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domingo, abril 28, 2024

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Grupo RBS anuncia a demissão de 130 funcionários

Em mensagem enviada nesta 2ª.feira (4/8) aos colaboradores, após videoconferência interna, o presidente do Grupo RBS Eduardo Sirotsky Melzer anunciou a demissão de 130 de seus quase seis mil funcionários nesta 4ª.feira. Segundo ele, não se trata de uma crise financeira do grupo nem de uma opção; é uma necessidade de busca por produtividade e maior eficiência, para ajustar a empresa a uma realidade que mistura decadência do modelo tradicional do negócio da comunicação com novas oportunidades que surgem com a revolução tecnológica. Na mensagem, embora ressalte saber dos problemas que esse tipo de medida acarreta para os demitidos e suas famílias, diz que seria uma irresponsabilidade para com o futuro da empresa e dos demais funcionários não a tomar. No final, sintomaticamente, afirma: “Tenho dito que somos uma empresa em beta. Isso significa que nosso processo de transformação será contínuo e permanente”. Os cortes estão mais concentrados nas operações de jornais no grupo, que passam por mudanças de formato, algumas já anunciadas. O Diário Catarinense, por exemplo, circula nesta 3ª.feira (5/8) com os cadernos agrupados num só, chamado Anexo, e várias editorias unificadas, processo que implica a diminuição das redações. Melzer, que afirma ter analisado a situação por um ano, deve encontrar-se nesta 6ª.feira (8/8) com os executivos da empresa para apresentar uma Carta Diretriz, que vai orientar a gestão do Grupo a partir de agora. Os rumores de grandes mudanças na empresa começaram há cerca de 20 dias, com o anúncio da saída de Ricardo Stefanelli da Diretoria de Redação dos jornais da RBS em Santa Catarina e demissões na TVCom. Agora, o anúncio antecipado e a ampla divulgação dos motivos que levaram a cúpula do Grupo a tal decisão, ainda que tenham provocado uma tensão natural entre os empregados da RBS, chamam a atenção por serem pouco comuns em empresas de Comunicação. Leia o comunicado de Eduardo Melzer na íntegra:   Caros colegas, Escrevo para reforçar a mensagem que compartilhei com vocês nesta segunda-feira, em videoconferência, e para detalhar minha visão em relação ao futuro da nossa empresa, pois quero manter entre nós um ambiente de clareza e transparência. As transformações radicais e a velocidade impressionante pelas quais a indústria da comunicação tem passado exigem energia e dedicação para entender o momento e também coragem para promover os ajustes que precisam ser feitos para continuarmos crescendo. Mudar não é opcional. É vital para o nosso projeto empresarial.  O cenário atual apresenta realidades paradoxais. Por um lado, os modelos tradicionais estão altamente desafiados. Por outro, o avanço tecnológico e a forma de consumir mídia nunca geraram tantas oportunidades e tanta abertura para a inovação como nos dias de hoje. Aquelas empresas que têm a coragem de se posicionar no mundo novo sairão fortalecidas. Nesse sentido, acredito muito na relevância dos nossos produtos, no jornalismo de qualidade, na comunicação e no desejo cada vez maior por conteúdo de entretenimento diferenciado. As necessidades continuarão existindo. O que muda é a forma como serão atendidas. Se queremos continuar crescendo temos de nos reinventar imediatamente, investindo em atividades e negócios que geram resultados positivos e deixando de fazer o que não agrega para nossa empresa e para o mercado. Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras e colocar a RBS cada vez mais no grupo das empresas vencedoras, daquelas empresas que constroem oportunidades de mercado para se posicionar e conquistar a liderança. Teremos uma semana intensa pela frente, pois na quarta-feira faremos cerca de 130 demissões, de um universo de 6 mil pessoas, com o objetivo de buscar produtividade e maior eficiência. São cortes que precisam acontecer, principalmente na operação dos jornais. Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam. O Grupo RBS emprega milhares de pessoas. Não promover mudanças seria uma irresponsabilidade com estes profissionais, um erro com todos vocês, além de um descaso com nossos clientes e com o nosso projeto de futuro, que já está em andamento. É importante destacar que a RBS não passa por uma crise financeira. Ao contrário. Estamos investindo e redesenhando a nossa operação, buscando velocidade e desprendimento que são vitais para a preservação do nosso projeto empresarial. Fizemos, nos últimos 12 meses, uma análise muito detalhada de todos os nossos negócios e atividades. Eu me envolvi pessoalmente nesse processo. A partir do que vimos, fizemos investimentos importantes que ajudam a deixar clara a nossa crença no negócio. Dobramos as equipes dedicadas ao digital, tanto nas redações quanto no Tecnopuc, e triplicamos os investimentos nesta área. Até o fim do ano, só no Tecnopuc, em Porto Alegre, teremos quase 100 profissionais trabalhando exclusivamente na criação de soluções digitais para nossos produtos, em especial para os jornais. Os 50 anos de Zero Hora marcaram o início de uma grande renovação do jornal, que agora começa a ser replicada em outros veículos. Inovamos na organização do conteúdo e criamos novos espaços para fortalecer o vínculo com o leitor. A partir de amanhã, Diário Catarinense, A Notícia e Jornal de Santa Catarina entram também nessa nova fase. Na TV, teremos nesse ano as 18 emissoras com equipamentos totalmente renovados e tecnologia de última geração, cobrindo com sinal digital o Rio Grande do Sul e Santa Catarina antes do prazo determinado pelo governo federal. Em rádio, nosso alcance cresceu com o lançamento da Gaúcha Serra, da Gaúcha Santa Maria e da Gaúcha Zona Sul. O rádio também tem feito um excelente trabalho na internet. Na e.Bricks, nossa empresa digital criada há três anos em São Paulo, lançamos o Early Stage, um fundo para impulsionar ideias em tecnologia – um negócio contemporâneo que atrai empreendedores em busca de parceria para crescer. O fundo deve chegar ao final do ano com 16 empresas no portfólio. Também na e.Bricks, ampliamos a operação da Wine, que já é a maior empresa de vinhos online do mundo, tanto que estamos agora preparando sua entrada no mercado internacional. E muitos de vocês que já são sócios da Wine agora poderão também ser da Have a Nice Beer, o maior clube online de cervejas da América Latina, que está vindo para o Grupo. Gostaria ainda de citar dois exemplos de inovação e empreendedorismo que marcam a nossa gestão. O primeiro é o HypermindR, um centro de pesquisa no Rio de Janeiro, que vai desenvolver softwares para medir hábitos do consumidor. E o segundo diz respeito ao nosso modelo de gestão de pessoas, baseado na meritocracia. As ferramentas que desenvolvemos para dar mais transparência aos planos de carreira tornaram-se benchmark para muitas empresas e agora serão disponibilizadas ao mercado através da Appus, um negócio que nasceu aqui, dentro do RH. Temos apoio dos acionistas nas nossas decisões e temos também pessoas qualificadas e comprometidas, recursos financeiros, solidez de caixa, coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer. Na próxima sexta-feira, vou apresentar aos líderes da empresa a Carta Diretriz, um documento que reforça na RBS princípios como simplicidade, produtividade e eficiência, qualidade, inovação, crescimento sustentável e meritocracia. Tenho dito que somos uma empresa em beta. Isso significa que nosso processo de transformação será contínuo e permanente.  Como presidente, tenho compromisso com os acionistas, com a história da nossa empresa, com o nosso público e os nossos clientes. Estou motivado, principalmente, pela grande confiança que tenho no trabalho e no comprometimento de cada um de vocês. Vamos em frente! Duda

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