O canal Foco do Brasil, que tinha acesso privilegiado no Palácio do Alvorada na gestão de Jair Bolsonaro, não publica conteúdo há dois meses, desde o fim das eleições. Com quase três milhões de inscritos no YouTube, o canal demitiu o apresentador Cleiton Basso, que tinha um programa diário para falar do governo Bolsonaro.

Criado em 2019, o Foco do Brasil foi colocado à venda e deve tomar um rumo editorial diferente, caso consiga manter a base de inscritos no YouTube. O canal é um dos alvos do inquérito que investiga atos antidemocráticos, instaurado em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal.

O técnico de informática Anderson Ramos, o único proprietário, colocou o canal à venda e demitiu Basso, devido à crise. O apresentador foi a cara do Foco do Brasil nos últimos quatro anos. De 2019 a 2020, o canal lucrou US$ 330 mil, cerca R$ 1,7 milhão, com monetização do YouTube, segundo relatório da Polícia Federal. Os conteúdos mais visualizados são os registrados em áreas internas da residência oficial, a que a imprensa não tinha acesso.

Em setembro, a Folha de S.Paulo revelou que o canal contratou um homem para fazer uma pergunta previamente combinada com Bolsonaro no cercadinho. Ele perguntou sobre a entrevista do então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta ao Fantástico, e Bolsonaro respondeu: “Eu não assisto à Globo”.

Em outubro, o TSE acatou uma ação da coligação de Lula e determinou a suspensão da verba do Foco do Brasil até 31 daquele mês. A ação dizia que mídias como o próprio Foco do Brasil, além de Brasil Paralelo e Folha Política, divulgaram fake news que relacionavam Lula com o crime organizado.

Com informações da Folha de S.Paulo.

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