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segunda-feira, julho 14, 2025

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Mega Brasil transfere de maio para agosto Congresso de Comunicação

A Mega Brasil decidiu adiar a realização da 23ª edição do Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas. E o faz, segundo seu sócio-diretor Marco Rossi, “em sintonia com os protocolos criados na área de saúde pública para proteger a população contra a disseminação do coronavírus”. Inicialmente programado para os dias 26 e 27 de maio, o Congresso, que debaterá o tema central Comunicação, Inovação e Humanismo – Tendências e Transformações, foi transferido para os dias 11 e 12 de agosto, no mesmo Teatro do CIEE, Itaim Bibi (rua Tabapuã, 445), em São Paulo. Com isso, também mudam de data o Prêmio Personalidade da Comunicação, que este ano homenageará o jornalista e escritor Laurentino Gomes, e o TOP Mega Brasil, focado nas feras da comunicação corporativa, que serão realizados respectivamente nas noites de 11 e 12 de agosto.

As inscrições, que atualmente estão em R$ 900, permanecem abertas e podem ser feitas diretamente no site da empresa.

Sem Juvenal, sem bilhar, sem pastel, mas com o Balaio do Kotscho

Por Roberto Salim

“A São Paulo dos meus tempos, com a Praça da República, o Caetano de Campos, a Avenida São João e o Largo Paissandu, era muito mais charmosa. E reportagem era o que recheava um jornal”

Cheguei em casa e liguei para o Trajano no início da semana.

Fui contando que estive no prédio da Alameda Barão de Limeira onde em 1977 fazíamos o caderno de esportes da Folha de S.Paulo. Disse que não tem mais o Bar do Juvenal nem o bilhar nem o Hotel Jandaya.

Mas logo ele me cortou:

O Ricardo Kotscho acabou de escrever sobre a volta dele ao prédio. Olha só que coincidência!”

Que coincidência e que saudade de uma história que durou até setembro de 1984.

Fui acertar de fazer uma reportagem e voltei com uma coluna para o Ultrajano.

Em um instante vieram à minha frente Gil Passarelli, Professor Nicolini, o fotógrafo Cacareco, o meu amigo Aroldo Chiorino, Jorge Araújo, Ubirajara Dettmar, José Roberto Malia, Alfredo Teixeira, Landão de Almeida, Colibri, Michel Laurence, Luizinho Nascimento, Dega Alves, seu Américo Mendes e uma série de histórias que vivemos juntos ali naquele pedaço durante oito anos da minha vida. 

Tinha o Zé Roberto de Aquino, um repórter inacreditável.

Divertido.

Digno. E maluco.

Orra, meu”, dizia ele com sua voz rouca.

Quando a gente descia para o Bar do Juvenal para tomar uma cervejinha, ele pedia um copo e berrava:

Suja, suja com Fernet”.

Era pinga com Fernet. 

Que ele tomava em um gole só.

Ali no Juvenal, nas noites de sexta-feira, o nosso conjunto tocava ao som do cavaco do Rubens Ribeiro, repórter, maestro e pianista do Piolin.

O bar lotava e era preciso baixar as portas.

Do outro lado da rua, eu costumava jogar bilhar com o Horácio Marana.

Nós dois jogávamos muito, mas muito… mal.

Mas quando a gente já não aguentava mais trabalhar, dava uma escapada, descia os quatro andares, atravessava a rua, subia as escadas ao lado da padaria, escolhia uma mesa e começava uma partida. Na verdade, mesmo, a gente ia tomar um Cynar com limão e comer uma porção de mortadela.

Éramos jovens.

A turma velha da Folha se reunia na Alameda Barão de Campinas.

Era o 308… onde a turma da “diretoria” bebia seu uísque, sua cerveja, comia, contava histórias e falava das matérias do dia seguinte.

Nós, os focas, apenas escutávamos… respeitosamente.

Discutia-se a política, a greve dos jornalistas e lamentava-se pelos fura-greves.

Quantas vezes esperávamos o jornal rodar para sair com ele nas mãos lá pelas duas da manhã.

Quando o dinheiro sobrava, a gente costumava sofisticar o lanchinho e a bebida e ia ao bar do Hotel Jandaya. Os donos davam 10% de desconto para a gente, até que um dia fomos proibidos de frequentar o local. Nas paredes existiam alguns enfeites indígenas: bordunas, arcos, tacapes e flechas.

E numa discussão, acho que entre Thomás (diagramador) e um outro amigo, a confusão se generalizou e tudo voou pelos ares.

Mas havia um monte de bares e até a pastelaria do chinês na Avenida São João. Quando eu ia embora para casa e esperava a condução no ponto (o velho Perdizes), rezava para o ônibus demorar. Assim, tinha tempo de comer pastel de palmito no chinês.

E quando a minha mulher saía do Diário Popular e dava tempo de jantar, a gente ia ao Restaurante do Papai comer um frango assado, na esquina da Duque de Caxias com a São João.

Depois, era pegar uma sessão de cinema no Comodoro ou no Cine Espacial, que tinha três telas. No Comodoro e sua tela gigante, assistia-se a E o vento levou. Assisti também a Terremoto.

Pois é, quando saí do prédio da Folha no começo desta semana e fui caminhando até a Avenida São João, não vi mais o Bar do Juvenal nem a Padaria nem o Hotel Jandaya nem o prédio em que minha tia Ema morava na Duque de Caxias – o edifício está abandonado, com uma placa de “aluga-se”.

A cidade parece meio abandonada.

A pastelaria não existe mais.

Nem o Cine Espacial nem o Comodoro.

Quando peguei o táxi e o motorista veio conversando comigo, ele falou também da saudade dos velhos tempos.

Eu era office-boy e frequentava tudo aqui na cidade. Gostava de cinema e lembro que vim assistir a Indiana Jones no templo da perdição. Quando o filme acabou, os donos do Comodoro disseram que aquela tinha sido a última sessão e o cinema iria fechar suas portas. Deram vinho e pipoca. E nunca mais teve filme aqui”.

Uma pena”, falei para o motorista.

A São Paulo dos meus tempos, com a Praça da República, o Caetano de Campos, a Avenida São João e o Largo Paissandu, era muito mais charmosa.

E reportagem era o que recheava um jornal.

Lembro que sob as ordens do José Roberto Malia e do José Trajano cobri Campeonato Paulista de Palitinho, com mais de mil participantes, entrevistei o cavalo favorito do GP Brasil, cobri a Copa da Espanha e fui testemunha da Tragédia do Sarriá. Cobri também Fórmula 1 na velha pista de Interlagos, que era cercada por uma favela onde havia até criação de cavalos e vacas.

Como disse em algum dos parágrafos anteriores: éramos jovens.

Tudo era alegria. E luta.

Veio a Campanha das Diretas Já.

E todos nós repórteres queríamos ser como o Ricardo Kotscho.

Ele sempre foi um exemplo, uma meta para a nossa geração.

Como escrevia, como fuçava, como descobria, como tinha fontes!

E tem.

Ricardo e Ronaldo Kotscho

Nunca trabalhei com ele diretamente, mas os deuses do jornalismo me deram de presente um parceiro da família: o Ronaldo Kotscho, irmão do meu-nosso ídolo.

E durante anos trabalhei com ele na Placar, no SBT e na ESPN Brasil.

E eles têm o tal do jornalismo no sangue.

Ninguém conhece o Brasil como o Alemão, como também é conhecido o Ronaldo – premiado diversas vezes por suas fotos e reportagens de denúncia, como a que fez na Placar ao lado do Sérgio Martins, sob o comando do Juca Kfouri.

Sorte minha.

Sorte dos leitores.

Roberto Salim

Reproduzimos nesta edição, com a autorização de José Trajano, artigo que o repórter esportivo Roberto Salim (ex-Placar, Folha de S.Paulo e ESPN, entre outros) publicou no Ultrajano em 5 de março passado.


Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br.

Adriano Stringhini sucede a Paulo Pereira como vice-presidente da Aberje

Adriano Stringhini

Adriano Cândido Stringhini, diretor de Gestão Corporativa da Sabesp, é desde a semana passada o novo vice-presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, sucedendo a Paulo Pereira, que deixou o cargo em função de sua saída da Bayer, onde era diretor de Comunicação. Adriano foi nomeado pelo próprio Conselho, em reunião realizada em 11 de março. Na Sabesp há quase 13 anos, ele ocupou anteriormente os cargos de superintendente de Comunicação e Jurídico.

Os desafios da comunicação em tempos de coronavírus

Vírus leva a mudança de nome de newsletter

Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia

Luciana Gurgel

Naquela que está sendo tratada pelos jornais britânicos como a maior interrupção das atividades cotidianas em tempos de paz na história do país, organizações buscam alternativas para continuar se comunicando sob as restrições impostas pelo coronavírus. Afinal, não é uma situação passageira. O Governo estima que a crise pode durar até um ano.

Embora a busca por notícias seja intensa, com emissoras de TV batendo recordes de audiência, o jornalismo movimenta-se para atravessar o período de isolamento. Títulos como i, Daily Mirror e The Times anunciaram entrega domiciliar gratuita para não perder os leitores que compram jornal em bancas. Um grupo de livrarias independentes seguiu o modelo e está entregando livros nas residências para quem não pode sair.

O Time Out, especializado em agenda cultural, foi ousado. Na segunda-feira (16/3) mudou o nome para Time In, em sintonia os tempos de diversão dentro de casa. A newsletter traz uma lista dos eventos cancelados em Londres e dicas para passar o tempo entre quatro paredes, como filmes disponíveis para streaming.

Já os títulos gratuitos distribuídos no transporte público temem pelo futuro. Evening Standard, Metro e CityAM perderam leitores porque parte da população das grandes cidades está em casa. As edições digitais atraem visitantes, mas a principal receita vem dos anúncios veiculados nas versões impressas, muitos deles de espetáculos artísticos.

Este é outro setor afetado, com museus, teatros e centros culturais fechados. Algumas instituições, como a Union Chapel, igreja que promove shows beneficentes com grandes nomes, está pedindo ao público que já comprou ingressos para considerar a possibilidade de abrir mão da devolução do dinheiro em prol da causa.

O país está sensível, cheio de iniciativas voluntárias para ajudar idosos ou pessoas solitárias. E todo o cuidado é pouco para não entrar em controvérsia. Richard Branson, fundador da Virgin Atlantic, foi alvo de protestos em redes sociais ao anunciar a decisão de colocar os funcionários em licença não-remunerada. Mais cautelosa, a Nespresso enviou e-mail avisando sobre o fechamento das lojas e ressaltou que os empregados continuarão recebendo salários.

Tecnologia substitui contato pessoal – Ferramentas tecnológicas podem ser aliadas quando multidões de profissionais de todos os setores trabalham em home office e reuniões estão suspensas. A FPA (Foreign Press Association), que promove briefings na sede para os correspondentes baseados em Londres, manteve o lançamento de um livro sobre a BBC programado para terça-feira (17/3), mas fez o evento online, com transmissão pelo YouTube.

O Tortoise Media, prestigiado veículo digital que realiza encontros presenciais chamados ThinkIn para os membros, igualmente não se rendeu ao coronavirus. Fez esta semana o primeiro encontro online, usando o Zoom. É uma inspiração para profissionais de comunicação que precisarem fazer apresentações para a imprensa enquanto houver barreiras para reuniões.

Com funcionários em casa, cresce o uso de recursos como Slack, Microsoft Teams e Zoom, que permitem reuniões e acompanhamento de projetos de forma remota. O uso desses serviços disparou nos últimos dias.

E não apenas para reuniões. Uma empresa funerária criou no Slack uma comunidade reunindo empresas e profissionais do setor para trocar experiências e promover ajuda mútua. Tristemente, este é um segmento beneficiado pela crise. As ações da empresa funerária britânica Dignity estão entre as que mais subiram na Bolsa de Valores de Londres nos últimos dias.

Home office bom para o planeta – E em um país em que o ativismo ambiental é bem organizado, capitaneado principalmente pelo grupo Extinction Rebellion, um efeito colateral do home office compulsório pode acabar sendo o aumento de gente trabalhando em casa e de viagens de negócios substituídas por reuniões online mesmo depois que as restrições caiam.

Um estudo da OCDE publicado pela Bloomberg apontou que em 2018 seis em cada dez europeus nunca tinha trabalhado remotamente. Mas com o coronavirus o hábito será criado. E já começam a sair notícias sobre redução da poluição atmosférica na Itália e na China por causa da redução no uso de transportes.

O coronavirus causa medo e transtorno. Mas ao mesmo tempo tem o potencial de fazer repensar práticas e simplificar processos.

Inscrições para o Maria Moors Cabot vão até esta sexta-feira (20/3)

Encerram-se nesta sexta-feira (20/3) as inscrições para o Maria Moors Cabot, da Columbia School of Journalism, que premia profissionais da imprensa que têm contribuído para promover maior entendimento pan­regional no continente Americano. Os vencedores receberão cinco mil dólares e uma medalha Cabot, em cerimônia realizada no campus da Universidade.

Para se inscrever, é preciso enviar um CV, contendo formação acadêmica, experiência jornalística e serviços públicos com as datas correspondentes; uma declaração que descreve qual é a contribuição do candidato para melhorar as relações entre as Américas por meio de seu trabalho; pelo menos cinco mas não mais que dez (sem autorização prévia) artigos de jornal ou revistas que servem como exemplo do trabalho do candidato; uma a três cartas de recomendação que explicam porque o candidato merece ser premiado. Inscreva-se no site do prêmio.

Manual dá dicas sobre a cobertura do coronavírus

Miraj Chowdhury, da Rede Global de Jornalismo Investigativo (GIJN, em inglês) produziu um manual com dicas e conselhos para uma cobertura ética do Covid-19, o coronavírus, além de informações para manter os jornalistas em segurança. A iniciativa visa a combater a grande quantidade de fake news e boatos, bem como o pânico generalizado proveniente das notícias sobre a doença.

O manual destaca o uso de termos como “medo” ou “morte”, que acabam espalhando o pânico entre os leitores. Recomenda-se a redução desta prática, alertando também sobre o cuidado com fotos sensíveis e manchetes sensacionalistas. É preciso destacar as formas de prevenção e dados estatísticos, que tornam o texto menos aterrorizante.

Outro importante tópico é a segurança dos jornalistas na cobertura da doença. Para obter informações, os profissionais de imprensa devem “ir a campo”, e isso pode submetê-los a uma série de riscos à saúde. Portanto, o manual destaca algumas práticas de prevenção, como o uso de luvas, máscaras e roupas de segurança; evitar o contato com superfícies contaminadas; descontaminar o equipamento utilizado; higienizar as mãos sempre que possível, entre outras.

Em relação aos dados científicos, recomenda-se buscar informações com profissionais e entidades especialistas em saúde, para garantir a obtenção de conteúdo confiável e oficial, evitando boatos, rumores e notícias falsas. Além disso, é preciso checar com fontes oficiais as informações obtidas, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), entre outros.

O texto destaca também a importância da sensibilidade por parte da imprensa ao abordar vítimas, pessoas contaminadas ou parentes e amigos, priorizando a empatia e o bem-estar dos entrevistados, com transparência, e colocando a humanidade antes da reportagem.

Confira o manual na íntegra, traduzido pela Abraji.

Jornais brasileiros adotam medidas sobre o coronavírus

Diversos veículos de comunicação retiraram o paywall de matérias que abordam o Covid-19, o coronavírus. Jornais como a Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, O Povo, Diário do Nordeste, Nexo e a revista Exame, entre outros, adotaram a prática e passarão a manter esse tipo de conteúdo gratuito aos leitores.

Na Exame, a medida é válida para todo o conteúdo do site exame.com, também disponível nas redes sociais da plataforma em Twitter, Facebook, Linkedin, YouTube e Instagram. O Estadão, além de abrir o conteúdo, criou uma editoria específica para temas relativos ao vírus, integrada por profissionais cedidos por outras áreas, além de estabelecer uma escala para trabalho em home office.

O Nexo também passou a enviar diariamente uma newsletter sobre o novo coronavírus, com conteúdos selecionados produzidos pelo jornal que tratam da pandemia, seus impactos na saúde pública, na economia e no cotidiano, além de uma curadoria de materiais publicados por outros veículos de comunicação a respeito do tema.

Em todos, as ações visam a trazer informações relevantes sobre o assunto, incluindo os sintomas e as formas de prevenção, além de reduzir o número de notícias falsas e rumores, que cresceu exponencialmente com a chegada do vírus ao País, e depois que foi considerado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em nota, a Folha declarou que “as redes sociais estão desde o início da crise do coronavírus repletas de informações falsas. O jornalismo profissional é antídoto em tempos de fake news e a Folha busca contribuir para que mais brasileiros tenham acesso a notícias confiáveis”. O Estadão e O Globo criaram editorias específicas para cobrir o assunto.

> A derrubada do paywall já havia sido adotada por jornais internacionais, como o The New York Times nos Estados Unidos e o The Globe and Mail no Canadá.

A ANJ publicou em seu site um extenso levantamento de medidas adotadas por seus associados. O presidente da entidade, Marcelo Rech, disse que, “nos momentos graves, comprova-se ainda mais o valor da informação responsável e precisa. Os jornais já ajudaram o Brasil a enfrentar e superar muitas crises, e o farão de novo neste momento”.

A Abraji traduziu um manual que Miraj Chowdhury, da Rede Global de Jornalismo Investigativo (GIJN, em inglês) produziu com dicas e conselhos para uma cobertura ética do Covid-19, além de informações para manter os jornalistas em segurança.

Grupo Globo recicla editorial e programação

Desde sexta-feira (13/3), e por tempo indeterminado, o jornal O Globo publica noticiário sobre Covid-19 em editoria especial, à frente das demais, no primeiro caderno. Tem também um QR Code para ser acessado e compartilhado gratuitamente, contendo uma cartilha de informações. É possível acessar com o celular um resumo do guia e compartilhar. No site, a informação está aberta. A edição de segunda-feira (16/3) trouxe o guia impresso.

O marketing do jornal cancelou todos os eventos programados: a 49ª cerimônia do Estandarte de Ouro, o prêmio Faz diferença, Fica verão, de música, Veste Rio, de moda, e Sou de Niterói. A abertura do Intercolegial foi adiada.

A TV Globo suspendeu, por pelo menos uma semana, as gravações das novelas. Com isso, o jornalismo se estende. Bom Dia Praça tem mais 30 minutos de duração, e vai até 8h30. Bom Dia Brasil também foi ampliado para duas horas, exibido das 8h30 às 10h30. Á tarde, o Jornal Hoje ocupa mais espaço. No decorrer do dia, o jornalismo traz atualizações do assunto Covid-19 em flashes ao vivo. Com a ampliação da cobertura jornalística na programação, temporariamente o Mais você, de Ana Maria Braga, não será exibido.

Os programas esportivos restringem a participação aos contratados que moram em cada cidade, evitando deslocamentos, tanto de funcionários como de entrevistados.

Emissoras se adaptam

Domingão do Faustão sem plateia. Crédito: Reprodução/TV Globo

Pelo menos por duas semanas, os programas de auditório da Globo serão realizados sem auditório – foi o caso do último Domingão do Faustão (15/3), pela primeira vez sem plateia, após 31 anos no ar. Ao que tudo indica, SBT e RedeTV pretendem reduzir o tamanho das plateias e evitar a presença de idosos nas caravanas. Se a escalada da contaminação persistir, atrações como The Noite A praça é nossa, ambas do SBT, serão gravadas sem público. Band é a única rede que não mantém programas de auditório.

Record TV afasta dois apresentadores

Geraldo Luís e Renato Lombardi, apresentadores do Balanço Geral, foram afastados de suas funções pela emissora, por pertencerem a grupos de risco. Geraldo, de 48 anos, por ser diabético, e Lombardi, 74, pela idade. Geraldo postou nas redes sociais que ambos pretendem trabalhar de casa, na medida do possível, por vídeoconferência. Terão entradas ao vivo por Skype ou celular. E esperam voltar em breve, “balançando” com os telespectadores.

Geraldo faz selfie com Lombardi

A Record informou ainda que alguns programas podem ser cancelados para evitar aglomerações de plateias e equipes de trabalho – estão suspensos os programas de auditório. O programa Hoje em dia, aos domingos, foi suspenso. As gravações das novelas Amor sem igual e Gênesis no Rio estão canceladas. As gravações de Gênesis no Marrocos ficam mantidas, por enquanto. Durante a programação, os telespectadores serão avisados sobre as mudanças.

Lamentavelmente, um editor de imagens do programa Câmera Record foi diagnosticado com coronavírus, como informou Flávio Ricco no UOL. A empresa liberou todos os profissionais que tiveram contato com ele na redação em São Paulo para tomarem as providências cabíveis.

Estreia em situação de crise

q A CNN estreou em 15/3 com sinal aberto na tevê paga para degustação. Anunciou previamente, como grande atração, o debate dos candidatos democratas à Presidência dos Estados Unidos. Teve, porém, que se render ao campeão de audiência, o novo vírus, abrindo espaços generosos na programação inaugural. Sempre de olho na audiência paulista.

Adaptou-se até mesmo para concorrer com a GloboNews, que programou seis longas horas na grade, no início da noite – horário marcado para a estreia da CNN. Com todos os comentaristas do canal, que são muitos e bem conhecidos, fez uma cobertura extensiva e em profundidade. Essa briga vai ser boa.

Operadoras liberam canais por assinatura

No jornal carioca O Dia, além da cobertura do caso, Renan Schuindt fez uma boa chamada da mídia paga para quem precisa ficar em casa: as operadoras de tevê por assinatura liberam o sinal para a população. Essas empresas anunciaram no domingo (15/3) a abertura de canais de diversos gêneros – informação, esportes, cinema e entretenimento – sem custo adicional para seus clientes. A medida estende-se aos serviços de streaming, ampliação da rede 4G e liberação de wi-fi em pontos específicos.

A Claro/NET instalou um comitê de crise para avaliar, de forma contínua, a disponibilidade e capacidade da sua rede e dos serviços. Na banda larga fixa, deve aumentar gradativamente a velocidade para todos os assinantes, além da contratada, sem qualquer custo. A demanda adicional deve vir durante o dia – quando a rede operava abaixo da capacidade, pois as pessoas estavam no trabalho ou na escola. Por tempo indeterminado, a operadora liberou todos os canais do seu catálogo.

No caso da Sky, mais de 70 canais estão com o sinal aberto na tevê e alguns também ao vivo via streaming pelo Sky Play, plataforma de vídeo sob demanda da empresa. A empresa adverte que podem ocorrer problemas eventuais na prestação do serviço, por causa da força de trabalho a ser mobilizada.

Na Oi TV, a liberação da programação está prevista para o próximo dia 28 de março. Entre os mais de dez canais com sinais abertos estão Nickelodeon, Nick Jr, E!, AXN, A&E, H2, Lifetime, Cinemax, Sony, canais Telecine, Comedy Central, VH1 Megahits e Paramount.

Outros pontos de vista

A cobertura abrange maciçamente as medidas para difundir informação e evitar a velocidade da contaminação – o que congestionaria o atendimento de saúde público e privado, já que nenhum país no mundo estava preparado para uma pandemia. Mesmo diante do fato de que, ainda que mais lenta, a ampla contaminação será inevitável, há veículos que escolhem um nicho para se expressar, com destaque para os independentes.

Pedro Doria, no canal Meio, dá conta do que de mais importante se faz no mundo, em termos de ciência e tecnologia, para combater o vírus: tratamentos, possíveis vacinas, pesquisa de todo tipo. A newsletter de sábado, em geral exclusiva para assinantes pagos, circulou aberta, e vale ver o ítem Em busca do tratamento.

O Portal Radar, sobre feiras e eventos, traz o artigo Fatores a serem considerados antes levar seu evento para o virtual, o que pode ajudar a quem se submeteu aos cancelamentos.

Agostinho Vieira, no projeto Colabora, expressa em artigo a responsabilidade com os mais vulneráveis, diante da aglomeração existente nas favelas de Rio e São Paulo. Em tempos de cada um por si, onde se esconde a preocupação social?

E A.C. Yazbek editor do portal Giro News, sobre comércio, no varejo e atacado, com destaque para supermercados e alimentos, vem com o artigo Pânico também é epidemia.

Em Brasília

O Correio Braziliense lançou em 14/3 um guia de dicas e informações para que a população tire dúvidas e saiba o que fazer em tempo de pandemia de coronavírus. O material traz uma lista de tópicos explicativos a partir de informações divulgadas por órgãos como OMS, Organização Panamericana de Saúde (Opas), Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do DF. O CB disponibiliza também o Holofote, núcleo de checagem de fatos com apurações diárias.

O Poder360 preparou um infográfico reunindo as principais medidas de prevenção contra o vírus. O material pode ser impresso nos formatos A3 (como um pôster) ou A4, em impressoras normais. O pdf, de 4,5 Mb, pode ser baixado aqui.

Por meio do M(Dados), o Portal Metrópoles elaborou um gráfico interativo que acompanha a evolução do coronavírus nos 20 países mais afetados de cada dia, com exceção da China.

Para tentar preservar a saúde dos profissionais, na sucursal do Estadão em Brasília, por enquanto, apenas os chefes vão continuar trabalhando na redação. Setoristas de Congresso, Planalto e Alvorada vão se revezar nos locais, enquanto outros trabalham em home office. Os demais vão trabalhar de casa. O jornal também distribuiu kits com máscara e álcool gel para os profissionais, mesmo aqueles que estão no esquema de home office.

No Rio Grande do Sul

O Grupo RBS mobilizou 130 de seus jornalistas para levar a telespectadores, ouvintes, leitores e usuários informações, certificada com especialistas, sobre a pandemia de coronavírus. O foco principal da empresa, que criou novos serviços – como boletins, atualizações por WhatsApp, consultoria e canais à disposição da população –, é esclarecer dúvidas da população. Veja detalhes.

No Amazonas

A equipe de Comunicação e Jornalismo da Assembleia Legislativa preparou uma série de posts para mídias sociais visando a explicar sobre o Covid-19, além de produzir material informativo.

Os repórteres do jornal A Crítica estão fazendo matérias especiais diárias relacionadas a transporte público, trabalho, dia a dia etc., visando a informar os leitores de forma didática sobre a pandemia. Porém, a redação do jornal pode paralisar os trabalhos esta semana, por causa de atraso nos pagamentos quinzenais.

No Pará

O Grupo Liberal lançou esta semana um guia de prevenção sobre o Covid-19, que pode ser baixado no portal. Ele também está disponível nas matérias relacionadas ao coronavirus, por meio de um código QR. O portal também tem uma seção que concentra todas as matérias relacionadas ao coronavírus no Pará, no Brasil e no mundo. A cobertura é tanto para atualização dos números quanto para medidas de prevenção. Internamente, promove uma intensa campanha para atenção e cuidados, com cartazes espalhados por todo o Grupo.

Outro que abriu espaço específico para o coronavírus no site foi o Grupo RBA, afiliado da Band, com especialistas para esclarecer tudo e evitar as fake news. Nele, o leitor encontra séries especiais e informações sobre prevenção, consequências e reflexos da pandemia.

Internamente a empresa está orientando os jornalistas sobre o contato com o público nas ruas, evitar aproximações desnecessárias com o entrevistado, além de cuidados pessoais na redação.

TV Brasil estreia nova programação

Por Kátia Morais, editora de J&Cia em Brasília

Os programas da TV Brasil ganharam novos horários, cenários e identidades visuais desde a última segunda-feira (16/3). Destaque para a estreia de atrações e séries documentais e de ficção renomadas, como o premiado drama policial britânico Sherlock (segunda a sexta , às 21h30) e a trama nacional O vigilante rodoviário (terça, às 23h30, e domingo, às 22h30). Para este ano, o canal investiu em produção interna, aquisição de novos conteúdos e em obras independentes. Entre os novos programas estão: Acervo Musical, Atos, Brasil sobre Duas Rodas, Cai no Vestibular, Ciência é Tudo, Curta Temporada, Meu Pedaço do Brasil e Vida + Leve.

Atrações diárias apresentam novos formatos, como o Sem Censura, apresentado por Vera Barroso Bruno Barros, que passa a ser exibido às 14h, de segunda a sexta-feira, com a participação de um time de jornalistas de RJ, Brasília e SP para comentar as pautas e assuntos do dia. Em novo horário, o Repórter Brasil abre a faixa voltada ao público adulto, ao vivo, às 19h, com os âncoras Katiuscia Neri e Paulo Leite, em Brasília. Às 19h30, também ao vivo, é a vez do esportivo Stadium, com Paulo Garritano e Marília Arrigoni, no Rio. Já o Cenário Econômico, apresentado direto da B3, em SP, vai ao ar às 22h30.

Vera Barroso e Bruno Barros, do Sem Censura

Entre as produções jornalísticas semanais, destaque para Caminhos da Reportagem, que agora tem exibição inédita aos domingos, às 20h, com reprise as quintas. Durante a semana, em horário nobre, às 23h, a faixa começa na segunda-feira com o Brasil em Pauta. Às terças, o veterano Moisés Rabinovici conduz o programa Um Olhar sobre o Mundo. Já às quartas, Katiuscia faz entrevistas no Impressões. O Fique Ligado ganha novo formato, semanal, com uma hora de duração, às sextas, com Vanessa Léda e Morillo Carvalho, de Brasília; Annie Zanetti, de SP; e Bruno Barros, do RJ. A programação infantil amplia para mais de dez horas a duração.

Outra novidade da EBC é a oferta de mais conteúdo on demand nas plataformas digitais e por meio do aplicativo EBC Play. Além das produções da casa, boa parte dos novos conteúdos também passa a ter uma janela para que os episódios possam ser acompanhados por tempo limitado. O aplicativo está disponível para as plataformas Android, iOS e no site. O EBC Play pode ser baixado gratuitamente.

45 anos depois, MPF denuncia seis pessoas por assassinar e forjar o suicídio de Vladimir Herzog

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou na manhã desta terça-feira (17/3) seis pessoas pelo assassinato e por terem forjado o suicídio do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, no DOI-Codi de São Paulo, um dos maiores centros de tortura e violação dos direitos humanos da ditadura militar.

Foram denunciados por homicídio e fraude processual o comandante do DOI-Codi da época, Audir Santos Maciel, e o chefe dele, José Barros Paes; também por fraude processual, o carcereiro Altair Casadei; por falsidade ideológica e falso testemunho, os médicos legistas Harry Shibata – chefe do IML de São Paulo – e Arildo de Toledo Viana; e por prevaricação e por não ter denunciado os envolvidos, Durval Ayrton de Moura Araújo, procurador militar do caso Herzog. Todos os denunciados têm entre 78 e 100 anos.

Vale lembrar que a denúncia só pôde ser feita porque o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 2018, por causa do caso Herzog, considerado pela entidade como um crime contra a humanidade. Com isso, a Lei da Anistia não pode ser aplicada como razão para o Estado deixar de investigá-lo.

Com informações do UOL.

Luiz Megale volta à BandNews FM

Luiz Megale

Luiz Megale voltou em 16/3 para a BandNews FM, no comando do Jornal da BandNews FM. Ele deixou o Primeiro Jornal (agora apresentado por João Paulo Vergueiro) para substituir a Eduardo Barão, que será correspondente internacional da rádio.

Formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Megale iniciou a carreira em 2000, ainda como estagiário, na Jovem Pan, onde virou repórter e especializou-se em coberturas internacionais. Em 2005, chegou ao Grupo Bandeirantes, atuando em programas na rádio e na TV. Foi correspondente internacional da Band em Nova York por dois anos. Desde 2018, apresentava o programa 90 minutos, em substituição a José Luiz Datena.

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