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quarta-feira, julho 2, 2025

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Davizão, de goleiro de times de várzea a médico infectologista premiado

Por Moacir Assunção

Uma das histórias mais marcantes que vivi no jornalismo ocorreu com um motorista de reportagem. Desculpem, leitores, não me recordo do nome dele. A memória, depois dos 50 anos, começa a ficar falha, mas acho que, na maior parte dos casos, o milagre é mais interessante do que o nome do santo. Pois bem, estava no Estadão, no início da década de 2000, atuando na editoria de Geral, sob a liderança da grande Ruth Bellinghini, na Chefia de Reportagem, e com o Pedro Autran, como editor. Autran é sobrinho do grande ator Paulo Autran. Um dia, tive que fazer uma entrevista com o infectologista David Uip, um dos maiores médicos da área no País, ali na Escola de Medicina da USP, na avenida Doutor Arnaldo, Zona Oeste de São Paulo.

Era um fim de tarde e tinha uma entrevista marcada com ele. No caminho, conversando com o motorista, ele me perguntou o que ia fazer na Secretaria. Até onde me lembro, iria conversar com o David Uip, um dos mais importantes médicos infectologistas brasileiros, sobre Aids e as tentativas de enfrentar essa terrível doença. Disse isso para o motorista, falei que ele podia me deixar lá, que pediria um carro para voltar à redação.

Para minha surpresa, ele perguntou se podia me acompanhar na entrevista porque gostaria de dar um abraço no amigo dele, o David Uip, que chamou de “Davizão”. Eu, com aquela ingenuidade típica da classe média que acredita até em mamadeira de piroca (ao menos a parte bolsonarista dessa classe social), perguntei que história era aquela. Disse que não havia problema algum nele me acompanhar, mas não havia entendido aquela história do “Davizão”.

Ele me explicou, então, que sempre morou na Casa Verde, bairro da Zona Norte de São Paulo, e, na juventude, gostava muito de jogar futebol nos vários campos de várzea que havia ao lado de rios e córregos da região. Disse até que era um craque, quase um Maradona da Casa Verde. Mas o grande diferencial do seu time era um goleiro alto para os padrões da época, com mais de 1,86 m, que pegava muito bem sob as traves; era como Lev Yashin, o grande goleiro soviético, mais conhecido como Aranha Negra, que parou os melhores atacantes do mundo, com sua roupa toda preta e 1,89 m de altura. Esse “Davizão”, assegurou ele, era o David Uip jovem, morador da Casa Verde, e apreciador do nobre esporte bretão.

Achei a história bem esquisita e imaginei até que ele estava mentindo. Decerto bateu aquela questão, carregada de preconceito, na minha mente: “Como um simples motorista vai conhecer o melhor infectologista do Brasil?”. De qualquer forma, decidi tirar a história a limpo. Cheguei, me anunciei e, depois de uma breve espera, comecei a fazer a entrevista com o Uip. Ao terminar, antes de me despedir, pedi licença para fazer uma pergunta pessoal a ele. Contei a história do motorista e perguntei se ele a confirmava. Para minha surpresa, o “Davizão” confirmou tudo, disse que morou na Casa Verde quando jovem, jogava futebol e, em razão da altura, era goleiro dos times de várzea. David Uip, com seu rosto grande e anguloso, é um homem muito inteligente e um verdadeiro gentleman no tratamento.

Perguntei se poderia pedir para o motorista subir ao gabinete dele. Sem pestanejar, o médico, um dos mais premiados infectologistas do País, pediu que eu avisasse ao colega motorista e o convidasse a nos juntar a nós. Este, visivelmente emocionado, entrou na sala do David Uip e o abraçou, sendo correspondido pelo médico, também muito feliz por encontrar um velho amigo. Ambos ficaram mais alguns minutos, ao meu lado, conversando e relembrando velhas histórias de amigos que ambos conheciam, em uma palestra franca e agradável.

 Em seguida, voltei com o motorista para a Redação, não muito distante da Casa Verde, onde os dois amigos fizeram história no futebol de várzea. Aliás, esclareço que essa denominação tem a ver com a primeira partida de futebol no Brasil, disputada entre os times da São Paulo Railway (SPR) e Companhia de Gás (atual Comgás) na Várzea do Carmo, atual Parque d. Pedro II, Centro de São Paulo, no distante ano de 1895. No caminho, vim pensando como esse mundo é engraçado. Um goleiro de time varzeano chegou a médico infectologista e, um dia, teve a oportunidade que, decerto, não esperava, de rever um velho amigo, que participava da mesma atividade, mas havia se tornado motorista de reportagem. Como diria aquele cantor sertanejo: “Èta mundo véio sem porteira!”. Em um perfil publicado na revista IstoÉ, em que é retratado como uma celebridade, descubro que Uip, que dirigiu o Centro de Convergência contra o coronavírus na capital paulista, mantém o hábito de jogar futebol como um aplicado meio-campista, agora não mais como goleiro, no Esporte Clube Pinheiros, agremiação de elite da cidade.


Moacir Assunção

A história desta semana é de um estreante neste espaço: Moacir Assunção, jornalista e historiador, autor ou coautor de 12 livros, dois deles, Os homens que mataram o facínora e São Paulo deve ser destruída (ambos pela Record), finalistas do Prêmio Jabuti. Com passagens por Estadão, Diário Popular e Jornal de Brasília, também é professor do curso de Jornalismo da Universidade São Judas, em São Paulo.


Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br.

Estudantes de Jornalismo da Faap lançam podcast Ex-Foca

Estudantes do curso de Jornalismo da Faap lançaram o podcast Ex-Foca, que coloca frente a frente um estudante e um profissional da área para debater o jornalismo em geral, crise no mercado e aumento dos campos de atuação. Cada aluno é responsável por contatar o jornalista convidado, pensar, editar e produzir o episódio.

O projeto foi idealizado pelos professores do Laboratório de Gestão de Carreira de Jornalismo da Faap: Álvaro Bufarah, Ana Roberta Alcântara, Carlos Alberto Gomes de Souza, Isabel Cristina de Araújo Rodrigues e João Gabriel de Lima, além da coordenadora do curso Edilamar Galvão.

O podcast tem o apoio deste Portal dos Jornalistas. Semanalmente, um episódio do projeto será reproduzido em nossas plataformas. O primeiro capítulo do Ex-Foca entrevista Natalie Gedra, correspondente da ESPN na Inglaterra, onde cobre a Premier League, campeonato inglês de futebol. O episódio foi produzido por Giordano Pienegonda, com direção do professor Carlos Gomes.

Clique aqui para ouvir.

Reportagem de Manoela Alcântara, do Metrópoles, vence o Prêmio 99 de Jornalismo

A reportagem Invisíveis no banco da frente, produzida por Manoela Alcântara para o site Metrópoles, foi a vencedora do Prêmio 99 de Jornalismo. O trabalho mostrou o risco que correm motoristas e cobradores, segunda categoria mais afetada pela pandemia de Covid-19, para manter o transporte urbano rodando.

Na segunda posição ficou o trabalho Risco e sobrevivência sobre duas rodas, de Guilherme Goulart e Jéssica Eufrásio, para o Correio Braziliense. E em terceiro lugar, o especial Como tirar o transporte público de Porto Alegre do caminho do abismo, produzido por Cauê Fonseca, Bruna Vargas, Jéssica Rebeca Weber e Marcelo Gonzatto, para o Gaúcha ZH.

IFJ lança campanha contra impunidade de crimes contra a imprensa

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, em inglês) lançou em 10/12, Dia Internacional os Direitos Humanos, sua campanha anual contra a impunidade a crimes contra profissionais de imprensa.

A entidade lançou também o Livro Branco sobre Jornalismo Global, que mostra que quase 2.700 jornalistas foram mortos desde 1990, destacando também a impunidade aos crimes. Em 2020, 42 profissionais foram assassinados. O Iraque é o país com maior número de mortes, com 339 assassinatos, seguido por México, com 175, e Filipinas, com 159.

Em seu site, a IFJ declarou que “a impunidade acontece quando os estados não buscam reparação por crimes contra os trabalhadores da mídia, incluindo assédio físico e online, ameaças, ataques, prisão arbitrária e assassinato. (…) Esses movimentos encorajadores contra a impunidade são uma evidência de que os governos podem reduzir os níveis de impunidade em seus países se tiverem a vontade política necessária para fazê-lo. No entanto, os casos positivos permanecem raros e ainda há muito trabalho a ser feito”.

Drauzio Varella diz que médicos que transmitem informações erradas sobre Covid-19 devem ser punidos por órgãos fiscalizadores da profissão

  • Médico considera que Brasil está atrasadíssimo na aprovação da vacina e que esquemas diferentes de vacinação por estados não são a melhor opção
  • E que o País é o campeão mundial da confusão no combate à Covid-19

Em live promovida pelo MediaTalks na tarde desta quinta-feira (10/12), o médico Drauzio Varella disse que os Conselhos de Medicina do País estão sendo omissos ao não punir médicos que se manifestam publicamente defendendo conceitos cientificamente errados ligados à Covid-19. Ele citou o exemplo da atuação do conselho norte-americano, que suspendeu por vários meses o registro de um médico que insistia em não usar a máscara em locais públicos.

“Devido ao seu conhecimento técnico, os médicos têm muito mais responsabilidade do que qualquer outra pessoa de se manifestar corretamente sobre a pandemia. Não consigo entender as motivações de alguns. E nem a omissão dos órgãos de classe, que têm a obrigação de zelar para que isso não aconteça”.

O comentário foi feito durante a discussão sobre os prejuízos causados pela desinformação no combate à pandemia. O especialista defendeu que a liberdade de expressão não pode ser usada como pretexto para a veiculação de desinformação e que seus autores devem ser responsabilizados quando o erro for comprovado pelos fatos e dados disponíveis.

Emmanuel Colombié, diretor da Repórteres sem Fronteiras para a América Latina, que também participou do encontro, reforçou a importância da educação midiática, um esforço coletivo de toda a sociedade. Natália Leal, diretora da agência de checagem Lupa, fez um apelo para que as pessoas pensem duas vezes antes de transmitir informações que recebem pelas redes sociais, como áudios de pessoas que não se identificam, que podem ser encaminhadas às agências verificadoras.

“Vacina melhorará o quadro gradativamente, mas 2021 será igual a 2020”

Drauzio Varella avalia que o Brasil está atrasadíssimo na aprovação da vacina, e que ficou dependente da Sinovac e da desenvolvida por Oxford. Mas acha que as outras vacinas, que dependem de conservação em temperaturas negativas, deveriam ter sido consideradas desde o início, com o apoio da iniciativa privada para a sua distribuição. Observou que sem coordenação e unidade será mais difícil imunizar toda a população, e que as diferentes opções de vacinação por estados não é a melhor opção.

O Brasil tem experiência em vacinar a população, tem condições de produzir vacinas e ninguém imuniza de graça como faz o SUS. O problema é que cada estado quer fazer de um jeito e não há chance de dar certo dessa maneira. No que diz respeito ao combate à Covid-19, o Brasil é o campeão mundial da confusão”.

“Se pessoas não tomarem a vacina, a pandemia não vai passar”

O médico disse também que as pessoas devem se conscientizar de sua responsabilidade em tomar a vacina e que devem fazer isso assim que ela estiver disponível. Ele lembrou da época em que atuou com a população carcerária do Carandiru. Havia um consumo generalizado de cocaína injetável, associado à proliferação da Aids.

Os viciados consideravam que tinham o direito de fazer o que quisessem com suas vidas. Até que o médico passou a argumentar em palestras que o vírus da Aids poderia ser passado para as esposas em visitas íntimas, e daí para o resto da família. O resultado foi que o consumo cessou não só na penitenciária, mas em toda a periferia.

“Da mesma forma, se as pessoas não tomarem a vacina, o vírus vai continuar circulando entre nós indefinidamente, contaminando outras pessoas e até os familiares. Quem não tomar, tem o direito de ficar passando a doença para os outros? A vacina não é uma salvação instantânea. A melhoria será gradual e 2021 será igual a 2020. Se tudo correr bem, com menos mortes. Mas teremos que continuar com todos os cuidados que estamos tomando agora, até que a vacina permita que a população ganhe imunidade, o que é um processo lento.”

“Não houve uma campanha nacional de informação. Sem a imprensa estaríamos perdidos”

Dauzio Varella enfatizou que desde o início da pandemia não foi veiculada nenhuma campanha governamental com esclarecimentos sobre a doença, o que abriu caminho para a desinformação.

“Desde o início da pandemia estava claro que não se podia aglomerar. Quase um ano inteiro se passou, com grande carga de sofrimento mundial, e as pessoas continuam se manifestando contra até hoje. Por quê? Porque não é agradável. E daí disseminam as fake news. Se não fosse a imprensa explicando quais os cuidados a tomar, estaríamos perdidos. Tenho um grande respeito pelo trabalho dos jornalistas. A falta de compreensão sobre a importância desse trabalho parte de uma minoria insignificante.”

Rosana Jatobá comandará o CBN Sustentabilidade

A CBN estreia em 13/12 CBN Sustentabilidade, programa que aborda os principais assuntos sobre ESG (Enviroment, Social e Governance, na sigla em inglês). A atração irá ao ar aos domingos, sob o comando de Rosana Jatobá, que tem anos de experiência na cobertura de meio ambiente e sustentabilidade.

O programa terá entrevistas com grandes nomes da área para discutir políticas de empresas sobre questões ambientais, sociais e de governança. Às segundas e quintas-feiras, após a edição das 13h do Repórter CBN, Rosana comentará as principais notícias de corporações que se comprometem com essas mudanças.

Rubens Valente, Carol Pires e André Borges vencem o IREE de Jornalismo

O Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa anunciou os vencedores da primeira edição do Prêmio IREE de Jornalismo. Colunista do UOL, Rubens Valente venceu o prêmio principal com a série de 19 reportagens iniciada com Ação sigilosa do governo mira professores e policiais antifascistas, publicada em 24/7 deste ano. Pela conquista, ele receberá a quantia de R$ 50 mil reais.

Na categoria Política, o prêmio foi para a série de reportagens Retrato falado, de Carol Pires, para a revista piauí. Já a categoria Economia e Negócios foi concedida a André Borges, do Estadão, pela reportagem Petrobras tem ‘depósito’ irregular no mar. Ambos receberão R$ 30 mil cada pela conquista.

Gustavo Faleiros começa no Pulitzer Center

Gustavo Faleiros

Gustavo Faleiros assumiu em novembro como editor de investigações ambientais no Pulitzer Center, em São Paulo, onde coordena a Rainforest Investigations Network, rede de jornalistas investigativos em Amazônia, Congo e Sudeste Asiático. Segundo ele, dez bolsistas serão selecionados para receber salários por todo um ano e produzir reportagens investigativas, e os meios de comunicação que os apoiarem também vão receber recursos financeiros na produção das matérias, seja em viagens ou fotografias.

Gustavo era editor do site InfoAmazonia, que fundou em 2012 e é dedicado à cobertura da região com o uso de jornalismo de dados. Antes, teve passagens, entre outros, por Valor Econômico, O Eco e Centro Knight. Com a saída dele, Juliana Mori, ex-editora do Fantástico, também cofundadora do InfoAmazonia, assume a edição do conteúdo. Na parte de dados e tecnologia, o InfoAmazonia conta com Stefano Wrobleski, ex-Repórter Brasil, que recentemente trabalhou em projetos dados da Abraji

O desafio de manter a confiança na imprensa

Crédito: Absolutvision/Unsplash

Por Luciana Gurgel

Apesar do ânimo com o início da vacinação contra a Covid-19 no Reino Unido, o coronavírus ainda nos assombrará por um bom tempo. A crise nem chegou ao fim, mas as sequelas já se fazem sentir. Por outro lado, nem todas as previsões catastróficas se confirmaram.

Houve perdas no jornalismo. Títulos sumiram, muita gente ficou sem o emprego, a vida ou teve o equilíbrio emocional abalado. Mas a ideia de que a pandemia geraria uma “carnificina”, feita pelo Financial Times em junho, pode ter sido excessiva.

Ao produzirmos o segundo capítulo do especial examinando os efeitos da pandemia sobre o jornalismo global, que circula nesta quinta-feira (10/12), encontramos exemplos de veículos − tradicionais e independentes − que se fortaleceram, aceleraram a marcha para o online e começam a recontratar.

Jornalistas se reinventaram criando seus próprios canais. Uma ex-repórter de polícia fez história na Nova Zelândia ao comprar a empresa em que era CEO, a Stuff, para evitar sua falência.

Isso não reduz o tamanho do impacto, que vai além das fronteiras das redações e da área comercial das empresas. O legado mais importante que a crise pode deixar é seu efeito sobre a confiança na imprensa e nas mídias sociais como fontes de informação.

O Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo publicou um documento analisando pesquisas realizadas ao longo dos últimos anos e a opinião recente de 82 profissionais de vários países, incluindo brasileiros. Concluiu que há uma erosão mundial na confiança nas notícias, maior em algumas nações, como Brasil e Reino Unido.

Nos primeiros meses da pandemia, acesso e confiança dispararam, em uma corrida por notícia confiável. As mídias sociais declinaram como fonte segura.

Era um mundo em choque, tendendo a permanecer unido. Movimentos recentes − negacionistas da Covid, anti-vacina, teorias conspiratórias − que avançam pelas mídias sociais emergem como ameaças reais à confiança no jornalismo.

Muitos fazem questão de atacar a imprensa, até fisicamente, conclamando seguidores a não acreditarem na grande mídia. E assim tornam mais difícil para o público distinguir o que é confiável.

O relatório global Digital News, publicado pelo Instituto no início do ano, cobrindo 40 países, apontava que menos de quatro (38%) em cada dez pessoas diziam normalmente confiar na maioria das notícias a que tinham acesso. E agora, qual seria o resultado?

Vamos torcer para que sejam melhores, porque, como salienta o trabalho, “uma das principais premissas encontradas é a de que a confiança não é uma preocupação abstrata, mas sim parte das bases sociais do jornalismo como profissão, da notícia como instituição, e da mídia como negócio”.

Uma prévia: no Reino Unido, o Reuters apurou que o percentual de pessoas que não consumiam notícias sobre a Covid  e que não confiaria nelas mesmo que as consumisse havia crescido de 6% no início da pandemia para 15% no final de agosto.

Não adianta só culpar os políticos ou os lunáticos que propagam fake news. O Instituto ressalta que, embora grande parte do público culpe plataformas digitais e autoridades como origem da desinformação, uma parcela também identifica os jornalistas como fontes de informações falsas. Errada ou certa, esta é a percepção.

O estudo também aponta a diferença entre confiança e credibilidade, destacando que não se trata só de avaliação da precisão da notícia, mas também de como a pessoa se sente em relação a ela. Um embate entre a crença sobre a integridade do jornalista e a visão de mundo de quem lê.

Os pesquisadores consideraram que o depoimento que melhor descreveu essa diferença foi o de Felipe Harmata, da BandNews em Curitiba: “Quando gostam de determinado fato ter sido denunciado, gostam de nós. Quando não gostam da denúncia, não gostam de nós”.

As plataformas digitais devem ter um ano duro pela frente, com o progresso de iniciativas em prol da regulação. Mas o jornalismo também vai ter trabalho para juntar os cacos depois que o pior da Covid-19 passar.


  • Leia em MediaTalks: estudo da Reuters enfatiza que confiança é a base do jornalismo como profissão, da notícia como instituição e da mídia como negócio.

Metrópoles anuncia abertura de filial em São Paulo, planos de chegar ao Rio de Janeiro e novo programa no YouTube

Grasielle Castro justa-se ao time como coordenadora da equipe

Após o sucesso da cobertura das Eleições 2020 em São Paulo, o Metrópoles decidiu efetivar a equipe contratada temporariamente e abrir filial na capital paulista. O portal permanecerá operando com as repórteres Ana Saito (ex-Metro), Débora Sögur-Hous (ex-Folha de S. Paulo) e o fotógrafo Fábio VieraGrasielle Castro (ex-Huff Post) junta-se ao time para atuar como coordenadora da equipe. A redação paulista também terá um fotógrafo. A equipe vai cobrir o governo estadual, economia, segurança pública, entretenimento e qualquer outro assunto relevante aos leitores do portal. Há planos para abrir em 2021 uma filial no Rio de Janeiro.

Segundo a direção do Metrópoles, a decisão de ampliar a redação do portal ocorre após uma reestruturação na equipe de Nacional. Em setembro, Leonardo Meireles, Lourenço Flores Olívia Meireles assumiram a editoria. Com a mudança, o portal pretende aumentar a cobertura política e de assuntos relevantes nacionalmente. Apenas no último mês, os repórteres do Metrópoles estiveram em Macapá cobrindo o apagão; em Porto Alegre, acompanhando o caso do assassinato de João Beto; e no Rio de Janeiro, entrevistando os candidatos à Prefeitura da cidade. A equipe de repórteres também cresceu: juntaram-se ao time Flávia Said, Leilane Menezes, Marcelo Montanini, Mariana Costa, Rebeca Borges, Talita Laurino e Victor FuzeiraChico Felitti também passa a contribuir mensalmente com o portal, publicando matérias especiais.

Outra novidade por lá é o novo programa no YouTube. O Metrópoles Entrevista recebeu os candidatos do segundo turno às prefeituras de Rio de Janeiro e de São Paulo. O governador afastado do Rio, Wilson Witzel, e o de São Paulo, João Doria, também conversaram com a apresentadora Raquel Sheherazade. Nos próximos programas, além de Raquel outros jornalistas renomados entrevistarão personalidades brasileiras. A atração será comandada por Gabriela Furquim, com o auxílio de Juliana Barbosa.

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