Não bastasse terem que lidar com o trauma da cobertura dos casos de Covid-19 e a falta de equipamentos e leitos no Estado, funcionários e colaboradores da TV Encontro das Águas, antiga TV Cultura do Amazonas, vêm sofrendo com casos de assédio moral, ameaças e falta de condições de segurança no ambiente de trabalho.
O caso resultou em uma ação do Sindicato dos Jornalistas do AM junto aos Ministérios Públicos do Trabalho e do Estado, que solicitou a intermediação dos órgãos.
O principal alvo da ação é Oswaldo Lopes Filho, diretor-presidente da Fundação Rádio e Televisão Encontro das Águas (Funtea). Dentre as denúncias contra o executivo, estão uma série de casos de assédio moral, perseguição e ameaça a funcionários.
Em um dos casos, um colaborador chegou a registrar boletim de ocorrência para tentar frear as reações e ameaças exageradas do gestor.
No caso mais recente, Lopes ameaçou não assinar a folha de pagamento de janeiro após os funcionários solicitarem à direção uma escala de trabalho mais racional em decorrência da pandemia.
O pedido foi uma resposta à explosão dos casos de coronavírus entre funcionários da estatal, que já registrou três mortes em 2021.
A primeira morte foi em 8 de janeiro, do motorista Jânio Cruz, que também já havia perdido mãe e esposa. Na última quinta-feira (28/1) morreram o repórter cinematográfico Antônio Freire Toga, de 67 anos, e Denison Marinho Diniz, de 56 anos, que integrava a equipe de operações da emissora.
Vale destacar que o próprio Oswaldo está travando batalha contra a doença e, segundo denunciaram alguns funcionários, mesmo contaminado seguia comparecendo ao local de trabalho e participando de reuniões em locais fechados.
Outra ação movida na justiça por funcionários informa que “as instalações da TV e Rádio Encontro das Águas se transformaram em verdadeiro foco do novo coronavírus nessa segunda onda da pandemia em Manaus”.
Procurada, a direção da Funtea não respondeu ao contato até o fechamento desta nota.