O jornal O Estado do Maranhão, maior periódico do estado, encerrou suas atividades no formato impresso depois de 62 anos de circulação. No domingo (24/10), saiu a última edição impressa, trazendo histórias de quem se relacionou com o veículo de alguma forma.
“Papel cumprido… e segue adiante”, foi a chamada na capa da última edição. O impresso deu destaque a um dos fundadores, o ex-presidente José Sarney. O jornal, que deu origem ao Grupo Mirante de Comunicação, pertence à família Sarney desde 1973 e é editado em São Luís.
O conteúdo de O Estado será integrado ao portal de notícias Imirante.com, “fortalecendo áreas como política, economia, cidades, cultura e colunismo social, com reportagens, programas exclusivos e podcasts”, diz comunicado divulgado pela empresa. O site foi lançado em 2000 pelo Grupo Mirante.
Fundado em 1959, o veículo é originário do Jornal do Dia. O então governador José Sarney, ao assumir o comando do impresso em 1973, alterou o nome em homenagem ao Maranhão.
A tradicional eleição dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, que neste ano chegou à sua sexta edição, apresenta nesta semana os 139 jornalistas (82 mulheres e 57 homens) e 56 veículos e programas classificados à segunda fase.
A eleição, que neste ano tem como principal novidades a criação de categorias regionais, apontará os jornalistas e publicações especializadas +Admiradas em 14 categorias: Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio, Site/Blog, Veículo Impresso, Veículo Impresso Especializado, Jornalistas Nacional (TOP 50) e Jornalistas Regional (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul).
O segundo turno, que começa nesta quinta-feira (14/10), ficará disponível até 28 de outubro e definirá os TOP 50 Jornalistas na categoria Nacional, e os TOP 3 nas categorias regionais e de veículos/programas. Nesta fase, os eleitores cadastrados poderão indicar, de acordo com sua ordem de preferência, a posição de até cinco publicações/programas e profissionais por categoria. Para contribuir com seu voto basta acessar o link e preencher com seu nome e e-mail.
A cerimônia de premiação será em 30 de novembro. O evento terá formato hibrido, com um almoço presencial no hotel Renaissance, em São Paulo, e transmissão ao vivo pelo canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.
A eleição dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças conta com patrocínio de BTG, Captalys, Deloitte, Gerdau e Telefônica | Vivo, apoio de divulgação do I´MAX e apoio institucional do IBRI.
Juliana Dal Piva, colunista do UOL, ajuizou nessa terça-feira (26/10) um processo por danos morais na Justiça de São Paulo contra Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Em julho, ele enviou uma mensagem à jornalista ameaçando-a e questionando seu trabalho.
Juliana Dal Piva (Crédito: Perfil Twitter)
Após a publicação de reportagens e um podcast sobre indícios de um esquema de desvio de salário de assessores no gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro, em 9 de julho, Wassef mandou a mensagem a Juliana dizendo que, se ela realizasse seu trabalho da mesma forma em outro país, ela “desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo”.
“É um caso grave que testa os limites do direito à liberdade de expressão e direito à liberdade de imprensa”, disse ao UOL Sheila de Carvalho, advogada que representa a jornalista. “Não é tolerável em um Estado Democrático de Direito que pessoas proximamente envolvidas com a alta cúpula do poder maculem a honra e imagem de jornalistas e ameacem estes por trabalhos investigativos realizados. O Brasil vive um agravamento das violações dos direitos de jornalistas e não podemos mais permitir que esses ataques e ameaças continuem ocorrendo sem nenhuma responsabilização”.
No processo, Juliana pede que Wassef seja impedido de contatá-la, intimidá-la ou ofendê-la por qualquer meio; uma retratação pública sobre as acusações de que ela seria antiética; e uma indenização de R$ 20 mil, que deve ser destinada ao Coletivo Favela em Pauta.
Em agosto, a jornalista também entrou com uma representação criminal contra o advogado. O caso tramita no Ministério Público de São Paulo.
Era para ser uma festa verde, em que as maiores potências globais dariam as mãos e anunciariam o compromisso de conter as emissões de carbono para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5º.
Mas o roteiro planejado para a COP26 não está se confirmando na vida real, com uma atmosfera de pessimismo embaçando o brilho da cúpula que começa no domingo (31/10).
Na terça-feira (26/10) foram dois baques. Primeiro veio o relatório da ONU afirmando que a julgar pelos compromissos apresentados pelas nações, a temperatura vai subir 2,7% até o fim do século. Em seguida. o Palácio de Buckingham anunciou que a rainha Elizabeth não vai participar por motivos de saúde, fazendo a conferência perder em charme e em impacto social.
O pessimismo já havia começado a aflorar mais fortemente na semana passada.
Em conversa com jornalistas de vários países promovida pela coalizão global Covering Climate Now (da qual o MediaTalks faz parte), o secretário-geral da ONU António Guterres foi sincero. Disse achar que o risco de fracasso era grande.
António Guterres
Respondendo a uma pergunta sobre o Brasil, preferiu não comentar sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de não participar da COP26, seguindo outros líderes, como XI Jinping, da China, e Narendra Modi, da India. Mas afirmou esperar que o país assuma compromissos com medidas que aumentem a resistência aos efeitos das mudanças climáticas.
O australiano Scott Morrison foi um dos que hesitou em participar, mas mudou de ideia e levará para Glasgow o compromisso de zerar as emissões até 2050.
Boris Johnson descrente
Nem o primeiro-ministro Boris Johnson, que costuma adotar um tom de chefe de torcida em suas aparições públicas, escapou do desânimo.
Durante entrevista coletiva com crianças de 8 a 12 anos na segunda-feira (25/10), o líder do país anfitrião deve ter tirado o sono dos miúdos ao dizer que a COP26 não será capaz de proporcionar o progresso necessário para enfrentar as mudanças climáticas.
E criou constrangimentos para Tammy Steele, diretora do WWF (World Wildlife Fund) no Reino Unido, que o acompanhava na bancada, com propostas originais para resolver a crise.
Em comentários improvisados, sugeriu ser preciso fazer as vacas pararem de arrotar. E levantou a ideia de que uma das formas de reequilibrar a natureza seria alimentar animais com seres humanos.
Mas o ponto alto foi a opinião de que reciclar plástico “não funciona”, confundindo as pobres cabecinhas que aprenderam que reciclagem é uma solução importante para o clima.
A diretora do WWF tentou contornar sem confronto, emendando que além de reduzir é necessário também reciclar. Mas o primeiro-ministro não se deu por vencido e arrematou com um taxativo “não funciona”.
Parece piada, mas não é. Momentos assim mostram a narrativa confusa em torno das mudanças climáticas, o que não ajuda a sociedade a entender e se alinhar. E só confirma que um acordo entre países é mesmo difícil.
Setor privado avança
Pode não haver o pacto sonhado entre governos, mas a conferência deixa saldo positivo antes mesmo de começar.
Na conversa da semana passada, António Guterres reconheceu os avanços no setor privado, que a seu ver entendeu o valor da economia verde para os negócios.
Iniciativas de empresas e ideias alternativas surgem a cada dia. Uma delas foi a da atriz Joanna Lumley, a exótica Patty do seriado Absolutely Fabulous, que fora das telas é uma séria ativista ambiental.
Mídia critica Joanna Lumley
Ela ganhou as manchetes ao sugerir um racionamento semelhante ao dos tempos de guerra, em que as pessoas teriam uma cota de pontos para consumir em itens de luxo ou viagens.
Entre vacas, plásticos e jatinhos, a imprensa tem a missão quase impossível de explicar, cobrar e selecionar o que é relevante.
Essa missão foi reconhecida pelo secretário-geral da ONU, que fez uma declaração de amor ao jornalismo. Disse que como cidadão, pai e avô, aprecia e valoriza o trabalho dos jornalistas que levam ao público as verdades sobre as mudanças climáticas.
Um bom afago, em tempo de ataques para quem desafia poderosos e expõe suas fragilidades.
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O desenhista, cartunista, chargista, jornalista, escultor e pintor Vitor Henrique Woitschach, mais conhecido como Ique, anunciou nessa segunda-feira (25/10) sua despedida do trabalho com charges, que iniciou em Campo Grande (MS), há mais de 40 anos.
“Esta charge (abaixo) marca minha despedida como chargista político”, declarou Ique em seu Instagram. “Mesmo não sendo uma atividade profissional regular, permaneci produzindo meu conteúdo. É que o vício de transformar minha indignação em charge, sempre foi mais forte. O fato é que as charges, ferramentas imprescindíveis no jornalismo na década de 80, que me deram dois Prêmios Esso de Jornalismo, não têm mais o mesmo impacto, nem mais espaço profissional nos meios de comunicação”.
Crédito: Ique/Instagram
O artista criticou os algoritmos da internet, que, na sua opinião, ameaçam a atividade jornalística: “Nas redes sociais, manipuladas pelo algoritmo que as restringem a uma bolha, amordaçando sua função jornalística primordial, as charges acabam validando um embate insólito, onde, inacreditavelmente, a vida deixou de ser prioridade, o humanismo desapareceu, o bom senso passou longe, e o negacionismo, que, alimentado por fake news, virou verdade absoluta e ideologia política”.
Ique vai agora dedicar-se à arte em pinturas, desenhos, esculturas e roteiros, em áreas que não necessariamente envolvem política, além de cuidar da saúde mental e da família.
A Record TV afastou Reinaldo Gottino e Fabíola Reipert, apresentadores do Balanço Geral – São Paulo, por precaução contra a Covid-19. Eles tiveram contato com Marcos Paulo Souza (Cobra Judite) que testou positivo para a doença.
Segundo Flavio Ricco (R7), o afastamento é apenas preventivo, e Gottino e Reipert “estão muito bem”. Celso Zucatelli, Keila Jimenez e Diógenes Luca passam a ocupar, temporariamente, o lugar dos apresentadores. “Renato Lombardi está em férias, viajando, e imune a qualquer risco”, lembra o colunista do R7.
Denise Campos de Toledo deixou a Jovem Pan em 22/10, após 21 anos de casa. Ela apresentava o Jornal Jovem Pan e o programa Economia em Foco, e era comentarista do Jornal da Manhã. Nas redes sociais, ela comentou: “É hora de dar uma pausa. Feliz pela história construída até agora”.
Ela continuará na TV Gazeta de São Paulo, como comentarista de economia no Jornal da Gazeta, que vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 19h.
Outra mudança na Jovem Pan foi a contratação de Luís Arthur Nogueira, jornalista especializado em temas econômicos, que atuará como comentarista do Jornal da Manhã, na rádio, e será coapresentador, ao lado de Samy Dama, do Mercado Financeiro, atração exclusiva do canal de televisão da Jovem Pan, a Jovem Pans News, que estreia nesta quarta-feira (27/10).
O Núcleo Memória lança nesta sexta-feira (29/10), às 18h, o documentário O dia em que a Justiça entrou no DOI-Codi, dirigido por Camilo Tavares. O filme registra a Audiência de Conciliação realizada em 9 de setembro nas próprias dependências do ex-DOI-Codi, que discutiu cessão do imóvel para a Secretaria de Cultura de São Paulo para convertê-lo, finalmente, num Centro de Memória em homenagem às mais de 50 vítimas tombadas pela ação daquele órgão de repressão durante a ditadura militar.
Momento considerado histórico, a audiência teve a presença de representantes do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Fazenda e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e de representantes da Polícia Civil. Testemunharam neste dia vários ex-presos políticos, que foram entrevistados e figuram no filme.
Participam do lançamento Camilo Tavares, diretor do filme; Marcelo Mattos Araujo, museólogo, ex-Secretário de Cultura de São Paulo e atual diretor do Instituto Moreira Sales (IMS); Eugenia Gonzaga, procuradora regional da República; Paulo Vannuchi, ex-ministro de Direitos Humanos, representando a Comissão Arns; Rogério Sottili, ex-secretário Municipal de Direitos Humanos e diretor do Instituto Vladimir Herzog; e Ariel de Castro Alves, advogado, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais.
A jornalista espanhola Lorena González, da TVE, foi demitida após fazer um comentário racista sobre o jogador do Real Madrid Eduardo Camavinga. Durante a apresentação do jogador no clube espanhol, no começo do mês, Lorena, sem saber que o microfone estava aberto, falou: “Esse cara é mais preto do que o terno”, em referência a Camavinga, que na ocasião estava usando um terno preto.
Em entrevista à Rádio Marca, González desculpou-se pelo ocorrido e anunciou ter sido demitida: “Foi um erro, pelo qual pedi perdão e já tem consequências importantes. Não sou mártir nem exemplo de nada, mas isso fez com que eu fosse abruptamente afastada da TVE e agora estou desempregada. Pedi perdão por um erro, por um comentário que supostamente fiz com o microfone fechado, mas não vou me desculpar por um comentário racista porque nunca o fiz”.
“Fiz um comentário absurdo porque jornalisticamente não contribui em nada, por isso foi supostamente feito com o microfone fechado”, disse a jornalista. “Não é um comentário depreciativo ou pejorativo. Não estou depreciando o jogador, não estou comparando a cor da sua pele com qualquer coisa depreciativa ou feia”.
Ela contou também que conversou pessoalmente com o jogador e que ele não se sentiu ofendido: “Falei pessoalmente com Camavinga, e em nenhum momento ele se ofendeu. Pratico esta profissão há 11 anos e procuro exercê-la com o maior respeito. É um deslize, mas não é como tentar acabar com a carreira de ninguém”.
Sérgio Vieira assume a Diretoria de Redação do Diário do Grande ABC, com o objetivo de investir em projetos que visem a ir além da mídia impressa. Assim, retorna à publicação, que comandou por cinco anos, de 2012 a 2017, também como diretor de Redação.
Na primeira gestão dele, o Diário do Grande ABC contou com atividades voltadas ao audiovisual: A DGABC TV entrevistou diversas personalidades, como políticos locais, especialmente candidatos a prefeito. Além disso, no período, o portal da publicação foi reformulado. Agora, Vieira será responsável por ampliar o volume de acessos, com estratégias para as redes sociais, além de cuidar do impresso, que segue como carro-chefe da empresa.
Nos últimos anos, Vieira integrou a equipe da Subsecretaria de Comunicação do Governo de São Paulo e atuou na IstoÉ Dinheiro. É autor do livro Raimundos – O show que nunca acabou, que aborda a tragédia ocorrida em 2007 num show da banda de rock, em Santos.