A CNN Brasil anunciou que Thais Herédia apresentará um novo telejornal na emissora, na faixa das 18h, que deve estrear em dezembro. O programa, cujo nome ainda será divulgado, deve substituir o CNN Arena, que ficará no ar até a estreia do novo telejornal.
Em comunicado, Virgilio Abranches, vice-presidente de Jornalismo, Conteúdo e Operações da CNN Brasil, exaltou o trabalho de Thais: “Ela conquistou enorme projeção no jornalismo nacional, sempre pautada pela ética com as fontes e os colegas e, principalmente, pela credibilidade, equilíbrio e relevância de seu trabalho”.
Com o novo desafio, Thais deixará as funções de analista de economia nos programas Fechamento de Mercado, do CNN Money, e CNN Prime Time, da CNN Brasil. Ela segue, porém, como parte da bancada fixa do WW, jornal liderado por William Waack. E Leandro Magalhães, atual âncora do CNN Arena, terá um novo desafio profissional na emissora, atuando em uma nova função, que deve ser anunciada em breve.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) realizou, de 16 a 19 de outubro, em Punta Cana, na República Dominicana, a 81ª edição de sua Assembleia Geral. O evento debateu a crescente hostilidade contra o jornalismo nas Américas. No Brasil, o destaque negativo foi o aumento significativo no número de processos judiciais contra profissionais da imprensa.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) enviou um relatório à SIP sobre o tema, destacando também um padrão de violência organizada e ataques coordenados contra jornalistas e veículos no Brasil, muitas vezes promovidos por autoridades públicas e políticos. No relatório, a ANJ destacou o caso da jornalista Rosane de Oliveira e do jornal Zero Hora, do Grupo RBS (RS), condenados pela 3ª Vara Cível de Porto Alegre a pagar R$ 600 mil por divulgar informações públicas sobre a remuneração de magistrados. Para a entidade, a decisão trata-se de assédio judicial e reflete um “ambiente de insegurança e intimidação, que afeta profissionais e veículos, impõe custos financeiros e psicológicos e enfraquece o jornalismo de interesse público”.
Em um contexto geral, a SIP alertou para a crescente deterioração da liberdade de imprensa nas Américas, com grande hostilidade ao jornalismo, incentivada por líderes políticos como Javier Milei, na Argentina, Daniel Noboa, no Equador, e Gustavo Petro, na Colômbia. A entidade abordou também os impactos das atitudes do governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, no jornalismo estadunidense, e como tais ações afetam o jornalismo como um todo nas Américas.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) o Instituto Talanoa lançaram o projeto Um hoje e um amanhã com adaptação climática, programa que oferecerá nove bolsas de reportagem e um treinamento sobre adaptação climática, conceito que envolve políticas, tecnologias e práticas usadas para lidar com os impactos das mudanças climáticas já em curso.
O programa é dividido em duas fases. Na primeira, até 1º de novembro, podem se inscrever jornalistas que estarão na COP 30, em Belém (PA), e estarão envolvidos na cobertura do evento. Nesta fase, serão fornecidas até três bolsas. Os selecionados serão anunciados até 5 de novembro e a previsão de publicação das reportagens é até 21 de novembro, preferencialmente.
Na segunda fase do programa, cujas inscrições vão até 7 de dezembro, serão concedidas as outras seis bolsas para reportagens sobre os resultados da agenda de adaptação na COP 30. As reportagens devem ser publicadas até o fim de fevereiro de 2026.
Cada bolsa vale R$ 5.500 para reportagens no Brasil e US$ para reportagens internacionais. Além das bolsas, o programa inclui também mentoria técnica especializada, apoio editorial, acesso a especialistas e acompanhamento editorial estruturado. Além disso, os selecionados participarão de um treinamento sobre adaptação climática, realizado em outubro. Ao todo, serão nove bolsas de reportagem: três para o Brasil, três para países da Ásia e três para países da Europa.
A rádio TMC, que foi ao ar na semana passada em substituição à antiga Transamérica, dispensou dois profissionais apenas alguns dias após sua estreia. São eles o apresentador e comentarista Flavio Gomes e a repórter Clarissa Guimarães.
Em sua newsletter Gira Mondo, Gomes explicou que sua saída após 4 dias de casa ocorreu devido a seus “posicionamentos” nas redes sociais. O jornalista contou que, na sexta-feira passada (17/10), ele se preparava para tocar o programa Link TMC, ao lado de Thomaz Rafael e Renata Saporito, quando foi chamado até uma sala e comunicado da demissão.
Flavio Gomes (Crédito: Instagram)
“Resumindo, alguém ‘de cima’ que provavelmente não me conhecia concluiu que meus ‘posicionamentos’ são ‘incompatíveis’ com um programa de ‘news’”, escreveu Gomes. “Não aconteceu nada nesses quatro dias de programa, me disseram, ‘zero, absolutamente nada’, mas ‘suas redes sociais…’”.
Gomes explicou à TMC que não poderia deixar de divulgar o ocorrido, por ter sido demitido supostamente sem nenhuma justificativa a não ser seus “posicionamentos”. Recentemente, em suas redes sociais, o jornalista se posicionou a favor da condenação no STF do ex-presidente Jair Bolsonaro por participação em tentativa de golpe de Estado. Especializado em automobilismo, Gomes trabalhou anteriormente em Folha de S.Paulo, ESPN, Bandeirantes, Placar, Jovem Pan e UOL.
Outro nome que foi dispensado da TMC é o da repórter Clarissa Guimarães, que deixou a emissora com somente dois dias de trabalho. Ela havia pedido demissão da rádio Itatiaia (MG), onde trabalhava há sete anos, para aceitar a proposta da TMC.
Clarissa Guimarães (Crédito: Instagram)
Segundo informações de jornais e sites da imprensa mineira, como o Moon BH, a saída de Clarissa ocorreu devido a um acordo informal entre João Camargo, dono da TMC, e Rubens Menin, dono da Itatiaia e da CNN Brasil que impede que suas empresas contratem profissionais umas das outras.
Portanto, Clarissa, que trabalhava na Itatiaia, não poderia ser contratada pela TMC, mas não foi informada de tal restrição e acabou aceitando a proposta da rádio, apenas para ser dispensada dias depois.
O acordo em questão é uma prática chamada antipoaching empresarial, realizada com o objetivo de evitar a migração de talentos entre empresas concorrentes.
A Associação Médica do Rio Grande do Sul anunciou os vencedores do Prêmio Amrigs de Jornalismo 2025. Apesar de ser uma iniciativa organizada por uma instituição local, a premiação destacou trabalhos produzidos em todo o Brasil que se adequassem ao tema Desafios da Medicina: Formação, Inovação e Fake News.
Dentre os vencedores, estão dois trabalhos produzidos por jornalistas gaúchos. Jonathan Heckler, da Zero Hora, faturou o prêmio na categoria Fotojornalismo com uma imagem da inauguração de um novo laboratório de biossegurança na UFRGS; e na categoria Rádio a primeira colocação ficou com Rodrigo D’Avila, da Rádio Comunitária FM, de Frederico Westphalen, com a reportagem Medicina no Feed: O uso adequado das redes sociais por médicos.
Os demais prêmios foram para Pedro Nakamura Scharlau, da Veja Saúde, que conquistou o primeiro lugar em Jornal/Revista com a matéria A febre dos hormônios; em Mídia Online, o destaque foi Karyne Lane Alves Gomes, de O Povo+, pelo especial Entre flores e temores: a vida com Parkinson; e em Televisão, Flávia Peixoto Cardoso de Barros, da TV Brasil, levou o troféu com a matéria AVC, cada minuto importa.
Já está disponível em livrarias físicas e digitais Mude o conceito – Quando inovar não era opção, novo livro de Jô Mazzarolo (www.jomazzarolo.com.br). A obra reúne dezenas de trabalhos e ações implantados nos 23 anos da autora como diretora de Jornalismo da Globo Nordeste, no Recife. Para a produção do livro, Jô debruçou-se sobre suas histórias durante três anos, procurando ser fiel ao conceito adotado logo na chegada a Pernambuco: “Se não proíbe, permite”.
“Comecei esse trabalho com diálogo, mostrando a importância da união. Sempre acreditei que mudanças culturais são gradativas − e que o entendimento e o engajamento só nascem com conversa franca”, escreve ela.
A notícia não surpreende em um país onde a monarquia resiste firme, mas é preocupante para a sociedade e para o jornalismo: a nova edição do relatório anual Elitist Britain (Grã-Bretanha Elitista) mostrou que a parcela mais influente da mídia do país permanece “altamente não representativa” da população geral.
Feito pela ONG de mobilidade social The Sutton Trust, o estudo analisa o perfil educacional de profissionais que atuam em atividades diversas, como política, funcionalismo público, corporações, esportes e entretenimento.
O levantamento mostrou que metade dos colunistas da imprensa (sobre todos os assuntos) e 47% dos colunistas políticos receberam educação básica particular, e 20% deles se formaram em “Oxbridge” (Oxford ou Cambridge), taxas mais altas do que a média da população.
Os podcasters, adicionados pela primeira vez, espelharam a mídia tradicional − lembrando que muitos são também colunistas e jornalistas da grande mídia.
No entanto, a situação muda no grupo de influenciadores e criadores de conteúdo, também analisados pela primeira vez. Apenas 18% deles frequentaram escolas particulares, enquanto pouco mais da metade tem nível universário.
Mais do que o fato de atuarem em plataformas digitais − coisa que colunistas tradicionais hoje também fazem −, a identidade maior do público com os criadores pode explicar por que se tornaram tão relevantes, dividindo cada vez mais o espaço com o jornalismo em confiança e em audiência.
Os dados do Digital News Report 2025, do Instituto Reuters, apontam que a confiança no noticiário (categoria que engloba principalmente os grandes veículos) caiu de 51% para 35% em dez anos, o que tem se refletido em redução do alcance.
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A plataforma, disponível no YouTube, contará com três programas por semana, às terças, quartas e quintas-feiras, a partir das 18 horas. Neles, os apresentadores analisarão os principais fatos do setor automotivo e receberão convidados para entrevistas exclusivas. “Nossa missão é analisar os fatos como eles são, mostrando não apenas o que aconteceu, mas principalmente por que aconteceu e seus desdobramentos”, informa a descrição da página. “A coruja está em nossa marca por ser um símbolo de independência e sabedoria, estar sempre atenta e enxergar além do óbvio mesmo em cenários obscuros”.
Alice de Souza (Crédito: Kai Kong/Deutsche Welle Brasil)
A ESET, empresa especializada em segurança digital, anunciou os vencedores da 17ª edição do Prêmio ESET de Jornalismo em Segurança da Informação, que reconhece os melhores trabalhos jornalísticos sobre o tema na América Latina.
Na região Brasil, a vencedora foi Alice de Souza, da Deutsche Welle Brasil, com a matéria Com DDI falso, golpistas fingem ser brasileiros no exterior, que mostra como criminosos utilizam táticas de engenharia social para enganar vítimas com números telefônicos falsificados, em esquema de fraude internacional.
Antes da Deutsche Welle Brasil, Alice trabalhou nos jornais Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio e na Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Venceu outros importantes prêmios na carreira, como Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, SIGMA Awards e One World Media. Especializada em direitos humanos, foi eleita em três ocasiões como repórter +Premiada da região Nordeste, em ranking promovido pelo Jornalistas&Cia.
O Grande Prêmio ESET de Jornalismo foi entregue para Victor Valles Mata, do México, pelo trabalho Secuestro Artificial, publicado no portal N+. Em Imprensa Escrita, o vencedor foi Adrián Zúñiga Rivero, da Costa Rica, com o artigo Empresas cibercriminales azotan Costa Rica: estafas crecieron 668% en 4 años con apenas un puñado de condenas, publicado no Semanario Universidad. Na categoria Imprensa Digital, os vencedores foram Thomas Mejía López, Natalia Bedoya Alcaraz, Antonia Bedoya Zuluaga, Valeria Acosta Velásquez e Paula Pérez Cádernas, da Colômbia, com a reportagem A cinco clics, publicada no Periferia Prensa Alternativa. E em Imprensa Multimídia, o prêmio foi para Carolina Cárcamo Herrera, do Chile, com o especial Bancoestado: El Megafraude, veiculado pelo Mega Noticias.
Vladimir Herzog (Crédito: Instituto Vladimir Herzog)
Jornalistas&Cia vai se somar às homenagens à memória de Vladimir Herzog, pela passagem dos 50 anos de seu assassinato no DOI-Codi de São Paulo, com um especial relembrando os acontecimentos e trazendo o depoimento de personalidades que viveram aqueles tristes momentos do apogeu da ditadura militar no Brasil.
Carlos Carvalho, ex-presidente executivo da Abracom − e que, em jornadas anteriores, integrou a equipe de comunicação da Prefeitura de São Paulo na gestão da prefeita Luiza Erundina (1989-1992), e produziu vídeos e documentários sobre os movimentos sociais da periferia da zona Leste de São Paulo nos anos 1980, além de ser coautor do blog Lombada Quadrada, dedicado à literatura −, aceitou o convite para liderar o especial, que circulará em 24 de outubro, véspera do aniversário da morte de Vladimir Herzog e da celebração que acontecerá na Igreja da Sé, como aconteceu 50 anos atrás, no culto ecumênico que reuniu líderes políticos e religiosos e milhares de pessoas.