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sábado, julho 26, 2025

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Inscrições para o Prêmio Jatobá encerram-se neste sábado (30/9)

Prêmio Jatobá PR abrirá inscrições na terça, 2 de maio

Cases terão cinco dias adicionais, até a meia noite de 5 de outubro, para serem incluídos na plataforma. Festa de premiação está marcada para 5 de dezembro no Renaissance Hotel, em São Paulo

As inscrições à edição 2023 do Prêmio Jatobá PR encerram-se neste próximo sábado, 30 de setembro, à meia noite, e a partir desse horário já não será mais possível participar da premiação neste ano. Os organizadores, no entanto, em função do acúmulo de projetos que estão sendo inscritos nos últimos dias, estenderão em cinco dias, até 5 de outubro, o prazo para o upload dos cases na plataforma da premiação.

Vale lembrar que a premiação conta com três verticais e 31 categorias, dez delas exclusivas para grandes agências, outras dez exclusivas para as agências-butique e dez exclusivas para as organizações privadas e públicas, além de uma Internacional, aberta a todos os participantes.

Os cases serão submetidos a um júri integrado por quase 60 profissionais entre 9 e 24 de outubro e no dia 30 do mesmo mês o GECOM – Grupo Empresarial de Comunicação anunciará as shortlists com os finalistas que disputarão os troféus de campeões e os prêmios especiais de Cases do Ano, Cases Regionais do Ano e Organizações do Ano.

A festa de premiação está marcada para o dia 5 de dezembro no Renaissance Hotel, em São Paulo.

R7 e Placar firmam parceria para cobertura de eventos esportivos

O portal R7 e a Revista Placar firmaram parceria de conteúdo com o objetivo de intensificar a cobertura esportiva. O material produzido pela Placar será disponibilizado no site do R7, incluindo coberturas esportivas ao vivo e lances em tempo real.

“Nós do R7.com estamos felizes por firmar essa parceria com a Placar, um veículo que tem mais de 50 anos de história consolidada no mercado esportivo, e sempre busca se reinventar para fazer com que as informações cheguem aos seus leitores, sem deixar a qualidade e veracidade de lado”, destaca Bia Cioffi, diretora de conteúdo digital e transmídia do Grupo Record. “Sem sombra de dúvidas, é um acordo muito positivo e que trará benefícios para os nossos seguidores”.

Para Sandro Santos, diretor comercial da Placar, a parceria será benéfica para os dois lados: “A parceria entre os portais é uma ótima oportunidade para as marcas, uma vez que a audiência do R7 poderá contar com um conteúdo nobre sobre o mundo do futebol. Já para a Placar, poderemos contar com um enorme crescimento de audiência, uma vez que milhares de pessoas terão acesso diretamente ao nosso site. Inclusive, essa parceria traz um ganho enorme para agências e marcas anunciantes, que poderão se beneficiar desse crescimento”.

Dez instituições firmam acordo para ações contra ataques ao jornalismo

Dez instituições que atuam em prol do livre exercício do jornalismo, lideradas pelo Ministério Público Federal, firmaram parceria para acompanhar as denúncias de violações à liberdade de imprensa em âmbito nacional. Durante a cerimônia de assinatura do Memorando de Entendimento, em 21/9, na sede da ABI, os dirigentes das entidades realçaram o valor da união de esforços.

A mesa reuniu, pelo MPF, o procurador federal dos Direitos do Cidadão Carlos Alberto Vilhena e o procurador da República Júlio José Araújo Júnior (Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão/RJ), e, pela ABI, o presidente Octavio Costa.

A parceria prevê a criação de mecanismos para efetivar direitos à liberdade de expressão e o direito à informação. Está prevista, entre outras ações, uma central para receber denúncias de assédio judicial contra jornalistas e outros ataques a comunicadores, para garantir atuação rápida do MPF, via Procuradorias Regionais dos Direitos do Cidadão, em conjunto com outras instituições.

As instituições signatárias do acordo de cooperação são: Ministério Público Federal (MPF), via Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj); Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC); Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB); Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação; Instituto Tornavoz; Instituto Vladimir Herzog; e Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

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CPJ cria guia para garantir saúde mental de jornalistas locais em coberturas de violência

 

O Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) produziu um guia para profissionais locais que fazem a cobertura de violência armada. O chamado Segurança psicossocial: Cobrindo a violência armada em sua comunidade contém dicas para a preservação da saúde mental antes, durante e após realizá-las.

O guia reconhece a importância da cobertura local em conflitos para trazer uma perspectiva fiel e realista dos acontecimentos. Contudo, segundo artigo publicado por Bruce Shapiro, a proximidade emocional e geográfica com temas sensíveis pode causar estresse, esgotamento e a probabilidade de desenvolver TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático).

Antes da cobertura, é recomendado que os chefes de redação ofereçam ferramentas de suporte à equipe ou repórter designado para o trabalho. Além de se preparar para possíveis ligações, observar sinais de estresse em outros membros da equipe, mesmo que não estejam em campo. Durante a cobertura, devem fornecer aos profissionais preparo para o distanciamento jornalístico das fontes. E, ao fim dela, aconselha-se a permissão de afastamento, intervalo ou direcionamento para coberturas de assuntos leves.

Para os repórteres, antes de iniciá-las é sugerido perceber e respeitar seus próprios sinais de que algo não está bem, priorizando buscar ajuda profissional. Em meio à cobertura, devem manter contato constante com seus chefes e conversar sobre os desafios vividos.

Ao termino da produção da reportagem, além do descanso os comunicadores também têm o direito de participar de celebrações e cerimônias religiosas, uma vez que eles não apenas cobrem tragédias, como também as vivem.

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STF adia julgamento de ação para barrar o assédio judicial a jornalistas

Depois do voto da relatora e presidente do STF, ministra Rosa Weber, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7055), ajuizada pela Abraji, teve seu julgamento no plenário virtual interrompido pelo pedido de vista do processo feito pelo ministro Luís Roberto Barroso. O julgamento virtual que trata da ADI 7055 e da ADI 6792, proposta pela ABI (Associação Brasileira de Imprensa), teve início em 22 de setembro.

As entidades pedem que o Supremo dê interpretação conforme à Constituição Federal a dispositivos do Código Civil, do Código de Processo Civil e da Lei dos Juizados Especiais, de modo a diminuir os danos causados pelo assédio judicial contra a imprensa. A Abraji destaca o uso dos Juizados Especiais Cíveis (JECs) para processar um jornalista ou veículo de comunicação a partir de diversas localidades, mantendo o profissional “preso” em uma teia de audiências.

A Abraji e outras organizações de defesa do jornalismo manifestaram a importância de o STF sinalizar, através dessa decisão, o jornalismo como instrumento para a manutenção das instituições democráticas. Em nota, ressaltaram que a Corte deve cumprir seu papel de combater o assédio judicial e o uso abusivo do direito de acesso à Justiça, que têm sido usados para o silenciamento e a censura a jornalistas no país. (Saiba+)

Project Oasis Global vai mapear mídia nativa digital no Brasil

O Project Oasis Global, estudo liderado pela SembraMedia sobre sustentabilidade e inovação de organizações de jornalismo nativas digitais, anunciou uma nova fase que pretende incluir novas regiões e veículos. Com o apoio da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), o projeto vai incluir pela primeira vez informações sobre veículos brasileiros em seu diretório.

A ideia é fortalecer os diretórios de veículos de América do Norte, Europa e América Latina, com mapeamento e análise de mais de 2,5 mil organizações de notícias, de 68 países. A SembraMedia atuará com o auxílio de entidades parceiras, que incluem, além da própria Ajor, LION Publishers (América do Norte) e European Journalism Centre, Media and Journalism Research Center, Global Forum for Media Development e International Media Support (Europa). O projeto pretende também ampliar o diretório formado por redações de Ásia, África e Oriente Médio.

No Brasil, a pesquisa será coordenada pelo professor e consultor Marcelo Fontoura, um dos pesquisadores responsáveis pelo Atlas da Notícia, que inclusive será usado como base de dados para mapear os veículos brasileiros. Fontoura terá o apoio de pesquisadores regionais. As entrevistas serão aplicadas a partir de 9 de outubro, e o primeiro relatório global e a base de dados completa serão publicados em 2024.

“Estamos certos de que uma base de dados global ajudará os líderes dos meios de comunicação, os financiadores, as organizações de apoio ao jornalismo e outros interessados a compreender melhor as diferenças e semelhanças regionais, a identificar tendências que afetam os meios de comunicação agora e no futuro, e a fornecer possibilidades sobre como  aumentar o sucesso de organizações independentes em todo o mundo”, disse Ana Paula Valacco, diretora do Project Oasis Global.

Maia Fortes, diretora executiva da Ajor, declarou que a entidade está honrada em ajudar “na expansão do Project Oasis incluindo dados sobre o ecossistema do jornalismo nativo digital brasileiro, que é plural, diverso e está em constante evolução. A pesquisa vai fornecer insights valiosos para este setor e também para a academia do País. Esperamos contribuir para o aumento da visibilidade global do conteúdo produzido pelas nossas associadas, assim como de todo o ecossistema brasileiro”.

Para participar do projeto, é necessário que o veículo seja nativo digital, publique conteúdo original e de interesse público, tenha independência editorial e seja transparente em relação aos seus fundadores, funcionários e políticas de financiamento. Saiba mais sobre o Project Oasis Global aqui e mande dúvidas ou pedidos de inclusão de veículos no programa para o e-mail projectoasis@ajor.org.br.

Confira os vencedores do Prêmio de Comunicação José Luiz Egydio Setúbal

Confira os vencedores do Prêmio de Comunicação José Luiz Egydio Setúbal

A Fundação José Luiz Egydio Setúbal anunciou os vencedores da terceira edição do Prêmio de Comunicação José Luiz Egydio Setúbal, que tem o objetivo de valorizar e estimular a produção jornalística sobre a saúde infantil. A cerimônia de premiação foi em 25/9, no Teatro UOL, em São Paulo.

José Luiz Egydio Setúbal, presidente da Fundação e integrante do júri, destacou as mudanças nos temas nesta edição em relação aos anos anteriores, que aconteceram durante a pandemia de Covid-19: “Fico satisfeito em ver que recebemos tantas reportagens de temas abrangentes, tratando de nutrição infantil, saúde mental, violência, e tantas injustiças que nos assombram”.

Confira a lista dos vencedores:

Áudio

Tão Cedo, os Desafios da Prematuridade − Ana Luiza Bongiovani (Rádio Itatiaia)

 

Áudio – estudante

Uma Dose de InformaçãoIsabella Ladislau Placeres (Faculdade Cásper Líbero)

 

Texto – profissional

De volta à classe: como fica a saúde mental de alunos que vivenciaram ataques − Beatriz da Silva Araújo (Terra)

 

Texto – estudante

Lá vem o popopô: o barco que promove saúde para crianças do Pará − Giselly Correa Barata (Universidade Federal do Ceará)

 

Iniciativas Digitais

Aprendendo a me proteger da violência − Giulia de Jesus (Eu me Protejo)

 

Vídeo

EP2: Não era pra ele ser um pai? − Como combater o abuso sexual infantil?Heitor Moreira (EPTV Campinas)

 

Texto – profissional

Crianças Yanomami morrem 13 vezes mais por causas evitáveis do que média nacional Rafael de Souza Oliveira (Agência Pública)

Campanhas de Comunicação

Tele Oncoped − ICI − Valéria Foletto (Instituto do Câncer Infantil)

 

Prêmio Sebrae de Jornalismo divulga finalistas nacionais

10º Prêmio Sebrae de Jornalismo abre inscrições

Foram divulgados os 20 trabalhos finalistas da etapa nacional do 10º Prêmio Sebrae de Jornalismo. Nesta edição foram 1.899 trabalhos inscritos, número 65% superior ao do ano passado e o maior da história da iniciativa.

A cerimônia de revelação dos vencedores e entrega da premiação será em 24 de novembro, em Brasília. Serão anunciados os vencedores de cada categoria e do Grande Prêmio Sebrae de Jornalismo. Também será escolhido, entre os 20 finalistas, o vencedor do prêmio especial “Empreendedorismo Social”, que reconhecerá a melhor matéria voltada para o tema.

Confira a relação dos finalistas:

Jornalismo em Texto
  • Da terra para o prato: nutrição e sustento econômico vêm da natureza (Correio Braziliense / Distrito Federal).
  • Empreendedorismo 50+ (Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios / São Paulo).
  • Ouro branco, ouro roxo: a batata doce como preciosidade agrícola do Agreste de Sergipe (Portal Fan F1 / Sergipe).
  • Panelas de barro produzidas há séculos por mulheres Macuxi devem ganhar selo de referência à Terra Indígena Raposa Serra do Sol (g1 Roraima / Roraima).
  • Série Empreendedorismo no RS (Zero Hora / Rio Grande do Sul).

 

Jornalismo em Vídeo
  • Encontro Ancestral (Rede Amazônica Roraima / Roraima).
  • A Força do Coletivo (TV Globo / Rio de Janeiro).
  • Mar & Cultura (NDTV RECORD TV / Santa Catarina).
  • Moeda local impulsiona negócios e muda realidade de moradores do Vergel do Lago (TV Ponta Verde / Alagoas).
  • Vizinhos, amigos, empreendedores e clientes (TV Anhanguera / Goiás).

 

Jornalismo em Áudio
  • A contribuição dos pequenos negócios para o desenvolvimento econômico e social do país (Rádio Alba / Bahia).
  • Ela mudou a realidade econômica de 55 Redeiras, depois do empreendedorismo (Podcast Olha a Xepa! / Mato Grosso).
  • Empreendedorismo de Transformação (Jornal O Tempo – podcast / Minas Gerais).
  • Inovação Social: quando o negócio é a inclusão (Rádio Peperi / Santa Catarina).
  • Roraima, o mercado do café e suas vertentes (Rádio Roraima / Roraima).

 

Fotojornalismo
  • Agricultura regenerativa: uma nova era da cafeicultura brasileira (Revista Negócio Rural / Espírito Santo).
  • Empresária exalta a autoestima negra ao aliar negócio com propósito social (PNB Online / Mato Grosso).
  • Moldadas pelo Barro (TNH1 / Alagoas).
  • Muito além do lucro, mudanças de vidas (Jornal Diário do Pará / Pará).
  • Pisa da uva ao som do tamborim (Jornal A Hora / Rio Grande do Sul).

Ataques escolares, racismo, soluções e o papel do jornalismo foram discutidos no 7° Congresso da Jeduca

Ataques escolares, racismo, soluções e o papel do jornalismo foram discutidos no 7° Congresso da Jeduca

Por Hellen Souza, especial para o J&Cia

A Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) realizou em 18 e 19 de setembro o 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação. Com a temática central Que sociedade queremos? O jornalismo de educação no debate nacional, o evento aconteceu na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), em São Paulo.

A sétima edição do congresso organizou mesas e oficinas com especialistas para discutir métodos de cobertura para os principais assuntos da educação, como os atentados a escolas, a desigualdade racial e a tecnologia em ambientes escolares.

O protagonismo negro em produções jornalísticas

Na mesa de abertura, Educação antirracista: a voz preta na história, mediada pela presidente da Jeduca Renata Cafardo, Nikole Hannah-Jones e Tiago Rogero falaram sobre inspirações e desafios presentes na criação de projetos que abordam a escravidão através da perspectiva negra. Nikole, criadora do The 1619 Project, do The New York Times, explicou a relação de estadunidenses com temas como desigualdade, segregação e racismo. Ela revelou que não há tanto patriotismo para pessoas negras devido ao passado do País e que, apesar de alguns terem a ilusão de democracia, o legado da escravidão permanece afetando atos políticos e sociais nos EUA.

Inspirado pela produção de Nikole, Rogero, diretor da Abraji, criou o Projeto Querino. Produzido por uma equipe majoritariamente negra, mostra como a escravidão privilegiou pessoas brancas e marginalizou negras. O profissional compartilhou que foram necessários mais de dois anos de pesquisa para sua realização. Além da surpresa pelo feedback positivo, ele revelou que pretende lançar um livro sobre o tema, assim como preparar um formato para ser implementado nas escolas.

Tiago Rogero (esq.), Renata Cafardo e Nikole Hannah-Jones (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

O jornalismo aliado às soluções

Com a premissa de que o jornalismo, além de apontar o problema, deve estudar formas de solucioná-lo, a mesa Educação na América Latina e o Jornalismo de Soluções discutiu sua importância na educação.

Pedro Lima, do Canal Futura, mediou o debate, que contou com a participação da argentina Stella Bin, autora da newsletter Hora Libre, e de Daniel Nardin, do Amazonia Vox. Para Nardin o jornalismo de soluções trata de estudo e participação; ele defendeu que é preciso ouvir as pessoas diretamente envolvidas no problema e nas possíveis respostas para ele.

Stella explicou que é preciso agregar às reportagens formas de solucionar um problema, sejam novas ou já existentes. Ela utilizou os casos de ataques a escolas como exemplo, ressaltando que as causas dos episódios são essenciais, mas a cobertura deve continuar após isso: “É preciso agregar o jornalismo de soluções. Contar o que outras escolas estão fazendo para evitar o problema e se elas se inspiraram em outras escolas, adaptando as soluções originais”.

Stella Bin (esq.), Daniel Nardin e Pedro Lima (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Políticas de cobertura em ataques escolares

Ainda na temática de ataques a escolas, neste ano o assunto tornou-se um dilema para veículos e profissionais, pois, ao mesmo tempo em que há o dever de noticiar tudo aquilo que é de interesse público, também existe a responsabilidade de evitar que a exposição incentive novos casos.

Com Laura Mattos (Folha de S. Paulo), Lorrany Martins (A Tribuna − ES), Maurício Xavier (O Globo) e Victor Vieira (O Estado de S. Paulo), a mesa A cobertura dos ataques às escolas e os dilemas da imprensa refletiu sobre as mudanças que os atentados provocaram nas coberturas jornalísticas. A mediação foi da editora pública da Jeduca, Marta Avancini.

Ao falar sobre medidas e aprendizados adquiridos ao cobrir esse tipo de tragédia, Victor apontou que é necessário seguir as orientações de especialistas em vez de divulgar somente informações de interesse da audiência: “Tirar essa cobertura do jogo da busca por audiência é essencial. Não dá para sermos hipócritas e falar que não estamos sob essa pressão nas redações, esse tipo de cobertura dá muita audiência”.

Maurício acrescentou que esses eventos ressaltam o trabalho jornalístico e devem se noticiados, porém com cautela: “A gente deve continuar noticiando, mas tomando cuidados para evitar a espetacularização”.

Laura Mattos (esq.), Maurício Xavier, Victor Vieira e Lorrany Martins (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

O “heroísmo” de professores em ataques

Trazendo a perspectiva de quem vive dentro do ambiente escolar e lida diretamente com os desafios presentes na sala de aula, três educadores compuseram a mesa Para além dos ataques: como professores lidam com tensões frequentes e violência na escola, mediada pela Tatiana Klix, da Plataforma Porvir.

A professora de educação física Cinthia Barbosa, responsável por desarmar e conter o autor do ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo, disse acreditar que a questão envolve toda a sociedade: “É necessário uma família presente, professores, grupos de psicólogos e segurança para minimizar esses cenários”.

Erison Lima, professor atuante no Projeto de Vida e Cultura Digital da rede estadual de Manaus, criticou a falta de preparo para situações de violência escolar: “Infelizmente não recebemos formação. As instâncias governamentais esperam que ocorram tragédias para resolverem problemas”.

Já a educadora Celiana Moroso destacou que a imprensa distorce a função dos educadores ao atribuir o papel de “heróis” a eles, impondo demandas vão além de suas capacidades. Ela ressaltou que “o jornalista, o educador, que querem dar o seu melhor, precisam estar junto com pessoas com o mesmo objetivo. O primeiro gesto é o de ação e entender o que a minha comunidade está precisando”.

Celiana Moroso (esq.), Cinthia Barbosa, Erison Lima e Tatiana Klix (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

O ensino infantil e o racismo velado

Em continuidade à visão dos responsáveis pelo ensino brasileiro, a mesa A educação como transformação da sociedade discutiu o papel dos educadores no ensino infantil, com a participação dos professores Daniel Santos, da USP (Universidade de São Paulo) em Ribeirão Preto, Paulo Fochi, da Unisinos (Universidade do Vale do Rio dos Sinos), e Ynaê Lopes dos Santos, da UFF (Universidade Federal Fluminense). O debate teve o colunista Antônio Gois, de O Globo, como mediador.

Daniel, coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisa em Economia Social (LEPES), defendeu que melhorias na educação exigem esforços de pesquisadores, jornalistas e professores: “Nós trabalhamos com uma perspectiva sistêmica de intervenção na educação infantil. Nossa conclusão é que, para fazer a diferença, o segredo é a corresponsabilização. Todos precisam acreditar que o problema é dele”.

Ynaê, que prestou consultoria para o Projeto Querino, revelou que a experiência a fez perceber que muitos alunos e professores dos anos finais do ensino fundamental com os quais conviveu não conheciam a história da África: “A escola e o jornalismo brasileiro foram infelizmente propagadores de uma ideologia que é racista sem assumir que é. Já passou do tempo de assumir que somos racistas para que possamos aprender com nossos erros e começar a transformação”.

Ela exemplificou o racismo pela maneira como notícias são veiculadas: “Os adjetivos mudam dependendo da cor de pele de quem se está falando. Se é um menino negro pego com maconha ele se torna traficante; no entanto, quando branco, ele é apenas um usuário”.

Daniel Santos (esq.), Paulo Fochi, Ynaê Lopes dos Santos e Antônio Gois (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

A educação como pauta

Para fomentar o debate sobre educação, a mesa A educação na pauta do dia apresentou propostas para relacionar o tema com pautas de maior interesse e audiência, como política e economia. Nela marcaram presença Adriana Fernandes (Estadão), Basília Rodrigues (CNN Brasil), Fernando Torres (Valor Econômico) e Thais Bilenky (piauí), com mediação de José Brito, do Canal Futura.

Para Adriana, que cobre economia e política em Brasília, os comunicadores precisam incomodar os editores e também os políticos: “Os repórteres de educação, que estão lá em Brasília, têm que ir para a portaria do ministro da Educação, para a portaria do ministro Haddad”.

Thais enfatizou a importância da atenção ao contexto, destacando a escolha de pautas como passo fundamental para a qualidade do jornalismo de educação: “A pauta de educação está na nossa vida, está no nosso dia a dia, está na observação, em algum relato que você ouviu de alguém”. Ela lembrou que durante a visita a uma escola a falta de água no local foi uma preocupação maior do que a pauta planejada, o que a fez mudá-la.

Adriana Fernandes (esq.), Thais Bilenky, José Brito, Basília Rodrigues e Fernando Torres (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Novas formas de apurar

Sobre desafios do jornalismo de educação, a falta de dados e informações durante o governo do Bolsonaro tornou-se uma barreira para o trabalho dos profissionais nos últimos quatro anos. Novos caminhos de apuração foi o tema discutido na mesa O jornalismo de educação hoje, com mediação do repórter da Folha e diretor da Jeduca Paulo Saldaña, que teve como participantes Bruno Alfano (O Globo), Paula Ferreira (O Estado de S. Paulo) e Thatiany Nascimento (Diário do Nordeste).

A dificuldade de contato com o Ministério da Educação forçou jornalistas a descobrirem novas formas de apurar, Paulo Saldaña relembrou que a análise de dados contribuiu para reportagens e citou como exemplo denúncias envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e supostas fraudes nos kits de robótica para escolas de Alagoas.

Paula Ferreira, que atua em Brasília, aconselhou aos profissionais que não se limitem a pautas do dia a dia: “Em Brasília tem essa peculiaridade, senão você fica refém do que está acontecendo no dia. Sempre tem muita coisa acontecendo no Congresso, no Planalto e você tem que escolher as suas batalhas. Por isso, todos os dias procuro olhar nem que sejam três células de Excel para aquela pauta que quero publicar no fim do mês e não têm necessariamente a ver com as pautas do dia”.

Ao serem questionados sobre o melhor local para fontes de jornalismo de educação, Thatiany Nascimento e Bruno Alfano afirmaram que a resposta para entender a realidade está nas escolas, que o contato frequente com estudantes, professores e pessoas do ambiente estudantil promove a criação de pautas baseadas em necessidades reais.

Bruno Alfano (esq.), Paula Ferreira, Paulo Saldaña e Thatiany Nascimento (Crédito: Alice Vergueiro/Jeduca)

Leia também: Repórteres Sem Fronteiras lança relatório sobre desafios do jornalismo na Amazônia

Repórteres Sem Fronteiras lança relatório sobre desafios do jornalismo na Amazônia

Repórteres Sem Fronteiras lança relatório sobre desafios do jornalismo na Amazônia

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) lançou o relatório Amazônia: Jornalismo em Chamas, que aborda os desafios e obstáculos do jornalismo e da liberdade de imprensa na região da Amazônia. A ONG detectou 66 casos de ataques à imprensa nos nove estados da Amazônia Legal, entre 30 de junho de 2022 e 30 de junho de 2023.

O relatório destaca que os jornalistas e os meios de comunicação enfrentam desafios estruturais específicos na Amazônia, como a complexidade logística dos deslocamentos, desigualdades tecnológicas, dificuldades de financiamento (especialmente o jornalismo local e independente), e interferência de poderes políticos e econômicos no conteúdo editorial.

Entre os 66 casos de violações da liberdade de imprensa registrados, 16 estavam ligados a reportagens sobre agronegócio, mineração, povos indígenas e violações de direitos humanos. O relatório explica que a região da Amazônia é um ambiente hostil para jornalistas, com diversos ataques e ameaças de indivíduos que querem evitar que determinadas informações sejam divulgadas.

Isso gera uma espécie de “autocensura” entre os jornalistas na região, com o objetivo de evitar ataques de representantes dos poderes político e econômico, “em um contexto marcado pela ausência de uma política de prevenção, proteção e valorização do jornalismo”, destaca a RSF.

Outro problema apontado pelo relatório é a interferência editorial, principalmente no que se refere ao financiamento das atividades jornalísticas. Há enorme pressão por parte de anunciantes e conflitos de interesse, o que faz com que os veículos adotem uma linha editorial favorável aos anunciantes, para que consigam manter o financiamento. Isso acaba favorecendo a propagação de notícias falsas sobre a Amazônia.

Além disso, destaca a RSF, devido às constantes ameaças e ataques, os jornalistas precisam ser de certa forma criativos para se protegerem e poderem informar sobre a realidade de diversas áreas isoladas: “A cooperação internacional e o fortalecimento das redes locais desempenham, portanto, um papel fundamental”, diz a ONG.

Por fim, a RSF faz recomendações para a criação de um ambiente mais favorável para o jornalismo na Amazônia, que incluem a defesa de informações confiáveis, independentes e plurais; políticas de prevenção e proteção a jornalistas, principalmente àqueles que trabalham com temas sensíveis da região; promoção de um ecossistema midiático plural e financeiramente sustentável; fortalecimento de programas de educação midiática e de combate à desinformação na Amazônia; e ampliação do monitoramento de ataques contra jornalistas na região.

Leia o relatório na íntegra.

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