liberado somente às nove da noite. O ocorrido o fez entrar em contato com o consulado do Brasil em Ramallah, onde marcou um encontro com o embaixador Alessandro Candeas pelo telefone. Após encontrá-lo em uma vila perto, o embaixador o levou volta para Jerusalém em um carro blindado.

Consultadas pelo jornal O Globo, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que não registraram a detenção de um jornalista brasileiro durante a operação em Jenin.

 

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Globo Rural e Valor Econômico unem-se para ampliar cobertura do agro

A Editora Globo anunciou nesta semana o lançamento da Nova Globo Rural, iniciativa resultante de seu recém-criado hub digital de agronegócios. A plataforma une as experiências das equipes da revista Globo Rural, especializada no agronegócio brasileiro, e do Valor Econômico, com foco em economia e negócios para, segundo comunicado da empresa, oferecer ao leitor “a mais completa plataforma digital de informações, serviços e ferramentas dedicada ao campo no Brasil”.

A integração entre as duas redações, que já vinha ocorrendo nos últimos meses, foi concretizada com a apresentação do novo site e definição da nova estrutura editorial do hub, que terá no comando o editor-executivo Cassiano Ribeiro, vindo da Globo Rural, e do editor-chefe Patrick Cruz, até então no Valor Econômico.

“A nova plataforma digital da Globo Rural é a iniciativa editorial mais relevante da Editora Globo nos últimos anos”, destaca Frederic Kachar, diretor-geral da Editora Globo e do Sistema Globo de Rádio. “A missão é clara: ter um produto à altura da riqueza, da diversidade e do dinamismo da agropecuária brasileira. Vamos reunir num só destino as várias culturas e segmentos, com foco primário no produtor, oferecendo uma combinação única de conteúdo editorial independente e de qualidade com serviços e ferramentas. Sempre respeitando as individualidades de cada região e setor dessa que é uma das grandes vocações do País”.

Além da ampliação do conteúdo disponível nas versões digital e impressa da Nova Globo Rural, a criação do hub também será responsável por abastecer o site e a edição impressa do Valor Econômico, do Valor PRO (serviço de notícias em tempo real), dos boletins diários na rádio CBN e pela produção de uma página semanal no jornal O Globo. O objetivo é que o hub amplie a cobertura sobre o agro dentro do Grupo Globo, com novas ofertas de reportagens, análises, vídeos, newsletters e podcasts.

Vale lembrar que o lançamento oficial da Nova Globo Rural ocorre pouco mais de uma semana depois de a revista Globo Rural, o Valor e o programa CBN Agro conquistarem o prêmio +Admirados da Imprensa do Agronegócio, realizada por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia, nas categorias revista, jornal e programa de rádio, respectivamente.

 

Equipe ampliada e novo Conselho Consultivo

Além de Cassiano e Patrick, integram a nova equipe do hub digital as editoras Alda do Amaral Rocha e Denise Saueressig; os editores assistentes Camila Souza Ramos, Fernanda Pressinott, Raphael Salomão e Venilson Ferreira; a repórter especial Nayara Figueiredo; os repórteres Cleyton Vilarino, Isadora Camargo, Izabel Gimenez, José Florentino, Marcos Fantin, Paulo Santos e Rafael Walendorff; os estagiários Julia Maciel e Nicola Damazio; e os designers Felipe Yatabe e Thiago de Jesus Rodrigues. A plataforma contará ainda com um time de pelo menos 20 colunistas, entre representantes dos diversos segmentos do agronegócio e pesquisadores.

Para reportar o desempenho do campo, a equipe de jornalistas especializados da Nova Globo Rural estará presente nos principais polos de produção do País. A plataforma vai cobrir da agricultura à pecuária, das grandes tradings multinacionais às startups do campo, do crédito rural aos desafios da sustentabilidade, dos especialistas em mercado às novas tecnologias. Haverá canais dedicados a todas as culturas agrícolas e criações, além de insumos, máquinas agrícolas, crédito, sustentabilidade, políticas públicas e feiras do setor, entre outros temas que são essenciais para o produtor rural e para a tomada de decisões no campo.

“Cada região do País tem características e peculiaridades diversas quando falamos de agro”, lembra Cassiano Ribeiro. “Por isso é muito importante contar com o olhar local. Desta forma, conseguimos ter contato direto com todo o ecossistema agropecuário – empresas, associações, produtores e investidores”.

Para ajudar a Redação no debate de temas relevantes para o agronegócio também foi criado um Conselho Consultivo. Dele fazem parte Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); o climatologista Carlos Nobre; Izabella Teixeira, copresidente do conselho do Painel Internacional de Recursos Naturais da ONU Meio Ambiente (IRP/UNEP) e ex-ministra do Meio Ambiente; José Roberto Marinho, vice-presidente do conselho de administração do Grupo Globo, presidente da Fundação Roberto Marinho e sócio da reflorestadora Symbiosis e da Juçaí; Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); Ronaldo Iabrudi, investidor de agtechs, proprietário de fazendas e conselheiro de diversas empresas; e Sheilla Albuquerque, CEO da Agrogalaxy e administradora com experiência em transformação cultural.

Fabio Turci lança podcast sobre “pessoas invisíveis” na sociedade

Fabio Turci lança podcast sobre “pessoas invisíveis” na sociedade

O jornalista Fabio Turci lança na próxima quarta-feira (12/7) o Existo Podcast, que contará histórias de luta de pessoas marginalizadas, “invisíveis” na sociedade. O projeto, que será publicado às quartas-feiras, estará também disponível em vídeo.

O podcast apresentará a vida e a trajetória de pessoas LGBTI+, negras, com deficiência, periféricas, em situação de rua, refugiadas, entre outras. Elas contarão suas histórias em episódios de 30 a 40 minutos.

As gravações foram feitas nas ruas, em áreas de vulnerabilidade social. Sob um olhar empático, Turci busca dar voz a grupos minorizados na sociedade brasileira: “Há pessoas que a sociedade não enxerga ou que julga sem conhecer. Mas, a partir do momento em que ouvimos as histórias de vida dessas pessoas, é impossível não se emocionar. Aí, os estereótipos e preconceitos dão lugar ao respeito e à admiração. Esse é o objetivo fundamental do podcast”.

O Existo Podcast é a continuação do trabalho e da trajetória de Turci sobre a luta contra a discriminação em geral. Ele foi por 23 anos repórter e apresentador na TV Globo e no período em que atuou como correspondente em Nova York vivenciou experiências que aumentaram sua percepção sobre o tema.

Após algumas coberturas emblemáticas, como o ataque terrorista à boate LGBTI+ Pulse, em Orlando, em 2016, e o especial sobre os 50 anos do assassinato de Martin Luther King Jr., em 2018, Turci percebeu que deveria engajar-se na luta contra racismo, homotransfobia e outras formas de discriminação: “A história dessas pessoas mostra que elas estão invisíveis por causa de mecanismos da própria sociedade. São tratadas como inferiores quando, na verdade, a sociedade é que as empurra para baixo. A sociedade somos eu, você, todos nós. Por isso, é por todos nós que passa a solução”.

O podcast contará histórias como a de Daniela e da filha, Isabella, cujas vidas mudaram drasticamente quando a criança passou a demonstrar sua transgeneridade e elas perderam casa, renda e família; a de Leones, que falava em frente ao espelho para aprender a falar sem sotaque, para escapar do preconceito contra nordestinos; ou a de Isabel, que não queria se ver e fugia do espelho e de fotos após ouvir vários xingamentos sobre seu cabelo e a cor de sua pele.

O Existo Podcast estará disponível nas principais plataformas de áudio e no YouTube. Já é possível seguir o projeto no Instagram.

Record demite jornalistas e desativa sucursal de Sorocaba (SP)

Record demite jornalistas e desativa sucursal de Sorocaba

A Record TV Paulista, filial da Record TV em Sorocaba (SP), demitiu nos últimos dias os jornalistas da sucursal. Segundo informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), a emissora dispensou as únicas profissionais responsáveis pela atividade jornalística da empresa na unidade, e não houve remanejamento para outras praças.

“Com a inexistência de profissionais, a unidade já está, na prática, desativada. Tudo indica perda de postos de trabalho”, publicou o SJSP. O único cinegrafista que atuava na sucursal, terceirizado da Rec Produções, também foi demitido.

O SJSP informa ter entrado em contato com a emissora solicitando uma reunião para falar sobre as demissões. Segundo a entidade, uma das jornalistas dispensadas teve que sair da cidade em que morava para assumir o posto, foi demitida após menos de 90 dias de experiência e sequer receberá seguro-desemprego. O SJSP também entrou em contato com os profissionais demitidos e colocou seu departamento jurídico à disposição.

Segundo o sindicato, há suspeita de que a sucursal será terceirizada, “o que aumenta a preocupação do SJSP, que exige respostas em relação aos postos de trabalho e ao destino dos(as) profissionais demitidos no Estado de São Paulo. Enquanto isso, jornalistas perdem seu sustento. Jornalismo perde espaço e sociedade, informação”.

Google e Ajor criam programa de transformação digital em veículos

Google e Ajor criam programa de transformação digital em veículos
Google e Ajor criam programa de transformação digital em veículos

A Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e a Google News Initiative anunciaram o lançamento de uma série de laboratórios para a criação de estratégias de negócio na indústria jornalística. Os Laboratórios de Transformação Digital, desenvolvidos pelo Google, buscam auxiliar veículos pequenos e médios a testarem diferentes métodos e compreender melhor sua audiência.

Com apoio do Google e de consultores da Blue Engine Collaborative, os participantes terão mais de 200 horas de treinamentos e consultoria. As organizações participantes serão divididas em três laboratórios, para trabalhar projetos ou problemas específicos de seus negócios.

O primeiro da série será o Laboratório de Estratégias de Publicidade Digital, exclusivamente para membros da Ajor, que está com inscrições abertas até 19 de julho. Nele, os selecionados receberão mentorias especializadas em fundamentos de publicidade e patrocínio digital. As organizações poderão indicar até cinco profissionais para participar da turma. O programa terá início em 14/8 e vai durar 12 semanas.

Interessados em mais informações e esclarecer dúvidas podem participar de um encontro online com os coordenadores do programa que será realizado em 10/7, às 11 horas. Para participar, basta se inscrever através do formulário.

 

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Prêmio Vladimir Herzog 2023 abre inscrições

Prêmio Vladimir Herzog 2023 abre inscrições

Estão abertas até 1° de agosto, às 17 horas, as inscrições para a 45ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que visa a valorizar trabalhos jornalísticos que defendem a democracia, a cidadania e os direitos humanos.

Ao todo, o prêmio tem sete categorias: Produção jornalística em textoProdução jornalística em áudio, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em multimídia, Fotografia, Arte Livro-reportagem. Podem ser inscritos trabalhos jornalísticos veiculados entre 1º de julho de 2022 e 30 de julho de 2023. No caso da categoria Livro-reportagem, serão aceitas obras publicadas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2022.

A sessão pública de julgamento e divulgação dos vencedores será realizada em 10 de outubro, com transmissão ao vivo. E em 24 de outubro, haverá a solenidade de premiação e uma roda de conversa com os vencedores, no Tucarena, em São Paulo.

Confira o regulamento e inscreva-se aqui.

Inscrições para Prêmio SIP de Excelência em Jornalismo 2023 terminam nesta sexta (7/7)

Inscrições para Prêmio SIP de Excelência em Jornalismo 2023 terminam nesta sexta (7/7)

Termina nesta sexta-feira (7/7), o prazo de inscrições para o Prêmio SIP de Excelência em Jornalismo 2023, organizado pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). O prêmio visa a reconhecer o trabalho da imprensa nas Américas e Espanha.

Podem concorrer trabalhos jornalísticos publicados entre 1º de julho de 2022 e 30 de junho de 2023, em mídia impressa, digital, rádio ou televisão. São 14 categorias: Caricatura, Cobertura de Notícias na Internet, Cobertura de Notícias, Entrevista, Relatório, Direitos Humanos e Serviço Comunitário, Fotografia, Infografia, Opinião, Jornalismo de Dados, Jornalismo de Profundidade, Jornalismo Ambiental, Jornalismo de Saúde e Jornalismo Universitário.

O primeiro colocado em cada uma receberá US$ 2 mil. A SIP também concederá o Grande Prêmio para a Liberdade de Imprensa a um profissional ou organização com realizações significativas em prol desta causa. A cerimônia de premiação será em novembro de 2023, na Cidade do México, durante a 79ª Assembleia Geral da SIP.

Confira o regulamento e inscreva-se aqui.

Giuliana Morrone e Renata Agostini estreiam na Política do Estadão

Giuliana Morrone e Renata Agostini estreiam na Política do Estadão
Giuliana Morrone e Renata Agostini estreiam na Política do Estadão

Giuliana Morrone e Renata Agostini passaram a escrever esta semana para o site do Estadão. Com mais de 30 anos de jornalismo político e internacional, Giuliana terá um blog, e Renata, analista política e de economia da CNN Brasil, uma coluna semanal. E Renata estreou em 2/7 com A pior derrota de Bolsonaro é a que ainda pode vir.

“É uma honra e uma oportunidade fazer o que mais gosto: escrever”, disse Giuliana. “Sempre que puder, vou trazer uma perspectiva propositiva e positiva sobre o nosso País”. Renata informou que “a coluna vai mostrar o que move o jogo do poder em Brasília e guiar os leitores pelos fatos políticos mais importantes”. Sobre a chegada delas, a editora-executiva, Andreza Matais escreveu: “É uma boa notícia especialmente para quem precisa de informações para tomar decisões no dia a dia com base na leitura política de quem conhece muito bem o jogo de xadrez”.

Giuliana acompanhou todas as campanhas presidenciais no País, desde o fim da ditadura. Na TV Globo, foi repórter especial, onde participou da cobertura da campanha americana que levou Barack Obama à Presidência dos EUA, e apresentou Bom Dia Brasil, Jornal Hoje e Jornal Nacional. Graduada pela UnB, tem especialização em ESG Management, com MBA da PUC-Rio.

Antes da CNN, Renata já havia trabalhado como repórter especial no Estadão. Também teve passagens por Folha de S.Paulo, Exame e Veja. Em 2001, ganhou o Prêmio Comunique-se na categoria Jornalista Podcaster e foi finalista do Troféu Mulher Imprensa.

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Dez anos de #BlackLivesMatter: 44 milhões de tweets e o papel das redes e da imprensa no ativismo

Jornalistas negros e de minorias criticam Sociedade de Editores por “negar” racismo na imprensa britânica
Jornalistas negros e de minorias criticam Sociedade de Editores por “negar” racismo na imprensa britânica

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Muitos associam a hashtag #BlackLivesMatter ao assassinato de George Floyd, que em 2020 desencadeou um forte movimento contra a discriminação racial no mundo. Entretanto, ela é mais “idosa”: completa dez anos este mês.

O Pew Research Center fez um estudo sobre a década da hashtag, criada para agrupar conversas nas redes a respeito de justiça criminal e racismo após a absolvição de George Zimmerman, um vigilante que em 2013 matou Travyon Martin, de 17 anos, na Flórida.

Apenas no Twitter, a #BlackLivesMatter foi usada em 44 milhões de postagens entre julho de 2013 e março de 2023, consolidando o movimento como “um dos mais proeminentes a se desenvolver e evoluir inteiramente na era das mídias sociais”, segundo o Pew.

O período da morte de Floyd, assassinado pelo policial Derek Chauvin em Minneapolis em 25 de maio de 2020, revitalizou a hashtag e foi o pico de seu uso. Os pesquisadores constataram que mais da metade de todos os tweets que a utilizaram foi postada entre maio e setembro daquele ano.

Outro pico aconteceria em abril de 2021, quando Chauvin foi condenado.

Dos quase dez milhões de usuários que postaram com #BlackLivesMatter nesses dez anos, 6,8 milhões nunca haviam usado a hashtag, revelando como o evento engajou pessoas não militantes na luta contra o racismo e a violência policial.

O Pew identificou que um terço dos tweets empregando a hashtag tratou de confrontos com policiais. E houve um “transbordamento” de seu uso para outras causas ligadas a justiça social.

A maioria dos tweets − 72% − expressa apoio ao movimento. No entanto, há uma parcela de 11% discordando do Black Lives Matter nos EUA, número que não pode ser desprezado. São pessoas que não se sentiram constrangidas ao exporem sua posição contra o caso Floyd e contra políticas inclusivas.

Por coincidência, os dez anos da #BlackLivesMatter são celebrados em meio a uma nova controvérsia racial. Na semana passada, a Suprema Corte dos EUA decidiu que a raça não pode mais ser levada em conta para admissão em universidades.

Além de analisar as estatísticas, o Pew fez uma pesquisa com mais de cinco mil americanos sobre ativismo online e o papel das mídias digitais e da imprensa.

De novo, o BML se destaca: 77% dos entrevistados disseram ter visto conteúdo associado ao movimento nas redes.

Já o engajamento direto não é tão grande. Apenas 24% disseram já ter postado ou compartilhado conteúdo em apoio à causa, e 10% admitiram que usaram as redes para expressar opinião negativa.

Naturalmente o percentual de apoio sobe entre pessoas negras: 52% delas afirmaram ter endossado o BML por meio de suas contas. E cai para um a cada cinco entre brancos, asiáticos e hispânicos, embora os últimos também sejam alvo recorrente de discriminação e tratamento diferenciado pela polícia no país.

O mesmo comportamento se repete quando os entrevistados são indagados sobre a extensão do problema da violência policial. Ao todo, 81% acham que é um grande problema. Entre negros o percentual é de 85%. Entre os brancos, 36% pensam o mesmo. Hispânicos e asiáticos têm visão parecida, 56% e 50% respectivamente.

E quem está mais credenciado a ajudar a transformar a realidade: mídias sociais ou imprensa tradicional?

Nessa a imprensa saiu perdendo: 35% acham que ela pode ser extremamente ou muito eficaz em chamar atenção para o problema, enquanto 43% disseram o mesmo das redes sociais. No entanto, nenhuma das duas passou dos 50%.

O estudo do Pew revela ainda uma tendência de redução da importância das redes no engajamento político e social. Quatro em cada dez usuários dizem que as plataformas são um pouco ou muito relevantes para encontrar pessoas que compartilham das mesmas opiniões; 30% as valorizam como instrumento para se envolverem com essas questões e 27% acham que elas são muito importantes como canal para expressar visões. Em 2020, auge do BlackLivesMatter, as taxas era respectivamente de 45%, 44% e 40%. Ainda que 67% dos pesquisados achem que a mídia social destaca questões que não receberiam atenção de outra forma, 82% dizem que elas distraem sobre o que realmente importa. E 76% acreditam que criam uma ilusão de estar “fazendo a diferença” que não corresponde à realidade.


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1º turno do TOP Mega Brasil encerra-se nesta sexta-feira (7/7)

1º turno do TOP Mega Brasil encerra-se nesta sexta-feira (7/7)

Encerra-se nesta sexta-feira (7/7) a votação do primeiro turno do prêmio TOP Mega Brasil, que, pelo oitavo ano, elegerá as feras da comunicação corporativa nas categorias Agências de Comunicação e Executivos de Comunicação Corporativa, tanto nacional quanto regionalmente.

Neste primeiro turno, a votação é por livre indicação, tanto de executivos quanto de agências, e cada eleitor poderá indicar até dez nomes de qualquer região do País em cada uma das categorias. Todos os votos serão computados, ainda que parciais, exceção aos votos em duplicidade do mesmo eleitor ou comprovadamente irregulares. Clique aqui para votar.

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