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quinta-feira, abril 25, 2024

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Em uma semana, Universal vende e ?desvende? o Hoje em Dia

O médico Rogério Aguiar Ferreira, um dos donos da Axial Medicina Diagnóstica, de Belo Horizonte, esteve na redação do Hoje em Dia no último dia 8/8 e confirmou aos jornalistas o que o mercado comentava havia já vários dias: representava um grupo de investidores que acabara de adquirir o jornal da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd – leia-se bispo Edir Macedo e Rede Record). Esta semana, porém, o negócio sofreu uma reviravolta e tudo voltou à estaca zero. O diretor de Jornalismo Helcio Zolini, que já havia até saído, reassumiu suas funções nesta 4ª.feira (14/8). Para o lugar dele já se dava como certa a volta de Carlos Lindenberg Spinolla de Castro, que comandou o jornal por 18 anos, até maio de 2010, e hoje está na VB Comunicação. Na redação, conforme o Portal dos Jornalistas apurou, o clima é de perplexidade com o surrealismo da situação. E os profissionais voltam a viver momentos de incerteza, que haviam sido amenizados com a notícia da venda, como se pode conferir pelo relato sobre a visita do então novo controlador à redação que o repórter Carlos Calaes publicou na semana passada em sua página no facebook:   Tivemos hoje mais um capítulo da saga do Hoje em Dia. Depois de quase uma semana de boatos e especulações – que, afinal, tinham um fundo de verdade –, hoje ficamos sabendo que o Hoje em Dia não pertence mais ao grupo Record, da Igreja Universal do bispo Edir Macedo. Ontem, quando cheguei à redação, apinhada de gente, vejo um gigante, vestido modestamente, falando para a galera. Fui para a frente e, para minha surpresa, descobri que ali estava o novo presidente do Hoje em Dia. Trata-se do médico radiologista e um dos donos da Axial, Dr. Rogério Aguiar Ferreira. Sua fala foi no intuito de tranquilizar a redação. Demonstrando simpatia e admitindo que sua única experiência no ramo foi com um jornal da área médica, ele revelou que representa um grupo econômico que comprou a Ediminas S/A. Foram adquiridos a marca Hoje em Dia, todo o patrimônio, incluindo a sede do HD na Padre Rolim, a gráfica, todos os bens, incluindo rotativas, veículos, ou seja, tudo. Como o novo presidente disse: foi uma compra de porteira fechada e aí se incluem os funcionários. E também todas as despesas e o passivo trabalhista. Como de costume, todo mundo estava calado e só ouvindo, quando me apresentei e minha primeira pergunta foi bem direta. Se o objetivo seria desmontar o Hoje em Dia. Ele garantiu que não. Boatos, sempre boatos, davam conta que o objetivo principal do grupo era o prédio na área hospitalar para abrigar a Axial e que todo o ativo do HD seria revendido. O futuro dos funcionários, como pagamento de FGTS, não estariam nos planos dos novos donos. Eles teriam comprado a marca Hoje em Dia para desativar. Se isso fosse verdade, seria um crime contra a imprensa mineira. Um desrespeito para com um jornal que luta há 25 anos com muita dificuldade, mas com muita dignidade. Um crime contra seus funcionários, que sempre lutaram para fazer um jornal digno durante todo esse tempo. Para quem não sabe, o Hoje em Dia foi fundado em fevereiro de 1988 pelo então governador Newton Cardoso, à época em disputa com o Estado de Minas. O HD, primeiro jornal em cores no País, nasceu como alternativa ao Estado de Minas e suporte político a Newtão. Em meados de 1992 (junho?), a Igreja Universal, em sua investida em Minas, queria comprar uma emissora de tevê. O alvo era a TV Record, que também tinha participação acionária do ex-governador. A Universal acabou comprando o HD como parte do pacote que incluía a Rede Record. O ex-governador Newton Cardoso ainda teria ações do HD durante alguns anos. Pelo fato de ter pertencido ao ex-governador, que sempre teve um alto nível de rejeição política, o HD pagou alto preço por isso, sendo estigmatizado até hoje, pois muitas pessoas mal informadas ainda acreditam que HD pertença a Newtão. Nos últimos tempos, a imagem que eu tinha do HD era a de um búfalo agonizante, sendo devorado por leões, hienas e sanguessugas. Mas o búfalo estava vivo e poderia reagir a qualquer momento. Pode ser que isso esteja para acontecer. Também questionei ao novo presidente do HD se o prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, participa do grupo econômico dos novos donos do HD. Rogério Aguiar admitiu que sim, além de outros empresários, inclusive uma mulher, mas não revelou outros nomes. Ele garantiu que o senador Clésio Andrade não está entre os novos donos do HD. Rogério garantiu que o objetivo do grupo é investir pesado no HD e recuperar leitores, assinantes e anunciantes. Disse que o novo HD será independente e sua credibilidade será sua maior garantia. “Não tenho ligações políticas ou religiosas. A verdade será nossa bandeira. Vim aqui para que vocês possam dormir sossegados”, disse. E, de forma contraditória, se classificou de “louco” por estar no grupo que comprou o HD. “Só posso garantir que o grupo não gosta de rasgar dinheiro”, resumiu. E disse que está aberto a sugestões. Também não descartou demissões. Já o representante da Igreja Universal, Cléber Nascimento, só confirmou o que todo mundo já desconfiava: a Universal nunca teve planos de adquirir o HD. Seu objetivo era a Rede Record, mas como o jornal fazia parte do pacote, assim foi. Quero enaltecer que, embora sempre tenha sido o “patinho feio” do grupo Record, os nossos salários, direitos, férias e FGTS sempre foram honrados e pagos em dia, sem qualquer atraso. Isso, segundo o Cléber, sempre foi uma prioridade, definida diretamente pelo bispo Edir Macedo. Para finalizar, espero que, nós, funcionários do HD, fiquemos unidos mais do que nunca para enfrentar os novos desafios que se apresentem. E, se Deus quiser, aproveitar as oportunidades que devem surgir com o novo HD.

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