Em contato com jornalistas de diferentes países, o Facebook anunciou nesta quarta-feira (8/7) a derrubada de redes de desinformação operantes em EUA, Ucrânia, El Salvador, Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile. No caso do Brasil, foram derrubados páginas e perfis falsos ligados ao PSL e a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro e dos deputados estaduais do Rio de Janeiro Anderson Moraes e Alana Passos.
Ao todo, foram derrubadas 35 contas, 14 páginas, um grupo e 38 contas no Instagram, que continham conteúdos relacionados às eleições, memes políticos, críticas à oposição, empresas de mídia e jornalistas, além de material relacionado ao coronavírus e conteúdo de discurso de ódio.
Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook, reiterou que não é possível afirmar que os políticos citados estavam envolvidos na operação das redes de desinformação: “Não podemos afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas podemos afirmar que pessoas associadas a eles e a seus escritórios se envolveram em comportamento inautêntico na plataforma”.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol) promove, de 29 a 31/7, um novo ciclo do SIPConnect Online, série de palestras gratuitas sobre mídia e imprensa em geral. O evento, realizado anteriormente em maio, contou com mais de 2.300 participantes.
As palestras abordarão temas como Inteligência Artificial nas redações, uso de tecnologia para aprimorar o conteúdo produzido e estratégias de audiência durante e após a pandemia. Haverá apresentações de editores de The Washington Post, The New York Times, Clarín, La Nación, El Universal e El Debate, além de Google, Amazon e Facebook.
José Roberto Caetano deixou a Jovem Pan na última semana. Convidado para atuar como comentarista de economia e negócios por André Lahóz, com quem havia trabalhado por décadas na revista Exame, despede-se da emissora após quase seis meses de casa, e apenas algumas semanas depois da saída do próprio Lahóz.
Segundo ele, a Pan alegou as dificuldades financeiras do momento para a dispensa: “De fato, os salários já vinham sofrendo corte desde abril. Nos últimos dois meses (maio e junho), vinham com 30% de redução. Por outro lado, eu havia ido para lá a convite do André Lahóz Mendonça de Barros, meu ex-chefe na Exame, que chegara para implantar um projeto, como diretor de Jornalismo, que visava dar mais equilíbrio à programação jornalística da Pan, muito enviesada à direita. Com a saída do André, um mês antes, por um desentendimento com o Tutinha, pode ter ficado sem sentido também a minha permanência, já que eu não era identificado com a linha hegemônica na Pan. Contudo, a bem da verdade, nunca sofri nenhuma cobrança político-ideológica. O que falei nos comentários que fiz e nos textos que escrevi no site da rádio foi sempre inteiramente da minha cabeça, 100% livre. Faço um balanço positivo da minha passagem. Foram quatro meses de uma vivência intensa com rádio + TV pela internet, duas áreas que não conhecia. Tive a oportunidade de experimentar um trabalho diferente, com ótimos profissionais do ramo que a Jovem Pan tem. Agradeço a todos pela parceria. Em suma, aprendi mais alguma coisa da profissão e do funcionamento de um veículo”.
Quebrar tradições não é coisa que encante os britânicos. Em junho, uma americana residente no país causou revolta ao postar no TikTok um vídeo ensinando a fazer o “British tea” com água aquecida no microondas, 1/3 de leite na xícara e o saquinho de chá entrando por último.
Para os veteranos que cobrem o Governo, porém, adulterar a fórmula do chá pode ser bobagem perto do plano da administração de Boris Johnson de reformular o sistema de briefings para a imprensa. As mudanças fazem parte de uma revolução no serviço público capitaneada pelo poderoso assessor Dominic Cummings, que atingirá também as equipes de comunicação, projeto revelado pelo Financial Times em 2 de julho.
A ideia é radical: transformar a partir de outubro os briefings da tarde em coletivas transmitidas pela TV, sistema semelhante ao praticado pelo presidente Donald Trump. Uma inspiração preocupante, considerando seus embates com a mídia. Os briefings da manhã continuariam internos, como atualmente.
Historicamente − e na Grã-Bretanha historicamente quer dizer muito tempo −, os briefings aconteciam duas vezes ao dia na Sala de Imprensa do Parlamento, prática que remonta ao século 19, reunindo credenciados do grupo Lobby, formado por profissionais dos grandes veículos. Dois assessores falavam de pé em torno de uma mesa, em off, sem câmeras ou telefones, esclarecendo posições do Governo e tentando influenciar os rumos da cobertura. De quebra, dando farto material para tweets exclusivos.
Em janeiro Johnson mudou os encontros para a casa contígua à residência oficial, em Downing Street 10. Houve protestos pelo temor de que jornalistas críticos fossem barrados, o que no Parlamento não aconteceria. Mas tudo havia se acomodado até surgir a novidade.
A exposição direta dos líderes do país à população tem o potencial de impactar a percepção pública a favor do Governo. Falando diretamente, Johnson, ministros e assessores podem amenizar o peso das críticas e do confronto de suas posições com terceiros nas matérias editadas.
A proposta atraente foi testada com sucesso durante a pandemia do coronavirus. Um pronunciamento do primeiro-ministro anunciando o lockdown atingiu 27 milhões de espectadores pela TV e online, batendo o encerramento das Olimpíadas de Londres.
Transparência em questão − Ninguém chegou − ao menos em público − a classificar o plano atual de “crime”, como fizeram os críticos da moça do chá. Mas setores da imprensa se movimentam para interferir no formato.
Ian Murray, diretor da SoE (Sociedade dos Editores), disse em nota: “Se o objetivo dos briefings televisionados é proporcionar transparência, precisam ter duração suficiente e serem de natureza inclusiva para garantir que todos os jornalistas possam questionar o governo”.
O pessoal da mídia tradicional está desconfortável, mas há quem goste da ideia. O blog de direita Guido Fawkes vem há tempos pressionando para quebrar a hegemonia do Lobby. Paul Staines, o blogueiro, não é bem um jornalista tradicional: foi RP de um coletivo que organizava raves e trabalhou no mercado financeiro, chegando a decretar falência pessoal em 2003. Mas não está sozinho na tese, que sequer é nova.
James Ball, autor do livro Post-Truth: How Bullshit Conquered the World, escreveu em 2018 um artigo no The Guardian propondo eliminar o sistema em nome da transparência. Disse ele: “A instituição do Lobby é dolorosamente ultrapassada. Nunca seria criada na forma atual nos dias de hoje”. Vai ser preciso equilíbrio para encontrar a fórmula perfeita.
“Chuva forte” − As transformações chegarão também à comunicação dos ministérios e departamentos oficiais. O Financial Times revelou que toda a interação com a imprensa será centralizada no Gabinete. E que haverá uma redução significativa de gente trabalhando nas áreas de Imprensa, que hoje superam quatro mil profissionais.
Como teria dito Cummings há alguns dias, em uma declaração provavelmente vazada mas não confirmada oficialmente, “vai chover forte em Whitehall”.
O jornal O Estado de S.Paulo lançou o Estadão Incentiva, projeto de gamificação para estudantes do ensino superior que estimula a leitura de jornal e a procura por informações confiáveis. A plataforma funciona com um sistema em que os usuários acumulam pontos ao realizarem atividades como ler matérias, visualizar vídeos, compartilhar, comentar. Os pontos servem para desbloquear benefícios, incluindo assinaturas gratuitas do Estadão.
O projeto foi vencedor do 1.º Desafio de Inovação da Google News Initiative na América Latina, em 2019. João Caminoto, diretor de Jornalismo do Grupo Estado, declarou que a iniciativa serve para combater a desinformação: “Com este programa, nossa meta é aumentar o acesso à informação de qualidade e ampliar o público do Estadão, um jornal que sempre se pautou pela inovação. É ainda uma forma de mostrar que desinformação, um dos maiores problemas atuais, se combate com bom jornalismo. Investir nos jovens é também investir no futuro do Brasil”.
Para se cadastrar no Estadão Incentiva é preciso entrar no site do projeto e fornecer seus dados educacionais. Vale lembrar que jogo, apesar estimular o aprendizado, exige comprometimento e atenção do usuário: todos têm apenas três “vidas”, que podem ser perdidas em caso de falha nas atividades propostas. As assinaturas gratuitas podem ser renovadas de acordo com o desempenho do usuário na plataforma.
A CBN lançou nesta terça-feira (7/7) o podcastNaMorada, que aborda e foi feito para mulheres que moram sozinhas. Com apresentação de Tatiana Vasconcellos e Laura Cassano, o projeto apresenta entrevistas com mulheres de diferentes perfis e idades que moram sozinhas, abordando temas como isolamento social, atividades em casa e a relação entre elas e suas residências, além de mulheres que foram infectadas por Covid-19 e suas histórias, e como elas lidaram com a questão.
O primeiro episódio explica os conceitos de casa e famílias unipessoais. A ideia do projeto surgiu em conversas entre Tatiana e Laura, que moram sozinhas, sobre o que vinham fazendo em seus cotidianos durante a quarentena. A estreia estava prevista para março, mas foi adiada por causa da pandemia. O primeiro episódio foi gravado antes da quarentena. Confira!
A Record TV estreia em 23/7 nova temporada do Repórter Record Investigação, agora apresentado por Adriana Araújo, que foi substituída por Christina Lemos na bancada do Jornal da Record. O programa, de reportagens investigativas e denúncias exclusivas, era apresentado por Domingos Meirelles, afastado preventivamente por causa da pandemia. Em sua primeira fase, o Repórter Record Investigação ganhou cerca de 15 prêmios em dois anos, segundo Meirelles, incluindo o último Esso.
Adriana Couto e Cunha Jr. (Crédito: Divulgação / TV Cultura)
O programa Metrópolis (TV Cultura), no ar há 32 anos, anunciou a estreia de uma nova fase e reformulação editorial. Interrompido em março por causa da pandemia de coronavírus, a atração que cobre arte e cultura em geral volta ao ar nesta segunda-feira (6/7), com novo formato, cenário, linguagem e pautas para os meios digitais.
O Metrópolis vai ao ar às 19h40, de segunda a quinta-feira, com apenas cinco minutos de duração. Cada edição trará informações mescladas sobre a hashtag/tema específico do dia. Às sextas-feiras, o programa será gravado em um estúdio da TV Cultura, com apresentação de Adriana Couto e Cunha Jr., e duração de 30 minutos. No domingo, às 20h, haverá um compilado dos melhores momentos da semana.
Marcos Maciel, diretor do Metrópolis, explica o objetivo da reformulação editorial: “O programa agora tem um formato modular, nem todo dia ele será igual. O roteiro tem um tema, uma história leva a outra, mas o formato é livre. Porém, mais do que a forma, o conceito aqui é o mais importante: chegar a mais pessoas, a públicos mais diversos. Não só aos centros. Mas também aos entornos; não só à capital, mas aos interiores do País. São nossas bases deste novo horizonte”.
A Justiça do Panamá determinou o sequestro de bens equivalentes a US$ 1 milhão do grupo de comunicação Corporación La Prensa (Corprensa), que edita os jornais La Prensa e Mi Diario. O valor será revertido em indenizações para o ex-presidente Ernesto Pérez Balladares, que alegou ter sido vítima de uma “campanha de difamação” promovida pelos veículos.
Em 2011, os jornais publicaram reportagens sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro no governo Balladares, com documentos obtidos em investigação que indicavam benefícios a casas de apostas e possíveis irregularidades em uma conta bancária nas Bahamas. Os advogados do ex-presidente declararam que os jornais “nunca se retrataram da publicação, que era falsa“.
O ocorrido foi classificado como ameaça à liberdade de imprensa por diversas entidades e estudiosos defensores do jornalismo. Em nota, Diego Quijano, presidente da Corprensa, afirmou que “a ação judicial é um ataque direto à liberdade de imprensa e ao direito à informação, já que impede a continuidade operacional da empresa, uma vez que a decisão congela os fundos utilizados para cumprir com nossas obrigações contratuais e realizar o pagamento por bens e serviços e, sobretudo, o salário dos 24 funcionários da corporação”.
Mary Anastasia O’Grady, colunista do Wall Street Journal, escreveu que “se reportagens investigativas se tornaram crime no Panamá, a democracia está em perigo”.
A Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA, em inglês) promove a primeira edição do Latam Media Leaders eSummit. O encontro, digital, oferece palestras e discussões sobre crescimento de empresas jornalísticas no contexto pandêmico atual, além de estratégias para possibilitar uma aceleração digital nos veículos.
Participarão dos debates líderes e referências do setor, de 27 a 29 de julho. Para membros da WAN-IFRA, as palestras são gratuitas, mas para não membros o preço é de US$ 490 (por volta de R$ 2.600). Inscreva-se aqui (em espanhol).