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sexta-feira, julho 4, 2025

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Ajor – PL 2630/2020: Projeto requer mudanças para não colocar jornalismo em risco

ICFJ e Meta divulgam selecionados para programa de combate à desinformação

Por Associação de Jornalismo Digital

Salvo-conduto e imunidade a parlamentares que espalham desinformação e definição de modelo de remuneração de conteúdos ameaçam o trabalho e a pluralidade jornalística – e por isso devem sair do texto

As entidades e indivíduos abaixo signatários instam ao relator Orlando Silva e ao Congresso Nacional que retirem os dispositivos sobre imunidade parlamentar e remuneração de conteúdo jornalístico do Projeto de Lei n. 2630 de 2020, conhecido como “PL das Fake News”. Debatido desde julho de 2020 na Câmara dos Deputados, o projeto foi aprimorado e a versão em pauta é mais equilibrada em termos de garantia de direitos dos usuários da Internet do que versões anteriores do texto. Seguem na proposta, entretanto, medidas que ameaçam o trabalho jornalístico e a própria existência de veículos de informação, especialmente iniciativas digitais e de pequeno e médio porte. Considerando a importância do jornalismo para o enfrentamento à desinformação, entendemos como fundamental que dois dispositivos sejam totalmente suprimidos do PL, sem prejuízo de aprimoramentos em outros aspectos relevantes do texto.

Imunidade parlamentar

O Artigo 22 do projeto de lei traz questões relevantes a respeito da operação de contas de interesse público e da transparência que deve reger seu funcionamento online. No entanto, o parágrafo 8º do artigo, na atual versão do substitutivo, estende a imunidade parlamentar material às redes sociais, impedindo que deputados e senadores sejam responsabilizados, civil e penalmente, por opiniões e palavras proferidas em ambiente digital.

O parágrafo preocupa vários setores da sociedade. Parte do trabalho jornalístico é reportar desinformações difundidas por políticos, confrontando-as com dados e fatos verificados. O trabalho da imprensa na cobertura da pandemia da covid-19 e da agenda ambiental mostram como a desinformação propagada por parlamentares nas redes sem questionamento ou responsabilização pode custar vidas.

Apesar do argumento de que o texto apenas reforça o que já está na Constituição Federal, sua presença em lei específica representa um alargamento da imunidade parlamentar, permitindo  o entendimento de que esses atores estariam acima das regras de moderação de conteúdo de plataformas digitais. O texto cria, inclusive, um regime desequilibrado e preocupante entre parlamentares e usuários comuns de redes sociais, no qual o primeiro grupo estaria blindado das regras de moderação de conteúdo em função da imunidade proposta no parágrafo 8º.

Quando falamos do combate à desinformação, a instituição de mecanismos de salvo-conduto para qualquer grupo de atores da sociedade deve ser evitada, considerando inclusive os riscos da disseminação de outros tipos de conteúdos danosos, como incitação à violência e discurso de ódio, que muitas vezes acompanham as práticas  de desinformação no ambiente online.

Remuneração de conteúdo jornalístico

O Artigo 38 do projeto de lei estabelece a remuneração, pelas plataformas, a produtores de conteúdo jornalístico com base em direito de autor, e determina que a regulamentação da lei disponha sobre critérios, formas para aferição de valores, negociação, resolução de conflitos, transparência e valorização do jornalismo profissional. Apesar de a proposta ser bem intencionada, trata-se de medida que requer debate aprofundado, à luz de iniciativas semelhantes em discussão em outros países, o que ainda não foi feito pelo Congresso brasileiro.

Em primeiro lugar, o texto apresenta linguagem vaga e carece de uma série de definições, sobretudo o que se entende por “conteúdo jornalístico”. Em tempos de sofisticação das práticas de desinformação no ambiente digital, são inúmeras as iniciativas que, se passando por veículos jornalísticos, especializaram-se em produzir e distribuir notícias falsas. Remeter o artigo para regulamentação pelo Executivo está longe de resolver o problema.

O detalhamento trazido pelo relator na última versão do substitutivo acerca das pessoas jurídicas que teriam acesso à remuneração e sobre processos de negociação coletiva tampouco é capaz de garantir regras mínimas que alcancem de maneira democrática o conjunto das instituições jornalísticas em funcionamento no país. É grande, por exemplo, o risco de a medida fortalecer apenas os grandes grupos de comunicação, que se beneficiariam de melhores acordos com as plataformas. Ou, ainda, de o conjunto de trabalhadores da imprensa não ser beneficiado neste modelo.

Em diversos países que hoje discutem o tema, incluindo o Brasil, tem-se apontado, por exemplo, para criação de fundos de apoio ao desenvolvimento do jornalismo a partir da taxação das plataformas como forma de sustentabilidade do jornalismo. Somente um debate aprofundado sobre a questão permitiria ao país definir qual o melhor caminho para suas necessidades históricas. Assim, entendemos que o artigo 38 deveria ser retirado integralmente do texto para a devida e urgente discussão sobre meios de financiamento e fortalecimento do jornalismo, visando a construção de um modelo de remuneração equilibrado e dedicado a apoiar todo o setor e também a equacionar eventuais desequilíbrios entre empresas e iniciativas de pequeno e médio porte e os grandes grupos em operação no país.

É fundamental que o Parlamento brasileiro considere a importância dos temas mencionados, para que a iniciativa de regular plataformas visando garantir liberdade, transparência e responsabilidade no ambiente digital não resulte em obstáculos ainda maiores para o trabalho jornalístico em toda a sua diversidade no país.

Organizações signatárias

ABI – Associação Brasileira de Imprensa
Abraji – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
Agência Lupa
Ajor – Associação de Jornalismo Digital
A Nossa Pegada
Aos Fatos
Artigo 19 Brasil
Associação Cearense de Imprensa (ACI)
Associação de Comunicação Fala Roça
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
Centro de Direito, Internet e Sociedade do IDP (CEDIS)
Coalizão Direitos na Rede
Coletivo Baiano pelo Direito à Comunicação (CBCom)
ComunicAtivistas
Conectas Direitos Humanos
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
Delibera Brasil
EMERGE – Centro de Pesquisas e Produção em Comunicação e Emergência
Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco
Coordenação do Curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco
FAOR – Fórum da Amazônia Oriental
FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas
FNDC – Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Instituto Alziras
Idec – Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase)
Instituto de Pesquisa em Direito e Tecnologia do Recife – IP.rec
Instituto Liberdade Digital
Instituto Soma Brasil
Instituto Vero
Instituto Vladimir Herzog
InternetLab – Centro de pesquisa em direitos e tecnologias
Internet Society – Capítulo Brasil
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Kurytiba Metropole
Laboratório de Políticas de Comunicação – Universidade de Brasília
Marco Zero Conteúdo
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Movimento Mega
NETLAB – Lab de Estudos de Internet e Redes Sociais – Universidade Federal do Rio de Janeiro
OBSERVACOM – Observatorio Latinoamericano de Regulación, Medios y Convergencia
Olabi.org
Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político
Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com Visão de Gênero e Raça, filiada à Red Internacional de Periodistas con Visión de Género (RIPVG)
Repórteres sem Fronteiras (RSF)
RNCD BRASIL – Rede Nacional de Combate à Desinformação
SaferNet Brasil
Sleeping Giants Brasil (SGBR)
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro
Terra de Direitos
Viramundo

Indivíduos signatários

Adilson Vaz Cabral Filho, professor do Curso de Comunicação da Universidade Federal Fluminense
Aline Grego, professora do curso de Jornalismo
Aline Vieira Costa, fundadora, gestora e editora-chefe d’A Nossa Pegada
Álvaro César Nascimento, jornalista
Ana Regina Barros Rêgo Leal, UFPI e RNCD Brasil
Andrea de Lima Trigueiro de Amorim, professora Universidade Católica de Pernambuco
Arthur Coelho Bezerra, pesquisador
Carolina Monteiro, co-fundadora da Marco Zero Conteúdo e Diretora da Escola de Comunicação da Universidade Católica de Pernambuco
Carlos Eduardo Barros, pesquisador e mestrando no PPGCI do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro
Cecília Bizerra Sousa, doutoranda PPGCOM/UFMG, conselheira da Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadoras com visão de Gênero e Raça (RIPVG-Brasil)
Carla Teixeira, professora da Escola de Comunicação e coordenadora do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco
Cláudia de Abreu, integrante da Comissão Nacional de Ética dos Jornalistas
Claudia Noronha, jornalista, integrante da Comissão de Direitos Humanos e Liberdade de Expressão da ABI
Cláudio Bezerra, professor do curso Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco
Cristina Serra, jornalista
Cristina Tardáguila, jornalista
Felipe Correa Oliveira de Mello, bibliotecário da Escola de Química da UFRJ
Flavio Wittlin, mestrando do MASP da ENSP/Fiocruz e consultor de projetos da Viramundo
Helena Chagas, jornalista
Ilimar Franco, jornalista
Ivan Accioly, jornalista
Josir Cardoso Gomes, pesquisador e Doutor em Ciência da Informação
Juca Kfouri, jornalista
Karine de Oliveira Gonçalves, coordenadora do Instituto Soma Brasil
Luciana Menezes Carvalho, jornalista e professora no Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Luiz Carlos Taveira, jornalista
Luiz Fernando Taranto, jornalista
Luiza Gomes Henriques, jornalista e mestranda no Icict/Fiocruz
Flavio Lofêgo Encarnação, professor da Universidade Federal do Acre e cientista da informação
Luziário de Sousa da Silva, jornalista e mestrando UFPI/Teresina
Marcelo Träsel, professor do curso de Jornalismo e do PPGCOM da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Marco Schneider, professor do curso de Jornalismo da Universidade Federal Fluminense
Marcus Miranda, jornalista e diretor da ABI
Marquinho Mota, Indigenista
Mauro José Sá Rego Costa, professor universitário UERJ
Moêma Coelho, jornalista
Maria Eduarda Alves de Andrade, jornalista
Paulo Cezar de Andrade Prado (Paulinho), jornalista
Paulo Jerônimo, jornalista
Rose Marie Santini, professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Salomão Castro, presidente da ACI
Vilson Antonio Romero, vice-presidente da Associação Riograndense de Imprensa e conselheiro da ABI
Vlaudimir Salvador de Oliveira, Recife

Programa Tim Lopes acompanhará caso do assassinato de jornalista no Ceará

O Programa Tim Lopes, criado em 2017 pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) para averiguar assassinatos de jornalistas, acompanhará o caso de Givanildo Oliveira, morto a tiros em 7/2, aos 46 anos, em Fortaleza. Este é o quarto caso acompanhado pelo programa.

Givanildo comandava o portal Pirambu News, com mais de 70 mil seguidores no site e nas redes sociais. Segundo investigações, o crime foi motivado por uma nota publicada pelo jornalista sobre uma operação policial que resultou na prisão de um traficante do Comando Vermelho, que atuava na área de Areia Grossa. Após o assassinato de Givanildo, o portal foi desativado.

A Abraji destaca que o crime pode ter ocasionado sentimento de medo e insegurança entre outros veículos de comunicação na região. A página Portal de Fortaleza, por exemplo, anunciou nas redes sociais, dias após a morte de Givanildo, que não postaria mais notícias policiais para preservar a integridade de sua equipe.

Segundo relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) sobre violência contra a imprensa em 2021, no ano passado, no Nordeste, ocorreram 25 ataques contra jornalistas, o equivalente a 8,42% do total no País.

Ainda em fevereiro, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação “transparente e rigorosa” sobre o caso do assassinato de Givanildo, destacando que ele foi o primeiro jornalista morto no Brasil em 2022 e que, na última década, ao menos 30 comunicadores perderam a vida no País.

O Programa Tim Lopes também acompanha os casos de Jefferson Pureza, morto com três tiros no rosto em 2018, no interior de Goiás; de Jairo de Souza, executado com dois tiros enquanto subia uma escadaria no Pará, em junho de 2018; e de Lourenço (Léo) Veras, assassinado em fevereiro de 2020, com 12 tiros, enquanto jantava com sua família, no município paraguaio de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã (MS).

Regra dos Terços lança podcast sobre TDAH e outras neurodivergências

Regra dos Terços lança podcast sobre TDAH e outras neurodivergências

Um podcast feito por e para neurodivergentes. Essa é a proposta do Distraídos, que traz curiosidades sobre o universo de quem tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e outras neurodivergências que se referem a todas as possíveis variações no cérebro humano em relação a sociabilidade, aprendizagem, atenção, humor e funções cognitivas. O conceito foi formulado a partir do paradigma da neurodiversidade, criado no final dos anos 1990 pela socióloga autista Judy Singer.

Os apresentadores são a influenciadora digital Alpin Montenegro e Erick Mota, fundador do Regra dos Terços e repórter com passagens por Band, Record PR, Congresso em Foco e outros. No episódio de estreia do Distraídos, os dois falam sobre como o TDAH impactou na vida deles e trazem relatos de outros TDAHs.

Em entrevista para o Portal dos Jornalistas, Erick Mota afirmou que a descoberta do próprio TDAH, em outubro de 2021, o motivou a pesquisar amplamente sobre o assunto:

Percebi que há alguns materiais sobre o tema, como por exemplo o podcast Tribo TDAH, que inclusive é uma grande referência, mas são poucos ainda que trazem o conteúdo com uma linguagem acessível. A maior motivação que eu e Alpin tivemos para criar o podcast Distraídos certamente foi a falta de informação que ainda existe; a população de modo geral não sabe muito bem o que é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Por exemplo, eu mesmo nunca tinha ouvido falar até receber o diagnóstico, e isso sendo jornalista, trabalhando com comunicação e informação”.

Neurodivergência nas redações

Ainda são muitos os preconceitos e estigmas associados a pessoas neurodivergentes, que costumam ser percebidas socialmente como inferiores e “incapazes”. Na realidade, existem impactos negativos e positivos associados a determinadas condições − fato que Erick percebeu em sua própria trajetória no jornalismo.

Ele explica que sempre lidou com uma dificuldade acima da média em fazer reportagens que exigissem maior nível de atenção − lidar com burocracias, como acessar o Diário Oficial da União e outras fontes oficiais, ler documentos e despachos. Em contrapartida, a hiperatividade mental associada ao TDAH o ajudou a ter uma produção ágil no hardnews:

Acredito muito que o meu maior hiperfoco, a minha maior alta habilidade, é na comunicação, isso porque consigo desenvolver qualquer assunto com facilidade, mesmo os que não entendo muito. Se me der alguns minutos pra me preparar, consigo desenvolver. Fui repórter da Band em Brasília até dezembro do ano passado, e como repórter entrava muito ao vivo, ao ponto de dezenas de vezes as minhas chefias repetirem que eu era o repórter do Brasil inteiro que mais entrava ao vivo no Band News TV. Então, acabou que essa minha hiperatividade acabou sendo um plus na minha carreira”.

Outro ponto levantado por Erick é sobre o quanto o formato das redações tem potencial de dificultar o trabalho de pessoas com TDAH, problema que pode ser resolvido com adaptações simples:

As redações são sempre muito barulhentas, obviamente qualquer redação, então, acabam estimulando a distração. Até aquele formato de bancada, com vários computadores alinhados numa mesma sequência, um de frente pro outro, facilita muito a desatenção, a conversação, a prestar atenção nos outros colegas, a ficar puxando assunto toda hora. Como poderia melhorar? Criar espaços mais reservados para os profissionais que têm maior dificuldade de concentração e que nesses espaços eles possam desenvolver o seu trabalho. Um cantinho com um sofá virado para uma parede ou uma janela, algo assim, poderia facilitar muito a vida dos profissionais que têm déficit de atenção”.

Leia mais: Tiago Abreu discutirá neurodiversidade em evento do MAM-SP

Mineradora Brazil Iron rebate acusações de Repórter Brasil em ação policial

Equipe da Repórter Brasil é surpreendida por policiais em sede de mineradora inglesa

Em nota enviada ao Portal dos Jornalistas, a mineradora Brazil Iron rebateu as acusações da Repórter Brasil em relação a uma ação policial ocorrida contra membros da publicação em 28/3. Na ocasião, os repórteres Daniel Camargos e Fernando Martinho foram surpreendidos por policiais na sede da mineradora, em Piatã (BA).

Segundo relato publicado pela Repórter Brasil, a empresa teria acusado os jornalistas de invasão da mineradora e acionado a Polícia, solicitando também as gravações da reportagem. Daniel e Fernando teriam prontamente explicado que utilizaram um drone para imagens aéreas dias antes, mas que não haviam invadido a propriedade, como alegado. Sem acordo, os repórteres foram encaminhados para a delegacia e liberados horas depois.

Na nota, a Brazil Iron negou que denunciou os repórteres por invasão e que chamou a polícia após “tomar conhecimento de que a reportagem sobrevoou a área de operação da Mina Mocó com um drone”. Segundo os representantes da empresa, a ação teria sido feita em uma área de risco, comprometendo a segurança do local.

A nota destaca também a determinação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decae), que diz que operações de aerolevantamento devem possuir autorização do Ministério da Defesa e que é proibido sobrevoar áreas de infraestrutura crítica. Além disso, segundo a determinação, a polícia poderia ser acionada “para obter a detenção dos presumidos infratores ou da aeronave que ponha em perigo a segurança pública, pessoas ou coisas”. O drone utilizado pela Repórter Brasil, porém, não estava sendo utilizado no momento da intervenção policial.

Para Leonardo Sakamoto, diretor da Repórter Brasil, “os repórteres foram, surpreendentemente, pressionados pela empresa e pela PM enquanto aguardavam para ouvir o posicionamento da Brazil Iron dentro de suas instalações. É uma clara tentativa de intimidação ao trabalho jornalístico, de cerceamento da liberdade de imprensa, que não pode ser aceita”.

Sobre o ocorrido, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) escreveu que “repudia a decisão da empresa de surpreender os repórteres com a presença policial exatamente quando os jornalistas buscavam ouvir a argumentação da mineradora sobre uma denúncia que estava sob investigação da reportagem”.

A entidade destaca também que a nota, também enviada à Abraji, “causa certa estranheza no trecho em que supõe que a reportagem seria movida por ‘razões inconfessáveis de cunho político e eleitoreiro’, e que a mineradora seria alvo por não ser uma empresa brasileira”.

Confira a seguir a íntegra da nota enviada ao Portal dos Jornalistas e à Abraji.

NOTA OFICIAL

A respeito das alegações dos jornalistas da Repórter Brasil e da reportagem reproduzida pelo Jornalistas&Cia, a Brazil Iron tem os seguintes esclarecimentos a prestar:

1) Não procede a informação de que a Polícia foi acionada por uma suposta invasão ou para intimidar os profissionais de imprensa. A empresa o fez ao tomar conhecimento de que a reportagem sobrevoou a área de operação da Mina Mocó com um drone.

2) A Brazil Iron não poderia ter outra atitude, pois ela é OBRIGADA pelo Ministério da Defesa a reportar fatos desta natureza, uma vez que possui no referido espaço armazenamento de combustíveis e explosivos.

3) Ainda que sem ter o conhecimento da gravidade deste ato, os profissionais de imprensa colocaram em risco suas próprias vidas e a dos colaboradores que trabalhavam no local. Operar aparelhos de radiofrequência em locais como o citado, sem os devidos cuidados, pode gerar acidentes de proporções catastróficas.

4) Além do perigo que correu e infligiu a terceiros, a reportagem não respeitou as determinações do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Tais entidades oferecem regulamentações claras ao informar que: a) operações de aerolevantamento devem possuir autorização do Ministério da Defesa; b) é proibido sobrevoar áreas de infraestrutura crítica; c) a utilização de drones para recreação devem ser feitas em espaço de aeromodelismo (basta checar no site https://www.decea.mil.br/drone/)

5) Não bastassem as infrações acima citadas, os profissionais do Repórter Brasil realizaram gravações da área sem o consentimento da empresa, desrespeitando o respeito à propriedade privada. A empresa acredita que nenhum desses jornalistas e nem aqueles que estiverem lendo esse comunicado gostariam que alguém fosse filmar dentro de suas casas sem aviso prévio.

6) A Brazil Iron não solicitou a apreensão dos equipamentos, apenas pediu que fossem apresentadas as imagens, a fim de garantir que não mostrassem zonas críticas e de segurança. A região da Mina Mocó é conhecida por furtos de combustíveis e explosivos. Tornar público os locais de armazenamento destes materiais pode gerar prejuízo a companhia e perigo à população da região e a toda sociedade.

7) Em momento algum a empresa ou qualquer de seus colaboradores sequer ensaiou cercear o direito de apuração ou intimidar os jornalistas. Muito pelo contrário. Em que pese as infrações e a gravação sem aviso prévio, a Brazil Iron deixou claro, por diversas vezes, que estava à disposição da reportagem para ajudá-los em todas as informações de que precisassem. O próprio repórter disse que entraria em contato com o departamento de comunicação da companhia, o que ainda não aconteceu.

8) A Brazil Iron fica agradecida pelo espaço cedido pelo Jornalistas&Cia para o seu pronunciamento, algo que não foi feito por Repórter Brasil. O site publicou um texto relatando apenas o seu lado da história, cerceando o direito ao “Outro Lado”, como preza o manual do bom jornalismo.

9) A Brazil Iron é entusiasta do trabalho jornalístico e sempre defenderá o direito à livre imprensa. Esperamos apenas que o fato de não sermos uma empresa brasileira ou que razões inconfessáveis de cunho político e eleitoreiro não venham a prejudicar injustamente uma companhia que já investiu mais de R$ 1,2 bi no Estado da Bahia, que é a maior responsável pela vida econômica das cidades do entorno de sua operação e que deve aportar mais de R$ 3,2 bi de investimentos e gerar mais de 25 mil empregos nos próximos anos.

Gilberto Amendola substituirá Sonia Racy no Direto da Fonte

Gilberto Amendola
Gilberto Amendola

Após mais de três décadas e 12 mil artigos publicados, Sonia Racy deixará no final do mês o comando da coluna Direto da Fonte, do Estadão. A partir de maio, o espaço criado em 1990 e que atualmente está integrado ao Caderno 2, passará a ser comandado por Gilberto Amendola. Ele terá ao seu lado a mesma equipe que já trabalhava com Sonia, e que atualmente é formada por Gabriel Manzano, Marcela Paes, Paula Bonelli e Sofia Patsch.

“O nosso desafio é o de capturar o ‘pulso’ da cidade de São Paulo, mergulhar em sua vida social, cultural e gastronômica”, explica Amendola. “Além disso, a coluna Direto da Fonte sempre terá como norte o respeito ao trabalho e ao legado herdado de sua criadora, a jornalista Sonia Racy”.

No Grupo Estado desde 2004, Gilberto Amendola começou a carreira como repórter de Cidades, Política e Variedades do extinto Jornal da Tarde, onde também chegou a escrever crônicas aos domingos. Em 2015 passou a escrever para o caderno Aliás, do Estadão. No jornal também passou pelas editorias Metrópoles e Política, e colaborou com Paladar e Viagem. Também criou a coluna Balcão do Giba, sobre bares e coquetelaria, e colabora com o quadro Mais ou Menos Isso, na Rádio Eldorado.

Aos 78, Lucas Mendes faz o Manhattan Connection direto da Ucrânia

Aos 78, Lucas Mendes faz o Manhattan Connection direto da Ucrânia

O Manhattan Connection voltou ao ar em 31/3, no canal My News. Um dos temas foi a guerra da Ucrânia. O programa havia deixado de ser exibido em setembro do ano passado, quando o contrato com a TV Cultura foi encerrado por falta de financiamento.

Aos 78 anos, Lucas Mendes, um dos apresentadores, fez o Manhattan Connection diretamente de Lviv, na Ucrânia. Ele chegou ao país em 25/3 e permaneceu lá por uma semana. O programa exibiu reportagens feitas por ele durante sua estadia em solo ucraniano.

O Portal dos Jornalistas conversou com Mendes sobre a sensação de cobrir uma guerra aos 78 anos. Confira a seguir:

Portal dos Jornalistas: Por que você se dispôs a ir até a Ucrânia?

Lucas Mendes: Por causa do Zelensky. Aos 78 anos, nunca vi um cara fazer o que ele fez, mobilizar o país como mobilizou, um cara que estava lá embaixo nas pesquisas, foi eleito sem ter plano de governo, sem fazer um comício, um debate, e em quatro anos saiu de comediante para presidente da Ucrânia, sempre defendendo a bandeira de acabar com a corrupção. Fiquei interessado. Como se faz isso? Que coragem é essa? Então, como o Manhattan Connection ia voltar dia 31, sugeri esse tema da Ucrânia e a direção, apesar de achar maluquice, topou na hora, tem espírito aventureiro.

Portal: Como foi sua experiência na Ucrânia? Alguma diferença de coberturas anteriores?

Lucas: Em outras experiências que eu tive, em Nicarágua, El Salvador, países da América Central, a situação foi mais arriscada. O motorista chegava e já sabíamos o que apuraríamos, ele já sabia o local do tiroteio, do conflito, onde estavam os feridos, mortos.

Mas, nesse caso da Ucrânia, fiquei em Lviv, cidade que só havia sido bombardeada uma vez, no dia em que nós chegamos, três horas antes. Fomos para lá pois está cheia de jornalistas, e porque tem uma infraestrutura boa. Fizemos o programa de quatro cidades diferentes, isso é muito difícil. Dois em Nova York, um em Belo Horizonte, um em Veneza e eu na Ucrânia, é uma operação tecnicamente muito complicada. Achei que ia dar errado, e teve alguns problemas, mas foi muito bom, valeu a pena.

Portal: E como era sua rotina lá? Algum bastidor interessante para contar?

Lucas: A rotina era simples: não tínhamos um roteiro estabelecido. Saímos às 10 horas da manhã, e procurávamos o que estava acontecendo na cidade. Aí fazíamos alguma pauta para compensar justamente o que não estava rolando. Não sabíamos sobre o que falaríamos, e quando chegávamos perto de locais destruídos, atingidos, a polícia não deixava se aproximar.

Lviv é cidade rica, sofisticada, com centro muito movimentado com lojas e restaurantes, e você não vê sinal de guerra. Eu só entrei em um abrigo para fazer uma reportagem, contar a história de uma avó e duas netas, e três camaradas. Quando estávamos na cidade e veio a sirene, fomos a um mercadinho, mas ninguém saiu de lá, ninguém foi embora, nada mudou. Eu acho que é um contexto diferente, eles têm um senso de perigo mais apurado, eles sabem quando é o momento de correr e quando dá para continuar à vontade.

Uma história legal: no trem, nosso vagão estava cheio, tinha uns 20 camaradas vestidos à paisana, nas cabines deles. De repente, pouco antes da fronteira, estavam todos vestidos de soldado, roupas camufladas, mas não oficiais. Descobrimos que eram todos voluntários para lutar ao lado dos ucranianos, inclusive, entre eles, dois brasileiros, um de Goiás e um de São Paulo. Não quiseram dar entrevista e não se deixaram fotografar. Aí houve uma inspeção detalhada no vagão inteiro, e levaram um português suspeito de ser agente infiltrado.

Portal: No Manhattan Connection você brincou que algumas pessoas perguntaram se você “não está muito velho para esse tipo e coisa”. Fale um pouco sobre isso. Você acha que, aos 78 anos, a idade é um obstáculo?

Lucas: Sinceramente, esperava encontrar lá alguém da minha geração, pois na época em que estive em Nicarágua, El Salvador, fiz muitas amizades, às vezes ficava semanas com as mesmas pessoas. Mas não encontrei, acho que, pelo que vi, eu era o mais velho lá. E como não passei por nenhum momento de correria, de fugir de tiroteio, bombas, não me senti velho na hora. Mas, de fato, uma pessoa mais jovem é muito mais apropriada para cobrir guerras do que um cara de 78 anos. Mas eu quis ir pelo meu fascínio e pela história do Zelensky e como está conseguindo resistir ao Putin.

Luana Brasil e Victor Pires lançam livro sobre a tragédia de Mariana

Luana Melody Brasil e Victor Pires lançam livro sobre a tragédia de Mariana

Os repórteres mineiros Luana Melody Brasil e Victor Pires lançarão nesta quarta-feira (6/4) o livro Rejeitos: Vidas marcadas pela lama (Editora Appris), sobre o rompimento da barragem Fundão, da Samarco, em Minas Gerais, há quase sete anos, e os impactos na cidade de Mariana.

A obra contém relatos de moradores da região, que falam sobre dores físicas e psicológicas, problemas financeiros, fome e medo após o acontecimento de novembro de 2015. No livro, Luana e Victor mostram a superação de moradores na luta por direitos em meio à negligência das empresas e até do Estado.

Luana Melody Brasil e Victor Pires lançam livro sobre a tragédia de Mariana

Ao jornal O Tempo, Luana explicou que o livro é “um esforço de registro das memórias, solidariedade e conhecimentos dos povos tradicionais, ribeirinhos, pescadores, quilombolas, indígenas do Rio Doce e do litoral norte capixaba. Se propõe também a ser um instrumento para a luta dessas pessoas, que se viram obrigadas pelas circunstâncias a reivindicar direitos frente às mineradoras e ao Estado”.

Victor destacou que a obra mostra o pré-rompimento, buscando explicar as condições que permitiram que o crime ambiental acontecesse: “Para isso, conversamos com pesquisadores, engenheiros, biólogos, cientistas sociais, gestores públicos, ativistas, lideranças locais e procuramos também as empresas responsáveis, com o objetivo entender as diversas dimensões dos impactos sobre as comunidades e o meio ambiente”.

O lançamento será na Livraria Travessa do Casapark, em Brasília, a partir das 19h.

Eliane Benício é a nova apresentadora do Repórter Brasil Tarde

Eliane Benício assumiu em 4/4 a apresentação do Repórter Brasil Tarde, telejornal da TV Brasil que vai ao ar de segunda a sexta, às 12h15.
Eliane Benício assumiu em 4/4 a apresentação do Repórter Brasil Tarde, telejornal da TV Brasil que vai ao ar de segunda a sexta, às 12h15.

Eliane Benício assumiu em 4/4 a apresentação do Repórter Brasil Tarde, telejornal da TV Brasil que vai ao ar de segunda a sexta, às 12h15. Com linguagem leve e informal, o programa reúne as principais notícias do dia por meio de uma cobertura dinâmica.

Eliane integra a equipe de jornalismo da TV Brasil do Rio de Janeiro, de onde é ancorado o telejornal. Além do time carioca, o Repórter Brasil Tarde conta com a estrutura da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em Brasília e São Paulo e com emissoras parceiras em vários estados.

Eliane já atuou como repórter, produtora e editora. Em 2012 participou da cobertura dos Jogos Paralímpicos de Londres.

Jornalistas defendem Miriam Leitão após novo ataque de Eduardo Bolsonaro

Miriam Leitão (Crédito: Rafaela Cassiano)
Miriam Leitão (Crédito: Rafaela Cassiano)

Dezenas de jornalistas, de várias publicações, manifestaram-se pelas redes sociais em solidariedade a Miriam Leitão. A jornalista do Grupo Globo foi alvo de mais um episódio em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacou profissionais da imprensa por causa de seus trabalhos. Irritado com um artigo assinado por Miriam, que circulou na edição deste domingo (3/4) de O Globo, o parlamentar fez uma piada com relação à tortura sofrida pela jornalista durante a ditadura militar (1964-1985).

No artigo, Miriam defende que a terceira via erra ao não falar com clareza sobre a base de suas propostas em relação à democracia, principalmente ao tratar o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente e pré-candidato Luís Inácio Lula da Silva como iguais. “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”, afirmou.

Em retaliação, o filho do presidente compartilhou a postagem de Leitão e respondeu que “ainda sentia pena da cobra”, em um clara referência ao caso em que Miriam foi presa na década de 1970 em uma cela com uma jiboia. Vale lembrar que a mesma declaração já havia sido feita anteriormente por Jair Bolsonaro, inclusive durante uma entrevista a Matheus Leitão, filho de Miriam, e autor do livro e documentário Em nome dos pais.

Em dezembro de 1972, aos 19 anos, Miriam estava grávida de Vladimir Netto, seu filho mais velho e também jornalista, quando foi presa pelo governo militar no quartel do 38º Batalhão de Infantaria do Exército em Vila Velha, no Espírito Santo. Nos três meses em que permaneceu encarcerada, ela passou por diversas sessões de tortura. Em uma delas, foi deixada nua por horas em uma sala escura com uma jiboia. O animal pertencia a Paulo Malhães, coronel do Centro de Informações do Exército, e um dos maiores torturadores do regime, assassino confesso de dissidentes políticos durante a ditadura militar.

Em resposta ao novo ataque, algumas dezenas de políticos, celebridades e jornalistas se pronunciaram condenando o ataque e mostrando solidariedade a Miriam Leitão. Entre eles, estão Chico Pinheiro, Daniela Lima, Dorrit Harazim, Guga Chacra, Gerson Camarotti, Juliana Dal Piva, Lola Aronovich, Malu Gaspar, Mônica Waldvogel, Marcelo Lins, Natuza Nery, Rachel Sheherazade, Renata Agostini e Vera Magalhães.

Confira algumas destas postagens:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


E mais:

Após gritos de “Fora Bolsonaro”, policiais interrompem festa de Sylvio Costa no DF

Policiais interromperam a festa de aniversário de Sylvio Costa, fundador do site Congresso em Foco, na noite de 1°/4, em Brasília, para atender a uma suposta reclamação de vizinhos por causa do barulho. Pouco antes da chegada da Polícia, os presentes no evento haviam cantado parabéns e gritado “Fora Bolsonaro”.

Segundo relato do próprio Sylvio, de forma intimidatória, os militares forçaram-no a assinar um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) por perturbação da ordem pública, ou seria conduzido à delegacia. Questionado pelos policiais, Sylvio disse que “todas as pessoas têm o direito de se manifestar, independentemente de posição política”. Os agentes também gravaram uma conversa privada de Sylvio com seu advogado. Na festa, estavam presentes outros jornalistas e advogados, que classificaram o ocorrido como abuso de autoridade.

Vicente Nunes, do Correio Braziliense, escreveu no Twitter que ”a madame que fez a Polícia Militar parar uma festa de aniversário em Brasília porque os convidados gritavam ‘Fora Bolsonaro’ se chama Karla Barros Teixeira, tem 30 anos e exerce cargo em comissão na Secretaria de Cultura. Essa moça tem muito o que falar”,

Outros colegas de profissão e políticos do DF repudiaram o ocorrido e cobraram explicações da Polícia Militar. Segundo a corporação, os fatos narrados não representam a realidade, e explicou que a ação ocorreu “porque vizinhos estavam incomodados com o barulho da festa de aniversário depois das 22 horas”.

Ao Congresso em Foco, o deputado Fábio Félix, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do DF, questionou a versão da PM: “Uma visita como essa acontece, mas ela é mediadora. Os policiais chegam e tentam acabar com o problema, abaixando o som, buscando a conciliação. Estou há três anos e meio mediando conflitos no Distrito Federal e nunca vi isso. Chegar já querendo fazer TCO, levar para delegacia? Não é comum”.

No Congresso em Foco, Sylvio escreveu sobre o ocorrido: “Moro em um prédio, em Brasília, há dois anos e meio e ontem (sexta, dia 1º) fiz pela primeira vez uma festa. Para, depois de tanto tempo de distanciamento imposto pela pandemia, celebrar meus 60 anos. Avisei na portaria e pedi para ser acionado por celular se houvesse alguma reclamação. Minha maior preocupação, claro, era com o barulho. Se incomodar alguém, disse, só me avisar que baixamos o som. Achei mesmo que não teria nenhum babado, já que eventos festivos nesse mesmíssimo prédio são frequentes, muitas vezes com som bastante alto, e jamais geraram problema”.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) solidarizou-se com Sylvio e sua família, cobrou providências das autoridades do DF e exigiu “o respeito à liberdade de expressão, direito garantido pela Constituição”.

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