Em meio à propagação de desinformação sobre o conflito entre Hamas e Israel, a Federaçao Internacional dos Jornalistas (FIJ) faz apelo para que os princípios profissionais da profissão sejam respeitados.

Com a vontade de informar em primeira mão, veículos de comunicação estão publicando informações e imagens sem a devida contextualização, apuração e autenticação. A falta de investigação levou algumas organizações de notícia a apresentarem desculpas oficiais, como a CNN, após espalhar que bebês israelenses haviam sido decapitados.

O conflito impossibilitou profissionais que não estejam nos locais de realizar uma cobertura direta, fazendo-os recorrer a fontes alternativas que os impede de checar sua veracidade. Em Gaza, atualmente apenas os profissionais palestinos podem fornecer informações para veículos estrangeiros. Portanto, cabe então aos jornalistas locais analisar e verificar as informações adquiridas com diversas fontes antes de repassá-las ao público.

A FIJ reitera a importância de seguir o artigo 5º do Código Global de Ética para jornalistas, com o qual todas as redações devem se comprometer, pelo qual “a noção de urgência ou imediatismo na divulgação de informações não deve ter precedência sobre a verificação de fatos e fontes [.. .]”.

Na publicação, a FIJ também pede às redações de todo o mundo para “respeitarem a dignidade das pessoas citadas e/ou representadas” (artigo 8º), evitando publicar imagens chocantes, que muitas vezes são espalhadas por todas as redes sociais. E cita o artigo 9º da Carta de Ética Global, em que consta que “os jornalistas devem garantir que a divulgação de informações ou opiniões não contribua para o ódio ou o preconceito”.

Secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger relembrou que a responsabilidade dos comunicadores com o público está acima de qualquer outra, ressaltando a importância de evitar a falta de respeito com os fatos: “Apelo aos jornalistas de todo o mundo para que não caiam na armadilha da sobrecarga de informação, impulsionada pelas redes sociais, onde dizer conta mais do que o que é dito, escrever conta mais do que o que está escrito e mostrar conta mais do que é mostrado. O respeito pelos fatos e pelo direito do público à verdade é o primeiro dever do jornalista. Neste momento difícil, a FIJ, membro associado da Unesco, reafirma sua solidariedade com sua afiliada palestina e seu apoio a todos os jornalistas. onde quer que estejam”.

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