A história desta semana é de Marcos Sergio Silva (msergio12@gmail.com), que foi editor de Geral do extinto Notícias Populares (circulou em São Paulo de 1963 a janeiro de 2001), passou por Agora e Folha de S.Paulo e hoje é editor da revista Placar. Ele também é autor do livro O Brasil nas Copas. O fim, o fim e o recomeço Segunda, janeiro, calor forte. Verão paulistano. O telefone de casa tocou ao meio-dia. Débora, recém-desempregada como eu, dizia que a segurança do prédio da Folha da Manhã não a deixara retirar o que acumulara durante 20 anos de serviços prestados ao Notícias Populares, jornal que não existia mais desde a 6ª.feira anterior, 19 de janeiro de 2001 ? a última edição saíra no dia seguinte. A diretoria temia uma ameaça. A coragem da decisão da 6ª, tomada com a antecedência que os negócios exigem, estava agora sob o medo da reação não só dos funcionários como das dezenas que ali trabalharam por acreditar ? sim, mais até do que os vencimentos suficientes para pagar pensão de filhos, remédios da mãe, tratamentos que a rotina de estafa de um jornal exigiam. A 6ª havia sido de revolta, mais do que tristeza. As lágrimas corriam pelo 5º andar. André, um dos mais exaltados, se apressou em deixar em um arquivo de texto sua revolta. Assim como eu, ele aprendeu a ler e gostar de jornal, como aquele defunto. Aquele clima era um contraste e tanto para a animação da chegada. Lá pelas 14h do dia 19 um recado deixado na minha mesa avisava que Luciana, do Rio, pedira para ligar. Ao retornar, ouvi de um carioca desaforado que a Lulu não estava. Desliguei e percebi que outros riam de minha reação. Era uma gravação. Nos 120 metros2 de redação, divididos por seis bancadas, a receita era ter bom humor e torcer para um caso bizarro cair no teu colo. Àquela hora os repórteres já tinham os relatos prontos. Um dia antes os chefes haviam exigido pressa na conclusão daquela edição. Com pelo menos duas horas de antecedência, cumprimos o pedido. A espera pelo OK de as 12 páginas seguirem para a gráfica durou 100 minutos. Até que um anúncio de adeus apareceu na primeira página. O que seria um caderno de ofertas de uma rede de eletroeletrônicos na verdade era um convite para os cerca de 22 mil leitores embarcarem em um outro periódico, com mais páginas ? a maior parte colorida ? e um preço menor, à medida em que a sisudez também crescia e o senso de humor (ou melhor, o bom humor) jazia. Seguiram-se colegas atirando ao chão a edição de apresentação encartada. Minutos depois, aquela afronta exibia rugas (de quem a amassou) e solas (de quem a pisou). Minha viagem para o Rio, marcada para o dia seguinte, caiu. Neil Young eu veria só pela tevê. Júlia, meu romance da época, não entendia no telefone o que tinha acontecido. E quatro dias depois eu já cumpria expediente em outro andar, mas que não exalava o cheiro que me acostumei a sentir naquela redação.
Depoimentos do Resistir é preciso estão na internet
Bem-humorados ou veementes, muitos emocionados, mas todos importantes, estão disponíveis no YouTube (www.youtube.com/resistirepreciso) os depoimentos de 60 jornalistas que vivenciaram e enfrentaram as dificuldades do período da ditadura militar e que integram a coletânea de 12 DVDs os Personagens dessa História, lançada em junho (ver J&Cia 799).
Ela faz parte do projeto Resistir é preciso, do Instituto Vladimir Herzog, cujo objetivo é manter viva na memória dos brasileiros a luta da imprensa naquele período.
Ainda como parte desse projeto, o Ministério da Cultura e o instituto lançaram em São Paulo, nesta 3ª.feira (25/10), o livro As Capas desta História, obra que documenta fotograficamente e com textos explicativos as cerca de 300 publicações jornalísticas alternativas, clandestinas e produzidas no exílio entre o golpe de 1964 e a Lei da Anistia, em 1979.
Com organização de Ricardo Carvalho e coordenação de José Luiz del Roio, Vladimir Sacchetta e José Maurício de Oliveira, o livro está à venda por R$ 90 na Livraria Cultura, no site do Instituto Vladimir Herzog (www.vladimirherzog.org) e no portal do projeto Resistir é preciso (www.resistirepreciso.org.br), que entrou na rede neste mesmo dia 25, com todo o material produzido para essa iniciativa.
O Ministério da Cultura distribuirá gratuitamente 1.350 exemplares a bibliotecas públicas do País.
É hoje a entrega do J&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade
Cerca de 150 convidados participam nesta 4ª.feira (26/10) da festa de entrega do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade, que distribuirá, entre os 12 vencedores das categorias Mídia Nacional e Mídia Regional R$ 95 mil, sendo R$ 65 mil para os vencedores de Mídia Nacional, R$ 20 mil para os escolhidos em Mídia Regional e R$ 10 mil (acumulado) para o Grande Prêmio, que só será conhecido na hora. Todos os vencedores confirmaram presença: Maristela Crispim (Diário do Nordeste/CE), Jeanne Callegari da Silva (Vida Simples/Abril), Cátia Toffoletto Montebelo (CBN/SP), Laura Vieira (TV TEM, Sorocaba/SP), Liana John (National Geographic Brasil Online), Alberto César de Souza Araújo (Amazonas Em Tempo/Manaus), Orlando Pedrosa Lima Júnior (TV Amazonas), Morgana Miranda Correia Lima (Correio/BA), Celis Fabrícia Alves da Silva (TV Aldeia-EBC/Acre), Akemi Nitahara Souza (Nacional FM/Brasília), Cristiana Von Randow (TV Globo/SP) e Anna Martha Silveira (Zero Hora/RS). Também serão homenageados a GloboNews, vencedora da categoria especial Veículo do Ano em Sustentabilidade; a revista Página 22, Veículo do Ano Especializado em Sustentabilidade; e Sérgio Abranches, Personalidade do Ano em Sustentabilidade. A festa acontece às 19h30, na EcoHouse, casa de eventos inaugurada na capital paulista em 2010, no bairro de Pinheiros, com um projeto inovador, baseado nos conceitos de sustentabilidade. Jornalistas&Cia circulará com uma edição extra na 5ª.feira (27/10) com o resultado completo do concurso, o anúncio do vencedor do Grande Prêmio e os melhores momentos da festa. Links relacionados:Prêmio J&Cia/HSBC divulga vencedoresTroféu reforça versatilidade do vidro
Vai&Vem das redações!
Ana Paula Alfano deixará Diário de S.Paulo Depois de quatro anos no Diário de S.Paulo, Ana Paula Alfano resolveu deixar o jornal e, como ela mesma diz, ?voltar ao mundo dos free lancers?. Ela começou no DSP como editora da revista de domingo, a Diário Dez, depois passou a editora do Viva e havia um ano assumiu como editora-executiva. ?Entro em férias, vou correr a maratona de Nova York no início de novembro e só na volta me desligo oficialmente da empresa. Comecei a carreira como redatora da Ilustrada, na Folha, depois trabalhei dez anos na Abril, na revista Capricho. Antes de entrar no Diário passei um ano como free lancer de revistas como Criativa, Saúde É Vital, Bizz, Aventuras na História, Contigo e IstoÉ Gente?. O contato pessoal dela é apalfa@gmail.com. Janaína Diniz troca AméricaEconomia por IstoÉ Dinheiro Janaína Diniz deixou há duas semanas a Editora Spring, onde estava havia cinco anos, ultimamente como diretora de Arte da revista AméricaEconomia, e começa na próxima semana na IstoÉ Dinheiro. Ela iniciou sua carreira na área de design em 2005, na agência Unitri, em que permaneceu por um ano, indo em seguida para a Spring, como designer. Na época, fazia leiautes para TAM Magazine, Rossi, Docol, StudioW e Cavallino. Passou depois a chefe de Arte, e, em 2009, quando a AméricaEconomia entrou para a editora, tornou-se sua diretora de Arte e refez o seu projeto gráfico. Por enquanto, o contato dela é janadiniz@ig.com.br. Leila Suwwan deixa sucursal paulista de O Globo A repórter Leila Suwwan deixa a sucursal de O Globo, em que estava desde janeiro de 2010. Ela veio de Brasília, onde passou pela sucursal do jornal e foi por oito anos repórter da Folha de S.Paulo. Seus contatos pessoais são leila.suwwan@gmail.com e 11-7163-2300. Rejane Lima de mudança para Londres No Grupo Estado saiu a repórter Rejane Lima (rslima@yahoo.com), após 11 anos de casa, seis deles na Agência Estado e outros cinco como correspondente do Estadão na Baixada Santista. Ela embarca no próximo dia 28/10 para Londres, onde passará uma temporada de estudos e ficará disponível para trabalhos como correspondente. Até lá, atende pelo 11-8362-9386. Doris Bicudo deixa Carta Editorial Doris Bicudo deixou recentemente a Carta Editorial, onde foi diretora de Redação da revista RG e em março havia assumido o cargo de diretora de Comunicação (ver J&Cia 788). Antes, atuou na coluna de Sonia Racy no Estadão e dirigiu o site Glamurama, de Joyce Pascovitch. Seu contato é dorisbicudo@hotmail.com. Reforços em Suplementos da Folha Em Suplementos da Folha de S.Paulo, sob o comando da editora Patrícia Trudes da Veiga, destaque para a chegada das repórteres Gabriella Mancini (Folhinha) e Patricia Basilio (Empregos&Negocios). Elas entram nas vagas de, respectivamente, Martha Makita e Marcos de Vasconcellos, que deixaram o jornal.
Blogs de automobilismo deixam o iG
Os blogs de Flavio Gomes e Victor Martins e o site Grande Prêmio (todos dedicados ao automobilismo) deixarão a plataforma do iG no final do mês. A reestruturação editorial que vem acontecendo por lá desde junho (com corte de pessoal e outras mudanças) agora também atinge os parceiros de conteúdo. Todos os sites vão continuar em atividade de forma independente a partir de novembro, com novos domínios, que serão definidos nos próximos dias. Até lá, podem ser acessados normalmente nos endereços: Flavio Gomes ? http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes Victos Martins ? http://colunistas.ig.com.br/victormartins Grande Prêmio ? http://grandepremio.ig.com.br A agência Warm Up, dirigida por Flavio e que tem Victor como editor-chefe da revista homônima, continua a fornecer conteúdo automobilístico para o portal MSN e negocia com outros dois portais de notícias parcerias para a hospedagem dos blogs.
Moraes Eggers vai para a Quatro Rodas
Moraes Eggers, profissional com larga experiência no setor automobilístico, começou na Quatro Rodas como editor de Geral. Ele entra na vaga aberta com a saída de Maria Paola de Salvo, que foi estudar em Londres (ver Auto 117), e vai cuidar de reportagens e seções como Caderno Paulista e Sinal Verde. Esta é sua segunda passagem pela Editora Abril, em que foi editor da Ação, em 1991, e depois da própria Quatro Rodas e editor especial da Playboy. Ele também atuou em Folha de S.Paulo (repórter e coordenador da Agência Folha), Folha da Tarde (secretário de Redação), Agora SP (editor do Máquina e de coluna sobre automobilismo) e em O Globo (repórter especial). É autor dos livros Grãos de Areia, sobre o Paris-Dakar (Record) e Interlagos ? Um Sonho de Velocidade, sobre a história do autódromo (Artemeios). Seus contatos na Quatro Rodas são: 11-3037-5147 / 9252-634 e moraes.eggers@abril.com.br.
Fenatran abre à imprensa neste domingo
O 18º Salão Internacional do Transporte (Fenatran) começa neste domingo (23/10), no Anhembi, em São Paulo, com uma programação totalmente dedicada à imprensa. Ao todo, 14 marcas realizam coletivas em seus estandes para apresentar lançamentos e inovações. Os encontros com os profissionais da mídia têm duração de 30 minutos cada e começam às 9h, com a MAN Latin America. Na sequência estão Mercedes-Benz (9h35), Renault (10h10), Hyundai (10h45), International (11h20), Scania (13h35), Iveco (14h10), Volvo (14h45), Ford (15h20), Agrale (15h55) e Fiat (16h30). Mais de 300 jornalistas devem participar das atividades, 120 deles de outros Estados e que vêm pelo pool de imprensa organizado pela Anfavea. Outras coletivas estão programadas para o decorrer dos outros dias da feira, tanto na Sala de Coletivas (anexa à Sala de Imprensa) como nos estandes das marcas. Informações com a Gerência de Comunicação da Reed Alcantara Machado, organizadora da Fenatran, que tem à frente Antonio Alves (antonio.alves@reedalcantara.com.br), Monise Hernandez (monise.hernandez@reedalcantara.com.br) e Marcelle Rodrigues (marcelle.rodrigues@reedalcantara.com.br), ou com a Communica Brasil (11-3868-0300), assessoria de imprensa da feira, com atendimento de Andrea Funk (andrea@communicabrasil.com.br), Samantha Oliveira (samantha@communicabrasil.com.br) e Ulisses Dias (ulisses@communicabrasil.com.br). Shacman ? Em coletiva marcada para 3ª.feira (25/10), às 15h, na Sala de Coletivas, a chinesa Shaanxi Heavy Duty Automobile Co, que produz os caminhões Shacman, anunciará sua intenção de instalar uma fábrica no Brasil. A apresentação será feita pela diretoria de Caminhões da Metroshacman do Brasil, com João Comelli, diretor de Produto, e João Miguel Capussi, diretor Comercial e Marketing, além de diretores gerais e para América do Sul da Shaanxi, que virão ao País para isso. Koichiro Matsuo, da Textofinal (11-3849-8633 e textofinal@textofinal.com), é quem responde pela assessoria de imprensa da marca no mercado brasileiro. Sala de Imprensa ? A Sala de Imprensa da Fenatran está equipada com 40 computadores, internet wi-fi, bancada para notebooks e serviço de buffet. Neste sábado (22/10), o local estará aberto das 10h às 16h, para credenciamento ou retirada de credenciais. No domingo (23), o funcionamento será a partir das 7 horas. Nos outros dias, de 24 a 28, a sala funcionará das 11h às 21 horas. Os telefones são 11-2089?7433 / 7435. Dados gerais ? Segundo a Reed, a Fenatran deve receber 55 mil visitantes durante seus cinco dias. São 365 expositores de 15 países, distribuídos em 100 mil m2. O Sambódromo, que fica ao lado do Pavilhão de Exposições do Anhembi, pela primeira vez vai abrigar o Fenatran Experience, evento em que sete marcas (MAN, Volvo, Mercedes-Benz, Scania, International, Iveco e Sinotruk) oferecerão test-drives de seus caminhões.
Prêmio Vladimir Herzog será entregue nesta 2ª.feira
O Instituto Vladimir Herzog realiza na próxima 2ª.feira (24/10) a cerimônia de premiação aos vencedores do 33º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, destinado a profissionais de Jornalismo, e do 2º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, para estudantes de jornalismo que tiveram seus projetos de pautas aprovados pela comissão julgadora. A lista com os premiados foi divulgada no último dia 17/10. Confira a lista dos premiados: 33º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos Jornal: Leonencio Nossa (com Celso Silva Sarmento Júnior), de O Estado de S.Paulo, com a reportagem Guerras desconhecidas do Brasil; Revista, Gisele Granchini (com Tiago Luis Penteado), de Interativa, com Inclusão: O que é ser normal?; TV/Reportagem, Marcelo Gomes (com Roberto Salim Gabriel e Maria Cristina Caparelli Pustiglione), da ESPN Brasil (São Paulo), com Guerrilha do Araguaia ? partes 1 e 2; TV/Documentário, Lúcio de Castro, também da ESPN Brasil, com Haiti, o país dos Rest Avec; Rádio, Marjuliê Martini, da Guaíba FM 101.3 (Porto Alegre), com Racismo expulsa baiano do Rio Grande do Sul; Fotografia, Weber Sian, de A Cidade (Ribeirão Preto/SP), com Expulsão; Internet, Marcelo Bauer, de Rio de Janeiro-Autorretrato, com trabalho homônimo; Artes, FCLopes, do Correio Braziliense, com Sigilo ou vergonha?; e Especial: Saneamento Básico, Joelmir Tavares, de O Tempo (Belo Horizonte), com Saneamento básico: um direito de todos. 2º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão Direito à vida e direito à justiça: Rodolfo Blancato de Barros e Eduardo Paschoal de Sousa, da ECA-USP, que desenvolverão a pauta Como os moradores de favelas paulistanas que tiveram suas moradias incendiadas no ano de 2010 estão sendo atendidos pelo poder público, sob orientação de Claudio Júlio Tognolli; Lucas de Tommaso Gomes Carvalho, da ECO-UFRJ, com Um paciente muito especial: retrato da saúde adolescente no Brasil, sob orientação de Cristiane Henriques Costa; e Elizângela Maliszewski, da Ulbra (RS), com Uma causa, um gesto, um direito para todos, sob orientação de Deivison Moacir Cézar de Campos. Categoria Especial Violência contra a mulher: O projeto de pauta aprovado foi Face obscura: retratos de uma realidade da violência contra mulher, de Beatriz Sobral Backes Costa, Bruna Kfouri Portella e Vanessa de Cássia Serafim, da Universidade Mackenzie (SP), que o desenvolverão com orientação de Denise Paiero. A cerimônia de entrega acontece a partir das 19h, no Teatro da Universidade Católica de São Paulo ? Tuca (rua Monte Alegre, 1.024). Informações no site: www.premiovladimirherzog.com.br.
Permanece a indefinição sobre o comando da EBC
Tereza Cruvinel, presidente da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), desmentiu informações publicadas no último dia 16/10, na coluna Painel, da Folha de S.Paulo, e reproduzidas no Blog de Josias de Souza, do UOL, que davam como certa a decisão do Governo Federal por sua saída do posto, ao final do mandato, este mês, e sua substituição pelo superintendente de Comunicação e Multimídia da empresa Nélson Breve. Ela chegou inclusive a procurar o blog, que na noite do mesmo domingo publicou seu desabafo: ?Josias, nestes tempos em que se faz jornalismo sem ouvir o outro lado, sou obrigada a esclarecer através de comentário sua notícia: ?O Planalto não decidiu trocar o comando da EBC. Há cerca de quatro semanas, estive com a presidenta Dilma, que a exemplo da ministra Helena Chagas, da Comunicação Social, convidou-me a permanecer por um segundo mandato de quatro anos na presidência da EBC. Ponderei que neste primeiro quadriênio eu e a atual diretoria fizemos um trabalho vitorioso na implantação da EBC e da TV Brasil mas que eu recomendava a renovação na Presidência, por razões de gestão e especialmente porque não tenho interesse no segundo mandato. Acredito ter dado importante contribuição ao projeto. Ela pediu-me para retomarmos o assunto em próxima e definitiva conversa, que ainda não ocorreu. Por isso, tenho evitado comentar o assunto, o que seria indelicado, antes desta audiência prevista para o próximo dia 24?. Agradeço o registro em nome da boa apuração da verdade?. Segundo a nota do Painel, o nome de Nélson Breve, cotado para substituir Tereza, ?conta com a simpatia do ex-ministro Franklin Martins?. Pelo visto, só na próxima semana veremos o desfecho dessa história.
Memórias da Redação – Como explicar o inexplicável II?
Carlinhos Oliveira (coliveira@dcomercio.com.br), hoje no Diário do Comércio de São Paulo, um dos protagonistas (ainda que involuntário) da história que Nora Gonzalez contou em J&Cia 816 sobre os bastidores de um episódio que marcou para sempre a biografia do falecido presidente Itamar Franco, manda uma suíte do caso com algumas alterações.Como explicar o inexplicável ? II Fui apanhado de surpresa (grata surpresa) pela história contada, e bem contada, pela minha querida amiga e colega Nora Gonzales, sobre aquela manhã de Carnaval, em 1994, registrada no Jornalistas&Cia desta semana. De fato, a situação é verídica, mas meu compromisso com a verdade me impõe fazer alguns pequenos, mas importantes reparos. Naquele dia, cheguei cedo à redação e, minutos depois, o Fábio Almeida Salles, editor de Fotografia, para ao lado de minha mesa, põe um maço de fotos sobre ela e sentencia: ? Carlinhos, você tem uma bomba nas mãos! E tinha mesmo. Vamos aos fatos. Pego as fotos e vejo uma mulher relativamente jovem abraçada ao então presidente Itamar Franco, bem desinibida, sem calcinha, de vento em popa e, principalmente, em proa. A Nora acertou tudinho até o momento em que eu liguei para o dr. Julio Mesquita e descrevi a cena a ele. Eu era responsável pela Primeira Página do Estadão, o que não é pouca coisa, e, naquele momento, tinha de me cercar de alguma forma. Sem intimidade com o dr. Julio, tentei ser didático, como bem exige nossa profissão. E disse: ? Dr. Julio, a moça está sem calcinha, as fotos foram feitas de baixo para cima e está aparecendo tudo. Do outro lado da linha um breve silêncio e a pergunta que eu temia. ? Carlos, aparecendo tudo o quê? ? Tudo, dr. Julio. ? Mas tudo o quê? ? Tudo, a moça está exposta. Nisso, ao longe, entra na redação o Oliveiros S. Ferreira, na época responsável pelos editoriais do Estadão, colega fino, culto e elegante. Acenei para que ele se aproximasse e enquanto falava com o dr. Julio mostrei-lhe as fotos. Oliveiros começou a falar comigo e eu não sabia a quem dar atenção, já que dr. Julio ainda estava na linha. Oliveiros: ? Não podemos publicar isso. É o presidente da República. Dr. Julio: ? Carlos, o que você acha? Eu: ? Tenho dúvidas, por isso liguei. Dr. Julio: ? O que o Oliveiros acha? Passei o telefone ao Oliveiros e aí então veio a célebre frase, equivocadamente atribuída a mim. Oliveiros: ? Julio, Julio, estão aparecendo os grandes lábios!!! Decidiu-se, então, que o Estadão não publicaria a moça sem calcinha na primeira página. No dia seguinte, vários jornais escancararam as imagens, sem qualquer pudor. À tarde, toca o telefone na minha mesa. Era o dr. Julio. ? Carlos, deveríamos ter publicado a fotografia. Essa foi a história tal qual aconteceu. Certamente, a Nora, que trabalhava na Economia, um pouco distante da Primeira Página, ouviu a conversa de maneira entrecortada, daí o equívoco. Mas tudo bem. Ainda hoje rio muito disso tudo.