Adélia Chagas acaba de chegar à LLYC (Llorente y Cuenca), contratada como diretora sênior de Advocacy e Comunicação Estratégica no Brasil. Vem de uma passagem de quase três anos como vice-presidente da Imagem Corporativa, que se seguiu aos 12 anos em que foi também VP da Máquina Cohn & Wolfe. Ao longo da carreira, coordenou projetos em clientes como Ambev, XP, BTG Pactual, Microsoft, Zara, Xerox, SAP, ABB e C&A.
Ela se junta ao time de executivos comandado pelo sócio e diretor-geral no Brasil Cleber Martins, para quem “a chegada da Adélia ajuda a reforçar ainda mais o nosso time sênior de direção, num momento de forte crescimento da operação e também em linha com o propósito de oferecer consultoria estratégica de alto nível”. A LLYC inaugurou no mês passado a expansão de seu escritório de São Paulo, com a abertura de mais 40 posições de trabalho para comportar a expansão da agência.
Na LLYC, Adélia vai conduzir projetos nacionais e globais de reputação e advocacy, em parceria com os diretores dos 16 escritórios da companhia em 13 países. “Estou muito entusiasmada com o novo desafio de integrar uma companhia internacional focada em soluções estratégicas para ajudar os clientes em um cenário desafiador de disrupção dos negócios e da comunicação”, disse ao J&Cia.
Antes de trabalhar no mundo corporativo, ela passou por Gazeta Mercantil, Folha de S.Paulo, Agência Estado, Jornal da Tarde e Folha da Tarde. Tem formação em Jornalismo pela PUC-SP, especialização em Comunicação Corporativa pela Fundação Getulio Vargas e MBA em Gente e Gestão pela Escola de Negócios da PUC-Rio.
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro
Jorge de Miranda Jordão morreu na tarde de
segunda-feira (10/2), aos 87 anos, no Rio de Janeiro. Ele se tratava de câncer e teve
complicações cardíacas. Depois de passar mal em casa, foi internado na
madrugada, num hospital na Barra da Tijuca. O enterro é nesta quarta-feira
(12/2) no cemitério do Catumbi, Zona Norte do Rio. Miranda deixa quatro netos de três
filhas: Tatiana e Helena, do primeiro casamento com Marlene Lima e Silva, e
Patrícia, com Germana De Lamare.
Baiano
de Salvador, nasceu em 14/8/1932. Chegou novo ao Rio e começou a trabalhar em
1954, na Última Hora, de Samuel Wainer,
de quem era amigo. Dirigiu as sucursais do jornal em São Paulo e Porto Alegre e
voltou à redação do Rio em 1963.
A
convite de Octavio Frias, participou
do lançamento da Folha da Tarde, em 1967. Próximo de Frei Betto, que também trabalhava na Folha da Tarde, Miranda foi
preso durante a ditadura militar, em Montevidéu, no Uruguai, e levado para o
Dops em Porto Alegre. Passou depois pelo DOI-Codi, no Rio, apesar de nunca se ter
envolvido com qualquer organização.
Foi
diretor das redações de O Dia, no Rio, e do Diário Popular, em São Paulo. O Observatório da
Imprensa o definiu como “o jornalista que não caiu no erro da mídia”. Quando
dirigiu o Diário Popular, em São Paulo, Miranda decidiu que o jornal não
cobriria o caso da Escola Base, nem mesmo depois de esse ganhar
repercussão nacional. Ele desconfiou das informações fornecidas pela polícia e não
acreditou na história, que considerou uma vaidade do delegado encarregado da
investigação. Sua firmeza foi um dos fatores que levaram à elucidação do caso.
Era descrito por colegas e amigos como um homem sério e de poucas palavras no
trabalho, mas, ao mesmo tempo, boêmio, bom companheiro de uísque. Miranda
influenciou gerações de profissionais.
Em
2018, deu um depoimento para o livro Memórias da imprensa escrita, do amigo Aziz Ahmed, em que narra casos vividos
em redações de São Paulo, Porto Alegre e no Rio – onde iniciou e terminou a
carreira.
A IBCC Oncologia lança o Prêmio IBCC Oncologia de Jornalismo, que busca reconhecer e valorizar produções jornalísticas sobre o tratamento do câncer no País, com foco em histórias de vida relacionadas à doença. As inscrições vão até 31 de março.
Lilian Cacau, coordenadora de
Comunicação da IBCC Oncologia, explica que o objetivo do prêmio é falar mais
sobre o câncer, visto hoje como um tabu: “Nós sabemos que o câncer é um assunto
difícil, que as pessoas evitam falar quando vivem ou convivem com o
diagnóstico, mas o que queremos, como entidade que cuida e trata, é justamente
falar sobre a doença, as formas de prevenção, estudos que são pouco divulgados,
alternativas de tratamento e sobre experiências de quem superou para ser
inspiração para quem passa pelo diagnóstico”.
Podem participar trabalhos em rádio, TV, impresso e online
que tenham sido veiculados entre 2018 e 2019. Os três primeiros colocados serão
anunciados durante a cerimônia de premiação, em 7/4, Dia do Jornalista,
no anfiteatro da IBCC Oncologia, em São Paulo. Inscreva-se!
De galochas, Aldo Quiroga apresentou o Jornal da Cultura – 1ª edição
A chuva que atingiu nas madrugada e manhã desta segunda-feira (10/2) a Grande São Paulo deixou a região em um estado caótico. Ao longo do dia, muitos foram os relatos e imagens de pessoas ilhadas e carros embaixo d’água. Emissoras de tevê e rádio, além de portais de notícias, atualizavam minuto a minuto a situação. No meio de toda essa confusão, uma situação envolvendo o Jornalismo chamou a atenção.
Com sua sede instalada próxima à Marginal Tietê, em uma das regiões mais atingidas pelos alagamentos na capital paulista, a TV Cultura também teve parte de suas instalações tomada pela água. O resultado: muitos profissionais não conseguiram chegar ao trabalho e alguns estúdios foram atingidos, entre eles o do Jornal da Cultura.
A solução encontrada pela emissora foi pegar emprestado o estúdio onde é gravado o Metrópoles. Porém, esse não foi o único entrave a ser superado. Aldo Quiroga, apresentador do Jornal da Cultura – 1ª edição, só conseguiu chegar à emissora com a ajuda de um trator. Além disso, teve que comandar a atração com as galochas que estava usando para passar pelas áreas alagadas.
Segundo relatos de profissionais da emissora, como poucas pessoas conseguiram chegar ao trabalho, cada uma teve que abraçar funções com as quais não tinha muita intimidade, em um esforço de levar o jornal ao ar.
Rodrigo Petry ([email protected] e 11-991-233-246) é o novo editor-chefe o portal EuQueroInvestir.com, que aborda o tema de investimentos e finanças. Com experiência em jornalismo econômico e de negócios, Petry será responsável por todo o conteúdo e pautas do site, vinculado à EQI Investimentos.
O EuQueroInvestir.com é uma plataforma colaborativa, cujo
conteúdo é formado com a ajuda de textos de colaboradores externos, além dos
produzidos pela equipe do portal. O site é gerido em parceria com a empresa Navve,
que controla também o site Torcedores.com. Sugestões pelo [email protected].
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol) realiza um curso online gratuito sobre segurança para jornalistas, para ajudar profissionais a identificarem situações de risco e possíveis ameaças e a elaborarem planos de segurança.
O curso, que tem início em 19/2, terá 30 horas de duração e
quatro módulos: Avaliação de risco, Segurança
física, Segurança digital e Segurança psicológica. As aulas
serão ministradas por Javier Garza, especialista em protocolos de
segurança para jornalistas, que cobriu disputas entre organizações de
narcotráfico no México entre 2006 e 2013, período em que era diretor executivo
do jornal El Siglo de Torréon.
As vagas são limitadas até os primeiros 30 inscritos. Inscreva-se
pelo formulário (em
espanhol).
Depois de 14 anos, Luiz Carlos Ramos deixou em 4/2 o
cargo de diretor de Jornalismo da Rádio Capital, de São Paulo. Ele diz que
agora vai se dedicar à elaboração de jornais empresariais.
A equipe de jornalismo da rádio, que já contou com
renomados nomes como Alexandre Kadunc, João Leite Neto, Marco
Antonio Piva, Rodolpho Gamberini e Luiza Borges, vem se
desfazendo, com as saídas de Ramos e anteriormente a do repórter Cid Barboza,
em 15 de janeiro. Permanece Carla Mota, que está na emissora há 13 anos.
Vale ressaltar que a Capital é uma rádio de entretenimento, e não jornalística.
Com mais de 56 anos de atuação em Jornalismo, Ramos
trabalhou em 11 empresas, incluindo Jornal da Tarde, Mundo Esportivo, Última
Hora e Estadão, onde permaneceu por 37 anos. Também foi professor da PUC-SP por
27 anos e escreveu sete livros, como a biografia de Vicente Matheus, que foi
presidente do Corinthians, Quem sai na Chuva é pra se Queimar (2001), e Glória,
Queda, Futuro, a história da Odebrecht (2017).
A plataforma de mídia global independente Open Democracy criou o projeto Tracking the Backlash, que oferece uma bolsa para financiar produções de jornalismo de dados criadas especificamente por mulheres e pessoas LGBTQI. As inscrições vão até 16 de fevereiro.
A bolsa será para seis meses, com início em março, para
aplicar jornalismo de dados e técnicas de reportagem investigativa em projetos
especiais que visem a questionar e acabar com a oposição aos direitos das
mulheres e à comunidade LGBTQI.
A remuneração será de 2.100 dólares por mês e o bolsista deverá
dedicar 40 horas por semana a pesquisas, relatórios, entrada e análise de dados
e outras tarefas, sendo orientado e supervisionado pela equipe da Open
Democracy, com direito de participar de oficinas de treinamento especiais.
Para se inscrever é preciso incluir uma cópia do currículo
e até três exemplos de trabalhos anteriores. Podem participar pessoas de
qualquer parte do mundo. Inscrições no site
do projeto (em inglês).
Fernando Guifer lançou nessa terça-feira (4/2), em seu canal no Youtube e em formato podcast nas plataformas de streaming, o programa Aspas Invisíveis, que irá ao ar quinzenalmente, sempre às terças, com o objetivo de dar voz a pessoas que têm histórias de luta, mas sem qualquer meio para divulgá-las.
Idealizado para tratar de questões sociais importantes – abordadas pela ótica dos que estão no lado mais fraco da corda –, o programa terá sempre um convidado para destrinchar sua experiência a respeito do tema do dia. A primeira temporada contará com 15 episódios e trará à tona assuntos como abandono paterno, perda de filho, homossexualidade, drogas, prematuridade, deficiência, racismo, arte independente, professor agredido, refugiado, violência doméstica, ex-presidiário, gari, morador em situação de rua, garota de programa, depressão, inclusão, indígena, idoso em casa de repouso, bombeiro, palhaço triste, entre outros.
“Não serão entrevistadas celebridades”, garante Fernando. “O foco é dar espaço para pessoas que são tratadas como invisíveis pela sociedade, comuns, anônimas, sem grande mídia ou alcance. Pessoas comuns, falando sobre problemas comuns, para comuns. É a dádiva do compartilhar e inspirar”.
Ele confessa que a estrutura pensada para Aspas invisíveis é uma homenagem a dois programas de que é muito fã: Provocações e Ensaio, ambos da TV Cultura: “Busquei entrelaçar elementos desses dois jornalísticos que tanto fizeram e fazem por nossa profissão. Do Provocações, captei o tom mais intimista e sua idolatria pela dúvida; do Ensaio, porém, extraí o fato de as perguntas quase não serem ouvidas durante a entrevista. Acho genial isso. Infelizmente não tenho equipe para ofertar a qualidade de fotografia e imagem dessas referências, mas a ideia é melhorar nossa infra e entrega a cada episódio”.
Com dezenas de artigos publicados e quase 850 mil seguidores em seus canais oficiais no Facebook e Instagram (Fernando Guifer – Pai de menina e Fernando Guifer), é autor do livro Diamante no acrílico: entre a vida e o melhor dela, que conta a história de luta, superação e milagre de sua filha Laís, que nasceu aos seis meses de gestação e passou 80 dias na UTI, Guifer foi embaixador da ONG Prematuridade.com, única que luta pelos direitos do bebê prematuro no Brasil. É articulista do Comunique-se e já atuou/colaborou em Serasa Experian, Federação Paulista de Handebol, MVP Sports, TV Climatempo, Febracorp, Grupo Lance, Senac SP, Maura de Albanesi, Puriflora e revista Comando Rock, entre outras. Os contatos dele são [email protected] e www.fernandoguifer.com.br.
No longínquo 1965, houve um rumoroso caso de conflito de terras envolvendo indígenas. Alguns jornais paulistas noticiaram os incidentes, hoje perdidos no tempo. O Estado de S.Paulo, porém, só mais tarde entrou no caso. Enviado especial passou alguns dias na região e o jornal publicou uma página sobre o caso. Na abertura, deu um recado. Informou que, ao contrário de outros, que adotavam posturas irresponsáveis, o Estadão só noticiava após apuração acurada e minuciosa, in loco, o que proporcionava melhor informação aos leitores. Compromisso com a seriedade da notícia e com a qualidade da informação.
Passaram-se
algumas semanas e o jornal voltava a debruçar-se sobre questões de terras
longínquas. Era o dia 4 de julho de 1965 e, na página 28, noticiou: “Há dez anos
falecia Fonseca de Noronha”. Grande médico e sertanista, nascido em Piúva,
Minas Gerais, Fonseca de Noronha merecera referências elogiosas do marechal
desbravador Cândido Rondon, que o qualificava de “exemplo para a mocidade e
para o País, de exemplo de uma vida dedicada toda ela ao Brasil”.
Os
leitores puderam assim saber que Juvenal Fonseca de Noronha ingressara na
Faculdade de Direito, mas, para desgosto de sua família, dois anos depois se
inscrevera em Medicina. Ao se formar, em 1903, foi orador de sua turma. Sua
brilhante oração, em que “exortou os colegas a permanecerem fieis aos ideais de
Hipócrates e Sofócleto”, mereceu grande repercussão à época. Montou então, no
Rio de Janeiro, uma clínica de Limnologia, tratamento de doenças renais.
Entusiasmado, porém, com os feitos de Rondon, dissolveu o consultório em 1910
para dedicar-se “àquilo que o Brasil tem de mais valioso: sua população
indígena”.
Seria
o começo de uma brilhante carreira. Os leitores do Estadão foram informados de
que Juvenal Fonseca de Noronha percorreu todo o Território do Acre ao lado de
Plácido de Castro. Os indígenas, gratos por seu desprendimento, deram-lhe o
cognome de Ibiboca, ou seja, justiceiro. A partir daí, multiplicou seus feitos.
Foi o pacificador dos índios caingangues, antes o terror dos seringais
amazonenses, e instalou o Posto Assistencial Brasil, pioneiro nessa área, na
confluência dos rios Icamaquã e Turvo, também na Amazônia.
Sempre
desbravador, descobriu às margens do Lago Piató uma tribo (hoje se diria nação)
inteiramente desconhecida da civilização, os Carnijós. Salvou-os da extinção,
ao debelar uma epidemia de eritroblastose. Em 1950, “já velho e cansado,
retornou a Salvador”, onde faleceu. “Sua vida e obra, quase desconhecidos do
público, tiveram um fim a 4 de julho de 1955, cercados do respeito e da
admiração dos indianistas brasileiros”, concluía a pormenorizada matéria.
O
texto só dava margem a uma dúvida. Como seria possível que tantos feitos
tivessem passados despercebidos do conjunto da população, embora merecedores de
tanto respeito dos indianistas e reconhecidos até do general Rondon? Os
meticulosos checadores e editores não deveriam ter se preocupado com isso?
Parecia
molecagem. E era.
A
Piuva natal de Juvenal Fonseca de Noronha não fica no Norte de Minas Gerais. É
uma praia de Ilhabela, São Paulo. O Sofócleto citado em sua brilhante oração
tem pouco a ver com Medicina, pois se tratava de um humorista peruano bem vivo
nessa época. Se a clínica do recém-formado se dedicasse à limnologia faria
pesquisas biológicas de água doce.
Pior
seria com os índios. Plácido de Castro, infelizmente, morrera dois anos antes
das incursões acreanas do grande Juvenal. Os caingangues moram bem longe da
Amazônia, em Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, enquanto os carnijós,
mais conhecidos como Fulni-ô, vivem no
Nordeste. Não estariam ameaçados pela eritrosblastose, pois essa doença não
causa epidemias, decorrente que é das gestações atingidas pelo fator RH
negativo. O Lago Piató existe mesmo. Só que não é exatamente um lago, masuma
lagoa, lá no Rio Grande do Norte.
Enfim,
por maiores que tenham sido seus méritos, o poderoso Juvenal Fonseca de Noronha
não mereceria ser chamado de Ibiboca. A palavra, em tupi-guarani, designa a
prosaica cobra-coral.
Sim,
era mesmo uma molecagem. Quem escreveu o artigo e o enviou por carta ao
Estadão, já que naqueles tempos inexistiam e-mail e WhatsApp, foi um estudante
da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Resolveu testar o Estadão
após ler a advertência sobre seus metódicos cuidados ao checar a veracidade de
informações. Malvado, escreveu mais tarde uma carta ao jornal admitindo a
brincadeira. E, também metódico, explicou cada um dos absurdos que escrevera.
Nunca soube se a carta foi recebida, pois publicada não foi. Hoje seria difícil
saber quem a recebeu, como também seria difícil identificar o infeliz editor
que levou a público a nobre vida de Juvenal Fonseca de Noronha.
O futuro engenheiro militou na política estudantil e chegou a representante dos estudantes no Conselho Universitário da USP. Não, não era um esquerdista com ódio à grande mídia, nem um porra-louca desejoso de acabar com o capitalismo e a civilização ocidental. Morador à época do Alto da Lapa, após formar-se em Engenharia Química ingressou em uma grande empresa, fez mestrado e doutorado. Até há pouco presidia um dos maiores grupos empresariais brasileiros, na área de petroquímica e energia. Hoje dirige um conhecido instituto de estudos econômicos. Tem 73 anos.
Eduardo Brito
A história desta semana é novamente uma colaboração de Eduardo Brito, ex-Estadão, Jornal do Brasil, Correio Braziliense e Jornal de Brasília.