Morreu em 12/2 a jornalista Vanessa Ricarte, aos 42 anos, vítima de feminicídio em Campo Grande (MS). O autor do crime, seu ex-noivo, o músico Caio Nascimento, foi preso em flagrante. Horas antes de ser atacada, Vanessa havia registrado um boletim de ocorrência contra ele na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), onde agora está sob custódia.
Mesmo após a concessão da medida protetiva, ao retornar para buscar seus pertences na residência onde morava, Vanessa foi atacada a facadas. Socorrida e levada às pressas para o hospital Santa Casa, não resistiu.
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Vanessa era conhecida por sua dedicação à profissão. Atuou como professora de redação, editora no site Top Mídia News, assessora de imprensa da Agência Municipal de Habitação (Emha) e ultimamente chefiava a assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS).
Entidades como o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (Sindjor MS), a Comissão de Mulheres e a Federação Nacional dos Jornalistas manifestaram solidariedade à família e reforçaram a importância do combate à violência de gênero.
O narrador Galvão Bueno assinou nesta quinta-feira (13/2) contrato com a Bandeirantes. Ele apresentará o programa semanal Galvão e Amigos, que vai ao ar nas noites de segunda-feira, debatendo as notícias e acontecimentos mais importantes do futebol brasileiro e mundial. As informações são de Gabriel Vaquer, do F5 (Folha de S.Paulo).
O acordo marca o retorno de Galvão à Band após 44 anos. O narrador trabalhou na emissora entre 1977 e 1981, comandando transmissões de eventos esportivos, como a Fórmula 1. Nesta nova passagem, Galvão comandará o Galvão e Amigos, mesa-redonda semelhante ao programa Bem Amigos!, projeto do SporTV que comandou entre 2003 e 2022.
Integram a equipe do Galvão e Amigos nomes como o repórter Mauro Naves, o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande, o ex-jogador Paulo Roberto Falcão e o técnico Vanderlei Luxemburgo. Além do programa, Galvão vai participar das transmissões da Fórmula 1 nas corridas mais importantes, como uma espécie de “mestre de cerimônias”. Sergio Maurício segue como o narrador titular.
Vale lembrar que, além da Band, Galvão Bueno vai narrar em 2025 os jogos do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil na plataforma de streaming Amazon Prime. A contratação do narrador foi anunciada em 21 de janeiro. Ao todo, serão 38 partidas do Brasileirão por ano exibidas exclusivamente no Amazon Prime. Além de Galvão, integram a equipe de transmissão Mauro Naves, André Hernan e Rafael Oliveira.
Nascido nas redes sociais como um ponto de encontro para os profissionais de comunicação, o portal Assessores de Imprensa está sendo lançado oficialmente neste mês de fevereiro por seu idealizador, Leandro Sobral, sócio e CCO da Press Manager, empresa especializada em mailing de imprensa, parceira do J&Cia.
O objetivo, segundo release divulgado por seu idealizador, é que se transforme num “importante canal de informações e oportunidades, reunindo notícias, cursos, eventos e vagas de emprego do setor”.
Diz ele ver “o projeto como uma forma de fortalecer o relacionamento entre os profissionais da área, criando um canal exclusivo e focado em suas necessidades. Nosso slogan – conectamos profissionais, criamos o futuro – reflete bem a missão de conectar assessores de imprensa e jornalistas, contribuindo para um mercado mais colaborativo e inovador”.
O projeto prevê a abertura de espaço para a publicação de colunas com profissionais da comunicação corporativa e contará com uma área dedicada a divulgação de cursos, eventos e vagas de emprego.
Fernando Collor de Mello (Crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
A briga judicial entre a Globo e a TV Gazeta de Alagoas, do ex-presidente Fernando Collor, ganhou um novo capítulo. A emissora carioca entrou com um recurso junto ao presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Herman Benjamin, para derrubar uma decisão da Justiça de Alagoas que determinou a renovação do contrato de afiliação entre Globo e TV Gazeta por cinco anos. As informações são de Carlos Madeiro, do UOL.
O recurso, que corre em segredo de justiça, foi feito com base na Lei nº 8.437/1992, que permite que esse tipo de recurso seja feito diretamente ao chefe do STJ. A Globo argumenta que a decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) “incorre em lesão à ordem pública ao aplicar o princípio da preservação da empresa de forma desproporcional e abusiva”. Além disso, a emissora carioca argumentou que já tem um acordo verbal com a TV Asa Branca para ser sua nova afiliada em Alagoas.
No recurso, a Globo declarou que a imposição de um contrato com a TV Gazeta “prejudica a qualidade e a independência da programação”, além de afetar a “ordem pública, econômica e social”. O principal argumento utilizado pela emissora carioca baseia-se em escândalos envolvendo a TV Gazeta nos últimos anos, incluindo a condenação de Collor pelo STF por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em esquema no qual utilizava a TV Gazeta para receber propina.
A Globo pede que Herman Benjamin derrube a decisão do TJAL e autorize a emissora a romper com a TV Gazeta até o julgamento dos recursos já interpostos anteriormente no próprio STF e no Supremo Tribunal Federal (STF). Já a TV de Collor argumenta que, sem o aporte financeiro da Globo, não conseguiria pagar dívidas estabelecidas em seu plano de recuperação judicial, haveria demissões em massa e a emissora iria à falência.
Na primeira reunião do ano, em 10/2, membros do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional reafirmaram a necessidade de regulação das redes e de uma maior educação do usuário. O presidente do colegiado, Miguel Matos, lembrou que a AGU questionou a empresa Meta sobre o alcance do encerramento do serviço de checagem. A informação foi de que o fim do serviço seria restrito aos EUA e, por enquanto, não alcançaria o Brasil. Matos também disse ter a impressão de que o STF vai terminar atuando em favor da regulamentação das redes no País, e sugeriu que o tema seja debatido na próxima reunião, em abril.
Para a vice-presidente do órgão, Patrícia Blanco, “se regular é necessário, educar é urgente. Enquanto a regulação não vem, vamos educar”, ponderou. Já para a conselheira Maria José Braga, “a educação é processo, mas a regulamentação pode dar conta de problemas imediatos. Por vontade própria, as grandes plataformas vão fazer o que sempre fizeram: uma regulação pautada por interesses econômicos, políticos e ideológicos”, declarou. Na visão do conselheiro Davi Emerich, o Brasil precisa da união dos Três Poderes em defesa da soberania nacional: “A educação midiática tem muita importância, mas sozinha hoje não dá conta. Precisamos ter militância política, militância filosófica, rebeldia em favor da nossa civilização”.
Está em fase de lançamento Memórias do jornalismo no Rio Grande do Norte: as jornalistas(Biblioteca Ocidente), livro que traz relatos pessoais de sete mulheres jornalistas potiguares. Organizado por Gustavo Sobral e Juliana Bulhões, a obra inclui as histórias de Rejane Cardoso, Josimey Costa, Marize Castro, Anelly Medeiros, Anna Ruth Dantas, Rosilene Pereira e Cledivânia Pereira Alves, desde a escolha da carreira até os desafios da profissão.
O projeto tem capa assinada por Angela Almeida, com coordenação de Francisco Isaac Dantas de Oliveira. A diagramação e editoração são de Gabriel Araújo, e a revisão, de Matheus Pereira. A versão digital do livro já está disponível para download gratuito.
Está marcado para 17/3 o relançamento da revista Manchete impressa, em edição mensal. Como em seus tempos áureos, uma reportagem sobre o carnaval carioca deve marcar a volta. E uma festa no Teatro Bloch, espaço cedido por Luiz Calainho, terá um show da casa noturna Blue Note. Além da publicação impressa, os vídeos das entrevistas poderão ser assistidos por meio de um QR Code na página da revista, hospedados no R7, do grupo Record, e exibidos na TV Max, na NET.
Marcos Salles adquiriu a marca no final de 2024. Ela pertencia ao empresário Marcos Dvoskin, que, por sua vez, a tinha comprado em leilão judicial. Salles trabalhou na Manchete, foi presidente de O Dia e, mais recentemente, do jornal Correio da Manhã. A experiência bem-sucedida do Correio da Manhã em relançar um título tradicional pode ter motivado o executivo a tomar a decisão.
Manchete circulou semanalmente por 25 anos, até 2000, pela Bloch Editores de Adolpho Bloch. Após a extinção da empresa, ainda foi editada eventualmente até 2007. O acervo digitalizado da revista pode ser consultado no site da Biblioteca Nacional.
Por sua redação passaram Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Manuel Bandeira, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Nelson Rodrigues. O nome por trás das grandes reportagens era David Nasser, e o fotojornalismo, um de seus trunfos. Foi uma das primeiras publicações brasileiras a dar destaque para a Amazônia em suas páginas.
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou no começo do mês uma ação civil pública contra a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) por “danos ao sistema de justiça, ao acesso à justiça e à liberdade de expressão e de imprensa”. O processo toma como base o assédio judicial sofrido pelo jornalista João Paulo Cuenca, alvo de centenas de ações ajuizadas por pastores da Iurd.
Segundo inquérito realizado pelo MPF, a Iurd teria orquestrado o ajuizamento de ações contra o jornalista como reação a uma postagem feita por ele no X (antigo Twitter) em 2020, sobre a destinação de verbas de comunicação do governo federal para canais de rádio e televisão pertencentes a igrejas evangélicas.
Após a postagem, Cuenca foi vítima de diversos ataques nas redes sociais, que pediam sua demissão do Deutsch Welle, veículo no qual trabalhava na época. Foi então que pastores da Iurd começaram a ajuizar contra o jornalista, em um total de 144 ações em diferentes cidades e estados, pedindo indenizações que na soma atingiam o valor de R$ 3,3 milhões.
Para o MPF, o ajuizamento de ações em massa representou “exercício abusivo do direito de petição e do acesso à justiça, além de violar as liberdades de expressão e de imprensa, por meio da adoção de estratégia para silenciar e constranger o emissor da mensagem e o próprio ofício jornalístico”. A Iurd argumenta que as ações partiram de iniciativas particulares de cada pastor, mas segundo o MPF, as petições eram padronizadas e o mesmo modelo foi repetido diversas vezes, de modo a parecer que seguiam a mesma estratégia processual.
Na ação contra a Iurd, o MPF pede uma indenização não inferior a R$ 5 milhões por danos morais coletivos e assédio judicial, valor que seria destinado ao financiamento de projetos pelo enfrentamento da violência contra jornalistas. Além disso, a ação pede o reconhecimento da responsabilidade civil da instituição.
Vale lembrar que, em 2007, a jornalista Elvira Lobato também foi vítima de centenas de ações judiciais da Iurd após publicar, na Folha de S. Paulo, reportagens sobre a expansão de empresas ligadas à instituição.
O Spotify divulgou resultados positivos no terceiro trimestre de 2024, registrando um crescimento expressivo tanto no número de usuários quanto na receita. A plataforma adicionou 14 milhões de novos usuários ativos mensais, um aumento de 11%, totalizando 640 milhões de usuários. Além disso, conquistou 6 milhões de novos assinantes pagos, um crescimento de 12%, elevando o total para 252 milhões.
Apesar de um mercado publicitário em desaceleração e desafios cambiais, a receita do terceiro trimestre cresceu 19%, atingindo US$ 4,3 bilhões no período de 12 meses. A margem de lucro operacional da empresa foi de 31%, impulsionada pelo aumento no número de assinantes premium e pela elevação da receita média por usuário. O crescimento no segmento premium foi de 21%, em grande parte devido a reajustes de preços ao longo do ano.
Por outro lado, a receita publicitária apresentou crescimento mais modesto de 6% no comparativo anual, reflexo de um cenário desafiador para marcas e de preços mais baixos em publicidade de música e podcasts. Analistas apontam que o ritmo acelerado de monetização do Spotify pode representar um risco de pressões por royalties mais altos por parte das gravadoras e artistas.
Daniel Ek, CEO do Spotify, destacou quatro pilares estratégicos para manter o crescimento e reduzir o cancelamento de assinaturas: podcasts, inteligência artificial (IA), vídeo e audiobooks. Entre essas áreas, os podcasts e o conteúdo em vídeo são os principais impulsionadores no momento. Segundo a empresa, mais de 250 milhões de usuários consomem podcasts em vídeo na plataforma, e o número de criadores ativos cresceu mais de 50% no último ano.
A IA é vista como um elemento-chave para aprimorar a experiência dos usuários, permitindo personalização avançada e criação de trilhas sonoras sob demanda. Ek considera a tecnologia “transformadora”, capaz de redefinir a forma como os usuários interagem com a música e o conteúdo em áudio.
Apesar do crescimento do vídeo no Spotify, a empresa ainda enfrenta forte concorrência do YouTube, que domina o setor em termos de escala e engajamento. Para fortalecer sua presença, a plataforma anunciou um conjunto de novos recursos para monetização e engajamento de criadores de conteúdo.
Desde janeiro, os assinantes do Spotify Premium em EUA, Reino Unido, Canadá e Austrália têm acesso a podcasts em vídeo sem anúncios dinâmicos. Além disso, a plataforma lançará o Spotify Partner Program, que oferecerá novas oportunidades de monetização para criadores.
No novo modelo, a monetização será baseada no tempo de visualização, em vez de impressões de anúncios. Esse sistema, semelhante ao utilizado pelo YouTube, pode beneficiar conteúdos que tradicionalmente enfrentam dificuldades para atrair publicidade, como podcasts de notícias e discussões políticas.
O Spotify também está reformulando sua plataforma de suporte a criadores. O atual Spotify for Podcasters será expandido para Spotify for Creators, oferecendo ferramentas mais avançadas, como análises detalhadas, recursos de monetização, personalização de programas e distribuição integrada de áudio e vídeo. Um novo design no aplicativo móvel também promete facilitar a criação e publicação de conteúdo.
Além disso, a plataforma introduzirá clipes verticais de podcasts para impulsionar conteúdos de curta duração. Criadores poderão usar esses clipes para promover seus episódios e personalizar miniaturas, tornando a descoberta de novos conteúdos mais dinâmica.
Com o crescimento acelerado e novas iniciativas para impulsionar a monetização, o Spotify busca consolidar sua posição como a principal plataforma de áudio digital. O avanço dos podcasts em vídeo, inteligência artificial e novas estratégias de monetização reforçam o compromisso da empresa em expandir sua atuação no mercado, enfrentando desafios competitivos e explorando novas fontes de receita.
Álvaro Bufarah
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
Os tempos medievos na França, Inglaterra, Portugal, Espanha, Itália…
Camões
Camões, o sempre admirável Camões, foi um dos grandes literatos portugueses que enriqueceram a língua que adotamos no Brasil e noutros oito países: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, e Timor-Leste.
Entre os grandes responsáveis pelo brio que tem a língua da Itália se acham Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Ariosto, Maquiavel…
De Nicolau Maquiavel (1469-1527) é o clássico O Príncipe, cuja leitura deve ser sempre recomendada a todos e a todas. É política o conteúdo. Mas dele também é o livro A Mandrágora, publicado em 1518.
Dante Alighieri
A história inventada por Maquiavel envolve uma mulher casada. Assim: Calímaco apaixona-se por Lucrécia, que é casada com o legista Nícia. Esse, infértil, recebe um médico para resolver a situação. O médico é falso e amigo de Calímaco, que convence o maridão a dar um chá de mandrágora para a esposa. O porém nessa história é que quem primeiro relacionar-se com a mulher, morre, pois além de afrodisíaca a erva é venenosa. O fato é que, ao final, Calímaco se sai bem e deixa na estrada a ver navios mais um corno.
Nicolau Maquiavel
Quanto a Ariosto, de nascimento Ludovico Ariosto (1474-1533), foi um dos mais inspirados e corretos poetas da Idade Média. Deixou uma obra brilhante.
Um dos marcos da literatura de cavalaria, é lido até os dias atuais. Título: Orlando Furioso.
Essa obra é constituída de 46 cantos, 4.822 estrofes e 38.576 versos decassílabos. Tudo em oitava, também chamada de Medida Nova. Foi nessa onda decassilábica que Camões desenvolveu os dez cantos que formam o seu clássico Os Lusíadas.
Para ilustrar, um trecho do grande poema de Ariosto:
Lucovico Ariosto
De Orlando, ao mesmo tempo, direi eu
O que nunca se disse, em prosa ou rima,
Que o amor o pôs em fúrias de sandeu
E lhe tirou de homem cordato a estima;
Isto, se a que igual ma quase me deu
E o pouco engenho me corrói qual lima,
Assentir em poupar-me em tal medida,
Que eu possa dar a obra prometida.
E não custa dizer, ou lembrar, que nessa história criada originalmente por Ariosto movimentam-se figuras encantadas e tal e coisa.
Orlando fica doidamente apaixonado por uma certa Angélica, princesa do Catar, que o provoca de todas as formas.
O juízo do personagem, tomado pelo ciúme, foi parar na Lua. Lá pras tantas, outra figurinha do romance, um certo Astolfo, ganha asas e vai pegar no céu o que falta na cabeça de Orlando.