David Miranda é deputado federal e marido do jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil
Diante da negativa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, em oferecer proteção ao jornalista e deputado federal David Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, e os filhos de ambos, que vêm sofrendo ameaças de morte, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) distribuiu nota afirmando que ele será responsabilizado caso haja algum problema nesse sentido.
Confira a íntegra da nota, assinada pelo presidente Paulo Jeronimo de Sousa e por seu vice Cid Benjamin, também presidente da
Comissão de Direitos Humanos da entidade:
“1) É direito de qualquer cidadão com a integridade física ameaçada receber proteção do Estado;
2) David Miranda é uma figura pública, detentor de um mandato de deputado, e comprovadamente tem recebido ameaças, assim como sua família;
3) Nos momentos em que David está em Brasília exercendo seu mandato de deputado federal, ele tem tido proteção da Polícia Federal, a pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia;
4) Ao negar-se a dar proteção a David e seus parentes, apesar da solicitação de Maia nesse sentido, o governador Witzel automaticamente torna-se também responsável por qualquer atentado que eles sofram;
5) A ABI espera que o governador reveja sua posição e cumpra seu dever, protegendo David e sua família.”
A partir deste mês, o PainelWW, programa de William Waack no YouTube, está sendo gravado semanalmente na Redação do Estadão. A novidade é resultado de um acordo entre o jornal e a MediaLink Comunicação Corporativa, responsável pela produção do programa semanal e participante do projeto de Waack desde sua concepção e lançamento, em abril de 2018.
O acordo prevê a inserção do Estadão como apoiador em todas as edições do programa e a participação ocasional de jornalistas do veículo entre os entrevistados. Em contrapartida, os programas são gravados nas tardes de quinta-feira nas dependências do Estadão, no edifício-sede do Grupo Estado no Bairro do Limão, em São Paulo.
Segundo Adhemar Altieri, diretor executivo da MediaLink, o acordo é uma evolução natural: “Além de manter uma coluna semanal no Estadão, William tem uma identificação pessoal e profissional de décadas com a casa, uma das empresas mais tradicionais do jornalismo brasileiro. É um ingrediente a mais para o PainelWW, um projeto pessoal dele, que fala com um público altamente qualificado e cada vez mais numeroso”. William foi recentemente contratado como âncora pela CNN Brasil.
Três edições PainelWW
já foram gravadas na Redação do Estadão. A primeira da parceria será apresentada
em 29 de agosto.
Dados apurados pelo YouTube mostram que, apenas em junho,
primeiro mês da temporada 2019 do programa, o canal do PainelWW registrou 837 mil
visualizações e mais de 11
milhões de impressões (total de pessoas impactadas). Os números não
incluem seguidores do projeto em Facebook, Instagram,
Twitter,
LinkedIn
e WhatsApp. O canal no YouTube tem 645
mil assinantes. Mais informações com Sandra de Angelis ([email protected]
e 11-999-113-798).
Rafael Menin Soriano, executivo Jurídico do Grupo Globo e membro do Conselho de Administração da Edições Globo Condé Nast, foi eleito em 7/8 novo presidente da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner). Ele substitui a Fábio Petrossi Gallo, que deixou o mercado editorial para se dedicar ao ramo da tecnologia.
O novo presidente, que dará prosseguimento à gestão do biênio 2018-2020, salientou que a hiperinformação digital acompanhada pela desinformação espalhada nas redes sociais por grupos ou pessoas interessadas em desestabilizar a democracia ameaçam não apenas os princípios de uma sociedade livre, mas também colocam em risco o bem-estar e a prosperidade do País.
“As revistas têm um papel fundamental para a superação de todos esses desafios”, destacou. “Por suas características, essas publicações estão muito próximas do jornalismo minucioso, investigativo e especializado ou segmentado. As revistas são, na prática, guardiãs e multiplicadoras do ‘conhecimento certificado’, tão desejado pelos leitores e anunciantes”.
Os associados também aprovaram a mudança da sede da entidade de São Paulo para Brasília (AF/SUL, Quadra 2, Bloco D. Ed. Via Esplanada, Sala 101 – CEP 70070-600). O telefone é 61-2104-4642 e o e-mail permanece [email protected].
* Por Luciana Gurgel, em Londres, especial para o Jornalistas&Cia
Ainda que muitos dos que passaram a ler jornais em formato digital sintam de vez em quando aquela saudade do momento de ir buscar o exemplar do dia na porta de casa, ou de caminhar até a banca da esquina, a realidade é que o impresso continua cedendo espaço para as telas. E isso não significa necessariamente falência da imprensa ou perda de empregos nas redações.
No Reino Unido, onde muita gente passa boa parte do dia no transporte público, a mudança de hábito de leitura é visível, e os números comprovam. O The Times acaba de anunciar a marca de 304 mil assinantes exclusivos da versão digital, dentro do total de 539 mil assinantes. Um crescimento de 19% sobre o ano passado.
Não estão contabilizados aí os usuários registrados que não pagam assinatura e têm direito a ler duas matérias por semana e a receber as newsletters que já dão uma boa ideia do conteúdo do jornal. A versão digital havia em 2018 superado a versão impressa em número de assinaturas.
O grupo que edita o The Times comemora o sucesso da estratégia de paywall, defendendo que o público entendeu o valor do bom jornalismo. Em um discurso recente na Sociedade dos Editores, John Witherow, editor do jornal, disse que as empresas jornalísticas precisam ser implacáveis na experimentação e inovar rapidamente para conquistar mais leitores e fazer com que paguem pelas notícias que leem, como forma de garantir a sobrevivência da imprensa.
Mas o paywall adotado pelo The Times não é a única fórmula para a sustentabilidade das empresas jornalísticas. O The Guardian, que também comemora números positivos e conseguiu sair do vermelho, optou pelo caminho oposto. Não tem paywall – todo o conteúdo é livre. Mas pede aos leitores que contribuam para que o jornal continue a oferecer jornalismo de qualidade.
A receita do período 2018-2019 foi de £ 224,5 milhões, contra £ 217 milhões no ano anterior. O digital respondeu por mais da metade (£ 125 milhões). E 80% do faturamento publicitário vieram do digital. O The Guardian espera bater a marca de dois milhões de leitores pagantes até 2022.
Os dois exemplos mostram que não existe uma fórmula única. Cada empresa jornalística está encontrando a sua forma de sobreviver à mudança de comportamento do leitor, aos novos hábitos de leitura e às novas tecnologias.
Mas a despeito de boas estratégias comerciais e de fidelização do leitor, é inegável que as plataformas digitais causaram um impacto relevante na publicidade.
No Reino Unido, uma projeção da agência de propaganda Group M publicada em junho indicou que jornais e revistas devem ficar com menos de 10% das receitas publicitárias no país, enquanto Google e Facebook devem conquistar 3/4 das verbas. Tendência confirmada pela Emarketer, cuja previsão é de que 63,3% do investimento em propaganda digital este ano serão destinados aos dois gigantes.
O órgão responsável por controle de concorrência abriu uma investigação sobre o mercado publicitário digital no mês passado, podendo vir daí alguma medida concreta sobre as plataformas digitais.
E depois de tanto apanhar, acusado de estar exterminando a imprensa tradicional, o Facebook parece estar se movimentando na direção contrária. O Wall Street Journal revelou na semana passada que a empresa estaria oferecendo “milhões de dólares” a empresas de mídia para publicar conteúdo em uma seção de noticias a ser lançada até o fim deste ano. As organizações procuradas seriam Dow Jones, Bloomberg, Washington Post – que pertence ao fundador da Amazon, Jeff Bezos – e ABC News.
O valor seria de US$ 3 milhões por ano para as editoras. Elas teriam o direito de hospedar o conteúdo diretamente no Facebook ou compartilhar resumos que levariam os leitores aos seus próprios sites, segundo o Wall Street Journal.
Quem sabe será este o caminho do meio para assegurar a sobrevivência de títulos tradicionais em um ambiente novo. O tempo dirá.
Rosângela dos Santos está deixando a Samarco após quatro anos liderando o processo de comunicação de uma das maiores crises de reputação da história empresarial brasileira: o rompimento da barragem de Mariana.
Rosângela tem 30 anos de experiência e, antes da Samarco, esteve por 19 anos na Embraco, até 2013, em Joinville, e dois anos no Grupo FCA – Fiat Chrysler Automobiles, liderando a comunicação da implantação da fábrica Jeep, em Pernambuco. Os atuais contatos dela são [email protected] e 31-999- 649-545.
Com sua saída, a Gerência Geral de Comunicação, Reputação e Desenvolvimento Socio-institucional fica interinamente com o gerente de RI Rodolpho SamoriniFilho.
O portal Jota, recentemente eleito melhor startup de informação digital do mundo pelo World Digital Media Award, passou a contar desde a última semana com o reforço de Fábio Zambeli. Ele deixou a FSB, onde estava há quase seis anos, e assumiu o recém-criado posto de analista-chefe de Política do Jota, em São Paulo.
Chega com o
objetivo de auxiliar na estruturação do núcleo de análise política da
publicação, reportando-se à sócia Laura Diniz, diretora de conteúdo.
“Essa área é uma das apostas do Jota, que desde seu lançamento tem uma atuação
reconhecida e consolidada na cobertura do Judiciário”, explica Fabio. “O
objetivo é ampliar a cobertura dos poderes Executivo e Legislativo, agregando
capacidade analítica de cenários e ciência de dados para construir modelos mais
confiáveis de avaliação da conjuntura política e econômica”.
Antes da FSB, onde
foi diretor de Atendimento e de Contas Públicas, Fabio passou pela Folha de
S.Paulo em três ocasiões. Por lá, atuou como repórter, editor-adjunto e
coordenador da sucursal de Brasília. Também foi coordenador editorial da
Associação Paulista de Jornais (APJ). “Chego para trabalhar em um projeto
bastante desafiador, em uma empresa com modelo de negócio de uma startup, algo
extremamente inovador para lidar com esse novo momento do Jornalismo.
Seguiremos apostando em conteúdo digital de qualidade, diferente do que os
veículos tradicionais têm oferecido, pois entendemos ser esse o sucesso da
operação do Jota”, conclui Zambeli.
O presidente Jair
Bolsonaro nomeou em 9/8 o general Luiz Carlos Pereira Gomes para ocupar
a Presidência da EBC. Com o aval de outro militar, o general Luiz Eduardo
Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo, Pereira Gomes assume o cargo no
lugar do administrador de empresas Alexandre Henrique Graziani, que
ficou por seis meses no cargo e agora volta para o seu posto anterior, de
diretor de Operações, Engenharia e Tecnologia.
No Exército,
Pereira Gomes era vice-chefe do Departamento-Geral de Pessoal e foi para a
reserva em 31 de julho. Antes, esteve à frente do Comando Militar do Planalto,
responsável pelos estados de Goiás e Tocantins, a região do Triângulo Mineiro e
o Distrito Federal, além do Batalhão da Guarda Presidencial.
Ângela Bittencourt deixou no início do mês a publicadora de conteúdos financeiros Empiricus, onde desde fevereiro participava da newsletter diária Day One, tinha um espaço quinzenal na série Palavra do Estrategista e produzia podcasts mensais. Antes, ficou quase nove anos no Valor Econômico, como repórter especial e, a partir de 2011, como editora do blog Casa das Caldeiras.
Formada pela UnB em 1980, também foi colunista de economia e finanças de Gazeta Mercantil, Estadão, Agência Estado e Agência Reuters, além de assessora de imprensa do Banco Central do Brasil.
Integra os Top 50 dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças de 2016, 2017 e 2018, rankings de iniciativa do J&Cia em parceria com a Maxpress.
Recebeu este mês o título de Jornalista Econômico de 2019 da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). O reconhecimento é fruto da contribuição dela para a difusão e compreensão de informações relacionadas à Economia e às Finanças.
Daniela Chiaretti, entre Vera Brandimarte, diretora de Redação do Valor Econômico, e o embaixador Michel Miraillet
Daniela Chiaretti, repórter especial do Valor Econômico especializada em questões ambientais, foi agraciada em 9/8 com a insígnia de Chevalier da Ordem Nacional do Mérito, conferida pelo governo francês. A cerimônia reuniu jornalistas com quem ela dividiu redações ao longo de 30 anos, amigos e familiares, na casa de Brieuc Pont, cônsul-geral em São Paulo.
Os colegas
de redação consideram emblemático que, “num momento de obscurantismo, ela tenha
recebido o reconhecimento por sua cobertura que investiga as conquistas e
retrocessos no entendimento da biodiversidade, dos povos da floresta, das
principais conferências climáticas. A jornalista não se acanha em exercer a
essência da profissão no compromisso com a sociedade e a democracia num planeta
que se esvai. Seus amigos da vida e do @valoreconomico comemoraram emocionados
e inflados de orgulho”.
Ao Jornalistas&Cia,
Daniela disse que a homenagem, criada em 1963, “foi pelo conjunto do meu
trabalho na cobertura de questões socioambientais no Brasil e no mundo. No
discurso, o embaixador da França Michel Miraillet disse também que a
condecoração era ‘uma homenagem da França à profissão de jornalista e à
liberdade de imprensa’. Ele citou o matemático e pensador do Iluminismo Nicolas
de Condorcet, que afirmava que ‘os amigos da verdade são aqueles que a procuram
e não os que se vangloriam de tê-la encontrado’. A homenagem estendeu-se ao
Valor Econômico, que faz cobertura sistemática e ampla do tema. No jornal, o
tema é transversal a todas as editorias. Fiquei emocionada, agradecida e muito
feliz”.
No Valor
desde 2005, Daniela tem feito a cobertura das grandes conferências ambientais
das Nações Unidas. Foi editora-chefe da revista Marie Claire e teve passagens
por Gazeta Mercantil, Folha de S.Paulo, Veja e UOL. Ganhou o Prêmio Esso de Informação Científica,
Tecnológica e Ambiental em 2011 com reportagem feita em viagem ao Ártico,
em julho de 2010, para escrever sobre o impacto do aquecimento global perto do
Polo Norte. Desde o ano passado integra o comitê consultivo sobre cobertura da
Amazônia do Rainforest Journalism Fund,
iniciativa coordenada pelo Pulitzer Center.
Nelson Blecher deixou neste início de agosto o comando editorial do Diário do Comércio, título quase centenário da Associação Comercial de São Paulo, que com a chegada dele migrou do papel para o digital. Também saíram o editor Renato Carbonari Ibelli e o repórter Ítalo Rufino. Nelson dirigiu o veículo pelos últimos cinco anos e sai agora em nova reestruturação que a instituição decidiu fazer na publicação.
Sobre sua passagem pelo DC, Blecher escreveu o seguinte depoimento, a pedido de Jornalistas&Cia:
“Responsável pela transição do Diário do Comércio para a versão digital, concentrei as pautas nas diferentes disciplinas da economia e dos negócios, buscando transmitir à equipe conhecimentos acumulados em décadas de jornalismo especializado (Folha, Exame, Época Negócios). A partir de 2015, o DC – título que completou 95 anos de vida em julho passado – passou a publicar centenas de reportagens e artigos visando apoiar os empreendedores no enfrentamento da pior crise já vista no comércio brasileiro, que resultou no fechamento de milhares de empresas. Como a centenária Associação Comercial de São Paulo é prolífica na realização de debates de interesse nacional envolvendo economia e política, fizemos sistemática cobertura deles e dedicamos especial atenção às causas e bandeiras da entidade. Durante esse período pude contar com a sólida retaguarda do economista Marcel Solimeo, que se tornou um amigo sempre disposto a iluminar as ciclotimias da economia brasileira”.