25.8 C
Nova Iorque
quarta-feira, julho 2, 2025

Buy now

Início Site Página 1173

Zero Hora leva o Esso de Jornalismo

O Globo e Folha de S.Paulo conquistam três prêmios cada um. Comissão julgadora se manifesta sobre a questão das biografias Com a reportagem Os arquivos secretos do coronel do DOI-CODI, publicada em Zero Hora, José Luís Costa, Humberto Trezzi, Marcelo Perrone e Nilson Mariano conquistaram o Prêmio Esso de Jornalismo deste ano, no valor de R$ 30 mil. Embora não tenha ganhado o prêmio principal, O Globo foi o principal contemplado, com três das premiações nacionais. A Folha de S.Paulo leva dois prêmios nacionais, além do prêmio honorífico Melhor Contribuição à Imprensa, pelo projeto Folha Transparência, que dividiu com a Revista de Jornalismo ESPM, edição brasileira da Columbia Journalism Review. Em sua 58ª edição, o concurso distribuiu um total bruto de R$ 112 mil. A seguir, os vencedores: Telejornalismo (R$ 20 mil) coube a Luiz Carlos Azenha e equipe, da Rede Record, com As crianças e a tortura. O prêmio de Reportagem (R$ 10 mil) foi para Roberto Kaz, José Casado e Glenn Greenwald, por Na mira dos EUA, publicado em O Globo. E Fotografia (R$ 10 mil), para Victor Dragonetti, o Drago, com PM ferido afasta agressores, da Folha de S.Paulo. Informação econômica, Demétrio Weber, de O Globo; Informação científica, tecnológica ou ambiental, Miriam Leitão e Sebastião Salgado, também de O Globo; Educação, Érica Fraga, da Folha de S.Paulo; Primeira página, Carlos Marcelo Carvalho e equipe, do Estado de Minas; Criação gráfica jornal, Amaurício Cortez e equipe, de O Povo, de Fortaleza (também vencedor da categoria Imagem-Criação Gráfica do Prêmio J&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade); Criação gráfica revista, Rafael Quick e equipe, da Superinteressante. Norte/Nordeste, Bruno Albertim, do Jornal do Commercio, de Recife; Centro-Oeste, Ana Maria Campos e Lilian Tahan, do Correio Braziliense; Sul, Rogério Galindo e equipe, da Gazeta do Povo, de Curitiba; Sudeste, Luiza Villaméa, da revista Brasileiros. A comissão que julgou os 50 finalistas foi composta por Marcos Emílio Gomes, José Márcio Mendonça, Kristina Michahelles, Matinas Suzuki e Ricardo Setti. Eles divulgaram uma declaração sobre o tema polêmico das biografias: “Nós, jornalistas integrantes da Comissão de Premiação do Prêmio Esso 2013, manifestamos nosso repúdio a itens da legislação do País que, contrariando a Constituição, restringem a liberdade de informação ao criar obstáculos à feitura de biografias não autorizadas. Consideramos as biografias produzidas com ampla liberdade e a consequente responsabilidade parte do direito dos brasileiros à própria história”. Ao todo, 87 jurados participaram das diversas etapas de seleção. A Comissão de Premiação de Telejornalismo foi formada por Antonio Brasil, Denise Lilenbaum e Flavia Rua, e uma comissão especial elegeu a melhor fotografia. A cerimônia de premiação será no dia 4 de dezembro, durante um jantar no Rio.

Antonio Torres é eleito para a ABL

O escritor baiano Antônio Torres, de 73 anos, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. O novo imortal, que concorria pela terceira vez (antes em 2008 e 2011), recebeu 34 dos 39 votos possíveis. Ele passa a ocupar a cadeira 23, originalmente de Machado de Assis, que também havia sido ocupada por Otávio Mangabeira, Jorge Amado e Zélia Gattai antes de pertencer ao carioca Luiz Paulo Horta, que morreu em agosto. Natural de Sátiro Dias (BA), nasceu em 13 de setembro de 1940, foi repórter do Jornal da Bahia e da Última Hora (SP). O primeiro de seus onze romances – Um cão uivando para a Lua – foi publicado há mais de 40 anos. Sua obra já foi traduzida na América Latina, Europa e Estados Unidos. Na França, foi condecorado, em 1998, Chevalier des Arts et des Lettres, distinção dada a pessoas que contribuem para o desenvolvimento das artes e das letras. Em 2000, ele recebeu o Prêmio Machado de Assis, o mais importante da ABL, pelo conjunto da obra.

GVCef oferece workshop sobre investimentos

O Centro de Estudos em Finanças (GVCef) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP), em parceria com a BBDTVM – área de fundos do Banco do Brasil –, oferecerá na última semana de novembro três workshops gratuitos para jornalistas sobre investimentos: dia 25, As empresas X, com Ricardo Rochman; dia 26, Concessões, com Alexandre Motonaga; e dia 27, Fusões e aquisições, com João Carlos Douat.

Com o objetivo de apresentar temas do mercado de investimentos e economia, sanar dúvidas e gerar maior conhecimento dos jornalistas para suporte em suas análises diárias, os cursos ocorrem na FGV (rua Itapeva, 432, sala 601), das 9h às 11h30. A partir das 8h30, também será servido um café da manhã para os participantes. Os interessados podem se inscrever pelo 11-3799-7994 ou cef-gv@fgv.br.

Participantes de cada seminário receberão um certificado da FGV-EAESP. A iniciativa tem apoio deste Portal dos Jornalistas.

Audálio Dantas receberá Troféu Juca Pato no dia 18 

Audálio Dantas receberá na próxima 2ª.feira (18/11), da União Brasileira dos Escritores, o Troféu Juca Pato, que o distingue Intelectual do ano pela obra As duas guerras de Vlado Herzog (também vencedora do Jabuti deste ano). No evento, haverá debate com os jornalistas escritores Fernando Morais, Ricardo Kotscho e Paulo César Araújo, que discutirão o movimento em torno da alteração dos artigos 20 e 21 do Código Civil, que exige autorização prévia para produção de biografias. Personagem do cartunista Belmonte, Juca Pato era herói de tiras de quadrinhos publicadas pela Folha de S.Paulo nas décadas de 1930 a 1960 e simbolizava o homem de classe média, de olhar crítico e inteligência aguda, que desancava os poderes e aguilhoava os malfeitos das autoridades. Em razão do espírito contestador de seu personagem, Belmonte foi proibido de entrar na Alemanha de Hitler, tendo sido considerado persona non grata antes mesmo de deflagrada a Segunda Grande Guerra. Em 1962, o então diretor da UBE Marcos Rey propôs a instituição do prêmio Intelectual do Ano, criando o troféu Juca Pato para simbolizar o escritor brasileiro, mal pago e inconformado, embora insistentemente produtivo. A cerimônia será realizada no Auditório Simon Bolívar, do Memorial da América Latina, no dia 18/11, às 20h, com entrada franca.

Sucessão de Maurício Azêdo provoca novo racha na ABI, com suspeita de golpe

Após a morte do presidente Maurício Azêdo, em 25/10, a ABI apressou-se em promover sua sucessão. Logo no dia 29/10, Pery Cotta convocou uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, do qual é presidente, para decidir sobre o preenchimento do cargo. Para tanto, solicitou ao escritório Siqueira Castro Advogados um parecer sobre a situação da entidade, com base nos estatutos da mesma. Foi então declarada a vacância do cargo, e proposta a indicação do diretor-administrativo Fichel Davit Chargel para responder interinamente pela presidência, o que foi aceito. Os componentes da chapa Vladimir Herzog, que desde o início do ano se opuseram à forma como as eleições eram conduzidas na ABI, reagiram de imediato, lembrando que o vice-presidente Tarcísio Holanda seria o indicado natural para assumir o cargo. Soube-se depois que Holanda fora instado a renunciar e negou-se a fazê-lo. Veio de Brasília à sede no Rio especialmente para assumir e, ao constatar o que ocorria, lembrou que substituíra o presidente em outras ocasiões e acusou os participantes da assembleia de um “golpe de Estado”. Fichel Davit explicou ao Portal dos Jornalistas o porquê de o vice não ter sido empossado: “Tínhamos dúvida de quem deveria assumir e, antes de qualquer coisa, pedimos um parecer ao escritório Siqueira Castro. O estatuto diz: o vice assume em caso de impedimento. No entendimento dos advogados, em caso de falecimento, há vacância. Assim, o Conselho elege um interino até que se faça nova assembleia. Não é nada de golpe, isso é estatutário: a diferença entre impedimento e vacância”. A ABI convocou, para a manhã de 3/12, uma assembleia-geral extraordinária para preencher o cargo de diretor-presidente da entidade. Perguntado sobre quem seriam os candidatos na próxima assembleia, Fichel afirmou que qualquer associado à ABI pode ser candidato, e nada ainda está definido a esse respeito. Uma ação da chapa Vladimir Herzog colocou sub judice as eleições realizadas na ABI no segundo semestre deste ano. Domingos Meirelles, um dos proponentes da ação, afirma que não se opunha a Azêdo, de quem fora amigo de longa data, mas à ingerência da mulher dele, Marilka Lannes, na administração da entidade e sua articulação política com outros membros da diretoria, que desvirtuaram os ideais da instituição, quando o presidente, com a saúde debilitada, não tinha mais condições de exercer o mandato. (Veja o texto dele, Nau dos insensatos, sobre a assembleia, no blog da chapa). Esta opinião é partilhada por Maria Clara Capiberibe Azêdo, filha do primeiro casamento de Maurício. Logo após a morte do pai, ela postou no facebook um texto comovido, sob o título Crônica de uma morte anunciada, relatando seus últimos contatos, texto esse que foi amplamente divulgado. Ali, dizia: “Ainda na unidade coronariana, ele [um amigo] me revelou que o médico lhe teria dito que já tinha ultrapassado todas as estatísticas para mantê-lo vivo”. Para Portal dos Jornalistas, Clara completou: “Ele estava doente havia muito tempo. Sofreu um enfarte, que só me foi comunicado três anos depois, porque a segunda esposa monopolizava a vida dele. A partir disso, teve uma lesão no coração. Vivia sendo internado, melhorava e voltava. Muitas vezes eu não tinha acesso aonde ele estava. Precisava ligar para um hospital, dar o nome, e assim descobrir. No dia 27 de setembro, aniversário dele, eu queria passar na ABI para levar um presente. Liguei para lá e ninguém atendia, liguei para a casa dele e também não. Liguei então para o celular da mulher dele, e aí soube que estava internado. Fui visitá-lo, com meu irmão, e tive um mau pressentimento”. Clara também é jornalista, formada pela PUC-Rio, esteve nas rádios Globo, Nacional e Roquette Pinto, nos jornais Tribuna da Imprensa e Jornal do Commercio, colaborou com revistas; por causa da retração do mercado de trabalho, tornou-se professora de língua italiana. A chapa Prudente de Morais, da situação, hoje capitaneada por Pery Cotta, solicitou recentemente à chapa Vladimir Herzog uma reunião de conciliação. Acreditam os componentes desta última que tal movimento segue instruções do escritório de advocacia, que prefere encerrar o confronto. Enquanto isso, segue o processo nº 0107472-04.2013.8.19.0001 no TJ-RJ. A próxima audiência está marcada para a tarde do próximo dia 18.

Sérgio Xavier Filho lança livro sobre corridas

Sérgio Xavier Filho, diretor de redação das revistas Runner’s World e Placar e comentarista da Bandnews FM, lança nesta 3ª.feira (12/11), na Livraria da Vila-Pinheiros, em São Paulo, o livro Correrias – Histórias do universo da corrida (Arquipélago Editorial).

Praticante de corridas desde criança, Sérgio vem reunindo em seu blog, ao longo dos últimos cinco anos, histórias sobre o tema e sobre pessoas que partilham do mesmo gosto, de forma que a página tornou-se um ponto de encontro dos corredores, sejam eles iniciantes, experientes e até mesmo profissionais.

Com o mesmo espírito de informalidade do blog, diz ele ter reunido essas histórias “em obra sem a menor pretensão de criar um manual, ao contrário, seu intuito é partilhar as experiências dos corredores, dicas e curiosidades”.

Serviço Lançamento do livro Correrias – Histórias do universo da corrida (Arquipélago), de Sérgio Xavier Filho Data: 12 de novembro Horário: A partir das 18h30 Local: Livraria da Vila (R. Fradique Coutinho, 915 – 2º piso) Número de páginas: 176 Preço: R$ 29,90

Rinaldo Gama está de volta a Veja

Rinaldo Gama aceitou convite do redator-chefe de Veja Fábio Altman e está de volta ao time fixo da revista. Responsável com Altman pela produção do Especial Veja 45 anos, lançado em setembro, desde 1º/11 Rinaldo integra a equipe dele como editor sênior. Esta será sua segunda passagem pela revista, em que já havia atuado de novembro de 1988 a maio de 1996, como editor-assistente e subeditor de Artes e Espetáculos, cuidando da seção Livros. De lá, foi para o Instituto Moreira Salles, primeiro como coordenador editorial e depois como coordenador executivo, tendo participado da criação dos Cadernos de Literatura Brasileira e de Fotografia Brasileira. Em 2008, seguiu para o Estadão, onde assumiu como editor do caderno Aliás, passando também por Cultura e pelo Sabático, suplemento de livros do jornal que circulou de 13/3/2010 a 20/4/2013. Antes de Veja trabalhou na Folha de S.Paulo, entre 1985 e 1988, onde foi, entre outros, editor-assistente da Ilustrada e coordenador de Economia da sucursal de Brasília. É autor de O guardador de signos: Caeiro em Pessoa, na coleção Debates (Perspectiva,1995).

Vaivém das Redações!

Veja o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará:   São Paulo Depois da rápida passagem de Diego Ortiz pelo caderno Máquina do Agora São Paulo, o suplemento já definiu seu novo editor: Ricardo Ribeiro (ex-Folha de S.Paulo e S/A Comunicação), que deixa o UOL Carros, onde vinha colaborando havia cerca de dois meses. Para o lugar dele foi contratado o redator Leonardo Félix, que deixou o site Tazio e se integrou à equipe do editor Claudio Luís de Souza já nesta 2ª.feira (4/11). No jornal Hoje em Dia, o editor de Opinião Sidney Martins está de férias até 2 de dezembro. Na ausência dele, o também editor e colunista Adriano Souto (asouto@hojeemdia.com.br) recebe as colaborações.   Em O tempo, a repórter Larissa Arantes deixou Política e foi para a editoria de Cidades. Os contatos dela são larissa.arantes@otempo.com.br e 31-2101-3932.   Thayane Ribeiro (31-3469-2040 e thayaneribeiro@diariodocomercio.com.br) começou como analista de conteúdo digital no Diário do Comércio.   Rio Grande do Sul O coordenador do Jornal do Almoço Raul Ferreira despediu-se do Grupo RBS. Ele estava na casa desde 1994 e nesse período foi editor-chefe de diversos programas na RBS TV, como o Conversas Cruzadas, Teledomingo e Camarote TvCom. Foi também responsável por implementar as mudanças ocorridas no formato do telejornal nos últimos anos, que envolvem pautas, atrações artísticas e musicais, cenário e modo de apresentação.   Quem também está de saída da RBS é Mauro Saraiva Júnior, que após 18 anos deixa a casa para investir em novos projetos. Em entrevista ao Coletiva.net, ele explicou: “Já havia pensado em sair quando completei 15 anos no Grupo RBS. Acho que meu ciclo acabou e agora me proponho a novos desafios”. Ele revelou ainda que já tem acordo fechado com 11 prefeituras para a implantação de projetos ligados à área da educação no trânsito, e estuda também a hipótese de se candidatar a deputado estadual em 2014. Com passagens por Correio do Povo e Rádio Guaíba, era repórter multimídia, contribuindo diariamente com veículos de rádio e tevê da RBS, além de assinar coluna em Zero Hora.   Mauro Borba é o novo diretor responsável pela Ulbra TV. Ele assume o posto que era exercido desde 2010 por Douglas Moacir Flor. Paralelamente, também comandará a Rádio Ulbra, onde está há cerca de 20 anos.   Santa Catarina Após sair do Diário do Norte do Paraná, em Maringá, Luiz Fernando Cardoso começou no último mês como editor de Política do Notícias do Dia, em Joinville. Em menos de um mês na casa, foi um dos responsáveis pela matéria que trouxe em primeira mão que o novo Regimento Interno da Câmara, ainda em fase de estudos, que previa voto secreto para casos de cassação de vereadores, prefeito e vice. Com a publicação da reportagem, os vereadores voltaram atrás e retiraram esse dispositivo da proposta. Os novos contatos dele são 47-9761-8505 e lf.jornalista@gmail.com.   Ricardo Dias, atual coordenador de telejornalismo da RBS TV em Criciúma, passou a acumular o posto com o de âncora do RBS Notícias local. Ele substitui a Fábio Cadorin, que segue para o Jornal do Almoço, ao lado de Eliane Gonçalves. Natural de São Paulo, Ricardo ingressou na emissora em agosto passado, mas atua em televisão desde 2006.   Ceará Com narração de Brenno Rebouças e comentários de Manuella Viana, a Federação Cearense de Futebol estreou sua tevê na web.   Novidades na programação da Rádio Verdes Mares AM (810 Verdinha): Tadeu Nascimento estreou na Rota do crime, das 11h ao meio dia; Paulo César Norões apresenta um debate esportivo as 2as.feiras; Antônio Bonfim tem o quadro As bombas do Biondim no Show da Manhã, apresentado por Ênio Carlos; e Cleyson Martins, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará, está de volta à emissora ao Departamento de Radiojornalismo, comandado por Evandro Nogueira.

Memórias da Redação ? Um texto para Beluco

Em homenagem a Antônio Beluco Marra, que morreu em 2006, Malena Rehbein reproduz texto que escreveu naquela época sobre o amigo, que completaria 73 anos esta semana. Os dois trabalharam juntos em duas passagens na assessoria da Presidência da Câmara: nas gestões dos ex-presidentes Aécio Neves e de Severino Cavalcanti. Malena atualmente está na Secom da Câmara dos Deputados. Um texto para Beluco Pediram-me para escrever um histórico de Antônio Beluco Marra, grande amigo e companheiro de trabalho, que faleceu na manhã deste 12 de julho de 2006. Texto institucional, embora um pouco pessoal. Tarefa árdua para quem nunca escreveu obituários na vida e há pouco sabia da morte, ainda que esperada, do amigo. Tarefa cumprida, a dor volta. Beluco não combinava com textos institucionais. Ele odiaria o texto que escrevi. Para ele, faço então agora uma descrição minha sobre estar em sua companhia, usufrui-lo, observá-lo. Dos 66 anos de Beluco, compartilhei apenas dos últimos seis. Os outros 60 soube pela boca dele, em inúmeras conversas, regadas a vinhos – que ele escolhia como quem busca pérolas – e comidas que, vamos confessar, na maior parte das vezes eram criticadas por ele. Exigente esse Beluco. Beluquinho. Antônio. Tony. Já vi chamarem-no de todas essas formas. Embora muito simples em várias coisas, principalmente no amor pelas pessoas, Beluco tinha um jeito de “sabichão” muito engraçado. Como sempre sabia de muitas coisas dos bastidores, formulava pensamentos que se tornavam verdadeiras convicções, pelas quais ele argumentava em qualquer conversa. Talvez porque realmente tenha vivido muito… Das histórias do antigo MDB à atual crise política, sempre fazia conjecturas, orgulhava-se de saber detalhes, sem nunca deixar de se chocar com as atrocidades que lhe apareciam aos olhos ou chegavam aos ouvidos. Nunca perdeu a delicadeza, embora não lhe faltasse jamais a malícia. Beluco não era muito afeito à burocracia. Perdia-se em leituras, gostava de escrever (odiava revisar e ater-se a detalhes gramaticais), mas que não pedissem para gastar tempo administrando coisas. Quantas discussões tivemos por causa disso… – Beluco, você é o chefe desse negócio aqui –, dizia eu. – Oh, alemãzinha, você está na TGB? (nunca entendi porque ele chamava TPM assim) –, desdenhava ele. Sua liderança era diferente. Um palpite seu, um texto, uma estratégia transformavam o resto em nada. Ele ainda conseguia fechar algumas 6as.feiras dançando tango na sala. Sim, claro, depois de almoços antológicos no Francisco, aonde íamos porque o vinho era bom, mas a comida, obviamente, ruim. Jamais esquecerei uma frase de Beluco que, para mim, caracterizava sua capacidade de amar: “Quando estou com alguém (ele teve vários casamentos) tenho o maior prazer em voltar para casa”. Parece pieguice, mas ele nunca deixou de ter prazer de voltar para lá. Nunca foi daqueles jornalistas de trabalho-boteco-trabalho. Boêmio, sim. Mas conseguiu a façanha de fazer de sua família uma colcha de ex-mulheres, três filhos, netos e afilhados convivendo em uma harmonia que eu jamais conheci. Danado esse Beluco. Romântico e, segundo ele mesmo, como bom italiano, bastante ciumento. Fascinado por música, tinha a maior coleção de jazz de Brasília. John Coltrane, Ornette Coleman. Os nomes dos dois sempre foram a senha para entrar no computador dele. Na verdade, escutava de tudo, desde que tivesse qualidade, advertia. Gostava de criticar muito do que era pop. Por isso, não me atrevi a pôr outra coisa para escrever este texto que não o CD do Antônio Agri que ele me trouxe da Argentina. Como convivíamos muito no dia a dia, só hoje me dou conta de que participei pouco dos seus finais de semana. Sei que ele adorava pegar um ônibus e passear pela cidade, ir a um sebinho de livros e música, que eu nunca soube onde ficava. Ultimamente também gostava de ir à Fnac. Sei que ficava muito com a família também. Como ele se deslumbrava com aqueles netos e sentia-se cheio de si com as demonstrações de carinhos deles! Também nunca abriu mão da companhia de sua gata. Lembro-me de uma vez em que a bichana sumiu por um mês, e não é que ele ficou deprimido?! Sempre soube que ele gostava de viver, mas confesso que tive a verdadeira noção disso quando passei a acompanhar sua luta contra o câncer. Cansou de fazer quimioterapia e ir trabalhar, agitadíssimo em função do efeito das drogas que lhe eram ministradas. Nunca falava da gravidade da doença. Estava sempre a duas semanas de voltar para o trabalho. Nunca voltou. Cansei de ensaiar um tango para tocar ao violino para ele, mas meu excesso de preparação retardou para sempre minha apresentação. Agora termino este texto, e ele não está aqui para me criticar. Mas, por via de dúvidas, apressei-me em fazer um que parecesse mais com ele. Por isso, uso suas próprias palavras – embora baseadas em um poema de Wallace Stevens –, proferidas no Natal de 2004, para dizer-lhe: “Você fez flores líquidas de luz se abrirem. Em nós”.

De São Paulo à Cidade do México: uma aventura “Sobre Seis Rodas”

Mais de 25 mil km. Esta é a distância que três amigos pretendem percorrer em um trajeto da cidade de São Paulo à capital do México. O detalhe é que toda essa expedição será feita com bicicletas. Um dos donos da ideia é Felipe Fontes, estudante do último ano de Jornalismo da ECA/USP, ex-estagiário do SBT, e filho de Luiz Laerte Fontes, profissional com larga experiência no jornalismo, que por muitos anos atuou na Editora Abril, em revistas como Realidade, Claudia e TV Guia, e que atualmente produz publicações corporativas.

Ao lado dos amigos Marcelo Terreiro, cineasta, e Filipe Falcone, ele deverá partir de São Paulo entre o final de janeiro e o começo de fevereiro, subir pelo litoral brasileiro rumo ao Nordeste, entrando na Amazônia e descendo pelo Pantanal até chegar ao Paraguai. De lá a aventura segue por Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala e México.

Ao todo serão mais de 25 mil km em um tempo estimado de 12 meses de viagem. “Armados de bicicletas, barraca e câmeras, vamos documentar nossas passagens pelos mais diversos cenários. Perrengue a gente vai enfrentar e desafios vamos ter, mas poder conhecer de verdade a Amazônia e a América Latina faz com que essa seja a viagem das nossas vidas”, explica Fontes, que entre 2011 e 2012 já havia feito uma viagem parecida, porém mais curta, entre Barcelona e Atenas, em 45 dias.

A aventura, que está sendo planejada há dois anos, será registrada em um blog (www.ciclomundo.com.br), que deverá entrar na rede em breve, e pelo documentário Sobre Seis Rodas, que será produzido pela Raven Filmes. Para custear a compra de equipamentos para a filmagem do documentário, o trio está com uma campanha aberta no Catarse (http://catarse.me/pt/SobreSeisRodas), site de financiamento coletivo para projetos criativos, em que todos os apoiadores recebem recompensas, que variam de acordo com a quantia investida.

Interessados também podem contribuir doando equipamentos, acessórios ou adereços para bicicletas ou filmagens, estadias, alimentação, manutenção das bicicletas em alguns dos lugares por onde vão passar, além de estarem abertos a outros tipos de parcerias e propostas, incluindo frilas. Mais informações pelo (sobre6rodas@gmail.com ou 11-974-215-669.)

Últimas notícias

pt_BRPortuguese