A Ponte Jornalismo foi a única organização brasileira escolhida para receber aporte financeiro do Projeto Velocidad, que busca ajudar mídias independentes na América Latina. O site, especializado em temas de segurança pública, receberá R$ 1,5 milhão e 1.600 horas de serviços de consultoria, como auxílio para a sua sustentabilidade.
O projeto, criado com financiamento da Luminate, foi desenvolvido pelo
Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e pela SembraMedia com o objetivo de incentivar a prática do jornalismo
independente. “Enquanto cidadãos de países da América Latina exigem sociedades
mais justas, equitativas e inclusivas, precisamos financiar e apoiar o
jornalismo independente de alta qualidade que garanta que suas vozes sejam
ouvidas e que os detentores do poder sejam responsabilizados”, diz Felipe
Estefan, diretor de investimentos da Luminate na América Latina.
Estão abertas até 31/12 as inscrições para o Prêmio Citi Journalist Excellence Award 2020, que premia as melhores reportagens sobre economia, negócios e finanças. O vencedor participará de um seminário na Columbia Graduate School of Journalism, em Nova York, com todas as despesas pagas pelo Citi.
Para participar, é preciso ter ao menos cinco anos de
experiência na área e inglês fluente. Serão aceitas quaisquer matérias
publicadas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2019. Mais informações sobre
o prêmio aqui.
Faleceu em 14/12, em São Paulo, o jornalista e escritor gaúcho Carlos Moraes, aos 78 anos, em decorrência de complicações pós-operatórias. Aposentado e longe das redações há vários anos, vinha dividindo seu tempo entre São Paulo, a praia de Boiçucanga, em que passava boa parte do ano retirado, e o Chile, terra de sua mulher, Beth. O corpo foi enterrado no Cemitério da Paz.
Nascido em Lavras do Sul (RS), em 1941, Moraes foi ordenado
sacerdote em 1966. Em 1973, com base na Lei de Segurança Nacional, foi julgado
e preso em Bagé (RS), cidade onde atuava. Após o episódio, abandonou a carreira
religiosa e dedicou-se definitivamente ao Jornalismo, em São Paulo, onde foi
repórter da revista Realidade e editor das revistas TV Guia, Psicologia Atual e
Ícaro Brasil, entre outras.
Publicou diversos livros, cuja sensibilidade extrema e humor
fino foram as maiores marcas. O primeiro foi de crônicas, O lobisanjo (Vozes,
1970). Também escreveu algumas obras infanto-juvenis, como A vingança do Timão
(Brasiliense, 1981), com a qual ganhou o Prêmio Jabuti da categoria naquele
ano. Experiências autobiográficas deram origem aos títulos Como ser feliz sem
dar certo 2001), Agora Deus vai te pegar lá fora (2004) e Desculpem, sou novo
aqui (2008), todos pela Record, que narram a trajetória do autor durante o
tempo em que ficou recluso como preso político no interior do Rio Grande do Sul
e suas primeiras experiências em São Paulo, onde iniciou a carreira como
jornalista.
A Companhia das Letras e a Folha de S.Paulo promovem nesta terça-feira (17/12), em São Paulo, mais uma edição do Encontros Folha & Companhia – livros, ideias e autores, com um debate sobre o livro O Reino – a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal. Participarão do evento Gilberto Nascimento, autor do livro, e Flávio Ferreira, colunista da Folha. Após a conversa, haverá sessão de autógrafos.
O livro de Gilberto apresenta a história detalhada da
Igreja Universal, com direito a curiosidades e bastidores do processo de
criação da igreja. A obra também fala sobre o líder dela, Edir Macedo, e como
ele se tornou uma figura midiática, empresário de sucesso e autor de best-sellers.
O encontro será no teatro Eva Herz, na Livraria Cultura da av.
Paulista, 2.073, a partir das 18 horas.
Lair Rennó, que fazia parte do programa Encontro com Fátima Bernardes, deixou a TV Globo. Em comunicado, a emissora informou que o contrato dele terminou, mas que ele ficará no programa até o final do ano.
Rennó está há 20 anos na empresa, sendo sete ao lado de
Fátima no Encontro. Antes, teve passagens pela GloboNews e apresentou o MGTV
e o Bom Dia Minas.
O prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella barrou novamente um grupo de jornalistas em coletiva marcada para esta sexta-feira (13/12) com o Ministério da Saúde no Palácio da Cidade. Membros da equipe de G1, TV Globo, GloboNews e O Globo foram impedidos de entrar pela Guarda Municipal. A informação é de Gabriel Barreira (G1), um dos profissionais barrados, que repudiou a atitude do prefeito do Rio no Twitter.
Segundo apurou Barreira, a Prefeitura “só quer deixar
entrar a ‘imprensa credenciada’”. Jornalistas de Band e BandNews também foram
barrados, mas foram liberados para entrar depois de um tempo.
Em nota, a Globo se posicionou sobre o caso, repudiando a atitude de Crivella: “Apesar da atitude autoritária e antidemocrática do prefeito, tudo o que de mais relevante tiver sido ali anunciado será noticiado. O que importa para a TV Globo e para os demais veículos do Grupo Globo é manter o público bem informado. Manteremos esse compromisso”.
Marco Antonio Sabino (esq.) e Marcus Vinicius Sinval.
A Comunicação da Prefeitura de São Paulo está sob nova direção. Saiu Marco Antonio Sabino, que ali esteve por pouco mais de um ano, e chegou Marcus Vinicius Sinval, que até recentemente comandava a comunicação do Sebrae-SP. Ex-assessor de comunicação na Gestão Kassab na Prefeitura, Sinval chega numa recomposição política feita pelo prefeito Bruno Covas para as eleições municipais de 2020, que abrangeu outras secretarias.
Sabino, que liderou por anos sua própria agência, a S/A Comunicação, colocando-a entre as mais importantes do País até vendê-la, em 2017, para a espanhola Llorente & Cuenca, atual LLYC, já havia tido uma conversa preliminar com o prefeito, colocando seu cargo à disposição para que esse rearranjo fosse encaminhado. A doença de Covas e a necessidade de acelerar as composições políticas com vistas às eleições anteciparam a decisão.
Ronaldo Junqueira. Crédito: Rafael Ohana/CB/D.A. Press
Morreu na manhã de 9/12, aos 72 anos, Ronaldo Junqueira, que foi diretor de Redação do Correio Braziliense e fundador dos jornais BSB Brasil, da Comunidade e Coletivo. Ele manteve os negócios até 2015, quando os cuidados com a saúde falaram mais alto. Há cerca de quatro anos passava por tratamento de problemas neurológicos, diabetes e hipertensão. O quadro piorou nos últimos dois meses. Durante a última internação, a situação evoluiu para um quadro de infecção generalizada. Ronaldo deixa quatro filhos. O velório ocorreu nesta quinta-feira (12/12), no cemitério Campo da Esperança, em Brasília.
Nascido em Buriti Alegre (GO), Ronaldo começou como repórter da sucursal Brasília da Última Hora. Passou pelo Diário de Brasília e, no fim da década de 1970, chegou ao Correio Braziliense, pelas mãos de Evandro de Oliveira Bastos, diretor de Redação à época. Em 1982, assumiu a Diretoria de Jornalismo do jornal. Levou ao diário profissionais como Gilberto Dimenstein e Josias de Souza. Com Evandro, foi responsável pela ida do cineasta Glauber Rocha ao CB.
Por sua atuação no jornalismo da Capital Federal, ganhou a admiração dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso. Para os amigos, ele é o exemplo de que postura firme e humanidade podem conviver numa mesma pessoa: “Ele teve uma carreira extraordinária […] Fez grandes amigos e também cultivou alguns inimigos poderosos, porque tinha a pena e a caneta, emplacados como jornalista”, lembra o melhor amigo Marco Aurélio Nunes Pereira. Collor disse “lamentar profundamente o falecimento” dele. Marco Antônio Pontes conta: “Foi um dos primeiros amigos que fiz aqui. Cheguei a Brasília quase exilado […] porque era perseguido pelos militares”. Renato Riella relembra: “Ele tinha muita coragem […]. Como diretor de Redação permitiu que uma equipe apurasse o assassinato do repórter Mário Eugênio, em 11 de novembro de 1984 […]. Foram tempos de terror. A gente saía juntos da redação pra não ser morto […]”. O material produzido rendeu o Prêmio Esso ao veículo.
Vixe: ninguém sabe o que é a revista Afinal, e então seria necessário apresentá-la para o eventual leitor. Bem rapidinho: Afinal foi uma revista semanal de informação que circulou (pouco) entre 1984 e 1988, com a pretensão de concorrer com Veja e IstoÉ, tentando ser menos sisuda, mais alegre que o modelo de revista semanal de informação estabelecido e ditado pela Time.
O dono era um cubano
exilado meio doido (a rigor, bastante doido), que tinha uma agência de
publicidade e achava que seu dinheiro era suficiente para bancar a revista por
alguns meses e nesse período ela iria estourar e ser um sucesso fenomenal, um case
mundial, universal de êxito editorial.
O cubano doido soube
escolher o diretor de redação: chamou Fernando
Lima Mitre, então diretor do Jornal da Tarde, o grande Jornal da Tarde, criativo,
dinâmico, ousado, à frente de seu tempo. Mitre carregou para a aventura um
bando de gente de talento. (Como ninguém é perfeito, e faz todas as escolhas
certas, me levou também.)
O primeiro ano foi
glorioso para nossas contas bancárias – os salários eram ótimos –, mas não
muito bom para nossos egos: a revista simplesmente não acontecia. Não pegava.
Vendia pouco – e, portanto, tinha pouco anúncio. Lá pelo meio do segundo ano, a
Afinal entrou em crise.
Mas estou me alongando.
É fundamental dizer, no entanto,
que a Afinal era uma redação absolutamente democrática. Desde o início, todo
mundo tinha o direito, e até o dever, de palpitar.
Quanto mais pobre a
revista ficava, quanto mais os editores e repórteres cascavam fora em busca de
porto mais seguro – ou seja, pagamento em dia – mais ampla ainda se tornava a
democracia.
A redação, a arte, a
fotografia, o comercial, a direção, tudo ocupava um pequeno prédio na Maria
Antônia, bem perto da Consolação, no centro de São Paulo.
Bem do lado ficava um
restaurante de comida baiana, que chamávamos simplesmente de O Baiano. Ao final
de cada dia de trabalho, descíamos todos para O Baiano. O Baiano era uma
espécie de sucursal da redação no térreo. Chegou ao ponto de o baiano dono do
lugar – sujeito que industrializava o mau humor – às vezes atender ao telefone
dizendo: “Revista Afinal, boa noite!”.
***
Baita nariz de cera.
A historinha vem agora.
Aconteceu de uma noite Sandro Vaia, então diretor da Redação,
após a saída do Mitre para o porto seguro da TV Bandeirantes, não beber. Era o
único que não bebia álcool na mesa comprida de montes de gente da redação, da
fotografia, da arte. Tinha pedido um suco de alguma coisa. Era a primeira vez
que ia ao bar e não bebia – estava para fazer exame médico, ou tomando algum
remédio, não me lembro.
O fato é que aquilo era
algo absolutamente inédito.
Aí então a Fernandinha Domingues, na época uma
foquinha de tudo, saiu-se com a pérola:
– Ih, Seu Sandro, mas o
senhor sabe dirigir sem beber?
***
A frase da Fernandinha,
absolutamente genial, é uma das melhores histórias que guardo dos bons, felizes
tempos da revista Afinal.
Me lembrei dela agora
por causa do cigarro.
Fumante adora falar
sobre cigarro. Ex-fumante adora falar sobre cigarro. Fumante candidato a
ex-fumante só fala de cigarro. O tempo todo. É insuportável, é um saco
absoluto.
Dois dias atrás, botei
no Facebook um post que tentava ser brincalhão sobre a
determinação médica para eu parar de fumar. A reação foi absurda, superlativa,
histórica. Foi o meu post mais comentado e curtido – e olha que eu dia sim dia
não boto posts da minha neta linda,
que são bastante comentados e curtidos. Até porque ela é linda demais.
Cigarro é um dos temas
que mais fascinam as pessoas – sejam elas os jurássicos, trogloditas, raça em
extinção de fumantes, sejam elas os felizes, bem-sucedidos, corajosos
vencedores do vício.
Todos têm a sua
história, e todos gostam muito de contá-la, assim como eu estou aqui falando de
cigarro, absolutamente louco de vontade de fumar não um cigarro, mas um pacote
inteiro, enquanto tento, desesperadamente, não acender um.
***
Nas últimas não sei
quantas horas (não, não vou entrar no esquema AA de 6 meses, dois dias, 6 horas
e 25 segundos), nas últimas horas, que foram poucas mas passaram devagar
demais, fui levado a enfrentar duríssimos testes que a Fernandinha Domingues
nem poderia imaginar. Saberia o Seu Sérgio escrever um lead
sem um cigarro aceso ao lado? Saberia o Seu Sérgio ler na noite da sexta a
coluna da Mary do domingo seguinte sem um cigarro na boca? Saberia o Seu Sérgio
ver um filme sem fumar quatro ou cinco cigarros?
A única coisa que eu
sabia fazer sem fumar era ver minha neta. Por respeito a ela, e aos pais dela,
jamais fumei na casa deles pós-Marina.
***
Fico aqui pensando: o
problema não é que o cigarro mata. O problema é que ele mata com crueldade.
Devagar.
O pior da vida é a morte com crueldade.
Sérgio Vaz
A história desta semana é uma das que Sérgio Vaz (sergiovaz@50anosdefilmes.com.br) publica em seu site 50 Anos de Textos (é de 27/6/2014). Ex-Jornal da Tarde, Afinal, Agência Estado, Marie Claire e Estadão, entre outros, Sérgio também edita o site 50 Anos de Filmes.
Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br e contribua para elevar o nosso estoque de memórias.
A Associação Nacional dos Jornais entrou com ação no Supremo Tribunal Federal contra as limitações de propagandas eleitorais em jornais impressos e digitais impostas pela Lei Eleitoral 9.504/97.
A ANJ argumenta que as regras para veículos que utilizam
exclusivamente a internet são “mais permissivas e diversas”, e que em sites de
partidos e candidatos políticos é permitido o uso de propaganda política e
envio de mensagens eletrônicas. A entidade destaca o impulsionamento de
conteúdo próprio nas redes sociais, algo já garantido a candidatos, partidos ou
coligações em períodos eleitorais.
Ela argumenta ainda que os limites de gastos para financiamento de campanhas eleitorais e a vedação ao financiamento por pessoas jurídicas tornam desnecessárias tais restrições à propaganda paga em veículos de comunicação.