A Agência Pública teve acesso a gravações que mostram o suposto envolvimento de Mauro Mendes, reeleito governador do Mato Grosso, em um esquema para criminalizar o jornalista Alexandre Aprá, que vem sofrendo perseguições em decorrência de seu trabalho. O material foi enviado à Publica pelo repórter investigativo A.P., pseudônimo que utiliza por segurança, que se infiltrou no esquema.

Em entrevista para a agência, A.P. contou que se infiltrou no esquema inicialmente por interesse em outra pauta, mas que resolveu denunciar o caso ao perceber que o colega Aprá poderia ser assassinado ou ser vítima de uma armação. Segundo conversas gravadas por A.P., o plano era prender Aprá sob alegação falsa de envolvimento com tráfico de drogas ou pedofilia.

A.P. diz não ter dúvidas do envolvimento do próprio governador, além da primeira dama Virgínia, do publicitário Ziad Fares (detentor de contratos com o governo estadual) e da advogada Carla Grings Sabo Mendes. Os quatro teriam participado da contratação do detetive Ivancury Barbosa, cujo objetivo seria perseguir e calar Aprá por causa de reportagens publicadas pelo jornalista sobre irregularidades em negócios da família Mendes e do publicitário Ziad Fares.

Nas quase oito horas de áudios e vídeos com trechos inéditos enviados à Publica, A.P conta que conversou com o detetive, como infiltrado no esquema. O serviço de espionagem teria sido pago com a regularização de uma fazenda de 13 mil hectares em Marcelândia, no Norte do Estado.

A Pública teve acesso a um inquérito policial, que tramita sob sigilo, no qual A.P, que se identifica apenas pelo nome inventado Bruno e o apelido de Anjo, se diz disposto a prestar um depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), para investigar os responsáveis.

Leia a matéria da Pública na íntegra.

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