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quinta-feira, julho 3, 2025

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Novo serviço de ZH mostra processo de diagramação do jornal

A equipe gráfica do Zero Hora, comandada pelo chefe de Diagramação Rui Fabiano da Silva e pelo editor Marcio Câmara, está lançando a página ZH Diagramação no facebook, onde diariamente os leitores interessados no projeto gráfico do jornal poderão acompanhar a confecção de suas páginas. A cada dia uma novidade será também apresentada, como a tipografia usada no projeto gráfico da revista Donna, uma sacada gráfica no meio de uma reportagem ou uma página que a equipe considera bonita, sempre com a explicação de um dos diagramadores. Autora da ideia de lançamento da página, a diagramadora Isabela Rodrigues explica que são constantes os pedidos de explicações de universitários e pesquisadores sobre elementos gráficos do ZH, o que justifica o lançamento do novo serviço.

Grupo RAC estuda reformulações para cadernos de veículos

O fim da edição impressa do centenário Diário do Povo, de Campinas (SP), não significou, em curto prazo, mudança de pessoal na redação ou de produção, já que os mesmos conteúdos continuam sendo publicados na internet ? o mesmo acontece com as matérias da editoria de veículos. Luis Cesar de Souza Pinto, o Cesinha, continua como editor do caderno, além de editor-executivo do Grupo RAC em geral. Ele anuncia, porém, que o espaço automotivo deve crescer. A página dedicada ao setor no popular Notícia Já deve aumentar para quatro, provavelmente com circulação mantida às 5as.feiras, em Campinas e Ribeirão Preto (SP). São definições que dependem de planejamento junto ao Departamento Comercial, mas ainda podem incluir um canal digital próprio da editoria de veículos, agregado aos dois portais do grupo: Rac.com e Correio.com. As reformulações são previstas para 2013. Cesinha e o sub Edimárcio Monteiro são os responsáveis pela produção, que ainda inclui o caderno Motor dos jornais Gazeta Ribeirão e Gazeta de Piracicaba.

Trip TV completa um mês na Mix TV

Parceria entre Mix TV e Trip Editora, o programa segue a linha editorial das revistas e das plataformas de conteúdo formadas pelas marcas Trip e Tpm. O editor e sócio-fundador da Trip Editora, Paulo Lima, que ao lado de Fernando Luna criou o Trip TV, disse estar muito contente por ver que agora o círculo está completo, com conteúdo em tevê, rádio, impresso e web. “Os tais 360 graus estão completamente cobertos. Ver isso funcionando é muito interessante. Por exemplo, um ensaio sensual é fotografado para a revista, captado em vídeo para a televisão, editado em formato curto para as redes sociais e para a web, a modelo (ou o modelo) é entrevistada para dizer o que pensa da vida e do mundo e tudo o que diz é trabalhado para encaixar nos diversos suportes. Uma entrevista do programa de rádio gera uma coluna na revista impressa, vira um podcast no site, na sua versão em vídeo entra num bloco de três minutos do programa de tevê e eventualmente também no iPad. Um evento que fazemos, como a Casa Tpm, gera textos para as publicações em papel, imagens digitais e conteúdo para twitter e apps de celulares. Essa parceria com a Mix TV que viabilizou o Trip TV veio completar a nossa plataforma de maneira muito feliz”. Paulo diz que, somadas, Trip e Tpm têm mais de 450 mil seguidores no twitter, cem mil exemplares impressos por mês (sendo 40 mil assinantes) e 120 mil edições baixadas no iPad, além dos 625 mil unique visitors nos sites. A editora também produz um programa de rádio semanal, que vai ao ar em mais de cem cidades brasileiras, e os eventos Prêmio Trip Transformadores e Casa TPM. “Aquilo que durante muito tempo parecia apenas um punhado de expressões vazias – como cross mídia, plataformas de 360 graus, conteúdos multifacetados etc. – agora se transformou no nosso dia a dia real, tanto no plano criativo e editorial quanto no dos negócios. Os anunciantes que entendem a força e a visão de mundo da Trip e da Tpm querem estar em todas as nossas frentes. É o caso da Pepsi, principal patrocinadora do programa Trip TV e que está conosco também no Prêmio Trip Transformadores, nos nossos aplicativos mobile e nas revistas impressas”, comenta Paulo. E completa: “Só faltava a tevê. E a parceria com a Mix TV veio como o encaixe perfeito para preencher este espaço. Vale ressaltar a liberdade absoluta que a Mix TV nos deu. Através deles, estamos chegando a muita gente que gosta da Trip e da Tpm, mas também a milhares de telespectadores que não conheciam tão bem nosso trabalho. E eles acabam querendo ver o que fazemos nas bancas, no site e em todas as plataformas”. Para dirigir o programa, foram contratadas a diretora Joana Cooper (ex-MTV, TV Globo, TNT, GNT) e a diretora-assistente Anice Aun (ex-GNT e TNT). A produção executiva é de Ana Rosa Sardenberg, com reforço do produtor Ricardo Franco (ex-TV Globo, GNT e MTV) e das assistentes Julia Simon e Vivi Gualhanone. O texto é de Alexandre Potascheff, com colaboração de Ciça Pinheiro, Micheline Alves, Ricardo Alexandre, Carol Sganzerla, Paula Carvalho, Rafaela Ranzani, Adriana Verani e Alex Bezerra.

Série sobre “esquemas” de Ricardo Teixeira vence Esso

Foram anunciados nesta 2ª.feira (12/11) os trabalhos vencedores do 57º Prêmio Esso de Jornalismo. Com O jogo suspeito e a queda de Ricardo Teixeira, série de reportagens que culminou com o afastamento do antigo mandatário da CBF, Filipe Coutinho, Julio Wiziack, Leandro Colon, Rodrigo Mattos e Sérgio Rangel, da Folha de S.Paulo, foram os vencedores da categoria principal desta edição. Concorrendo com mais de 1.300 trabalhos, recorde de inscrições da premiação, a reportagem vencedora destaca a combinação de interesses particulares do ex-presidente da CBF com os da própria entidade, fato apontado como motivo de seu afastamento. No Esso de Telejornalismo, a equipe da Rede Bandeirantes comandada por Fábio Pannunzio e integrada por Edvander Silva, Eliete Cavalcante de Albuquerque, Rosângela Marques Lara, Luiz Pessoa Júnior, Ubaldino Mota, Josenildo Tavares e José Antônio Martins de Palma Gonçalves Peres foi a vencedora, com a série Desaparecidos, trabalho que destaca histórias de pessoas que procuram por parentes vistos pela última vez quando saíam de casa, escola ou trabalho. Já o Esso de Reportagem será entregue à repórter do Zero Hora Letícia Duarte, que por três anos acompanhou os passos de um menino de rua, relatando as dificuldades de devolvê-lo à família, o início do consumo de crack, os internamentos e as fugas das instituições de recuperação para as ruas, onde até foi vítima de uma tentativa de o queimarem vivo. Todo esse esforço resultou em um trabalho de 16 páginas intitulado Filho da rua. E a célebre foto Touché, em que a presidente Dilma Rousseff parece estar sendo golpeada pelo espadim de um cadete da Academia Militar das Agulhas Negras, feita pelo repórter fotográfico Wilton Junior, do Estadão, foi a vencedora do Esso de Fotografia. Confira os vencedores das demais categorias da premiação:   Informação Econômica: Claudia Safatle e Ribamar Oliveira, do Valor Econômico, com O dia em que o Brasil quebrou Informação Científica, Tecnológica ou Ambiental: Cristiane Segatto, da Época, com O paciente Educação: Antônio Gois, Chico Otávio, Efrém Ribeiro, Odilon Rios, Letícia Lins e Carolina Benevides, de O Globo, com Aula de excelência na pobreza Especial de Primeira Página: Ana Dubeux, Saulo Santana, Carlos Alexandre, Plácido Fernandes, Marcelo Agner, Luís Tajes e Varilandes Gonçalves, do Correio Braziliense, venceram pelo segundo ano consecutivo, desta vez com Adeus, Chico Criação Gráfica – Categoria Jornal: Alessandro de Castro Alvim, Renato Carvalho, Michelle Rodrigues e Kamilla Pavão, de O Globo, com Cristo Criação Gráfica – Categoria Revista: Rafaela Ranzani, Camila Durelli, Manuela Alcântara e Fernando Luna, da TPM, com Lebmra quem tmoou toads? Regional Norte/Nordeste: João Valadares, do Jornal do Commercio (PE), com Reencontros Regional Centro-Oeste: Daniela Arbex, da Tribuna de Minas, com Holocausto Brasileiro Regional Sul: Adriana Irion e José Luís Costa, do Zero Hora, com Meninos condenados Regional Sudeste: Fausto Macedo e Felipe Rocondo, do Estadão, com Farra salarial no judiciário Melhor contribuição à imprensa: jornal O Globo, pelo produto Globo a mais, resultado do investimento da empresa no aperfeiçoamento da difusão de informação por meio de um novo formato A cerimônia de entrega da premiação está marcada para 4/12, durante um jantar no Rio de Janeiro.  

Vaivém das redações!

Confira o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais:São Paulo: André Vieira deixou em 31/10 a Época Negócios, onde era um dos editores-executivos desde julho de 2011. Com passagens por Valor Econômico, Jornal da Tarde, Estadão, Gazeta Mercantil, DCI, IstoÉ e iG, integrou a turma de 1994 do Curso Aplicado de Jornalismo do Grupo Estado. Enquanto não define seus novos passos profissionais, atende pelos andremv@hotmail.com e 11-98261-1915.Após rápida passagem como editora-assistente na Unesp Ciência, Martha San Juan França deixou a revista. Mestre e doutora em História da Ciência, com uma tese sobre a História da Aids no Brasil, e especialista em sustentabilidade e meio ambiente, foi repórter do Brasil Econômico e diretora de Editora Horizonte e Galileu. É autora do livro Células-tronco: esses ?milagres? merecem fé (Terceiro Nome) e uma das autoras de Formação & Informação em Jornalismo Científico (Summus). Enquanto não define seus novos passos profissionais, atende pelo msjfranca@gmail.com.Daniela Florenzano deixou a BandNews FM e voltou à Sulamérica Trânsito em 29/10, agora das 12h às 14 horas. O retorno à bancada que a revelou como âncora em 2008 deve-se a uma nova atração da rádio, Faixa Alternativa, com reportagens e séries especiais, que começou a ir ao ar esta semana, de 2ª. a 6ª.feira, num horário em que o trânsito paulistano é menos intenso ? os boletins de tráfego, no entanto, continuarão. Robson Ramos deixa a grade da Sulamérica e volta a dedicar-se somente à locução das atrações musicais da Band FM. A substituição de Daniela ainda não foi definida.   Rio de Janeiro: José Carlos Araújo, o Garotinho, tem nova coluna esportiva na edição carioca do gratuito Metro. Na última 4ª feira (7/11), ele estreou no espaço, semanal, em que comenta os destaques da rodada e analisa os desafios dos times do Rio. No Grupo Band, Garotinho apresenta o Jogo Aberto Rio, diariamente às 12h30 na tevê, comanda a equipe da rádio Bradesco Esportes (91,1 FM), da qual também é o principal narrador, e participa do bate-bola sobre esportes e atualidades nas manhãs da BandNews Fluminense (94,4 FM).Renato Maurício Prado assinou contrato na semana passada com o canal Fox Sports, para participação em programas e telejornais. Ele estava no SporTV e saiu em agosto deste ano, após um desentendimento com Galvão Bueno durante a cobertura das Olimpíadas.   Distrito Federal: Transferida da editoria de Nacional em São Paulo, Débora Àlvares (debora.taboas@grupoestado.com.br) começou na última 2ª.feira (5/11) na cobertura da área na sucursal do Estadão.  

Memórias da Redação – A excomunhão

A história desta semana é novamente uma colaboração de Plínio Vicente da Silva (plinio.vsilva@hotmail.com), ex-Estadão, hoje vivendo em Roraima. A excomunhão Lá pelo final dos anos 50 do século passado, depois de um período internado no Pavilhão Fernandinho da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, voltei para a casa de meus pais. Na tranquilidade de uma pequena fazenda nas cercanias da vila de Guatapará, às margens do rio Mogi Guaçu, passei a me recuperar de algumas cirurgias ortopédicas para a correção de sequelas deixadas pela polio. Nessa quadra da minha vida, aproveitando o tempo de internação, já fizera a primeira comunhão. Então, junto com uma enorme esperança de voltar a andar, levei para casa o aprendizado do Catecismo católico, ensinado por padres e freiras, tempo em que ele era ainda ministrado quase todo em latim. Logo que me acomodei, minha mãe, já sabendo que eu tinha razoável conhecimento dos sacramentos católicos, me intimou a rezar uma novena para Nossa Senhora Aparecida. Estava em débito com a santa de sua devoção por ter recebido a graça de ver curado um panarício nos dedos das duas mãos. Mais tarde, bem mais tarde, quando o problema se repetiu e parecia não ter solução, veio a saber por um médico, que acabou por livrá-la da enfermidade, que tudo fora consequência do uso continuado de sabão em barra, caseiro, que dona Alice fabricava com sebo bovino e uma grande quantidade de soda cáustica. Minha mãe lavava todos os dias uma enorme quantidade de roupa das famílias mais remediadas da vila. O dinheiro não era lá grande coisa, mas esse era o jeito de ela ajudar na minguada renda doméstica, quase toda sustentada pelas mãos calejadas de um heroico e incansável roceiro caipira, meu pai. Essa incursão pelas novenas, puxando o terço e cantando o Kyrie eleison; Christe eleison; Kyrie eleison, acabou mudando minha vida. Não foi preciso mais que três noites de oração para eu ganhar o apelido de padre. De repente choviam convites para que minha mãe mandasse o filho beato para as casas das suas clientes a fim de ministrar a prática da fé católica. Foi quando deixei-me levar pelo inebriamento e a popularidade me empolgou, me subiu à cabeça, pois era algo incomum um moleque de 10 anos transformar-se assim de repente num líder religioso. A ebulição dos acontecimentos me levou de tal forma a uma posição de respeito e credibilidade que pouco tempo depois eu já comandava todas as novenas da vila. Requisitado diariamente para rezar o terço, atendia não só as famílias da área urbana como também aquelas que viviam nas fazendas. O sucesso foi tamanho que não me contive e fui além da mera função de rezador. Passei a ministrar os sacramentos do batismo, casamento, crisma e até extrema-unção! Eu era visto como um fenômeno, pois abusava das palavras em latim e enrolava todo mundo com frases como Gloria in excelsis Deo, dominus vobiscum, omnipotens, habeas misericordiam nobiscum, ignoscas nobis peccata nostra et conducas nos ad vitam aeternam… Terminada a construção da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, o bispado de Ribeirão Preto mandou para Guatapará o padre Alfredo Cestari, seu primeiro pároco. Qual não foi seu espanto, que depois virou desespero, quando soube das minhas estripulias como falso padre. Não deu outra: teve reparar aos olhos da Igreja toda a m… que eu fizera. Certo dia ele apareceu lá em casa e comunicou a dona Alice a decisão de pedir ao bispo minha excomunhão, tamanha a gravidade dos atos que eu praticara. Minha mãe chorou, pediu perdão, disse que eu me emendara e que estava agora em Ribeirão Preto, trabalhando como jornaleiro e aprendiz de jornalista. E que uma excomunhão acabaria com qualquer chance de eu conseguir alguma coisa na vida. Padre Alfredo não arredou pé. Manteve sua decisão, que seria levada ao bispo em carta e no Crisma, marcado para três meses depois, certamente o chefe da diocese anunciaria o meu castigo: expulsão das fileiras da Igreja Católica Apostólica Romana. Num final de semana de folga fui visitar minha família e minha mãe. Fula e colérica, só faltou chicotear-me ao informar sobre a decisão do padre. Não levei muito a sério, cheguei mesmo a zoar com

Larissa Florêncio é nova editora do Carsale

Repórter no Carsale desde 2009, Larissa Florêncio (larissa.florencio@carsale.com.br e 11-99943-2774) foi promovida a editora do site. Ela assume no lugar de Carlos Guimarães, que deixou o portal em junho rumo à Car and Driver. Outra novidade por lá é o repórter Guilherme Silva (guilherme.silva@carsale.com.br), recém-contratado, com passagens pelas redações de iCarros e Terra. Continuam integrando a equipe Diego Oliveira (mídias digitais), Tiago Domingos (webmaster) e Salete Soares (gerente financeira). O repórter Leonardo Faria deixou o site. Mais informações em 11-3274-5904 / 5903 e editor@carsale.com.br.

Helle Alves lança autobiografia Eu vi

Helle Alves lançou no último sábado (10/11), em Santos, Eu vi, autobiografia em que rememora sua carreira nos Diários Associados. Entre outras coberturas, o livro aborda o furo de reportagem de Helle, hoje com 85 anos, sobre a morte de Che Guevara na Bolívia, em 9 de outubro de 1967. José Maria dos Santos, genro da autora, escreveu sobre ela e o livro a pedido de J&Cia: O assunto me diz respeito de perto, pois sou genro de Helle há 41 anos. Ao contrário do folclore em torno de sogras, das quais se diz cobras e lagartos, posso falar apenas em borboletas e joaninhas, uma vez que minhas relações com ela têm sido fáceis e amenas nesse período. Na época daquele episódio, nas minhas verdes duas décadas mal completadas de vida, eu era seu colega de redação dos Diários Associados, no célebre endereço da rua 7 de Abril, 230, 1º andar. Via-a partir alguns dias antes, em fins de setembro, na companhia do fotógrafo Antonio Moura e do cinegrafista Walter Gianello, da TV Tupi, na perua Rural-Willys pintada de amarelo-gema com o logotipo Diário da Noite estampado em vermelho, numa combinação de cores que lembrava a camisa do Jabaquara Atlético Clube. Guevara ainda não estava nos seus planos. A equipe ia por terra com a destino a Camiri, uma cidade de 25 mil habitantes do Departamento de Santa Cruz, a fim de cobrir o julgamento do filósofo francês Regis Debray, acusado pelo governo boliviano de fomentar a luta armada para derrubar o regime. A travessia seria, em principio, mais prática do que voar, pois o departamento faz fronteira com o Brasil. Era aquele pedaço que gira em torno de Santa Cruz de La Sierra e Cochabamba. Eis como era o contexto dos fatos. Regis Debray, com sua barba clara e o olhar alucinado dos sonhadores, parecia ser um daqueles jovens egressos das passeatas de Maio-68, caso o ano já tivesse começado. Ele se instalara na Bolívia para comprovar a tese do ?foquismo?, isto é, a criação de focos revolucionários armados para destroçar o Capitalismo, segundo apregoava nos seus escritos, resumida na expressão: um, dois, mil vietnãs. Por outro lado, cresciam os rumores de que Ernesto Guevara, comandante das colunas guerrilheiras que enfrentavam a do general René Barrientos, estava cercado na região. Até então, seu paradeiro era um mistério, desde que saíra de cena em Havana sem deixar vestígios, por volta de 1964. Tinha-se a impressão de que a profecia bíblica da batalha final de Armagedon, do Bem contra o Mal, iria ser travada nas selvas bolivianas. Instalada em Camiri com as antenas sempre ligadas, de acordo com seu feitio ? a propósito, foi uma das pioneiras no movimento de valorização pró-idosos no País ?, Helle decidiu verificar in loco os boatos sobre guerrilheiros aprisionados e mortos naquele sudoeste boliviano, enquanto os colegas jornalistas permaneciam postados na cidade de Santa Cruz de Sierra, aguardando a confirmação oficial das operações referidas. Acompanhou-a apenas outro repórter, José Stacchini, do Estadão. Enquanto os outros aguardavam, Helle despachava sua matéria pelos cabos da Western. A partir daqui, e descrição dos acontecimentos fica por conta do livro. Lembro-me de que Helle chegou à Redação por volta das quatro da tarde do dia 9 de outubro, desta vez de avião, enquanto os companheiros ficaram na Bolívia para prosseguir com Debray. Ela trazia os filmes ? tanto as fotos como as imagens para a televisão ? e este foi o enorme diferencial, pois Stacchini estava só na parada. De modo que, no dia 10 de outubro os Diários, como propunha a gíria da época, lavou a égua. Salvo engano, talvez tenha sido o momento em que os Diários Associados prepararam seu último suspiro em São Paulo, até chegar à insolvência nos anos 70.

Curiosidades sobre o fim do JT

Confira alguns fatos interessantes que marcaram a semana que decretou o fim da circulação do Jornal da Tarde: Curiosidade I ? Ricardo Lombardi, diretor de Redação da Vip, publicou no facebook: “No mesmo mês em que o JT deixa de circular, Paulo Maluf foi condenado pela Justiça a devolver R$ 21 milhões aos cofres públicos por conta dos precatórios. A ação do Ministério Público que resultou na condenação foi baseada em operações financeiras com títulos públicos reveladas pelo JT em 1996 pelo repórter Rogério Pacheco Jordão, no início do caso dos precatórios. Taí um legado legal do jornal para a cidade!!” Curiosidade II ? No próprio dia 31, um dos concorrentes do JT, o Diário de S. Paulo, prestou-lhe uma homenagem em anúncio de página inteira, no qual aproveita ? claro! ? para avisar aos leitores que está ali. O título é As últimas palavras para um jornal que mudou a história do jornalismo: muito obrigado, e a íntegra: ?Não resta dúvida de que o Jornal da Tarde foi um jornal revolucionário. Imprimiu um novo ritmo na forma de fazer notícia. Inovou nos textos, nas fotografias, no design gráfico de suas páginas, nas capas que fizeram história no jornalismo. Cumpriu seu papel como fonte de informação e prestação de serviço para a sociedade de forma brilhante. Para o Diário de S. Paulo, sempre será fonte de inspiração na forma de se comunicar. E, para que os leitores do JT nunca se sintam órfãos do bom jornalismo, o Diário de S. Paulo vai trabalhar cada vez mais para gerar conteúdo útil e relevante. Todos os dias?. Almoço ? Vale lembrar que o 5º Encontro do JT está marcado para este sábado (10/11), na mesma churrascaria Ponteio do ano passado (av. Jaguaré, 1.600, próximo à Marginal Pinheiros), das 12h30 às 16h30. Até esta 3ª, havia 103 confirmados. Adesões com Mário Marinho, pelo mariomarinho@uol.com.br.

De papo pro ar ? Carmélia Alves partiu

Carmélia Alves, considerada a Rainha do baião, faleceu no último sábado (3/11), aos 89 anos, de falência de múltiplos órgãos, no Hospital Geral de Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, onde estava internada havia dias, em coma. A carioca filha de nordestinos foi uma cantora muito importante para a nossa música popular. Ela cantava tudo de bom, sem pieguice ou nacionalismo barato. Sempre atenta a tudo, simplesmente gostava do que era bom e agradável aos ouvidos humanos. No começo dos anos 1950, foi ela quem descobriu o talento do paraibano Sivuca, em Recife, quando estava cantando por lá. E logo o chamou para se apresentarem juntos no Rio; e do Rio, no Exterior. Um dia, com Humberto Teixeira, Sivuca compôs o baiãozinho Adeus Maria Fulô, que Miriam Makeba gravou, sem a coautoria. Ela ficou brava e Sivuca justificou dizendo que não fora culpa dele e que na próxima prensagem sairia o nome de Humberto. Dito e feito. Mas sei que ela partiu triste, pelo fato de eu não ter escrito um livro a seu respeito. Faltou editor. O que fazer?J&Cia Memória da Cultura Popular João Rubinato ? ou melhor, Adoniran Barbosa ?, um dos mais celebrados compositores paulistanos, é o personagem da sétima edição de Jornalistas&Cia Memória da Cultura Popular, que circulou nesta 2ª.feira (5/11) e está disponível no www.jornalistasecia.com.br. Ela reproduz a entrevista que Adoniran deu a Assis Ângelo para a edição nº 27 da revista Homem, de novembro de 1980, pouco depois de completar 70 anos de idade e 40 de carreira artística. E, claro, revela preciosidades sobre ele do acervo do Instituto Memória Brasil, que Assis preside. Confira!

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