Por Luciana Gurgel

O relatório Journalism, media, and technology trends and predictions 2025 do Instituto Reuters, lançado na semana passada, revela um paradoxo: enquanto a confiança no futuro da mídia diminuiu, a maioria dos líderes mostra-se otimista em relação aos seus próprios veículos. Essa dicotomia ilustra as dificuldades e as oportunidades que o setor enfrenta.
Foram ouvidos 326 ocupantes de cargos de liderança em empresas de mídia com presença digital. Apenas 41% deles se disseram confiantes no futuro do jornalismo, uma queda de 19 pontos percentuais em relação a 2022.
Ataques de políticos, legislações restritivas e a ascensão de mídias alternativas, amplificadas por influenciadores, foram apontados como fatores que minam a confiança na imprensa tradicional. O Brasil é destacado como exemplo de consumo de notícias geradas por personalidades.
No entanto, 56% dos líderes mostram-se otimistas com seus próprios veículos. Esse otimismo baseia-se na expectativa de aumento no tráfego online devido à turbulência política, no crescimento das assinaturas digitais e na crença de que a proliferação de conteúdo impreciso gerado por inteligência artificial pode levar o público de volta à mídia confiável.
Os temas que moldarão o futuro do jornalismo
- Jornalismo ameaçado, mas resiliente: A pesquisa destaca a necessidade de defender a liberdade de imprensa diante de ataques e legislações restritivas.
- Disrupção na busca online: A IA generativa, utilizada por plataformas como Google e OpenAI para gerar respostas diretas às buscas, ameaça reduzir o tráfego para sites de notí A remuneração por conteúdo também é uma preocupação.
- Incertezas sobre plataformas: Editores buscam alternativas como WhatsApp, LinkedIn e Bluesky, enquanto negociam acordos com plataformas de IA.
- Impulsionando o crescimento: A diversificação de receitas, com foco em assinaturas, financiamento de plataformas, filantropia e crowdfunding, é Novos produtos em áudio e vídeo, jogos e educação visam novas audiências.
- “Creatorização” do jornalismo: A influência de personalidades e influenciadores exige colaborações estratégicas entre mídia tradicional e criadores de conteúdo, equilibrando alcance e confiabilidade.
- Gerenciamento de talentos: A competição por jornalistas, cientistas de dados e outros especialistas demanda novas estratégias de recrutamento e retençã
- Combate à fadiga de notícias: Formatos inovadores, histórias humanizadas e jornalismo positivo são essenciais para engajar o público sem aliená-lo diante da cobertura de eventos negativos.
- IA generativa na redação: Ferramentas de IA já auxiliam em tarefas como edição, verificação de fatos e pesquisa, com potencial para personalização de conteúdo e formatos, chatbots e interfaces de conversaçã
- Agentes inteligentes e interfaces de conversação: A interação por voz e texto abre novas possibilidades, mas levanta preocupações sobre o impacto na interação humana e na atribuição de crédito a criadores de conteú
O relatório enfatiza a necessidade de adaptação e inovação para enfrentar desafios como a desinformação, a competição por atenção do público e o impacto da IA.
Leia mais sobre o documento e veja a íntegra em MediaTalks.
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