Foi um show online, em que não faltaram surpresas e emoções. Profissionais e veículos foram homenageados, recebendo o reconhecimento do mercado pelo brilhantismo do trabalho nas redações. E aqui você pode conferir o trailer da premiação.
Em um ano desafiador, os premiados tiveram seus trabalhos reconhecidos e valorizados no evento, e nós, de J&Cia/Portal dos Jornalistas, ficamos orgulhosos pelos frutos que a cerimônia nos trouxe.
Luiz Felipe Pondé e Thaís Oyama (Crédito: Divulgação/TV Cultura)
O programa Linhas Cruzadas estreia na TV Cultura em 28/1, às 22 horas. A atração, que irá ao ar às quintas-feiras, é apresentada por Thaís Oyama e pelo filósofo Luiz Felipe Pondé.
O jornalístico trará análises aprofundadas de fatos do noticiário recente. As primeiras edições falarão sobre a ameaça à democracia, marketing digital e censura. O programa será exibido também nos site, YouTube, Facebook e Twitter da TV Cultura.
O tempo esquentou entre Google e Austrália. Melanie Silva, diretora da empresa no país, afirmou que a lei proposta pelo Governo australiano, que faria a empresa pagar por links às empresas jornalísticas, quebraria o modelo de negócios do Google. O primeiro-ministro Scott Morrison rebateu dizendo que a Austrália não se dobra a ameaças e que quem manda no país são os australianos.
Para The Drum, principal website de marketing da Europa, com esse pronunciamento o Google declarou guerra à Austrália. Leia em MediaTalks o que é o projeto que pode até se tornar uma crise diplomática, e também a proposta de uma rede social estatal, feita pelo think tank Australian Institute, o chamado Tech-xit.
A Fundação Gabriel Garcia Márquez anunciou na noite dessa quinta-feira (21/1), em cerimônia virtual, os vencedores do Prêmio Gabo 2020. Dentre os trabalhos reconhecidos nas quatro categorias, destaque para o projeto Radar Aos Fatos, único premiado brasileiro desta edição ao receber o reconhecimento principal na categoria Inovação.
Sob o comando da diretora executiva Tai Nalon, integraram a equipe do projeto do Aos Fatos Carol Cavaleiro, Bárbara Libório, Bruno Fávero, Milena Magabeira, Luiza Barros, Thamyres Dias, João Barbosa, Marina Gama Cubas e Rômulo Collopy, além da agência de inteligência digital Parafernália Interativa.
Tai Nalon: “Em um país em convulsão, a desinformação afeta vidas”
O Radar Aos Fatos é uma ferramenta de monitoramento em tempo real do ecossistema de desinformação brasileiro. A partir de padrões linguísticos e inteligência artificial, o algoritmo capta tendências desinformativas na internet a partir de conteúdos de baixa qualidade. “Em um país em convulsão, a desinformação afeta vidas”, destacou Tai Nalon. “Por isso, quero humildemente dedicar este prêmio aos mais de 200 mil mortos no Brasil devido à pandemia”.
Desde que foi ao ar pela primeira vez, em março de 2020, o núcleo editorial do Radar publicou 39 reportagens que mapeiam os principais meios pelos quais campanhas de desinformação são distribuídas. Em abril, por exemplo, o serviço concluiu que o deputado Osmar Terra (MDB-RS), então cotado para o Ministério da Saúde, era o parlamentar que mais havia disseminado desinformação sobre a pandemia no Twitter.
“O Radar é um mecanismo vivo, que mapeia, toda semana, dados que mudam conforme o momento político”, complementa Natalia Viana, diretora da Agência Pública e uma das juradas do Prêmio Gabo. “É a primeira ferramenta que vejo no jornalismo que busca monitorar diferentes plataformas. É algo que exige coragem e põe em xeque os limites do jornalismo. Radar Aos Fatos ataca um problema que não poderia ser atingido de outra maneira”.
O juiz Luiz Gustavo Esteves, da 11ª Vara Cível de São Paulo, condenou o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) a pagar uma indenização de R$ 30 mil por danos morais à repórter da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello. Determinou também o pagamento de custas processuais e honorários advocatícios no valor de 15% da condenação. Cabe recurso da decisão.
Em maio do ano passado, Eduardo Bolsonaro afirmou em live que Patrícia “tentava seduzir” fontes para obter informações que fossem prejudiciais ao presidente Jair Bolsonaro. A transmissão foi ao ar no canal do YouTube Terça Livre TV. Após o ataque, a repórter da Folha acionou a Justiça.
O deputado referia-se a Hans River, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa, que mentiu e insultou Patrícia em uma sessão da CPMI das Fake News, no Congresso, em fevereiro do ano passado. Ele foi uma das fontes de uma reportagem de Patrícia que revelou uso fraudulento de nomes e CPFs para disparar mensagens em benefício de políticos.
Na sentença, Esteves afirmou que Eduardo Bolsonaro, “ocupando cargo tal importante no cenário nacional – sendo o deputado mais votado na história do País, conforme declarado na contestação – e sendo filho do atual presidente da República, por óbvio, deve ter maior cautela nas suas manifestações, o que se espera de todos aqueles com algum senso de responsabilidade para com a nação”.
Na despedida, Trump disse que vai voltar. Mas pairam dúvidas sobre o futuro da marca Trump nos negócios e na política. Em um briefing da FPA (Foreign Press Association), em Londres, na segunda-feira (18/1), a especialista em marketing americana Allyson Stewart-Allen foi categórica: “Trump é hoje uma marca radioativa”.
Consultora de instituições e empresas, ela disse não ver há muito um movimento como o atual, com corporações distanciando-se do ex-presidente e da política. JPMorgan e Goldman Sachs estão entre os que planejam suspender doações a partidos depois dos conflitos no Capitólio.
Em um memo interno, a chefe de assuntos governamentais do Citi assegurou que o banco não apoia candidatos que desrespeitam leis. Marriott e Blue Cross cancelaram suporte a senadores que votaram contra a certificação de Joe Biden.
No entanto, Stewart-Allen não bateu o martelo sobre o fim da marca Trump. Lembrou que ele foi votado por 74 milhões de pessoas, que ainda o amam e podem querer sua filha Ivanka na Casa Branca.
A consultora comentou sobre um possível rebranding da família, com Jared e Ivanka adotando a marca Kushner para se afastarem de um Trump enrascado legal e financeiramente.
Sua aposta é que se Joe Biden e Kamala Harris continuarem em harmonia, reelegem-se com facilidade, complicando a recuperação da marca Trump. E acredita em mais desgaste à medida que livros desfavoráveis à sua administração comecem a sair.
Os podres podem afetar a própria Ivanka. O Washington Post revelou semana passada que os contribuintes pagam US$ 3 mil de aluguel ao mês desde 2017 em um imóvel usado como banheiro para os seguranças da primeira-filha porque eles foram proibidos de usar um dos 12 existentes na casa onde ela vive. A contar com o desconforto que Trump pode ter causado à burocracia estatal, mais histórias sórdidas devem brotar dos porões da Casa Branca.
Stewart-Allen acredita que Joe Biden tem condições reverter com ações concretas a fama dos Estados Unidos de país pouco amigável. Coisa que ele começou a fazer no dia da posse, com medidas simpáticas a imigrantes e à comunidade muçulmana.
Trump tuitou mais de uma vez por dia contra a imprensa
A marca Trump pode até ser resgatada entre o público, mas entre jornalistas − exceto os que fazem parte de seu séquito de admiradores − vai ser difícil. Um levantamento do projeto US Press Freedom Tracker mostrou que de junho de 2015 (quando se lançou candidato) até ser enxotado do Twitter, o ex-presidente tuitou 2.520 vezes contra a imprensa. A incrível média de mais de um ataque por dia.
O projeto catalogou as manifestações e construiu um quadro da marcha incansável para minar a confiança do público no jornalismo, com o uso frequente de expressões como lamestream media e inimigos do povo.
Mídias sociais manipuladas por agentes estatais, inclusive no Brasil
Mas nem todos acham que a remoção de Trump do Twitter é o fim da história. Para Hanna Bailey, pesquisadora do Internet Institute da Universidade de Oxford, a expulsão dele ofusca o problema real: a manipulação das redes sociais comandada por governos.
O instituto fez um estudo em 80 países e chegou a um diagnóstico assustador, mostrando que a desinformação com patrocínio estatal profissionalizou-se e agora é produzida em escala industrial, com governos e partidos políticos investindo fortunas em tropas cibernéticas privadas.
O Brasil é apontado como país de média capacidade de organização, com tropas atuando ao longo de todo o ano para influenciar o debate político, incluindo membros do governo, partidos, firmas contratadas e influenciadores voluntários. O OII afirma que quatro das cinco estratégias principais de manipulação são utilizadas no País.
Trump foi-se, mas não os problemas que ele passou a simbolizar.
Desde 18/1 (segunda-feira), o Grupo RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), que edita o jornal Correio Popular, de Campinas/SP, está sob nova direção. Assumiu o comando o empresário Ítalo Hamilton Barioni, do Grupo Contém, tido como um especialista em recuperação de empresas.
A mudança foi aprovada em reunião do Conselho de Administração do Grupo realizada no final de dezembro e convocada para aprovar o “arrendamento de títulos” da empresa. Comandado nas últimas décadas pela família Godoy, o Grupo RAC enfrenta sérias dificuldades financeiras há anos.
O Diário do Povo, adquirido do falecido ex-governador Orestes Quércia em 1996, deixou de circular no final de 2012. Mesmo destino teve o tabloide Notícias Já, lançado com sucesso, mas que teve sua vida abreviada pela crise. O próprio Correio Popular, que sempre foi o carro-chefe do Grupo, não circulava mais às segundas-feiras.
Com a mudança, Sylvino de Godoy Neto, que era presidente do Grupo, permanece apenas como presidente do Conselho Editorial. Ele estava licenciado da Presidência da RAC desde que teve o nome envolvido em investigação do Ministério Público sobre um escândalo no Hospital Municipal Ouro Verde, na qual chegou a ter a prisão decretada.
Mergulhado em dívidas – principalmente trabalhistas –, o Correio enfrentou seguidas greves de jornalistas por atraso no pagamento dos salários. Ultimamente, os profissionais da reduzida redação só recebiam parte do salário, parcela que não atingia R$ 1 mil.
A demissão de toda a redação chegou a ser anunciada, mas não se concretizou porque os jornalistas haviam entrado em greve um dia antes.
Com a mudança no comando, assimiu a direção editorial Luiz Roberto Saviany Rei, ex-sucursal Campinas da Folha de S. Paulo e que trabalhou no Correio nos anos 1990. O novo editor-chefe é Marcel Cheida, ex-Câmara Municipal de Campinas e também com passagem no jornal, e Tássia Vinhas foi anunciada como chefe de Reportagem.
A equipe da redação é integrada ainda por Angelo Barioni, irmão do novo presidente executivo do Grupo, Suzamara Santos, Jary Mércio, Manuel Alves Filho, Maria do Carmo Pagani, Huguette Gallo Mantellato, Kátia Fonseca e Eric Iamarino, entre outros, todos com passagens anteriores pelo próprio Correio, único jornal impresso ainda em circulação em Campinas, com 94 anos de história. O colunista social Almir Reis foi o único da equipe a permanecer. Todos os integrantes da nova redação foram contratados como Pessoa Jurídica.
Em comunicado publicado na primeira página da edição do dia 19, Ítalo Barioni afirmou que “nosso compromisso de ética e de defesa dos interesses públicos se sobrepõe a tudo. Nessa travessia penosa, planejamos chegar aos 100 anos com organização multimídia, forte em todas as plataformas, com muito vigor”.
O rádio, por incrível que pareça, é uma invenção brasileira, e não do italiano Guglielmo Marconi. Na verdade, a primeira pessoa a transmitir a voz humana por rádio foi o padre-cientista brasileiro Roberto Landell de Moura, que nasceu 160 anos atrás. Ele foi um dos maiores cientistas da História do Brasil, mas poucos o conhecem e reconhecem, porque sua imensa obra científica continua quase invisível para a maior parte de nossa população.
Landell de Moura nasceu em 21 de janeiro de 1861, em Porto Alegre. Foi a primeira pessoa no mundo a transmitir a voz humana por ondas de rádio, sem fio. E o fez publicamente em pelo menos duas ocasiões que foram documentadas pela imprensa: uma em 1899 e outra em 1900, antecedendo experiências que viriam a ser feitas por outros cientistas. Já Guglielmo Marconi, que já tinha inventado o telégrafo sem fio em 1895, também transmitiu a voz humana por meio de ondas de rádio, mas apenas em 1914. Mesmo assim, ele ficou com a fama de inventor do rádio.
Landell lutou bravamente, enquanto pode, para viabilizar a industrialização do rádio no País, ao mesmo tempo em que projetava, de forma inédita, a televisão e o telex. Porém, na época, o Brasil era arcaico e agrário, e o cientista não teve sucesso. Patenteou seus inventos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde morou por alguns anos para tentar o que aqui não conseguiu, mas falhou em comercializar os seus inventos. Foi ignorado pelas autoridades, ridicularizado por fiéis, que chegaram a invadir e destruir seus experimentos, sob a alegação de que ele tinha parte com o demônio, e acabou morrendo em 1928 no ostracismo.
A saga de Landell de Moura é contada em detalhes pelo jornalista, pesquisador e biógrafo Hamilton Almeida, que escreveu, entre outras obras sobre o padre-cientista, Landell de Moura – Um herói sem glória (O brasileiro que inventou o rádio, a TV e o teletipo).
Os contatos com ele podem ser feitos pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp 11-972-365-560.
Se o levantamento dos +Premiados Veículos do Ano, divulgado na última semana, trouxe um líder inédito, com a primeira posição alcançada pelo portal Metrópoles, a pesquisa dos +Premiados Veículos da História chega com poucas mudanças de posições entre os primeiros colocados nacionais.
O pódio é o mesmo de 2019, com a Rede Globo na liderança, seguida por Folha de S.Paulo e pelo jornal O Globo. A emissora de tevê chegou à marca de 18.595 pontos a partir de 476 prêmios conquistados ao longo da sua história. O jornal paulista somou 13.115 pontos, por 277 prêmios, enquanto a publicação carioca registrou 12.520 pontos, em 255 prêmios de jornalismo.
Posições também inalteradas do quarto ao sétimo lugares, ocupados respectivamente por Zero Hora, Estadão, Correio Braziliense e Rádio Gaúcha. Na oitava colocação o pernambucano Jornal do Commercio ultrapassou o Jornal do Brasil, agora nono colocado, enquanto a Record TV entrou nos TOP 10 ao superar o jornal O Dia.
Confira a relação completa dos +Premiados Veículos da História:
Rubens Paiva (Crédito: Folha de S.Paulo/Reprodução)
O Núcleo de Preservação da Memória Política, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e a Comissão Arns de Direitos Humanos, realiza nesta quarta-feira (20/1), às 19h, um ato virtual em homenagem ao engenheiro e deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, um dos símbolos mais emblemáticos das arbitrariedades e violações contra os Direitos Humanos perpetrados pela ditadura militar. A data marca os 50 anos do assassinato do homenageado.
O evento, mediado por Oswaldo de Oliveira Santos Jr., diretor do Núcleo Memória, terá a presença de Felipe Alencastro, membro da Comissão Arns de DH; Belisario dos Santos Junior, membro da Comissão Arns de DH e do Conselho do Núcleo Memória; Adriano Diogo, ex-presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva; Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog; José Luiz Baeta, do Comitê Popular Verdade, Memória e Justiça (Santos/SP); Wladimir Sachetta, historiador e jornalista; Vera Paiva, filha de Rubens Paiva; e Francisco Paiva, neto de Rubens Paiva.