Bruno Wendel, repórter do jornal baiano Correio, recebeu esta semana mensagens no celular com ameaças e xingamentos após a veiculação de reportagem em 18/5 sobre ações de grupos de extermínio e extorsão no município de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador.

A reportagem tratava do soldado da policial militar Joedson dos Santos Andrade, que havia sido preso na Operação Assepsia I. Morto a tiros no domingo (16/5), em suposto confronto com suspeitos, o soldado respondia em liberdade na condição de investigado.

Ao todo, quatro pessoas teriam mandado mensagens para o celular do repórter. Segundo texto do Correio, um dos remetentes chamou o jornalista de vagabundo. Outro sugeriu que veículo e jornalista não reconhecem o trabalho das forças de segurança pública. E uma terceira pessoa disse que o jornalista tem de se retratar.

As ameaças foram acompanhadas de uma nota de repúdio escrita em nome da tropa da 59ª Companhia Independente de Polícia Militar/Vila de Abrantes, afirmando repudiar e rejeitar a matéria pois “as afirmações imputadas ao policial são totalmente inverídicas, mentirosas e descabida (sic) de credibilidade”.

A nota diz que Joedson dos Santos não era réu e, sim, investigado pela Secretaria de Segurança Pública/BA pela morte de dois homens “em combate armado”. “Em momento algum o processo que tramita em segredo de justiça afirma que os policiais envolvidos são réus, culpados ou inocentes, e sim estão denominados como investigados”, prossegue a nota.

Em 15 anos dedicados à cobertura de segurança pública, Bruno Wendel afirma que nunca havia sofrido ameaças semelhantes. “Todo meu trabalho investigativo envolve estar nas delegacias, nas companhias. A polícia entende meu trabalho. Fiz outras matérias de denúncias de crimes cometidos por policiais e nunca fui ameaçado”.

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