A juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da comarca de São José dos Campos (SP), determinou a censura prévia de um livro-reportagem sobre Suzane Von Richthofen e o assassinato de seus pais, pelo qual ela foi condenada. A obra, de Ulisses Campbell, tinha previsão de lançamento para janeiro.
A juíza proibiu a publicação, divulgação e comercialização do livro sob a justificativa de que “não é de interesse público e expõe a presa a inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena”. Segundo ela, também pesaram na decisão os fatos de que o livro apresenta dados sigilosos sobre a vida e o assassinato que envolvem Von Richthofen, e de que Campbell não obteve autorização para expor a história dela.
Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo (Abraji) repudiou a decisão da juíza e afirmou que se trata de
uma “grave ameaça à liberdade de expressão e uma inaceitável violação da
Constituição Federal”. Ainda segundo a nota, “o argumento de que a divulgação
de informações sigilosas por meio do livro seria ilícita, por sua vez, é
absurdo: o dever de sigilo é de servidores públicos que têm acesso a
informações resguardadas, não de jornalistas que as obtenham”.
Eduardo Barão é um dos autores de "Eu sou Ricardo Boechat"
Eduardo Barão é um dos autores de “Eu sou Ricardo Boechat”
Eduardo Barão e Pablo Fernandez lançam em 9/12, em São Paulo (Livraria da Vila, da al. Lorena), e em 11/12, no Rio (Livraria da Travessa, do Shopping Leblon), o livro Eu sou Ricardo Boechat (Panda Books), com 100 histórias inéditas, divertidas e algumas até “vergonhosas” sobre Ricardo Boechat, apresentador da Band falecido num desastre de helicóptero em 11 de fevereiro passado.
A família de Boechat aprovou e cedeu fotos para a obra, que tem prefácio da viúva Veruska Seibel Boechat, um texto da mãe de Ricardo, Mercedes, e depoimentos de dezenas de amigos.
Barão, aliás, estava ancorando o noticiário da BandNews TV no momento do acidente e transmitiu a informação sem saber que o amigo e companheiro de trabalho por 12 anos era um dos mortos. Pablo, coordenador de Redação e editor da manhã na BandNews FM, ajudava Boechat na coluna que este mantinha na IstoÉ
Em entrevista exclusiva ao colunista Ricardo Feltrin, do UOL, Barão adiantou algumas histórias envolvendo o Careca – como os amigos chamavam Boechat – e relatou o que aconteceu nas redações da Band quando souberam da morte.
A I’Max, empresa de tecnologia e comunicação, criou o EasyMailing e o EasyPocket, que permitem um rápido e fácil acesso a nomes, endereços, contatos e outros dados (mailing) de jornalistas e influenciadores.
O objetivo é democratizar o mercado de comunicação
corporativa, possibilitando que freelances, agências pequenas e
agências-butique também tenham acesso a esses mailings, a preços acessíveis.
Segundo a empresa, isso facilitará o trabalho de muitos
assessores que buscam contatos e trabalhos a curto/médio prazo, além de reunir
todas as funções em uma única plataforma, sem precisar utilizar outros sotfwares.
Mauro Lopes (Brasil 247), que também se dedica a assuntos de espiritualidade, lançou o livro Lula e a espiritualidade: oração, meditação e militância (editora 247), em que o ex-presidente faz uma densa reflexão sobre espiritualidade e conta sob essa ótica como foi a experiência dentro da cadeia.
Lopes é o organizador e um dos 11 autores do livro. A obra
é baseada em uma série de cartas trocadas entre ele e Lula, na época em que o petista
estava preso, abordando assuntos como política, espiritualidade e a história do
Brasil. O livro também traz relatos inéditos de outros autores e autoras sobre
visitas a Lula.
É o primeiro título da editora 247, em parceria com a
Kotter Editorial. Serão 11 sessões de autógrafos nas principais capitais. Nessa
quinta-feira (21/11), o próprio Lula participou de uma delas, em evento fechado
num bar da Vila Madalena, em São Paulo.
1969 – Eu, engenheiro recém-formado da Poli-USP, recebo telefonema de meu pai, sugerindo que entrasse com pedido formal de me tornar jornalista profissional, oportunidade única. “Você escreve desde antes de 1969”. Foi o que fiz, com sucesso.
1971 – Meu editor de Educação na Folha de S.Paulo, Perseu Abramo, me ensina: seu texto sobre o Colégio Fernão Dias Paes (em Pinheiros) está muito elogioso, carece de crítica. Fiquei com vergonha da Adelia Borges, Adelina Schlaich, minhas colegas de editoria.
1973 – Meu editor no Pasquim, Ivan Lessa, pede para eu desconfiar do eu sério.
1974 – Meu editor da Revista Análise da Economia Brasileira, Celso Ming, pede para eu reescrever pela quinta vez um texto de 30 linhas. Eu bufo para Roberto Muller, Sidnei Basile, Floreal Rodrigues Rosa e Tom Camargo, na sala ao lado, que faziam a Revista Expansão (ela virou Exame, na Abril).
1976 – Meu copy no Jornal da Tarde, Rui Falcão, na frente do Milton Blay, do José Eduardo Faria, do Ulisses Capozzoli, melhora demais meu texto, e minha autoestima balança diante de José Roberto Nassar, José Márcio Mendonça, Marco Antônio Rocha, Antônio Carlos Godoy, e Mário de Almeida, meus colegas.
1976 – Sou convidado por Marquito para substituir Vlado Herzog, assassinado pela repressão, nas aulas de jornalismo na Faap. Ali leciono Jornalismo Setorial III (Econômico) para Edu Ribeiro, Vera Brandimarte, Márcia Raposo, Rubens Fernandes, Serginho Groisman, Carlos Tramontina, Aurea Lopes e dezenas de queridos até hoje, ali permanecendo por 33 anos, onde apresento Problemas Brasileiros, Ética nas Comunicações, Antropologia Cultural e finalmente Criatividade no cinema. Fui excluído por Pondé, por telefone, na véspera do Natal, porque não tinha mais matéria na grade. “Passe no caixa pois entraremos em recesso”.
1977 – Editor de Conjuntura na Gazeta Mercantil. Numa das primeiras reuniões de pauta, tentei colaborar e sugeri que é preciso ir atrás do atrás dos fatos. Me vi ridículo e a reunião foi encerrada pelo pauteiro Klaus Kleber. Antes de 1980, tornei-me editor de Energia (afinal sou engenheiro eletricista, conheço matemática, fornalhas e caldeiras).
1983 – O professor José Goldemberg me convida para projetar e dirigir a Revista São Paulo Energia, de Cesp, CPFL, Eletropaulo e Comgás, para ser a tribuna democrática da política energética nacional. Em 18 de abril de 1984, um grande blackout, do Rio Grande do Sul até Brasília, me faz apurar um problema na usina de Jaguara, da Cemig. Não saiu totalmente a matéria inteira apurada.
1986 – Sou afastado para a Secretaria de Assuntos Fundiários, onde havia papéis para impressão para muitos anos de escassez virtual, guerra ou destruição de fornecedores fabricantes. Sai Montoro, vem Quércia. Saio eu demissionário.
1986 – Sou o primeiro funcionário e diretor da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (Abrace), onde permaneço até 2010. Antes (2008-09) ponho de pé a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
1989 – Assumo a coluna Momento, da Revista Eletricidade Moderna, onde hoje comemoro 30 anos desta minha página. Curiosidade: três décadas sem nenhum presente de Natal, tão corriqueiro nos anos 1980, e tão discutível.
1994 – Aos 50 anos, publico meus dois primeiros livros (já são 27, vide www.pauloludmer.com.br): Perdas e Gulas – crônicas elétricas brasileiras (Aranda) e Linguaçodada (Massao Ohno).
2000 – Articulista no www.canalenergia.com.br e no Diário do Comércio e Indústria, com Márcia Raposo, editora-chefe, e depois Liliana Lavoratti, precedidas e chefiadas por Getúlio Bittencourt, que faleceu, e Roberto Muller, que se afastou. Ambos valorizaram o projeto.
Em resumo e somente para ilustrar: iniciei com telégrafo, segui com telex, fax, e-mail e que tais. Textos literários (Marcos Faerman, Humberto Werneck), formas artísticas (Moisés Rabinovici), investigação (José Roberto Alencar), camadas mais profundas (Gilles Lapouge, Juca Kfouri), o avesso ao banal sem virtuosismos (Celso Ming), a política guia (Castelo Branco), ética (Muller e Molina na Mercantil), humor (Millor Fernandes, Jaguar), resenhas literárias (Carlos Felipe Moisés, Sabato Magaldi, José Castello)… anos de ouro considerando o que a cibernética trouxe sob contrabando de desinformação.
Muitos dos aqui mencionados já nos deixaram, além das centenas de excelências aqui não citadas que trouxeram o bastão para hoje, Murilo Felisberto, mais um enfático exemplo. O Edu Ribeiro preferiria que eu escrevesse causos, mas o momento não me permite. Não estamos num velório, nem numa comédia. Nem em ressaca, nem catatônicos. Me permito, neste ano novo de 5780, em plena celebração, lembrar que no princípio era o verbo. Todos os verbos. Principalmente para mim, o verbo Ser. Sujeitos e predicados mudam e se alternam. Urge Ser. Desejo que neste ano novo hebreu (18/9) todos estejam inscritos no Livro da Vida.
Os craques da imprensa de economia, negócios e finanças do Brasil têm encontro marcado para esta segunda-feira (25/11), no Salão Havana do Renaissance Hotel, em São Paulo. Ali, durante almoço e na presença de familiares e convidados, eles receberão os diplomas e troféus de +Admirados, mérito reconhecido pelo voto direto dos próprios jornalistas e dos colegas da comunicação corporativa, em dois turnos de votação.
Em sua quarta edição, o Prêmio Os +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças é uma iniciativa deste Jornalistas&Cia e do Portal dos Jornalistas, em parceria com a Maxpress. Conta com patrocínio de BTG Pactual, Captalys, Deloitte, Gerdau e Vivo, apoio da GOL, apoio institucional de Abracom, Abrasca, Codim e Ibri e colaboração da Mestieri PR e da Trevisan Escola de Negócios.
Serão homenageados os profissionais TOP 50 (este ano, 54, em função de empate na pontuação) e os veículos campeões das categorias Jornal, Revista, Programa de TV, Programa de Rádio, Site/Blog e Agência de Notícias.
A exemplo do ano passado, a cerimônia será conduzida por Fátima Turci, ela própria eleita entre os +Admirados nas edições de 2016 e 2017.
O Grupo Globo decidiu demitir mais funcionários em São Paulo, como parte do projeto Uma só Globo, que busca reduzir a empresa e integrá-la em todas as mídias, com cortes de gastos e reestruturação institucional. A empresa já tinha feito um corte no começo da semana.
Os alvos das demissões agora teriam sido funcionários mais
antigos da TV, principalmente editores e repórteres com os maiores salários. A
informação é de Ricardo Feltrin (UOL). Ainda segundo o colunista, a emissora
não renovará o contrato de repórteres com salários superiores a R$ 120 mil como
pessoa jurídica (PJ) e contratará outros com carteira assinada (CLT). As
demissões podem vir a atingir cerca de 4000 funcionários.
O repórter Jairo Silva Júnior (Rádio Transamérica de Curitiba – PR) foi detido por PMs de Santa Catarina (PMSC) na última terça-feira (19/11), durante transmissão do jogo entre Criciúma e Paraná, após ele registrar agressões dos policiais a membros da comissão técnica do Paraná Clube.
Em entrevista ao UOL, Jairo contou que os policiais
tentaram tirar o celular de sua mão com brutalidade, afirmando que existe uma
lei estadual que proíbe filmagem de ações policiais, e que quem o fizer terá o
celular apreendido como prova de defesa da PM. Porém, segundo a Assembleia
Legislativa de Santa Catarina, não existe uma lei que restrinja a filmagem de
ações políciais ou que obrigue a retenção dos celulares para averiguação. O
repórter foi liberado depois do término do jogo, mas seus dois celulares foram
apreendidos.
“Em nenhum momento filmei o campo, os jogadores”, relatou
Jairo. “Tentei fazer o registro jornalístico da ação policial contra Alex
Brasil (diretor de futebol do Paraná) e Irapitan Costa (assessor de imprensa do
Paraná). O supervisor da CBF Robson Cechinel me viu, veio até mim e tentou
tirar o celular da minha mão de maneira brusca. Como não conseguiu, chamou os
PMs”.
Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão repudiou a ação dos militares catarinenses e afirmou que “nada justifica
a agressão a um repórter que está devidamente identificado como imprensa e no
exercício da profissão. A plena liberdade de informação jornalística está
garantida na Constituição Federal e não pode, em qualquer circunstância, ser
desrespeitada”.
A premiada Elenilce
Bottari e a editora executiva Letícia Sorg estão entre os que saem
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio
Início de semana triste para os impressos: o jornal O Globo demite sem dó. Esperava-se um comunicado formal até o final dessa terça-feira (19/11), que afinal não foi divulgado. As listas dos que saem circularam nos grupos, nas redes, impossível ignorar. Mas quantos foram ainda não está claro.
Além da editora executiva Letícia Sorg, o nome mais sonoro é o da premiada Elenilce Bottari, da editoria Rio, com bagagem no investigativo. Também da Rio saem Antônio Werneck, Letícia Gasparini e Matheus Maciel.
De cultura e variedades foram Bernardo Araújo, subeditor do Segundo Caderno, a bem conhecida Nani Rubin, além de Fabiano Ristow, do mesmo caderno, e Marcela Sobral, do suplemento Rio Show. Do Esporte, vão Sanny Bertoldo, Carla Felícia, Cristina Massari e Gabriel de Oliveira.
O Globo Bairros diminui bastante. Suplementos que circulavam duas vezes por semana, como Niterói e Barra, passam a semanais. Saem Ana Marin, Daniela Kalicheski, Elisa Torres, Maurício Peixoto, Patrícia de Paula e Stefano Salles.
A fotografia perde Fábio Guimarães e Marcos Ramos,e o clássico Marcelo Carnaval. Da arte, saem Ruben Paiva e Carol Oyama. Da diagramação, Thatiana Marceli, Lu Costa e Robson. No digital, as baixas são Cláudio Nogueira, da capa, e Renné Rocha, do vídeo. Outras editorias cedem profissionais para suprir alguns cortes. E sai a secretária Thais Costa, além de Nivaldo Esperança, do Acervo.
Da sucursal de Brasília, vai Jailton de Carvalho,de País. Da sucursal de São Paulo, Ana Paula, da Economia.
O Extra perde Flávia Junqueira e Ana Paula Araripe, e Roberto Dutra, do Carros. O premiado Fábio Gusmão vai trabalhar em projetos especiais do Extra.
Apesar dos boatos de extinção do Expresso, é certo que o mais popular da Infoglobo não vai acabar. Ele concorre diretamente com o Meia Hora, o mais bem-sucedido título do grupo O Dia no Estado do Rio. O mesmo não ocorre com a revista Época que, com rumores de manter-se apenas até o final deste ano, não faz face a um competidor. Porém, a notícia de sua extinção não foi desmentida.
Segundo o Poder360, a revista de ciência Galileu será totalmente digital a partir de janeiro. O corte teria atingido a editora-chefe Giuliana de Toledo e toda a equipe de arte.
Era para ser uma entrevista definitiva, na qual o príncipe Andrew, filho da Rainha Elizabeth, se defenderia de críticas em torno da amizade com Jeffrey Epstein, bilionário condenado por abuso de menores que se matou em agosto na prisão. E rebateria a acusação de ele próprio ter tido relações sexuais com uma jovem de 17 anos.
Mas ao ignorar fundamentos elementares de
administração de crises, o príncipe protagonizou o que deve entrar para a
história como um dos maiores desastres de comunicação de que se tem notícia. A
entrevista no programa Newsnight da
BBC no sábado (16/11 ) é um festival de erros e
serve como alerta sobre o que não fazer em uma crise.
Especula-se sobre o motivo de Andrew ter resolvido
falar agora, sem que nada o impelisse a tal e sem provas capazes de reverter a
situação. Talvez acreditasse que a emissora pública lhe seria condescendente.
Errou. Emily Maitlis fez perguntas
duras e pinçou cada deslize. A edição
explorou com maestria a linguagem corporal denotando insegurança.
Mostrar humildade e empatia com as vítimas está em
qualquer manual de crises. Mas o príncipe foi crucificado por sequer mencionar
as moças abusadas por Epstein. Disse não se arrepender da amizade por ter sido
útil para o seu objetivo de promover negócios para o país. E ainda justificou
ter passado cinco dias na casa do amigo em Nova York depois de sua condenação
por ser uma pessoa honrada e por isso ter se sentido obrigado a ir até lá dizer
que não podiam continuar amigos. Um telefonema não resolveria?
A óbvia necessidade de ser assertivo para
convencer passou longe. Andrew lançou mão do inacreditável “não me recordo” ao
ser indagado sobre se conheceu, saiu para dançar, fez sexo e foi fotografado
com Virginia Roberts-Giuffre, que o acusa de tudo isso e exibe uma foto dos
dois juntos. Irritou e deixou a impressão de que se não pode negar, é tudo
verdade.
Ele tentou ainda desqualificar os detalhes
revelados pela moça com argumentos que até poderiam (se verdadeiros) ser
referendados com provas. Mas não foram e se tornaram ainda mais frágeis. Como o
de que no dia do suposto encontro teria levado a filha a uma festinha na Pizza
Express. Registros da segurança confirmariam. Ou que uma doença na época o
impedia de transpirar, contradizendo o relato de que teria dançado até suar. Um
atestado explicaria.
Em tempo de redes sociais, inconsistências assim
são exploradas e ganham dimensão planetária. Ainda durante a entrevista
começaram a circular no Twitter imagens de Andrew suado em solenidades. E
abraçado a moças, ridicularizando a dúvida que levantou sobre a veracidade da
tal foto usando a desculpa de que “não costuma demonstrar afeto em público”.
A falta de preparação adequada oferece ainda o
risco de revelar fatos inconvenientes quando se está diante de um bom
jornalista. O descuidado príncipe acabou confirmando ter-se encontrado
recentemente com a socialite Ghislaine Maxwell, tida como captadora de moças
para o séquito de Epstein, enroscando-se ainda mais no caso criminal.
Cadê os assessores? – Por que alguém com acesso a bons assessores
incorreria em tais falhas? A resposta pode estar na sensação de impunidade que
por vezes acomete poderosos, sejam membros da realeza, artistas, políticos ou
CEOs. Adulados por falsos amigos e funcionários submissos, correm o risco de
esquecer que a voz do povo nas redes sociais e a imprensa livre não são
controláveis.
No dia seguinte à entrevista, por sinal, surgiu a
notícia de que o assessor contratado para proteger a imagem do príncipe Andrew
pedira demissão tão logo o cliente resolveu levar a ideia adiante. E que a
equipe do Palácio de Buckingham não teria tido participação no desastre. Ponto
para os profissionais de RP, que ganharam destaque nas bancadas dos principais
telejornais e estão sendo reconhecidos como capazes de evitar situações
semelhantes.
Além deles, quem está rindo à toa é a Pizza Express, que ganhou uma exposição
gigantesca nas redes sociais devido aos memes sobre o caso. Já Andrew não tem
muito o que comemorar.
Aumentam as pressões para que ele deponha ao FBI
sobre Epstein no processo movido pelas vítimas. Patrocinadores de sua
iniciativa de apoio ao empreendedorismo estão deixando o barco. Jornais
questionam da origem de seus bens até declarações racistas que teria dado anos
atrás. A coisa não deve acabar em pizza para ele.
Em tempo: na tarde desta quarta-feira (20/11),
Andrew anunciou que estava se desligando das funções oficiais.