No último dia de mandato, o governo Temer extinguiu a licença de cerca de 130 Rádios comunitárias em diversas regiões do País, segundo reportagem de Katarine Flor, do Brasil de Fato. A decisão do Ministério da Ciência, Tecnologia, inovações e Comunicações, à época sob o comando de Gilberto Kassab, foi publicada no Diário Oficial da União no dia 31 de dezembro.
De acordo com a reportagem, Pedro Martins, representante da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) no Brasil, afirmou que a forma como a determinação ocorreu “configura, claramente, uma perseguição, um olhar diferenciado para esse setor que é a voz das comunidades, a voz popular na comunicação do País”. Segundo ele, a medida foi tomada sem a realização de debates com a sociedade. Disse ainda que o ministério não deixou claro quais foram os motivos que levaram à decisão.
Em nota divulgada em 4/1, a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil) questionou a diferença de tratamento que o ministério tem dado às emissoras comunitárias em relação às comerciais e apontou que “as entidades mantenedoras de Radiodifusão Comunitária tem inúmeras dificuldades, a começar pela falta de recursos”, pois têm o apoio cultural como única fonte manutenção, além de se limitarem à sua localidade e sofrerem outras condições restritivas.
Permanecem abertas até 30/1 as inscrições para o prêmio Excelência Jornalística 2019, da SIP. Dirigida a profissionais de meios de comunicação das Américas e da Espanha, a premiação reconhece a qualidade e os impactos dos conteúdos produzidos por jornalistas e veículos nas sociedades dessas regiões. As inscrições podem ser feitas neste link. Cada primeiro lugar receberá US$ 2 mil.
A cerimônia de entrega de prêmios será realizada em outubro, durante a 75ª Assembleia Geral da SIP, em Miami, nos EUA. A SIP concede também, como todos os anos, o Grande Prêmio Liberdade de Imprensa a uma pessoa ou organização com realizações significativas em favor dessa causa. Mais informações no site do prêmio.
A Federação Nacional das Empresas de Rádio e TV (Fenaert) comemorou um avanço para o segmento em 18/12, com a publicação da Nota Técnica do Ministério do Trabalho que atualizou o procedimento de registro de radialistas.
Até então, os profissionais eram registrados para as funções ou atividades previstas no Quadro de Funções, sistema equivocadamente adotado e processado por todas as Secretarias Regionais do Trabalho no País.
Segundo a Fenaert, “a atualização de procedimento representa um avanço significativo no processo de obtenção de registros da profissão de radialista, beneficiando principalmente os trabalhadores desta categoria, que passam a requerer e obter um registro único na profissão, a exemplo das demais profissões regulamentadas do setor – jornalistas, artistas e músicos, por exemplo – e não, equivocadamente, em cada função a ser exercida, dificultando a progressão e evolução profissional”.
A Toyota anunciou em 20/12 a saída de Luiz Carlos Andrade Junior, completando assim o processo de transição iniciado em agosto com a contratação de Viviane Mansi para a vaga de coordenadora-chefe de Relações Públicas para a Região da América Latina e Caribe. Nesse período, Luiz Carlos permaneceu como coordenador regional, apoiando e reportando a Steve St. Angelo, CEO para a América Latina e Caribe.
Com passagens por Banco Toyota, Toyota Mercosul e Toyota Motor Corporation, Andrade integrava há 20 anos o quadro do grupo japonês. Antes, esteve por outros 23 na General Motors.
O Meio & Mensagem publicou nota em 3/1 informando que o Grupo Abril está retornando àquele que foi o seu mais tradicional endereço, na marginal do rio Tietê, na Zona Norte de São Paulo.
O edifício, próprio, começou a ser construído em 1964 para receber o parque gráfico da editora, e a partir de 1968 foi também sede administrativa e das redações das revistas, que lá permaneceram até 1997. Em recuperação judicial desde agosto 2018, a empresa foi vendida ao investidor Fábio Carvalho em dezembro.
Segundo o M&M, as áreas administrativas do Grupo já se mudaram para o novo/antigo endereço e até fevereiro a empresa deve transferir redações e estúdios de marcas como Veja, Exame, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Capricho e MdeMulher. Nesse mesmo prazo, é esperado que credores e conselho administrativo cheguem num acordo sobre proposta de recuperação e que o Cade se manifeste sobre a proposta de aquisição.
O jornal El País publicou em 31/12 uma seleção de 30 fotografias feitas por brasileiras, talvez como resposta a uma estatística apurada pela iniciativa online Women Photograph (WP), segundo a qual apenas 15% dos fotojornalistas em atividade no mundo são mulheres.
A WP, que reúne mais de 850 fotógrafas documentais ao redor do mundo, constatou que na edição das melhores imagens de 2018 das agências de notícias internacionais a representatividade das mulheres foi inferior a 10%. Nas publicações globais, segundo a WP, a situação não é diferente: entre julho e setembro de 2018, o New York Times, por exemplo, publicou na primeira página apenas 17% de fotos feitas por mulheres; e no francês Le Monde, das 78 imagens, apenas seis foram feitas por fotógrafas.
Para Daniella Zalcman, fundadora da entidade, a receita para reverter essa realidade é simples e básica: “As organizações midiáticas simplesmente precisam contratar mais mulheres e fotógrafos das classes marginalizadas, como gays, negros e homossexuais”.
Com montagem da equipe e estrutura da redação recém-concluídos, a área de conteúdo da IQ360 chegou em dezembro a 440 mil visitantes únicos. Segundo o editor-chefe Márcio Kroehn, que no final de outubro deixou a IstoÉDinheiro para organizar a redação, a IQ é uma startup do grupo norte-americano Red Ventures que tem como missão tornar mais fáceis e transparentes decisões sobre investimentos, cartões de crédito, empréstimos e seguros, por meio de comparadores e simuladores. “Além da tecnologia embarcada para esse fim, o conteúdo é muito importante para orientar as pessoas que consultam o site”, diz. “Por isso, nosso objetivo não é competir com os portais de notícias, mas responder a perguntas básicas de quem busca aqueles serviços, por meio de reportagens esclarecedoras”.
Ele cita como exemplo a notícia do início das operações no Brasil da empresa aérea de baixo custo Norwegian: “Fizemos diversas simulações com número de passageiros na família e despesas com despacho de bagagens e alimentação para mostrar ao leitor as situações em que realmente compensa voar por esse sistema”.
O foco, segundo Kroehn, são pessoas físicas, pequenos investidores, que podem fazer as transações por meio do site ou, se preferirem, contratar os serviços diretamente dos fornecedores. A IQ está fazendo parcerias com portais de notícias e veículos do interior para divulgação desse conteúdo, que em breve também estará em vídeos no YouTube, com colaboradores externos. A empresa também prepara o lançamento de um serviço para grandes investidores.
O Estadão estreou em 1/1 as Supercolunas do Estadão, textos elaborados pelos editores e especialistas do jornal com o objetivo de ajudar o leitor a navegar pelo conteúdo digital.
No artigo de lançamento, João Gabriel de Lima, editor executivo de conteúdo digital, informa que as Supercolunas são “cartas de navegação para atravessar, com proveito e segurança, o mar de notícias. (…) São textos cheios de links para reportagens que aprofundam os acontecimentos; para fatos anteriores, que trazem o contexto; para infográficos e bases de dados, que quantificam; para artigos que iluminam; para editoriais que opinam; para vídeos e fotos que ilustram; para podcasts e entrevistas que esclarecem. Elas propõem um mergulho, que permite que se vá muito além da superfície das notícias. Não à toa, sua hashtag nas redes sociais será #mergulhenoestadao”.
Alexandre Garcia afastou-se da TV Globo no final de 2018, conforme comunicado do diretor geral de Jornalismo e Esportes Ali Kamel, divulgado pela emissora.
O motivo oficial da saída, depois de 30 anos na casa, foi “amenizar um pouco o seu ritmo frenético de trabalho” – ele está com 78 anos. Pretende dedicar-se aos comentários políticos transmitidos por 280 rádios de todo o Brasil, a escrever artigos para jornais e a publicar outro livro, no rastro do grande sucesso que foi Nos bastidores da notícia, de 1990.
Motivos e motivos
Motivos não oficiais, muitos apareceram, circulando na internet. Um atribuía o pedido para sair a ter sofrido advertências da emissora por se posicionar politicamente a favor de Jair Bolsonaro candidato, durante as últimas eleições, o que vai contra uma rigorosa política da casa para seus jornalistas. O pedido para sair é uma concessão do Grupo Globo aos bons funcionários de qualquer mídia, com generosa extensão de benefícios, se concordarem em não falar de demissão.
Outro motivo que circulou, este mais otimista, foi um eventual convite para ser porta-voz da Presidência da República. Garcia admite que houve sondagens, mas não aceitou porque prefere fazer rádio e ter seu canal nas redes sociais. Mas ele tem experiência na função. Por um ano e meio, entre 1979 e 1980, foi secretário de imprensa do último presidente do período da ditadura militar do Brasil, João Batista Figueiredo.
Mesmo diante da negativa ao convite, é de se notar a desenvoltura com que Garcia circulou no novo círculo de poder, com crachá de convidado. Isso contrasta com o tratamento recebido pela imprensa em geral, para a cobertura da posse do presidente (ver nota acima). Os jornalistas reclamaram desde o credenciamento, espernearam após o trabalho, mas a pauta não era opcional e todos tiveram que cumpri-la.
Na biografia, até condecoração da rainha Elizabeth
Alexandre Garcia é gaúcho e começou como radialista, trabalhando com o pai. Formou-se em Comunicação Social pela PUC-RS e passou ao jornalismo impresso na sucursal do Jornal do Brasil em Porto Alegre. Pelo JB, foi correspondente em Buenos Aires, na Argentina, por três anos. De volta ao Brasil, foi trabalhar na sucursal em Brasília, onde permaneceu por dez anos, firmando-se como repórter de política.
Em 1983, passou à extinta TV Manchete. É dele a antológica entrevista em que o presidente Figueiredo disse: “Eu quero que me esqueçam!”. Foi correspondente internacional, cobrindo, entre outras, a Guerra das Malvinas, o que lhe valeu a Ordem do Império Britânico, concedida pela rainha Elizabeth II.
Entrou para a TV Globo de Brasília em 1988. Teve um quadro no Fantástico, foi repórter especial de Jornal Nacional, Jornal Hoje e Jornal da Globo. Nas eleições de 1989, foi um dos mediadores do debate de segundo turno entre Lula e Fernando Collor, realizado em pool pelas quatro grandes emissoras de então – Band, Globo, Manchete e SBT. Entre 1990 e 1995, foi diretor regional de Jornalismo da Globo de Brasília, sem deixar de lado o trabalho diante das câmeras. Em 1996, passou a ter um programa na GloboNews, Espaço aberto.
Por dez anos, foi âncora do DF-TV. Nos últimos anos, tornou-se comentarista político do Bom dia Brasil, e fez parte do grupo de apresentadores que se revezava na bancada do Jornal Nacional aos sábados. Durante esse período, não houve cobertura de política no Brasil de que ele não participasse com destaque.
Vamos acompanhar a trajetória de Garcia, que ainda promete.
O Spotify e a Folha de S.Paulo lançaram nessa terça-feira (1º/1) o podcast Café da Manhã, produzido entre o jornal e a plataforma de streaming musical. Disponibilizados apenas no Spotify, os episódios são conduzidos diariamente por Rodrigo Vizeu e Magê Flores, às 6 horas.
No conteúdo do programa estão análises e conversas sobre os principais assuntos nacionais e internacionais das áreas de política, economia, cultura, cotidiano, ciência e outros temas, podendo contar com a participação de convidados.