Em um movimento importante para determinar o futuro dos cookies de terceiros, com implicações para as empresas jornalísticas, o órgão de controle de concorrência britânico anunciou na manhã desta sexta-feira (8/1) em Londres a abertura de uma investigação contra o Google Private Sandbox, pacote de soluções anunciado pela empresa para ser implantado gradativamente até 2022.
A Competition Markets Authority (CMA) atendeu ao pedido feito há dois meses pela organização Marketers for Open Web (MOW), formada por empresas jornalísticas e de tecnologia. Em seu estudo que deu origem à nova legislação para as plataformas digitais anunciada em dezembro, a CMA destacou o risco de o projeto do Google minar a capacidade dos editores de gerar receita e afetar a concorrência em publicidade digital, consolidando o poder de mercado do gigante digital.
Andrea Coscelli, CEO da CMA, destacou também questões sobre privacidade nas redes: “Como o CMA descobriu em seu recente estudo de mercado, as propostas do Privacy Sandbox do Google têm impacto significativo sobre editoras e sobre o mercado de publicidade digital, mas também há questões de privacidade a serem consideradas, razão pela qual continuaremos a trabalhar em conjunto com o Information Commissioner’s Office (IOC) à medida que avançamos nesta investigação, ao mesmo tempo em que nos envolvemos diretamente com o Google e outros participantes do mercado sobre nossas preocupações”.
Augusto Nunes (Crédito: Divulgação / Record TV / Edu Moraes)
Augusto Nunes assume em 18/1 a Direção de Redação do portal R7. Além de manter sua coluna diária no site, ele permanece como comentarista do Jornal da Record.
Nascido em Taquaritinga (SP), estudou na ECA-USP e começou sua trajetória pelas redações em 1970, como revisor dos Diários Associados. Foi redator-chefe da revista Veja e diretor de Redação de Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil, Zero Hora e das revistas Época e Forbes. Apresentou durante oito anos o programa Roda Viva, da TV Cultura. Venceu cinco vezes o Esso de Jornalismo.
É autor das biografias de Tancredo Neves e Luís Eduardo Magalhães, e escreveu A esperança estilhaçada — Crônica da crise que abalou o PT e o Governo Lula. Organizou e editou o livro Minha razão de viver: Memórias de um repórter, sobre Samuel Wainer.
A decisão de uma juíza britânica negando o pedido de extradição de Julian Assange do Reino Unido para os Estados Unidos sob o argumento de que ele poderia cometer suicídio em uma penitenciária do outro lado do Atlântico, anunciada na segunda-feira (4/1), foi recebida com sentimentos mistos.
De um lado, evitou (por ora) que o fundador do Wikileaks caísse nas mãos da justiça americana para responder a 18 acusações que podem lhe custar 175 anos de cadeia. Por outro, decepcionou quem esperava a validação da tese de que a publicação de dados confidenciais de interesse público estaria protegida pela Primeira Emenda à Constituição americana (que assegura liberdade de expressão e de imprensa).
Uma preocupação que transcende o caso de Assange. Entidades como Repórteres Sem Fronteiras, Human Rights Watch, Anistia Internacional e Comitê para a Proteção dos Jornalistas alertaram para o risco de o entendimento virar parâmetro para processos contra jornalistas, empresas de notícias e fontes que revelem segredos oficiais. Isso inibiria o jornalismo investigativo, ameaçado pelo peso de condenações.
O caso de Assange não chegou ao fim. Talvez ele não seja mesmo extraditado após recursos ainda cabíveis. Se for, caberá à justiça americana decidir se o vazamento foi legal à luz do interesse público, um resultado que pode influenciar a prática do jornalismo investigativo.
No Reino Unido, novas regras para convidados em programas de TV
Enquanto isso, as TVs no Reino Unido também têm motivos para se preocupar com efeitos legais sobre o que transmitem. No dia 21 de dezembro, o Ofcom, órgão de controle das telecomunicações, anunciou acréscimos ao Broadcasting Act, que regula o setor de radiodifusão.
A partir de abril, as emissoras deverão informar previamente entrevistados de determinados programas sobre “riscos para seu bem-estar e medidas para mitigá-los”. O conceito de “risco” aplica-se a pessoas “não acostumadas com exposição pública”, e a programas que atraiam grande interesse da imprensa e de mídias sociais, e os que envolvam confronto e situações emocionalmente desafiadoras.
É uma resposta a um caso ocorrido em 2019: um homem suicidou-se depois de gravar para o programa do apresentador Jeremy Kyle. Ele foi submetido a um detector de mentiras para testar sua infidelidade, de forma humilhante. O programa saiu do ar e Kyle responde a um inquérito policial.
Esta é uma situação recorrente no Reino Unido. Tragédias assim costumam gerar mudanças aqui. Outro exemplo é a história da adolescente que cometeu suicídio depois de ver posts sobre o tema em redes sociais, o que deu impulso a uma lei severa para proteger as crianças de conteúdo ilegal, que entra em vigor este ano. A justificativa para as duas iniciativas é a mesma: duty of care, ou o dever de cuidar dos vulneráveis.
Programas jornalísticos ficaram isentos, atendendo ao lobby das emissoras. O Ofcom disse que as novas regras valerão para noticiários apenas quando “a necessidade de cuidados adicionais for identificada para um determinado participante”.
Há zonas cinzentas. Programas de variedades, de viagens ou de quiz fazem entrevistas e recebem convidados. Um participante deles pode alegar que foi exposto, ainda que não seja um programa que explora a miséria humana, alvo primário das mudanças.
E o que dizer da cobertura de um acidente ou catástrofe, em que um repórter de rua entreviste um personagem sobre sua perda? Sob essa ótica, até o noticiário das seis pode ser enquadrado, se um entrevistado julgar-se exposto.
Reclamações dessa natureza são analisadas pelo Ofcom, que costuma ser ponderado. Mas os riscos para emissoras elevam-se porque descontentes podem recorrer à justiça.
O caso de Assange e as novas normas para programas de TV no Reino Unido parecem distantes, mas têm algo em comum. O papel do departamento jurídico tende a se tornar cada vez mais relevante em uma empresa jornalística.
Sem prêmios de jornalismo realizados na região em 2020, o Norte do País viu suas primeiras posições inalteradas em relação a 2019. Lúcio Flávio Pinto, criador do Jornal Pessoal, segue em primeiro lugar, com 450 pontos.
Na vice-liderança, com 245 pontos, aparece Ronaldo Brasiliense, que por muitos anos foi diretor-geral do jornal O Paraense, enquanto no terceiro lugar manteve-se Celso Freire, da rádio Liberal, agora empatado com Orlando Pedrosa Lima Júnior, com 220 pontos.
Fecham os Top 10 da região Manoel Dutra e Ulisses Campbell, empatados na quinta posição, Ismael Soares Machado (7º), Mario Adolfo Aryce de Castro (8º), Luiz Maklouf Carvalho (9º) e Alberto Cesar de Souza Araújo e Sergio Ricardo Oliveira, empatados na décima posição.
Veja quem são os +Premiados Jornalistas da História na Região Norte:
Em um ano marcado por uma série de ataques sofridos nas redes sociais por causa de um artigo com críticas à postura do Colégio Militar de Fortaleza, que planejava a retomada das aulas presenciais, o colunista Demitri Túlio, de O Povo, pode comemorar sua manutenção como o +Premiado Jornalista da História na Região Nordeste. O reconhecimento reforça um jornalismo de qualidade, combativo, que o jornalista cearense vem desenvolvendo em redações há 25 anos.
Na mais diversificada das regiões, a segunda colocação ficou com a pernambucana Juliana de Melo, do Jornal do Commercio, enquanto o paraibano Wendell Rodrigues da Silva, da rádio e TV Correio, completa o pódio na terceira posição.
Os Top 10 contam ainda com Claudio Ribeiro (4º colocado), Ciara Nubia de Carvalho (5ª), Melquíades Júnior (6º), Teresa Maia (7ª), Silvia Bessa (8ª), Thiago Correia (9º) e Ed Wanderley (10º).
Saiba quem são os +Premiados Jornalistas da História no Nordeste:
Fernando Rodrigues, idealizador e diretor de Redação do jornal digital Poder360, segue como o +Premiado Jornalista da História no Centro-Oeste. Apesar de liderar com folga na região, viu a distância para o segundo colocado, Vinicius Sassine, diminuir de 227,5 pontos, em 2019, para 170, em 2020. O repórter fotográfico Dida Sampaio assumiu a terceira posição de maneira isolada, com 425 pontos, tendo Dimmi Amora agora em quarto lugar, com 400 pontos.
Completam os Top 10Ana Beatriz Magno (5ª), Vicente Nunes (6º), Lilian Tahan (7ª), Fernando de Castro Lopes (8º), Diego Amorim (9º) e Catia Seabra (10ª).
Confira a seguir a relação dos +Premiados Jornalistas da História no Centro-Oeste:
Repórter especial da Rádio Gaúcha, e jornalista com o maior número de prêmios no Brasil, Cid Martins lidera na Região Sul com pouco mais de 100 pontos de vantagem para o segundo colocado, o paranaense Mauri Konig. A diferença diminuiu em relação a 2019 principalmente em decorrência da mudança no sistema de pontuação, que impactou positivamente algumas conquistas nacionais e internacionais de grande relevância, vencidas por Mauri.
O mesmo se deu com Carlos Wagner, que ultrapassou Giovani Grizotti, da RBS TV, e ocupa agora a terceira posição, mesmo sem ter conquistado nenhum prêmio no ano passado. Na quinta colocação aparece Humberto Trezzi, seguido por Fabio Almeida (6º), Nilson Cezar Mariano (7º), Eduardo Matos (8º), Mario Marcos de Souza (9º) e Letícia Duarte (10ª).
Confira a lista com os +Premiados Jornalistas da História na Região Sul:
Miriam Leitão (Crédito: Edilson Dantas/Agência O Globo)
Respectivamente, primeira e segunda colocadas no levantamento nacional, Eliane Brum e Miriam Leitão trocam de posição no recorte regional do Sudeste, que segue com Miriam na liderança. O motivo é que Eliane conquistou 180 dos 1.355 pontos de sua carreira quando ainda era repórter de Zero Hora, no Rio Grande do Sul. Lá, inclusive, ela ocupa a 51ª posição história por conta dessas conquistas.
Caco Barcellos, da TV Globo, completa o pódio na terceira posição, com 1.090 pontos. Assim como Eliane, ele também soma no regional menos pontos que no nacional pelas conquistas da época em que atuava no Rio Grande do Sul.
Completando os Top 10, Marcelo Canellas subiu uma posição e ocupa agora o quarto lugar, com 890 pontos, seguido por André Trigueiro (5º), João Antonio de Barros (6º), Domingos Peixoto (7º), Ricardo Boechat (8º), Clovis Rossi (9º) e Domingos Meirelles (10º).
Confira os 100 +Premiados Jornalistas da História na Região Sudeste:
O PoderData, divisão de pesquisas do Poder360, fez um estudo para detectar o quanto os brasileiros confiam nas informações publicadas pela imprensa. Os resultados indicaram um aumento de dez pontos percentuais na desconfiança do trabalho dos veículos de comunicação. Os que consideram as informações publicadas pelas empresas jornalísticas como “pouco confiáveis” representam 23% e os que avaliam as notícias como “nem um pouco confiáveis” são 7%, totalizando 30% de desconfiança na imprensa.
No levantamento anterior, realizado em outubro, eram 20% os que não confiavam nas informações dos veículos (17% diziam ser “pouco confiável” e 3% achavam ser “nem um pouco confiável”).
Para cerca de 50% dos entrevistados (50%) a imprensa é “mais ou menos confiável”. Já 18% a consideram “muito confiável”. A pesquisa foi feita entre 21 e 23 de dezembro do ano passado, e levou em conta respostas de 2.500 participantes.
O levantamento mostra ainda como é essa ponderação entre eleitores e não eleitores de Bolsonaro: “A confiança na imprensa é maior entre quem desaprova o presidente Jair Bolsonaro. A proporção de brasileiros que confiam no setor é de 29% entre quem avalia o presidente como ‘ruim’ ou ‘péssimo’. São 11 pontos a mais que o resultado geral. Já entre quem avalia o presidente como ‘bom’ ou ‘ótimo’ as informações são confiáveis para 10%, numericamente o mesmo entre as avaliações regulares. A desconfiança segue a mesma linha: 11% para bolsonaristas e 3% para críticos de Bolsonaro”.
Miriam Leitão fica na segunda colocação e Cid Martins, em terceiro
Não é uma competição, até porque o Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira tem como objetivo reconhecer o trabalho de excelência promovido por jornalistas em todo o Brasil. Mas se fosse, Eliane Brum e Miriam Leitão estariam protagonizando nos últimos anos uma disputa de gigantes.
Desde 2014 a gaúcha de Ijuí e a mineira de Caratinga lideram, eventualmente se alternando ou dividindo, o Ranking dos +Premiados Jornalistas da História. Miriam foi primeira colocada em 2014, 2015, 2016 e 2019. Em 2016, inclusive, liderou empatada com Eliane, que ficou em primeiro lugar também em 2011, na primeira edição da pesquisa, em 2017, 2018 e reassumiu a primeira colocação agora em 2020.
Beneficiadas pelas mudanças no sistema de pontuação, ambas viram seus pontos aumentarem em relação a 2019. Eliane saltou de 1.207,5 para 1.355 pontos, assumindo a liderança, enquanto Miriam passou de 1.240 para 1.327,5 pontos.
Eliane Brum (Crédito: Lilo Clareto)
Fato é que, cada uma à sua maneira, elas figuram há anos entre as mais respeitadas e premiadas jornalistas do Brasil e, porque não, do mundo. Os inúmeros reconhecimentos e homenagens nacionais e internacionais estão aí para provar.
Eliane é uma das jornalistas brasileiras mais premiadas no exterior. Conquistou em duas oportunidades o Prêmio SIP, além de já ter sido consagrada com o Ibero-americano Rei da Espanha. No Brasil, venceu premiações consagradas, como Esso (duas vezes), Vladimir Herzog (cinco), Mulher Imprensa (seis), Comunique-se (cinco) e um Jabuti de Melhor Livro Reportagem, entre outros.
Miriam Leitão (Crédito: Edilson Dantas/Agência O Globo)
Miriam tem entre seus principais reconhecimentos os prêmios internacionais Maria Moors Cabot e Econômico Ibero-Americano, e os nacionais Esso, Vladimir Herzog e Ayrton Senna. No campo da literatura, conquistou em 2012 o Jabuti de Livro do Ano Não Ficção, por Saga brasileira: A longa luta de um povo por sua moeda. É ainda uma das recordistas dos prêmio Comunique-se (13, no total) e Mulher Imprensa (nove), além de ser tetracampeã na eleição dos +Admirados Jornalistas de Economia, Negócios e Finanças. Também pelo conjunto da sua obra, recebeu os prêmios Abraji, ACIE e Personalidade da Comunicação.
Cid Martins
Na terceira colocação, cada vez mais próximo das líderes, aparece o repórter da Rádio Gaúcha Cid Martins, agora com 1.267,5 pontos. Ele, curiosamente, é o jornalista brasileiro com o maior número de premiações na carreira. Segundo ele próprio calcula, entre primeiros, segundos e terceiros lugares, ou menções honrosas, são mais de 100 reconhecimentos; mas para efeito de contabilização do ranking, que identifica apenas os prêmios em primeiro lugar, já são 66 conquistas.
A mudança na escala de pontos resultou em algumas alterações em posições do quarto ao décimo lugares. Mauri König subiu uma posição e assumiu o quarto lugar, com 1.160 pontos, ultrapassando Caco Barcellos, agora em quinto, 1.125 pontos. Com os prêmios conquistados em 2020, Marcelo Canellas ganhou duas posições e agora é o sexto colocado, com 890 pontos, seguido bem de perto por Carlos Wagner, com 880 pontos. Na oitava colocação, com 835 pontos, está Giovani Grizotti. André Trigueiro manteve-se na nona colocação, com 822,5 pontos e João Antônio Barros, com 780 pontos, completa os Top 10. Vale lembrar que a pesquisa abrangeu neste ano 170 premiações jornalísticas, nacionais e internacionais, ao longo de quase 80 anos de história.
Confira a lista com os 200 +Premiados Jornalistas da História: