Ex-Fluir, Folha de S.Paulo, IstoÉ e Diário de S.Paulo, entre outros veículos, Guilherme Gomes Pinto acaba de deixar o posto de editor e gerente de produto do esportivo Lance, onde esteve por mais de 20 anos, em duas passagens, e assumiu como editor-chefe do Cruzeiro do Sul, de Sorocaba. Propriedade da Fundação Ubaldino do Amaral, o grupo tem o jornal, com 117 anos de existência, além de site, redes sociais e uma rádio. É o veículo mais tradicional de Sorocaba e região.
“São vários objetivos: fazer a definitiva integração entre online e papel, promover projetos de conteúdo com o Comercial, rejuvenescer o jornal, otimizar conteúdos das várias plataformas etc. Há um potencial enorme de crescimento, sobretudo no digital”, diz Guilherme
Para substituí-lo, o Lance já acertou o retorno de Valdomiro Neto, que volta a atuar como editor na casa.
O anúncio de uma lei para regulamentar serviços que permitem postagem de conteúdo por usuários (feito na terça-feira, 15/12) é um passo concreto para obrigá-las a remover conteúdo ofensivo de suas plataformas. A Online Harm Bill entra em vigor em 2021 e inclui medidas duras, como multas de até 10% do faturamento global ou £18 milhões (o que for mais alto) para as empresas que não seguirem as regras.
Em um lance perfeito para assegurar apoio popular à lei, o Governo elegeu como alvo principal as crianças. Todo o plano é baseado na intenção de impedir que sejam expostas a informações associadas a suicídio, automutilação, pornografia, abuso sexual, discurso de ódio e terrorismo. O caso das adolescentes britânicas que fugiram do país rumo à Síria para se casarem com terroristas − as Isis Brides − é um exemplo de aliciamento de jovens pelo terror.
A lei dará ao Governo até o poder de bloquear o acesso de serviços no país, embora não esteja claro o mecanismo tecnológico para isso. As empresas foram divididas em duas categorias, com graus de responsabilidade diferentes. Os da categoria 1, onde estarão Facebook, Instagram, Twitter e TikTok, são mais elevados.
Redes sociais, aplicativos de namoro, buscadores, plataformas de compartilhamento de vídeo, serviços de mensagem públicos e privados e até jogos interativos serão regulados. E-mails ficaram de fora. Sob o argumento de proteção à liberdade de expressão, as regras não se estendem às seções de artigos e comentários em sites jornalísticos.
Uma vitória para o Daily Telegraph
Apesar de anunciado quando as fake news assustam ainda mais pelo impacto sobre o controle do coronavírus, o plano não é novo. Ele ganhou impulso sobretudo depois de a adolescente Molly Russel ter tirado a própria vida após ver conteúdo sobre suicídio nas redes, em 2017.
O pai da jovem virou um ativista da causa. O Daily Telegraph empreendeu uma campanha para pressionar o governo a impedir a exposição de crianças a informações nocivas. Em abril de 2019 foi publicada uma consulta pública que deu origem ao projeto de lei, a ser validado no Parlamento.
O jornal comemorou a vitória, exemplo do chamado jornalismo de campanha, comum no Reino Unido. E foi agraciado por Oliver Dowden, secretário de Mídia, com um simpático artigo assinado no dia do anúncio. ”Elogio o The Telegraph por ser um dos primeiros defensores da necessidade de novas leis”, escreveu o secretário.
Criminalização de gestores não foi contemplada
Como seria de se esperar em uma iniciativa que envolve tantos interesses, as críticas começaram logo que a lei foi anunciada. Ativistas questionaram a ausência da responsabilização criminal dos gestores das plataformas. Isso não parece ser sinal, no entanto, de bondade do governo para com as gigantes de tecnologia.
Há duas semanas, como mostramos no MediaTalks, o Reino Unido havia anunciado a criação da Unidade de Mercados Digitais (DMU), um órgão regulador dentro da poderosa CMA, a agência de controle de competição do país, dedicado a reequilibrar a relação comercial entre plataformas e empresas jornalísticas para garantir a sustentabilidade do setor.
Parece um plano bem orquestrado. Enquanto a DMU delibera sobre questões comerciais, as ações ligadas ao conteúdo determinadas pela nova lei ficam nas mãos do Ofcom, órgão regulador das telecomunicações e emissoras de TV e rádio, que já detém experiência no tema. E exibe no currículo um histórico recente de sanções a emissoras que veicularam entrevistas com teóricos da conspiração na crise do coronavírus.
O movimento britânico tem o potencial de encurtar o caminho para outros países, que poderão aproveitar o modelo depois de já testado na prática.
Leia em MediaTalks: detalhes da lei, cujo objetivo é defender as crianças do que elas acessam online, sobretudo envolvendo violência, suicídio, pornografia, abuso sexual, terrorismo e bullying.
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A ONU News em português está com uma nova conta oficial no Twitter, @ONUNews, após três anos longe da rede social. O objetivo é aumentar a interação digital com usuários de língua portuguesa de todas as faixas etárias, profissionais da mídia e de educação, comunidade diplomática, influenciadores e todos os interessados em notícias, reportagens e análises sobre o trabalho da ONU.
Durante a pandemia, a entidade percebeu um aumento na busca por informações confiáveis sobre a Covid-19, e a audiência em países de língua portuguesa aumentou significativamente. Além do português, a ONU News opera em mais oito línguas diariamente: árabe, chinês ou mandarim, espanhol, francês, hindi, inglês, russo e suaíle.
Em um segmento como o automotivo, em que a paixão pelo automobilismo é tão forte e presente, Hélio Luiz de Oliveira destacou-se por uma peculiaridade. Seus modelos favoritos não chamavam a atenção pela velocidade, mas sim pela capacidade de transportar com conforto e segurança o maior número de pessoas possível.
Tido como “o primeiro busólogo do Brasil”, ele chegou ao mercado como projetista na Thamco. Por lá, atuou na elaboração do célebre ODA, ônibus de dois andares criado em meados da década de 1980, a pedido do então prefeito paulistano Jânio Quadros.
Em 1978, em conjunto com um grupo de amigos, fundou o Clube do Design do Ônibus, um dos primeiros clubes de admiradores de ônibus do Brasil, que chegou a cadastrar 276 fabricantes de ônibus em todo o mundo.
No jornalismo, destacou-se como editor da revista especializada In Bus, uma das mais tradicionais do segmento. Por causa de sua paixão, era constantemente convidado para falar sobre o assunto em entrevistas. Em uma das mais recentes, e célebres, foi um dos personagens do programa Como Será?, da TV Globo. Na atração, ele participou ao lado do garoto João Victor, que, cego, tem nos ônibus sua motivação.
Hélio estava internado desde 6/12 na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, com um tumor na coluna. Ao fazer uma sessão de hemodiálise teve parada cardíaca e não resistiu. (Com informações do Diário do Transporte)
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro
O prédio da Fox no Rio
Os canais Fox Sports encerraram as atividades na sede do Rio de Janeiro. O comando passa agora ao prédio da ESPN, no bairro do Sumaré, em São Paulo. O belo prédio Fox, na Barra da Tijuca, no Rio, inaugurado em julho de 2016 para a cobertura dos Jogos Olímpicos, deve ser desocupado. A Disney, que assumiu a empresa, informou que ali continuam os setores de produção e operação, e que ainda não há uma definição sobre o imóvel.
Como lembrou Flávio Ricco, no R7,em maio do ano passado o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou a aquisição – não se trata de uma fusão – da 21st Century Fox pela The Walt Disney Company, dona da ESPN, desde que fosse mantida a operação até 2022. Já ocorreram 34 demissões na Fox, entre comentaristas, narradores, apresentadores e repórteres. Houve três casos de contratos com validade até 2022 e que não foram cumpridos, como os de Leandro Quesada, Éder Reis e Marco de Vargas, com grande repercussão no meio.
O Fox Sports tinha cinco diretores. Eduardo Zebini, vice-presidente, saiu em março deste ano para assumir a diretoria de mídia da CBF. Marcio Moron, o segundo na hierarquia, saiu em 3/12, e ainda Paula Young, diretora artística, e o diretor de Engenharia, todos por decisão da Disney. Mario Quaranta, diretor de Produção, sairia no fim deste mês − assim como a maioria, cujos contratos vencem em 31/12 −, mas deixou a empresa no último dia 7.
Em 3/12, foi a vez de oito repórteres: André Cavalcante, Fernando Caetano, Diego Bertozzi, Bruna Carvalho, Álvaro Loureiro, Flávio Winicki, Flávio Amendola e Gudryan Neufert. Mais o apresentador Jackson Pinheiro e o narrador Rodrigo Cascino.
Segunda-feira passada (7/12), oito comunicaram suas saídas: o diretor Quaranta, os apresentadores José Ilan e Lívia Nepomuceno, os comentaristas Fábio Azevedo, Luís Carlos Quartarollo e Flávio Gomes.O apresentador Benjamin Back foi o único que recebeu proposta para permanecer, mas recusou e já assinou com o SBT. A narradora Renata Silveira pediu para sair e assinou com a Globo.
Na terça-feira (8/12), foram avisados que não teriam seus contratos renovados a apresentadora Vanessa Riche, os narradores Silva Junior e Eduardo Savoia, e os comentaristas Jorge Luiz Rodrigues e Paulo Lima. Aos poucos, todos os programas foram saindo do ar.
No Brasil, a Disney alega que a Fox Sports teve prejuízo financeiro nos últimos anos, e por isso optou por fechar a empresa. Mas o argumento é questionado no mercado. O canal está no azul e, há dois meses, a diretoria parabenizou os funcionários pelos bons resultados. O objetivo da Disney seria reforçar seus canais ESPN com os direitos esportivos que Fox detém. Por exemplo, da Copa Libertadores até 2024, que mantém as melhores audiências do ano na TV fechada. Também a Liga Europa da Uefa – segunda competição de clubes mais importante da Europa, e só perde para a Liga dos Campeões, que é da Turner Esporte Interativo – tem rodadas às quintas-feiras, com quatro jogos em dois canais Fox.
Mais do que tudo, a decisão obedece aos negócios internacionais, materializados nos interesses da Disney nos estúdios da Fox nos Estados Unidos, para produções do serviço de streaming Disney+, com a extinção da marca Fox.
Começaram as demissões desta temporada na Editora Globo. Os nomes mais sonoros são os de Ramona Ordoñez, da Economia – considerada uma das pessoas, não necessariamente jornalistas, que mais entendem de petróleo e gás no Brasil –, há 30 anos na casa, e Jason Vogel. Após a extinção do caderno Carrodo jornal, que passou a ter apenas uma capa para os classificados, Vogel foi alocado na Economia, por conhecer demais a indústria automobilística. Mas o setor também o conhecia demais, e continuou a passar-lhe pautas exclusivas sobre lançamentos e a convidá-lo para exposições internacionais.
Deixam a empresa, informados por chamada de vídeo: Gustavo Goulart e Célia Costa, e também Maria Elisa, da editoria Rio; Cristina Azevedo, de Mundo, Fátima Sá e Helena Aragão, do Segundo Caderno; Bruno Calixto e Sérgio Luz, do suplemento Rio Show. Do Extra, Luciano Garrido, que atendia também a Rio do Globo, e Celso Oliveira, do fechamento. Da área administrativa, Felipe Gomes, do CCR, e a secretária Lucieni Varella.
Da sucursal de São Paulo, saem o editor Flávio Freire e a repórter Sílvia Amorim. De Brasília – onde O Globo não circula na forma impressa desde junho – foram Eduardo Campos, da Economia, e o fotógrafo Jorge William.
O suplemento Boa Chance, sobre empregos, foi extinto. O caderno Morar Bem, sobre imóveis, passa a ser feito por frilas. Como uma onda anunciada, há cerca de um ano (19/11/2019), houve 30 demissões nos jornais do grupo.
O Grupo Bandeirantes cancelou o programa Melhor Agora, apresentado por Mariana Godoy, depois de menos de três meses no ar. Toda a equipe de produção e edição foi demitida. A informação é de Daniel Castro (Notícias da TV).
A Band contratou Mariana em junho para comandar um programa matinal, mas não ficou satisfeita com os pilotos apresentados. Após uma mudança de planos, a ideia era criar um talk show semanal noturno para Mariana, o que foi feito às pressas, o Melhor Agora. O programa foi ao ar no final de setembro.
A assessoria de comunicação da Bandeirantes emitiu o seguinte comunicado oficial: “Em relação às recentes notícias veiculadas na imprensa, a Band reitera que Mariana Godoy está se recuperando das sequelas da Covid-19, conforme ela explicou em suas redes sociais. A emissora está dando todo o apoio e Mariana terá um novo projeto na Band assim que sua saúde estiver restabelecida”.
Morreu nessa segunda-feira (15/12) o ex-comentarista esportivo Orlando Duarte, aos 88 anos, vítima de complicações da Covid-19. Ele contraiu a doença há três semanas e estava hospitalizado desde então. Orlando sofria também com o Mal de Alzheimer desde 2018.
Ao longo da carreira, cobriu dez edições da Copa do Mundo, com passagens pelas rádios Jovem Pan e Bandeirantes. Na TV, trabalhou em Globo, SBT, Band e Cultura; nesta última, chegou a ser diretor.
A Assessoria de Comunicação do Ministério Público do Estado do Ceará anunciou em 14/12 os vencedores da 2ª edição do Prêmio MPCE de Jornalismo, que valoriza trabalhos sobre temas relacionados a fiscalização da lei, promoção dos direitos coletivos e individuais indisponíveis, e indução de políticas públicas.
Ao todo, 15 profissionais e dois estudantes foram agraciados nas categorias Impresso, Telejornalismo, Radiojornalismo, Webjornalismo, Fotojornalismo e Acadêmico. O primeiro colocado de cada categoria recebeu R$ 5.000, enquanto a segunda e terceira posições foram agraciadas com um certificado.
O SBT não vai renovar o contrato do apresentador do SBT BrasilCarlos Nascimento, que deixará a emissora após 14 anos de casa. José Occhiuso, diretor de Jornalismo do canal, anunciou a decisão em comunicado interno. O âncora, de 65 anos, que chegou ao SBT em 2006, estava afastado do telejornal preventivamente desde abril por causa da pandemia de coronavírus.
Nascido em Dois Córregos (SP), Nascimento iniciou a carreira como radialista, narrando esportes em uma rádio local. Teve passagens por Diário Popular e Diário de S.Paulo, Rádio Globo, até chegar à TV Globo, onde ficou por 11 anos e foi repórter dos telejornais Bom Dia São Paulo, Globo Rural, Globo Repórter e Jornal Nacional. Tornou-se âncora na TV Cultura, onde apresentou o Jornal da Cultura.
Passou pela TV Record, onde comandou o Jornal da Record. Em 1990, voltou à Rede Globo, para comandar o São Paulo Já. Apresentou Jornal Hoje, SPTV e Fantástico. Em 2004, assinou com a Bandeirantes, onde foi âncora e editor-chefe do Jornal da Band, até fechar com o SBT, dois anos mais tarde.