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quarta-feira, maio 21, 2025

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Energia é tema do 4º Concurso de Microbolsas de Reportagens da Pública

Greenpeace Brasil e Agência Pública unem-se para lançar a quarta edição do Concurso Microbolsas de Reportagem. Desta vez serão selecionadas sugestões de pautas para reportagens investigativas independentes sobre dois temas dentro do tema Energia: pré-sal e hidrelétricas. “Como em todas as microbolsas, a Pública vai dar total apoio para os repórteres realizarem suas pautas da melhor maneira possível, acompanhando de perto e coordenando o trabalho de campo, além de editar a reportagem no espírito independente e colaborativo que sempre mantivemos com nossos bolsistas”, disse em nota Natalia Viana, diretora de Estratégia da Agência Pública. Quatro pautas sugeridas pelos jornalistas inscritos serão escolhidas pelo concurso para serem transformadas em reportagens investigativas, duas sobre a questão das hidrelétricas, duas sobre o pré-sal. O objetivo é aprofundar a discussão sobre a matriz energética brasileira e trazer informações consistentes ao debate público. Três reportagens realizadas a partir das microbolsas foram reconhecidas em premiações: Severinas, minidocumentário de Eliza Capai que é finalista do Prêmio Gabriel Garcia Marques 2014; Cadeias indígenas na ditadura, de André Campos, finalista do Prêmio Iberoamericano de Periodismo 2014; e Dor em dobro, de Anna Beatriz dos Anjos, Gabriela Sá Pessoa e Natacha Corrêa, que ganhou neste ano o Prêmio SindhRio de Jornalismo e Saúde. As propostas para as microbolsas devem ser enviadas até 14/11 via formulário online que deve conter informações sobre a experiência do repórter, a pesquisa inicial e o plano de trabalho a ser executado. As propostas serão avaliadas por uma Comissão Julgadora composta pelas diretoras da Agência Pública Marina Amaral e Natalia Viana, pela diretora de Comunicação e Mobilização do Greenpeace Lisa Gunn, e pelo coordenador de Comunicação do Greenpeace Bruno Weis. Os jornalistas selecionados serão anunciados nos sites do Greenpeace e da Agência Pública em 19 de novembro. Leia mais sobre o regulamento

Prêmio Abrafarma de Jornalismo encerra inscrições em 5 de novembro

Serão R$ 25 mil em prêmios para as melhores matérias As inscrições para a primeira edição do Prêmio Abrafarma de Jornalismo encerram-se em 5 de novembro. Os trabalhos devem ter sido veiculados ou publicados entre 1º de novembro de 2013 e 31 de outubro de 2014. A ficha de inscrição e o Regulamento estão em página específica no site da Abrafarma. O prêmio foi concebido pela Abrafarma para incentivar e reconhecer a produção jornalística, ampliando o debate na sociedade sobre o setor de medicamentos e produtos direcionados à saúde e ao bem estar. Assim, receberá trabalhos abordando, entre outros aspectos pertinentes ao seu propósito, trabalhos que focalizem o desenvolvimento do setor de farmácias e drogarias; que mostrem a abrangência dos serviços prestados em farmácias e drogarias; que apontem entraves conjunturais que impeçam o desenvolvimento do setor; que apresentem iniciativas inovadoras internacionais com possibilidade de aplicação no Brasil. Ele está dividido em duas categorias: Grande Imprensa, que premiará os três melhores trabalhos com R$ 10 mil (primeiro lugar), R$ 6 mil (segundo) e R$ 4 mil (terceiro); e Imprensa Especializada, que dará R$ 5 mil ao melhor trabalho com. Os valores são líquidos, já descontado o Imposto de Renda. A entrega dos troféus, certificados e premiações será realizada na festa anual do setor, no dia 3 de dezembro. O Prêmio Abrafarma de Jornalismo é uma correalização de Jornalistas&Cia em parceria com a Scritta – Serviço de Notícias. Outras informações com Lena Miessva, pelo premioabrafarma@jornalistasecia.com.br.

Vaivém das Redações!

Veja o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais: São Paulo Carla Lopes deixou a GloboNews em São Paulo em 15 de outubro. A saída decorreu de um episódio ocorrido ao vivo, viralizado nas redes sociais, e que também envolveu a repórter Fernanda Galvão.   Após um ano de casa, Anapaula Ziglio deixou a CNT, onde vinha atuando como repórter de São Paulo. Ela contou a J&Cia que “a situação da rede está bem instável depois que as 22 horas de programação foram alugadas para Igreja Universal. Vários colegas foram demitidos desde o começo do ano e atualmente a redação de São Paulo conta com uma equipe reduzida, de apenas seis pessoas. O principal e único jornal de 30 minutos está sendo fechado em Brasília”. Formada pela ECA-USP, Anapaula passou por Terra, TV USP, Record e RedeTV, além de ter atuado como produtora independente. Seu contato pessoal é anapaulazandrade@gmail.com.   Alexandre Teixeira (alexandreteixeir@hotmail.com) estreia em novembro como colunista da revista GQ, onde irá substituir Nelson Blecher na seção Vida Executiva. “A coluna será mensal e meu desafio será tratar de temas de interesse do homem de negócios contemporâneo com uma pegada inspirada por meu projeto Felicidade S.A., que segue a todo vapor, com um segundo livro previsto para o primeiro trimestre do ano que vem”, explica Alexandre. Com passagens por Jornal da Tarde, TV Gazeta, Valor Econômico e IstoÉ Dinheiro, este será seu primeiro compromisso fixo desde que deixou o cargo de redator-chefe de Época Negócios, em junho de 2011.   No portal de Economia & Negócios do Estadão Malena Oliveira e Iam Gastim passam a responder por uma nova seção que vai tratar de Governança. O assunto será tratado em um canal dentro do portal de Economia e semanalmente também no impresso, com reportagens sobre o tema e um espaço para opiniões de integrantes dos conselhos das empresas. A seção estreia nesta semana.   Após seis meses na equipe de reportagem da Veja, Gian Kojikovski assumiu na última semana um dos postos de repórter da editoria de Tecnologia da Exame. Catarinense, Gian está em São Paulo desde o começo do ano, quando chegou a Veja, e antes foi produtor na RBS TV e repórter do SBT, ambos de Santa Catarina.   A Superintendência de Jornalismo e Esporte da RedeTV lancou um polo de matérias especiais, o Núcleo de Reportagens Investigativas. Sob o comando do superintendente Franz Vacek, o núcleo terá em sua equipe, coordenada por Celso Goes, profissionais como Edie Polo (reportagem), Guilherme Latorre e Bhárbara Pacheco (edição executiva), Carlos Olympio (repórter cinematográfico) e Bruno Rodrigues (produção). “A ideia é produzir conteúdo próprio em assuntos de interesse da população”, explica Franz. “Será a espinha dorsal do novo projeto para o jornalismo da RedeTV”. Entre os temas abordados nas primeiras semanas de atividade do núcleo estão o tráfico de drogas na rua Peixoto Gomide, em São Paulo, os perigos do uso de cerol, casos de violência no sistema educacional brasileiro, o uso de celulares dentro de presídios e tráfico de animais. Outra novidade por lá foi a chegada de Luciana Camargo, que desde o início do mês é a apresentadora oficial da coluna do tempo, exibida diariamente pelo RedeTVNews. Ela também fará reportagens especiais para os telejornais e apresentará, em rodízio com os demais colegas da casa, os boletins informativos 90 segundos. Rio de Janeiro Na semana passada, Fernanda da Escóssia, editora de País de O Globo, foi substituída pelo chefe da sucursal de São Paulo Luiz Antônio Novaes, o Mineiro. Oficialmente, Fernanda pediu licença para tratamento de saúde, deve voltar em três semanas, e a substituição é em caráter temporário. No entanto, a versão que provocou inúmeros comentários, até em outras cidades, foi a veiculada pelo jornal digital Brasil 247. Ali estava relatado, com detalhes, um atrito entre Fernanda e a editora executiva Silvia Fonseca sobre a cobertura política de O Globo, o que teria provocado o afastamento. Mineiro não deixou a sucursal São Paulo, mas passa alguns dias no Rio, fechando País. Minas Gerais Em férias até 27/10, a repórter Celina Aquino, de Suplementos do Estado de Minas, não teve substituto indicado. Até lá, sugestões podem ser enviadas normalmente para nucleo.em@uai.com.br.

Há 39 anos Vladimir Herzog era assassinado nos porões da ditadura

Há exatos 39 anos, coincidentemente também um sábado, a ditadura civil-militar que se instalou no Brasil em 1964 matava em seus porões, sob tortura, o jornalista Vladimir Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura de São Paulo.

O episódio, embora sobejamente conhecido, principalmente por quem é do meio, ficou registrado na história do País tanto como mancha indelével quanto como marca do início do fim do regime que subjugou os brasileiros por mais de duas décadas.

E, como bem lembra Ricardo Kotscho, comentarista da Record News e repórter da revista Brasileiros, “é sempre importante lembrar esta data, para que a tragédia de 39 anos atrás nunca mais se repita na nossa história. E é importante também sempre lembrar o papel que os jornalistas dedo-duros tiveram na morte do Vlado. Alguns deles ainda andam impunes por aí”.

Pela importância e simbologia da data, o Portal dos Jornalistas abre espaço para uma singela lembrança, por meio dos depoimentos de três personagens que viveram intensamente aquele episódio, ainda que de maneiras totalmente distintas: Ivo Herzog, filho mais velho de Vladimir, na época um menino de apenas oito anos, hoje diretor do instituto que leva o nome de seu pai; Audálio Dantas, então presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que encabeçou o movimento da sociedade para não deixar impune aquele crime; e Paulo Markun, que, também preso, foi uma das testemunhas do suplício de Herzog.

Mais do que uma lembrança, esses depoimentos marcam o início das homenagens que começam a ser feitas a Vlado pelo transcurso dos 40 anos de sua morte, em 2015.

Vale registrar também que se realiza na próxima 4ª.feira (29/10), às 20h, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo – Tuca (rua Monte Alegre, 1.024), a cerimônia de entrega do 36º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Antes, pela manhã (9h às 12h), os premiados participam da Roda de Conversa com estudantes promovida por Instituto Vladimir Herzog, Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão e Oboré/Projeto Repórter do Futuro para revelar os bastidores das reportagens contempladas, Será no TucArena (entrada pela rua Bartira, esquina com a rua Monte Alegre, 1.024), com mediação de Aldo Quiroga (apresentador da TV Cultura e professor de Jornalismo na PUC) e Angelina Nunes (editora de O Globo e diretora da Abraji).

Segundo Sérgio Gomes, diretor da Oboré e também ele preso e torturado na época da morte de Herzog, “o propósito principal da iniciativa é oferecer aos estudantes que querem ser jornalistas de verdade uma visão realista sobre o imenso trabalho que está por trás, por baixo de cada matéria dessas”.

Agora, os depoimentos: Ivo Herzog “São 39 anos anos desde a última vez que vi meu pai. E as lembranças continuam vivas. Recordo que até bem recentemente as minhas memórias mais antigas sobre diversos fatos tinham incríveis dez anos. Passou-se mais um tempo e esse número subiu para vinte anos. Quase 40 anos!!! Mais tempo mesmo do que meu pai teve para viver. E por que sua memória continua viva, não somente entre aqueles que conviveram com ele, mas também junto a muita gente que naquele 25 de outubro de 1975 ficou indignada com a barbaridade que acontecia com Vladimir Herzog? Assim como muitas outras na vida, essa pergunta também tem várias respostas. Eu acho que uma somatória de fatos tornou eterna a lembrança sobre meu pai. Ele era um cidadão comum. Escolhido pelo governo para cuidar de uma organização do governo e assassinado por esse mesmo governo. A tentativa criminosa do governo em criar uma farsa. Uma farsa que ofendia os familiares e amigos. A reação IMEDIATA da família, amigos e Henry Sobel contra a farsa do suicídio e gritando a plenos pulmões: ASSASSINATO! A luta sem descanso, tendo à frente minha mãe, Clarice, com o apoio de várias entidades e pessoas, como o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, James Wright e muitos outros, para que a verdade se tornasse pública e para que o crime fosse investigado. O governo daquela época se achava todo-poderoso, podendo fazer dos fatos a versão que quisesse. O governo de agora não tem coragem para enfrentar os restos tiranos e apodrecidos das lideranças daquele tempo e investigar e punir os responsáveis pelo sofrimento por que a nossa e muitas outras famílias passam. Uma história que adquiriu uma dimensão acima de todas as expectativas. Uma história que só acabará quando for totalmente contada. Enquanto isso, continua viva na nossa memória e na memória das novas gerações. Como viva continua para mim a lembrança de meu pai.”   Audálio Dantas Trecho de As duas guerras de Vlado Herzog (Editora Civilização Brasileira). É do começo da Segunda Guerra, quando Vlado volta ao Brasil depois de trabalhar na BBC de Londres. “Vladimir Herzog criou raízes no Brasil. Tanto que, durante a temporada que passou na Inglaterra, contratado pela BBC, muitas vezes manifestou o desejo de voltar, mesmo que o país estivesse submetido a um regime militar. Misturava o interesse pelo trabalho, que fazia com apuro e gosto, com a saudade da terra que adotara como sua. Voltou num momento difícil, no fim de dezembro de 1968, nos primeiros dias de vigência do Ato Institucional nº 5, decretado no dia 13 pelos militares. O país mergulhara de vez na escuridão do arbítrio. (…) Na manhã de sábado, 25 de outubro de 1975, às 8 horas em ponto, Vladimir Herzog estava diante do grande portão de ferro cinzento da rua Tomás Carvalhal, 1.030, no Paraíso, um bairro de classe média alta de São Paulo. Minutos depois ele foi conduzido a uma dependência no fim de um grande pátio que, àquela hora, estava ensolarado. Ordenaram-lhe que se despisse e entregasse valores e objetos que trazia. Em seguida, deram-lhe um macacão verde-oliva, a mesma cor usada pelos militares do Exército Brasileiro. Vlado estava entregue ao DOI-Codi. Era um departamento do II Exército, um órgão oficial, mas funcionava como se fosse uma organização clandestina, nos fundos de uma delegacia de polícia. (…) Vladimir não podia ver o rosto do homem que lhe desferia golpes cada vez mais pesados com um pedaço de madeira. Tinham-lhe enfiado um capuz na cabeça, era impossível ver de que lado viria o próximo golpe. Mas sentia na carne a fúria e ouvia os gritos do torturador, que se misturavam aos seus. (…) Herzog estava na ‘cadeira do dragão’, à mercê do torturador. Ao capuz ele adicionara amoníaco que penetrava nas narinas, tornando a respiração quase impossível. As horas se passavam sem que a tortura cessasse. Um rádio foi ligado e aos gritos se misturavam os sons de música e de notícias, uma das quais – um dos prisioneiros ouviu nitidamente na sala ao lado – anunciava que o ditador Francisco Franco, da Espanha, estava agonizante e acabara de receber a extrema-unção. De repente, os gritos de Vlado diminuíram de intensidade, sua voz tornou-se abafada. Era como se lhe tivessem colocado uma mordaça. Seguiu-se um longo, pesado silêncio. Passado algum tempo, os gritos recomeçaram e em dado momento, a tarde já avançada, cessaram de vez. Vladimir Herzog estava morto.”   Paulo Markun “Trinta e nove anos. O tempo, muitas vezes, esfumaça a memória de fatos e pessoas. O caso de Vladimir Herzog é diferente. Por várias razões. Cada dia mais, seu nome é referência em termos de jornalismo, direitos humanos, democracia, liberdade. Ele aproximou-se do jornalismo graças a seu professor de Literatura no colégio, Mario Leônidas Casanova. Divertido e grande conhecedor de modinhas de carnaval, ele apresentou os rapazes para a filosofia e o jornalismo. Além de estimulá-los a prestar o vestibular para Filosofia, levou-os a Perseu Abramo, chefe de Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Vlado e seu colega de classe, Luis Weiss, fizeram duas semanas de testes e foram aprovados, mas como não havia vagas o jornal ficou de chamá-los mais adiante. Enquanto isso não acontecia, Vlado arrumou emprego como tradutor e redator da agência de notícias italiana Ansa. Em março, ingressou na Faculdade Filosofia. Mais um mês, estava no Estadão. A redação do jornalão dos Mesquita era um centro cultural independente e agitado. Vlado cobriu a inauguração de Brasília, a visita de Jean Paul Sartre ao Brasil, alguns festivais de cinema, sua grande paixão. Num desses conheceu Fernando Birri, documentarista e cineasta argentino cujo engajamento entusiasmou o jovem repórter. Em 1963, foi parar na televisão, como coordenador de produção do Show de Notícias, um telejornal que Fernando Pacheco Jordão dirigia na então poderosa TV Excelsior, nos moldes do já extinto Jornal de Vanguarda do Fernando Barbosa Lima. O golpe de 1964 o fez cogitar viver no Chile, onde esteve ao lado de João Baptista Lemos. Desistiu, mas logo adiante foi para a BBC de Londres, onde nasceram seus dois filhos (Ivo e André), com Clarice, que conhecera nos tempos de faculdade. Suas colaborações com a revista Visão lhe renderam menções em relatórios dos arapongas brasileiros, que já o tinham na alça de mira. Em agosto de 1968, quando terminou o contrato com a BBC, Clarice e as crianças voltaram para o Brasil, enquanto ele e Fernando Jordão ficaram mais três meses estudando no Centro de Televisão da BBC, com bolsas de estudo fornecidas pelo governo inglês, graças às cartas de apresentação em que a TV Cultura manifestava a disposição de contratá-los, quando voltassem ao Brasil. Ao retornar, Vlado ficou sem trabalho: a Cultura, que havia contratado Jordão, não cumpriu a promessa em relação a Herzog, que fora denunciado como comunista. Trabalhou por um ano como produtor de comerciais na tradicional agência de propaganda J.W. Thompson, mas retornou ao jornalismo como freelancer da revista Visão, onde acabou contratado. Produziu matérias importantes e ousadas para uma imprensa sob censura até ser chamado por Fernando Jordão para ser editor do Jornal da Cidade, comandando uma equipe de 30 pessoas que tinha entre outros, o reforço de Narciso Kalili, Mylton Severiano da Silva, o Miltainho, e Palmério Dória Vasconcellos. A experiência foi curta: Jordão acabou demitido e sua equipe foi dispersada. Era independência demais para uma TV chapa branca. Vlado também passou pela sucursal do Opinião em São Paulo, mas ficou poucas semanas – deixou a redação que pouco antes trocara de comando na crise que resultou no surgimento do Movimento e resolveu escrever o roteiro de um filme baseado em Doramundo, romance de Geraldo Ferraz. Não terminou o projeto: o secretário da Cultura do novo governo de São Paulo, José Mindlin, o convidou para dirigir o Departamento de Jornalismo da TV Cultura. O resto da história é conhecida. Vlado sempre foi perfeccionista. Crítico, radical, quase impiedoso. Mas, que eu me lembre, jamais foi intransigente ou arrogante. Para ele o jornalismo tinha uma missão. A TV pública também. A cultura deveria ser um caminho para o progresso da humanidade (sim, naquela época essa expressão não nos envergonhava e essa utopia fazia sentido). Para sorte do Brasil, as ideias e sonhos de Vlado têm hoje uma instituição que os preservam e impulsionam. Obra de Clarice, Ivo e um time que continua acreditando nos mesmos sonhos e utopias.”

Memórias da redação – A evangélica do Oregon

* Por Eduardo Brito (edubrito@senado.gov.br), editor de Política do Jornal de Brasília.

Oregon é um estranho estado norte-americano. Em especial nas cidades maiores, como a capital Portland, tem perfil liberal, tanto assim que Barack Obama, John Kerry, Al Gore e Bill Clinton lá ganharam em todas as últimas eleições presidenciais. Mas tem também, especialmente nas regiões interioranas montanhosas, núcleos extremamente conservadores, em geral vinculados a denominações evangélicas fundamentalistas. Há inclusive comunidades de pequeno porte, formadas apenas por participantes de uma mesma igreja, que por ela pautam toda a sua vida.

Foi de uma dessas comunidades que veio para o Brasil a estudante Mykensie Martin, às vésperas de completar 17 anos, para um intercâmbio na cidade de Carmo do Paranaíba, na região do Alto do Paranaíba, em Minas Gerais. É uma cidade interiorana, de 30 mil habitantes, onde não havia muita diversão. O intercâmbio era patrocinado pelo Rotary Clube, mas vinculado, ao menos no Oregon, à igreja evangélica da família. Em um domingo de novembro, após algumas semanas no Brasil, Mykensie Martin sumiu.

Por ordem expressa dos pais, que a monitoravam lá do Oregon, Mykensie Martin foi ao culto de uma igreja mórmon em Patos de Minas, a cerca de 60 quilômetros de Carmo do Parnaíba. Não era exatamente a mesma denominação da igreja dos pais, mas a mais próxima que havia. A farmacêutica Cláudia Mendonça Cardoso, dona da casa onde a jovem estava hospedada, contou que a moça participava de um programa de intercâmbio de estudantes. Segundo a farmacêutica, Mykensie Martin era calada, tímida, porém muito prestativa e educada. Nunca tinha deixado seu núcleo rural do Oregon. A adolescente não tinha amigos em Carmo da Paraníba e passava boa parte do tempo dentro de casa. “Por ela ser mais madura que as meninas da idade dela, acredito que ficava difícil para ela fazer amizades aqui”, explicou Cláudia. Seguindo as ordens do pai, Mykensie frequentava o culto em Patos de Minas.

Começou três semanas antes de desaparecer. Todo domingo, ela pegava um ônibus às 5h45 para a cidade vizinha e, lá, ia direto à igreja. A polícia tentou seguir seus passos. Conseguiu descobrir, graças a missionários da igreja, que, em vez de usar a passagem de volta para Carmo do Paranaíba, Mykensie comprou um bilhete para Unaí, no Noroeste do estado. Segundo a investigação da Polícia Civil, a última vez que a garota foi vista foi por volta das 18h. Segundo testemunhas, ela tentava pegar uma carona para Brasília. Ainda em Carmo do Paranaíba, descobriu-se que Mykensie Martin saíra de casa pela última vez com todo o pouco dinheiro e documentos de que dispunha, inclusive o passaporte, o que fazia supor que ela estava planejando não voltar mais. Ninguém por lá tinha a menor ideia das razões que a motivaram a fazer isso.

A embaixada americana e a polícia de Brasília foram avisadas. Os pais da adolescente, Steve e Stephanie Martin, compraram passagens para o Brasil, mas o percurso desde o interior do Oregon era longo e cheio de escalas. Sua intenção era, ao chegar, ir direto a Carmo do Paranaíba. Estavam apavorados. Outra jovem do Oregon que participava de intercâmbio em cidade muito mais próxima, na vizinha Califórnia, também desaparecera e fora encontrada morta. Uma terceira jovem do Oregon – pelo jeito a turma de lá é chegada a um intercâmbio – viajara para Aruba e nunca mais foi vista. Antes mesmo que os Steve e Stephanie embarcassem, a polícia mineira descobrira que Mykensie Martin conseguira carona com um caminhoneiro. Como se imaginara, fora para Brasília. Chegando, desaparecera. Ninguém conseguia identificar qualquer traço da garota. Foi aí que o repórter fotográfico Marcos Rezende, do Jornal de Brasília, entrou em cena. Àquela altura, a mídia já dava ampla cobertura ao sumiço de Mykensie Martin. Inclusive os jornais e telejornais do Oregon, talvez sem muito assunto, investiram bravamente no tema.

A Globo chegou a veicular matéria. Marcos Rezende, conhecido como Marcão, lembrou-se de que, sendo o Plano Piloto de Brasília uma área em que notoriamente os hotéis são muito caros, inviáveis para alguém com pouco dinheiro em caixa, só havia uma chance: as pousadas que, contrariando todas as normas do rígido zoneamento da capital, funcionam precariamente perto da via W3, uma das principais da cidade. Foi de uma em uma, perguntando por uma norte-americana loira e bonitinha, que mal falava o português. Não era missão fácil, inclusive para a polícia. Como as pensões são irregulares, já teriam pouca disposição para prestar informações sobre quem quer que seja. Muito menos uma menor de idade. A insistência do repórter fotográfico acabou dando certo.

Batendo de porta em porta, chegou a uma pousada em que, a duras penas, a responsável admitiu que uma pessoa estivera lá. Dormira uma noite e, ao sair, perguntou em português canhestro como poderia ir a Salvador gastando o mínimo possível. Recebeu informações sobre como chegar à Rodoviária do Plano Piloto. Aí ficou mais fácil obter informações. No guichê de uma das poucas empresas rodoviárias com linhas permanentes para Salvador, descobriu-se que Mykensie Martin, espertinha, tinha ainda R$ 200 na carteira, o suficiente para embarcar para a Bahia. A polícia baiana foi avisada. Descobriu-se até o horário em que Mykensie desembarcara. Mas seria procurar agulha em palheiro. O que salvou a norte-americana foi a cobertura dada ao caso pela Globo e suas afiliadas.

Foi então que chegou a uma delegacia baiana o garçom Marcos Alves, baiano fortão e bem falante que fazia bico em uma barraca da praia de Pituba. Mylkasey chegou a Salvador por volta das 13h da terça-feira. Não vacilou. Na Rodoviária tomou um ônibus para a praia, que era mesmo o que desejava ver. Chegou assim a Pituba. Já na delegacia, levada pelo próprio Marcos Alves, disse que, mesmo sem roupa de banho, deitou-se na areia, mas logo atraiu ladrões. Um deles teria tentado arrancar sua bolsa e ela resistiu até a chegada de um homem que assustou o assaltante. Era Marcos Alves, que atendia em uma barraca próxima. Nunca ficou muito claro se realmente houve esse incidente com ladrões ou se ela fora direto à barraca onde conheceu o garçom.

Ao depor novamente, já na Polícia Federal, Marcos contou que, como a norte-americana estava confusa, resolveu levá-la para a casa de um amigo que morava perto dele, no Vale das Pedrinhas, uma das áreas mais pobres do bairro Nordeste de Amaralina. “Minha casa é muito pequena, não havia lugar para acomodá-la”, justificou. Disse que não assistira televisão nos últimos dias e por isso não sabia que Mykensie estava desaparecida. Quando foi informado de que a televisão estava noticiando o caso, ficou esperto. Sua primeira providência foi procurar a delegacia.

Trouxe Mykensie, que chegou abraçadinha a ele e aparentemente não compreendia cem por cento o que acontecia. De qualquer forma, foi levada imediatamente para Brasília. Aliviada, a americana Stephanie Martin disse já na sexta-feira que sua filha teve muita sorte por sair viva da aventura em que se envolveu no Brasil. Muito abatidos, os pais contaram que viveram uma agonia até quando foram avisados pelo FBI que Mykensie havia sido localizada em Salvador e passava bem. Mykensie alegava apenas que queria “sair por aí”. Foi embora para o Oregon leve e feliz como um passarinho.

Luís Fernando Novaes substitui temporariamente Fernanda da Escóssia

Na semana passada, Fernanda da Escóssia, editora de País de O Globo, foi substituída pelo chefe da sucursal de São Paulo Luiz Antônio Novaes, o Mineiro. Oficialmente, Fernanda pediu licença para tratamento de saúde, deve voltar em três semanas, e a substituição é em caráter temporário. No entanto, a versão que provocou inúmeros comentários, até em outras cidades, foi a veiculada pelo jornal digital Brasil 247. Ali estava relatado, com detalhes, um atrito entre Fernanda e a editora executiva Silvia Fonseca sobre a cobertura política de O Globo, o que teria provocado o afastamento. Mineiro não deixou a sucursal São Paulo, mas passa alguns dias no Rio, fechando País.

Malena Oliveira e Iam Gastim passam a responder por nova seção no Estadão

No portal de Economia & Negócios do Estadão Malena Oliveira e Iam Gastim passam a responder por uma nova seção que vai tratar de Governança. O assunto será tratado em um canal dentro do portal de Economia e semanalmente também no impresso, com reportagens sobre o tema e um espaço para opiniões de integrantes dos conselhos das empresas. A seção estreia nesta semana.

Anderson Magalhães é afastado do Diário de Mogi

Anderson Magalhães, colunista social do Diário de Mogi, de Mogi das Cruzes, foi afastado depois de ter publicado uma coluna na edição nº 15 da revista Actual Magazine, que circula na região, defendendo voto contra o PT e ofendendo nordestinos, pobres e empregadas domésticas. Segundo o Brasil 247, Magalhães publicou depois em suas redes sociais que havia sido “mal interpretado” e que sua intenção era apenas ser “irônico”. Em comunicado publicado nesta 3ª.feira (21/10), o jornal afirmou que “discorda totalmente das opiniões emitidas pelo colunista”, informou não ter responsabilidade pelo conteúdo veiculado na revista e disse que Anderson “não é mais colunista deste jornal”, onde assinava a coluna Beatz.

Gian Kojikovski é o novo repórter de Tecnologia da Exame

Após seis meses na equipe de reportagem da Veja, Gian Kojikovski assumiu na última semana um dos postos de repórter da editoria de Tecnologia da Exame. Catarinense, Gian está em São Paulo desde o começo do ano, quando chegou a Veja, e antes foi produtor na RBS TV e repórter do SBT, ambos de Santa Catarina.

Festa dos + Admirados reunirá 600 convidados no Club Homs, em São Paulo

Com patrocínio já confirmado da Samsung, celebração está marcada para 8 de dezembro Jornalistas&Cia e Maxpress vão homenagear, com uma festa no Club Homs, em São Paulo, no próximo dia 8 de dezembro, os Cem + Admirados Jornalistas Brasileiros, eleitos em dois turnos de votação por um colégio eleitoral integrado por cerca de 2.100 executivos de comunicação corporativa de todo o País. A iniciativa, que recebeu o apoio da Samsung, deverá contar com a participação de aproximadamente 600 convidados, entre os próprios homenageados, seus familiares e os profissionais que votaram. Ingressos avulsos serão colocados à venda nos próximos dias por R$ 100. A festa começará às 20h, sem horário para terminar. Abrirá com um coquetel-jantar, em que se apresentarão algumas atrações, seguindo-se a homenagem e entrega de troféus aos + Admirados. A festa se encerrará com o Grande Baile dos + Admirados, com pista aberta a todos os convidados. Outras informações com Vinícius Ribeiro (11-3861-5280 ou vinicius@jornalistasecia.com.br) ou Lena Miessva (11-2528-6603 ou lena@jornalistasecia.com.br).

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