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segunda-feira, dezembro 29, 2025

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Morre Raul Wassermann, fundador do Grupo Editorial Summus

Morreu em 9/7, aos 77 anos, Raul Wasserman, fundador do Grupo Editorial Summus, vítima de complicações do tratamento de um câncer que enfrentava há 12 anos. O velório e sepultamento foram reservados à família por causa da pandemia de coronavírus.

Formado em Engenharia pelo Mackenzie, ainda na faculdade entrou como sócio da gráfica Planinpress, que se tornaria uma das maiores produtoras de house organs no País. Posteriormente, fundou o Grupo Editorial Summus, hoje uma referência em títulos de não-ficção nas áreas de Educação, Comunicação, Psicologia e Saúde.

Raul foi fundador e presidente da Associação Brasileira de Direito Reprográfico (ABDR), entidade que defende os direitos de autores e editoras contra a cópia não autorizada. Foi por cerca de vinte anos membro ativo da Câmara Brasileira do Livro (CBL), que presidiu entre 1999 e 2002. Promoveu importantes avanços na Bienal do Livro e ajudou a desenvolver feiras locais, como a de Ribeirão Preto, uma das mais populares. Integrou ainda o Conselho da International Federation of Reprografic Rights (IFFRO).

Sobre Carlos Castello Branco, pai de todos os colunistas políticos

Castelinho (Crédito: Jair Cardoso)

Por Edson Pinto de Almeida

Começo dos anos 1980, eu, um jovem redator da Rádio Cidade, que pertencia ao Jornal do Brasil. Trabalhava na mesma redação da sucursal de São Paulo, comandada por Armando Figueiredo. Ficávamos ali na Paulista, no edifício Eluma.

Eu chegava cedo, às 6 da manhã, para escrever as primeiros notícias para a rádio. Ainda de manhã, Castelinho chegou, a redação ainda vazia. Deu bom dia, perguntou a que horas o pessoal costumava chegar e sentou-se próximo de onde eu ficava. Pegou algumas laudas e começou a batucar a sua coluna diária. Era como já estivesse tudo pronto em sua cabeça. Datilografou tudo de forma rápida, o que me deixou impressionado. Quando terminou, deu uma rápida conferida e mostrou-me o texto. Quer dar uma lida?, perguntou. Fiquei ali, espantado, incerto sobre o que fazer, mas peguei o texto e li. Nenhum erro, texto limpinho do começo ao fim. Imagine isso com máquina de escrever, não havia computador.

Sem saber o que dizer, devolvi o texto e perguntei a ele outra coisa. Paulo Francis, em um de seus livros, dissera que a única vez em que empregou a expressão “via de regra” foi no Diário Carioca. E que Castelinho ao ler o texto riscou a expressão e anotou em vermelho: via de regra é vagina. Dali em diante Francis conta que nunca mais escreveu aquilo.

Perguntei a Castelinho se a história era verdadeira. Ele sorriu, disse que não lembrava, mas que era possível. Levantou-se, agradeceu e saiu para tomar um café.

Fiquei ali admirando a simplicidade com que me tratou. E me deixou feliz por ter uma história para contar aos netos: o foca pôde assistir ao vivo Castelinho escrever sua coluna e ainda por cima ler direto na lauda. E de lambuja conferir se Paulo Francis contou mesmo a verdade. Foi bom demais.

Edson Pinto de Almeida

A história desta semana é de um estreante neste espaço: Edson Pinto de Almeida, editor assistente no Valor Econômico, na área de Projetos Especiais. Tem carreira de 43 anos, dividida, a partir dos anos 1980, entre o jornalismo econômico e a comunicação corporativa − metade para cada. Na mídia impressa, trabalhou em Folha de S.Paulo, Exame, Forbes e Veja.


Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].

SBT terá em breve novo site de notícias

O Departamento de Jornalismo do SBT estreará em breve o SBT News, site de notícias especializado em política, economia e assuntos do judiciário. A sede principal do projeto será em Brasília, com uma equipe trabalhando em tempo integral. A estreia está prevista para agosto. A informação é de Flávio Ricco (R7).

Segundo o colunista, a ideia é produzir conteúdo jornalístico 24 horas por dia. O site também aproveitará o material não utilizado no único telejornal da emissora, o SBT Brasil.Esse conteúdo será disponibilizado em vídeo, sempre que possível, na nova plataforma. Um âncora, cujo nome está mantido em sigilo, será escalado para desenvolver o trabalho.

Congresso da Unifesp discute o papel da comunicação na pandemia

A mesa Comunicação em tempos de pandemia, do Congresso Acadêmico Unifesp 2020, que ocorre de 13 a 17/7, discutirá o papel da imprensa na transmissão de informações confiáveis e pautadas pela ciência sobre a pandemia, além do combate à desinformação.

Mediada por Walter Lima, jornalista e diretor do Departamento de Comunicação Institucional da Unifesp, a mesa contará com a participação de Eugênio Bucci, professor titular da ECA/USP; Natália Pasternak Taschner, presidente do Instituto Questão de Ciência; e Gabriel Alves, repórter de Ciência e Saúde da Folha de S.Paulo.

A mesa será realizada em 15/7 (quarta-feira), das 20h30 às 22 horas. Para se inscrever, é preciso cadastrar-se no site.

O coronavírus e os veículos de comunicação – XVIII

Estudo mostra que 95% dos profissionais tiveram rotina alterada na pademia

Edson Capoano e Pedro Rodrigues Costa

Edson Capoano, jornalista e pesquisador brasileiro atualmente trabalhando como investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, em Portugal, enviou a J&Cia o resumo de um estudo que fez com o português Pedro Rodrigues Costa sobre produção e consumo de informação durante a pandemia de coronavírus. O título do trabalho é Percepção sobre as informações geradas durante a Covid-19, um inquérito online respondido por 365 pessoas, na maioria jornalistas e público consumidor regular de notícias de São Paulo, durante o mês de junho.

Os principais resultados com jornalistas dão conta de que: 

• 95% dos inquiridos tiveram a sua rotina alterada pela pandemia, como trabalhar mais horas por semana, produzir conteúdo de casa e sofrer algum impedimento para realizar trabalho jornalístico;

• 75,7% deles produziram sobre Covid-19, sendo que 6,6% dos respondentes têm especialidade em saúde;

• 77% dos jornalistas indagados conheciam alguém que havia sido contaminado pelo novo coronavírus até o término da recolha de respostas, 30 de junho.

Por parte dos consumidores de informação, o objetivo foi perceber os efeitos da infodemia – disseminação de notícias falsas durante a pandemia, segundo a OMS – enquanto se informam. Os principais resultados são:

• 51,7% das pessoas indagadas dizem sentir-se muito ou totalmente informados sobre o novo coronavírus;

• 41,1% avaliam que o trabalho da imprensa é bom ou ótimo;

• O consumo de notícias do público inquirido aumentou 41,6% durante o mês de junho.

Sobre infodemia:

• 56,2% afirmam ter identificado fake news sobre Covid-19;

• 42,7% atestaram sentir-se muito ou totalmente atordoados com o excesso de informação consumida;

• 61,1% disseram que o consumo de informação sobre Covid-19 gerou emoções negativas, como raiva, medo, tristeza e nojo.

O estudo completo vai ser publicado ainda este ano no e-book Manual de sobrevivência nas redes sociais digitais.

Maristela Crispim, entre um vírus e duas guerras

Em mais uma entrevista ao vivo pelo Instagram, o editor do Portal dos Jornalistas Fernando Soares conversa na próxima segunda-feira (13/7), às 19h, com a diretora da Agência Eco Nordeste Maristela Crispim. O assunto será a parceria colaborativa com as publicações Amazônia Real, #Colabora, Portal Catarinas e Ponte Jornalismo que está monitorando e cobrindo casos de violência doméstica durante a pandemia de coronavírus. O projeto, batizado Um vírus e duas guerras, trará ao longo de 2020 diversas reportagens e dados sobre feminicídio durante o isolamento social.

Internacional

O International Center For Journalists (ICFJ) organizou o Fórum de Reportagem sobre a Crise Global em Saúde, que mantém um grupo no Facebook para discutir a cobertura jornalística da pandemia da Covid-19, através de conexões entre jornalistas, checadores de fatos e especialistas.

O vírus versus nós

Estamos reproduzindo charges sobre a Covid-19 publicadas na exposição O vírus versus nós, em cartaz no site da Associação dos Cartunistas do Brasil. A desta semana é do paulista Rice Araújo, que iniciou no design gráfico aos 12 anos e em 1984 migrou para a criação publicitária, onde desde então tem atuado como diretor de arte e ilustrador em agências de publicidade de São Paulo.

França oferece crédito tributário para assinantes de jornais ou revistas

Capa de jornais franceses em 17/3 (Crédito: Véronique de Viguerie / Getty Images)

Parlamentares franceses aprovaram a concessão de um crédito tributário para quem solicitar uma assinatura de um serviço de notícias. A medida prevê retirada única de US$ 50 pela assinatura de 12 meses de um jornal, revista ou sites/portais/newsletters de notícias. A informação é do The Guardian.

O objetivo da medida é apoiar o jornalismo e a imprensa como um todo. Agnès Pannier-Runacher, secretária de Estado da França para assuntos econômicos, disse que a imprensa “sofre muito e não se beneficia necessariamente de todos os tipos de ajuda”.

Os parlamentares também aprovaram uma emenda que estende a isenção de impostos para assinaturas de revistas trimestrais de interesse geral. Além da França, outros países também estão promovendo ações de apoio à imprensa, como o Canadá, que estuda aumentar o crédito de imposto de assinatura de notícias digitais de 15% para 50%.

Com informações da ANJ.

Abracom define protocolos de retomada para agências

A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) anunciou nessa quinta-feira (9/7) os protocolos de retomada para a reocupação dos escritórios de suas agências associadas. A orientação geral é de que a retomada seja lenta, gradual e baseada em etapas progressivas, com medidas constantes de higienização, espaçamento entre mesas e escalonamento de equipes e horários.

Segundo a entidade, ainda na primeira semana das medidas restritivas, 91% dos trabalhadores do setor já estavam em home office, chegando a 100% do efetivo na semana seguinte. “Com uso intensivo de tecnologia, organização do fluxo de trabalho e engajamento das equipes, as agências associadas Abracom mostraram capacidade de manter seus profissionais protegidos do contágio no ambiente de trabalho ou em atividades profissionais”, destacou a associação em nota.

Pesquisa realizada em 2 e 3/7 apontou que 36% das empresas pretendem reocupar seus escritórios somente após a liberação geral das atividades econômicas nas cidades onde estão situadas. Em 18,4% dos casos, o intuito é retomar já a partir de 1º/8, enquanto 17,3% marcaram o retorno para setembro, 13,3% para outubro, e 10,7% não pretendem reocupar as estações de trabalho antes de 2021. Juntas, as associadas empregam mais 15 mil profissionais em todo o País.

Confira as orientações emitidas pela entidade:

Quando retornar aos escritórios?

As dimensões continentais do país e as diferenças regionais brasileiras mostram que a disseminação da Covid-19 se dá de forma desigual, não apenas de cidade para cidade, mas também dentro das grandes cidades, até mesmo com bairros sendo afetados de maneiras diferentes. Esse cenário provoca medidas diversas dos estados e municípios. Por isso, reiteramos, a tomada de decisão de cada agência deve levar em conta as orientações das autoridades locais e as autorizações específicas para funcionamento de escritórios.

A Abracom pesquisou entre seus associados as intenções de retorno. São muito variados os tempos projetados para a reocupação dos escritórios. Na média, as agências planejam retomar atividades presenciais somente quando houver liberação total das cidades onde estão sediadas. Algumas relataram intenção de voltar gradualmente a partir de agosto e há um número relevante de empresas que não pensam em retorno antes de setembro ou outubro.

A recomendação da Abracom é de que o retorno comece apenas a partir de agosto, em etapas, que serão detalhadas abaixo. Este é um prazo que pode ser reavaliado na medida em que possam acontecer novas ondas de contágio e só será validado com a confirmação da estabilização e da redução do número de novos casos em todo o país.

Planejamento do retorno

Em consonância com as recomendações jurídicas do escritório Romar, Massoni & Lobo e com as indicações de infectologistas e sanitaristas, a Abracom recomenda que o plano de retorno tenha as seguintes fases:

Elaboração de mapa de riscos do escritório: identificar pontos de aglomeração antes da pandemia, planejar atividades de sanitização frequente dos ambientes, promover limpeza constante dos dutos de ar, fazer a separação de baias ou estações de trabalho e limitar o uso de áreas comuns. Recomenda-se uso restrito de copas e cozinhas, máquinas de café e regras para uso de banheiros, a proibição de compartilhamento de objetos e o fornecimento de copos e outros utensílios individuais .

Identificação dos grupos de risco e consulta aos profissionais para o retorno: pesquisar situações de risco entre os funcionários e prestadores de serviço das agências. Identificar situações como moradia compartilhada com pessoas em grupo de risco e uso intenso e prolongado de transporte público a fim de manter os profissionais mais vulneráveis em isolamento social e trabalho remoto. Sugestão de roteiro para entrevistas com os funcionários:

1. Foi diagnosticado com a Covid-19? Se sim, há quanto tempo?

2. Teve contato com alguém que testou positivo para a Covid-19 nos últimos 15 dias?

3. Teve alguns dos sintomas nos últimos 15 dias (febre, tosse, dor de garganta, falta de ar, dor de cabeça, coriza, cansaço, conjuntivite, vômitos, diarreia e perda de olfato e paladar)?

4. Esteve em algum local com casos confirmado de Covid-19, nos últimos 15 dias?

5. Viajou nos últimos 15 dias? Se sim, para onde? E por quais meios de transporte?

6. Utiliza transporte público para o deslocamento ao escritório? Quais os meios, quantas viagens e qual a duração média?

7. Mais algum comentário relevante sobre a sua saúde/ grupo de risco, que considera importante sabermos?

8. Mora ou tem contato próximo diário com pessoas em grupos de risco?

Montar um check list das medidas de proteção e comunicar a funcionários, clientes, prestadores de serviços e fornecedores antes de começar o retorno:

  • Observância dos decretos e documentos oficiais;
  • Respeito às normatizações das autoridades estaduais e municipais para a retomada;
  • Política de distanciamento mínimo entre estações de trabalho implantada, com sinalização de solo e barreiras físicas de separação devidamente comunicada;
  • Reunião geral (online) com colaboradores para anunciar o plano de retomada;
  • Orientação e treinamento dos empregados para a adoção das medidas de proteção e distanciamento;
  • Orientação de fornecedores para as regras de entrada e uso do escritório;
  • Divulgação constante pelos canais de comunicação interna das medidas e protocolos de segurança;
  • Definição de escalas de trabalho e etapas de retorno por equipes ou áreas da agência;
  • Rotina de limpeza e desinfecção definida e comunicada;
  • Proibição de compartilhamento de objetos pessoais, materiais de escritório e outros possíveis vetores de contaminação;
  • Criação de área na entrada da agência para desinfecção, limpeza de sapatos e objetos que venham da rua;
  • Revisão regular dos sistemas de ar refrigerado e ventilação;
  • Disponibilização de máscaras para os empregados, atendendo à regra de troca das máscaras a cada duas horas;
  • Limpeza e higienização das máscaras garantida;
  • Instalação de álcool em gel em todos os ambientes da agência. Água, sabão e papel para limpeza sempre disponíveis nos banheiros com avisos para manutenção da limpeza;
  • Definir regras para uso de copa. Na primeira fase, recomenda-se a proibição de aglomerações nesses ambientes, com escalonamento para refeições e limpeza nas trocas de escala;
  • Definir procedimento de destinação de lixo potencialmente transmissor do vírus;
  • Se trabalham em co-work, exigir do locador do espaço a implementação das medidas acima e comunicar aos funcionários que irão retornar ao trabalho quais os cuidados estão sendo tomados.

Trabalho in company, eventos, gravações e acompanhamento de entrevistas

É comum no setor o trabalho de profissionais das agências nas dependências dos clientes. A Abracom recomenda que o retorno desses profissionais a essa condição seja alinhado com o retorno dos profissionais ao escritório da agência. Se não for possível, recomenda-se que o cliente apresente o plano de segurança do ambiente, nos termos propostos acima, com a assinatura de termo de corresponsabilidade, além de termo de aceitação por parte do funcionário.

Outra situação frequente é de acompanhamento de entrevistas dos clientes. Nestes casos, sempre que possível, a orientação e acompanhamento para entrevistas deve ser feita por videoconferência. Se for necessária a presença física, produção de objetos para a entrevista e entrega de materiais para a reportagem, recomenda-se:

  • Distanciamento de pelo menos 1,5m dos demais participantes da entrevista;
  • Uso de ambiente higienizado e arejado;
  • Uso de máscaras por todos os participantes da entrevista e da produção;
  • Higienização prévia de materiais que serão entregues à reportagem (press kits, produtos, materiais impressos) com uso de luvas para o manuseio dos mesmos.

Eventos presenciais: a recomendação expressa da Abracom é que não sejam marcados e nem aceitos trabalhos em eventos presenciais antes da liberação total das atividades pelas autoridades locais ou estaduais. A partir da liberação, devem ser observadas as orientações a cada etapa, respeitando-se a quantidade de pessoas e as medidas de distanciamento autorizadas.

Fase 1: a partir de 1º de agosto

Retomada dos escritórios. Nesta fase recomenda-se ocupação de no máximo 15% dos postos de trabalho. Prioridade para atividades administrativas e áreas que exigem produção e equipamentos como design, vídeo e áudio.

Fase 2: a partir de 1º de setembro

Retorno de equipes de atendimento, com ocupação de até 50% do escritório e escalonamento de horários ou revezamento de equipes por dias intercalados. Esta fase deve ser condicionada à redução do número de casos na cidade onde está sediado o escritório e autorização para retorno. Priorizar profissionais que não dependam do transporte público e estejam fora dos grupos de risco.

Fase 3: retorno total

O atual quadro da pandemia no Brasil impede que esta fase seja planejada e até mesmo anunciada. Empresas de comunicação devem adotar a cautela como norma.

Como referência, sugerimos a adoção das medidas gerais para escritórios publicadas pela Prefeitura do Município de São Paulo neste link. Também usamos como fonte de informações, as recomendações da OMS https://www.who.int/ e do Ministério da Saúde www.saude.gov.br.

Nelson Tucci estreia coluna sobre Sustentabilidade no Portal Acionista

Nelson Tucci

Nelson Tucci e a sua Virtual Comunicação associaram-se ao Portal Acionista e o primeiro projeto da parceria é uma coluna sobre Sustentabilidade, assinada por ele, que estreará no próximo dia 20 no próprio portal. A coluna será semanal, com notícias sobre a área, e contará adicionalmente com artigos de convidados. Sugestões podem ser enviadas a [email protected] com o assunto Acionista.

A parceria, segundo Tucci, que deixou a assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Mercado de Capitais (Abrasca) após anos no atendimento, prevê outros projetos, ainda em gestação.

Humano, um fator que interessa!

Por Ceila Santos

Ceila Santos

Quando desliguei o Zoom da conversa com a Pri senti-me alimentada, viva, feliz. Que força era aquela que estava entre nós? Era a primeira vez que eu a via e ouvia a história de Priscilla Ferreira Naglieri. Não sei se alguém a chama de Pri, mas adoto o diminutivo do nome para transmitir a sensação de intimidade diante da realidade não-íntima entre nós.

Poderia ignorar o fato de Pri ser a primeira líder com quem converso a partir da indicação de uma profissional de agência (que admiro) e ir direto à força que me ligou àquela mulher de 41 anos.

Afinal, omitir não é fake news. É objetividade, clareza e foco. Será?

Pular esse fato impactaria na falta de informação sobre a influência que uma indicação traz para a primeira impressão que temos de alguém com quem nunca interagimos antes. Começam aí as raízes do nosso modo de se relacionar: o que eu trago para esse encontro?

Esvaziar-se das influências e dos papéis que cada um de nós ocupa no mundo tem sido um pedido quando se escuta o mantra do desenvolvimento pessoal, mas é bom ficar atenta aos significados desse esvaziar-se… Há muita gente interpretando esse cuidado com a decisão de ignorar tais realidades. Como se influência, hierarquia, status e todas camadas históricas que a jornada profissional propicia a quem a trilha não tivessem valor diante da necessidade urgente de mudar a forma de nos relacionarmos dentro das organizações.

Esvaziar-se tem a ver com o fenômeno da respiração, de encher-se daquilo que recebe, dar a pausa necessária e, então, esvaziar-se para ouvir o novo, pois nada deve ser ignorado. Diferente de uma reportagem que, às vezes, precisa afunilar as informações, omitindo muitos detalhes, para encontrar a essência da mensagem e transmitir a clareza necessária.

Trago essa analogia entre o fazer do jornalista e o relacionar-se com outra pessoa para lembrar o quanto agimos socialmente de acordo com nossas habilidades técnicas. Isso é comum e precisa ser cuidado para quem deseja entrar na onda da colaboração.

O lado “fácil”

Outro cuidado necessário para quem já está de olho na Comunicação-Não Violenta como caminho para se relacionar de forma mais humana com sua equipe é compreender o quanto nosso corpo reage às pessoas que pensam de forma diferente da nossa ou que representam algo que desejamos muito ou que nos causa ojeriza somente pela presença física ou aparência. É “fácil” perceber quando cuidar da nossa fala e escuta quando estamos diante de outro ser que nos causa antipatia. Afinal, o corpo fala, o ímpeto aparece e os gatilhos são muitos porque nossa cultura alerta em nós o sentido do contra para a diferença. Difícil mesmo é lidar com as simpatias, que na nossa cultura é permitido − o bonitinho ou bom −, e é sobre elas que eu lidei quando encontrei com a Pri.

Sai alimentada, viva e feliz da nossa conversa porque identifiquei na Priscilla muitas qualidades importantes para a mensagem que a liderança colaborativa representa na minha perspectiva humanista. E, também, claro, porque ela acendeu muitas chamas do meu ativismo, como a questão da maternidade na causa de gênero. A história da Pri, e sua presença,falaram a língua do meu coração. E mais: ela tem um talento que não tive na minha jornada e, na minha idade, esse mérito causou-me admiração.

Pri aprendeu com a família a consciência econômica de se dispor a contribuir com o que for necessário para realizar a meta que a guia na vida. Uma meta que foi se transformando de acordo com os homens que a inspiraram, seja seu pai, que a motivou a contar estórias, seja Heródoto, que lhe ensinou o compromisso com a verdade em primeiro lugar sem deixar de cuidar das pessoas que estão em busca dessa verdade.

Ouvir a história da Pri significava cuidar da voz acelerada do meu coração que gritava: humano, humano e humano! Sempre, na frente e em primeiro lugar!

Pausa para a Simpatia

Foi então que pedi pausa. Não só pra esvaziar-me da simpatia que chegou no meu ápice porque ouvia as palavras que me movem − humano, consciência e qualidade −, como também pra compreender o desafio de praticar a empatia através da escrita deste artigo.

Na visão antroposófica, reconhecemos que a ponderação entre o que te move e a realidade passa pela percepção de simpatia e antipatia, que lhe convida a imaginar a polaridade de quem não pensa como eu nem como a Pri. Ou de quem até pensa, mas não age de acordo com o que pensa. Fazer esse exercício de se colocar no lugar de quem pensa diferente daquilo que me tocou na Pri é buscar o humano em mim e isso, talvez, leve a vida toda. Por isso, me interessa, pois acredito que o humano pode transformar a realidade através da consciência dos valores do passado e das exigências do futuro.

Box do Líder

Priscilla Naglieri

Priscilla Ferreira Naglieri

Mercado Livre

Líder: Afilitativa

Filosofia: Promover uma liderança consciente e afiliativa significa colocar o indivíduo e suas emoções no centro, como fator decisivo para criar conexões autênticas e inspirar toda a empresa a perseguir objetivos de negócios ancorados em um propósito maior comum.

Referência: Fred Kofman

Tempo da Jornada

Jornalismo: 5 anos

Destaque: Folha e TV Cultura

RP: 2 anos

Destaque: Máquina e In Press

Corporativo: 10 anos

Destaque: BMF&Bovespa, BTG, iZettle e Mercado Livre

Formação: Comunicação Social

Clara como a luz que a inspirava, Priscilla sabia aos 11 anos que seria uma contadora de estórias como Seu Vasco, o maior comunicador que ela conheceu na vida. Sua referência é forte, pois ela aprendeu a comunicar observando o jeito de Heródoto Barbeiro, na TV Cultura, que lhe remetia muito respeito à verdade, apuração, checagem e escuta sem deixar as pessoas que o rodeavam fora desse cuidado.

Sente que sua qualidade afiliativa, reconhecida num teste de desenvolvimento humano dentro do Mercado Livre, vem dessas relações: a escola que a TV representou na sua trajetória jornalística e da família, pois Seu Vasco (em memória) é pai de Priscilla, ex-comerciante empreendedor e radioamador em Piraju, interior de São Paulo.

Escolheu a Cásper Líbero como faculdade de jornalismo, em primeiro lugar pelo local estratégico, já que tinha clareza de que iria trabalhar desde o primeiro dia de aula. Gêmea de outro irmão de uma família de sete, ela sabia que os recursos não dariam pra bancar todas as universidades. Tal objetividade foi crucial para sua escalada dentro da TV Cultura, mídia que ela jamais imaginava seria seu destino, já que o foco era o impresso, onde ela estagiou numa editora menor e também passou pela Folha S.Paulo.

A virada para o outro lado do balcão deu-se na Austrália, onde a oportunidade de conhecer as Relações Públicas por um viés diferente do senso comum que o jornalista daquela época tinha com a assessoria de imprensa concretizou-se por acaso, no encontro entre ela e o suíço cliente da lanchonete em que trabalhava. 

Voltou para o Brasil com a mesma objetividade que a acompanha desde sempre, enviou currículos para as agências e… bingo!: viveu a escola de assessorar grandes organizações na Máquina e na In Press, aprendeu muito e entende que o ofício das agências e da equipe, que gerencia hoje no maior e-commerce da América Latina, é muito semelhante em sua essência. Seu pulo para o corporativo segue os acasos também, mas sempre com a dança da parte dela, seja com estudos que realizou na FIA para ocupar sua função na BM&FBovespa (atual B3), seja com a boa vontade com que se dispõe para ouvir o que o mundo tem a lhe oferecer na fase da vida em que se encontra. Mãe de um casal, de 2 e 4 anos, Priscilla passou pela iZettle antes de assumir a liderança no Mercado Livre.

Facebook derruba rede de fake news e perfis ligados ao PSL e à família Bolsonaro

Em contato com jornalistas de diferentes países, o Facebook anunciou nesta quarta-feira (8/7) a derrubada de redes de desinformação operantes em EUA, Ucrânia, El Salvador, Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile. No caso do Brasil, foram derrubados páginas e perfis falsos ligados ao PSL e a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro, do deputado federal Eduardo Bolsonaro e dos deputados estaduais do Rio de Janeiro Anderson Moraes e Alana Passos.

Ao todo, foram derrubadas 35 contas, 14 páginas, um grupo e 38 contas no Instagram, que continham conteúdos relacionados às eleições, memes políticos, críticas à oposição, empresas de mídia e jornalistas, além de material relacionado ao coronavírus e conteúdo de discurso de ódio.

Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook, reiterou que não é possível afirmar que os políticos citados estavam envolvidos na operação das redes de desinformação: “Não podemos afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas podemos afirmar que pessoas associadas a eles e a seus escritórios se envolveram em comportamento inautêntico na plataforma”.

Com informações do Estadão.

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