29 C
Nova Iorque
sexta-feira, julho 4, 2025

Buy now

Início Site Página 1351

De pai para filho, a paixão pelas notícias automotivas

Raimundo Couto e Silva Júnior, editor de automóveis de O Tempo/MG, herdou do pai o gosto pelo setor automotivo. Filho de Raimundo Couto e Silva, conhecido como Visconde de Ouro Preto, começou no Jornalismo em 1996 pondo em prática os ensinamentos do pai, que se aposentou há 30 anos mas deixou um legado de vanguardismo no jornalismo especializado em veículos em Minas Gerais.

Nesta entrevista para o Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva, o filho, além de comentar passagens interessantes da carreira, fala de outros gostos pessoais, como andar de moto, correr e viajar.

Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva – Um carro inesquecível?

Raimundo Couto e Silva Júnior – Um Opala 1970, bege, placa AF-0333. Com ele, fomos, toda a família (eu, pai, mãe, avô e mais quatro irmãs, todos nós crianças), de Belo Horizonte para o Sul do Brasil, e de lá para Argentina, em uma jornada divertida e ousada para a época. Um tempo feliz em nossas vidas e que deixou, além de lembranças, muita saudade

J&Cia Auto – Um momento automotivo que marcou sua vida?

Raimundo – O lançamento ou relançamento do Fiat 500, em Turim, na Itália, em 2007, momento único na vida dos italianos, que promoveram uma memorável festa na cidade-sede da Fiat. Caravanas de Cinquecento vindas de todo o país se dirigiram ao centro da bela cidade para saudar com alegria a chegada do subcompacto que representa muito para eles, um verdadeiro ícone da indústria automobilística na Itália. O show de fogos preparado às margens do rio Pó ficou na memória de todos que tiveram a oportunidade de estar ali.

J&Cia Auto – Onde iniciou suas atividades nessa área?

Raimundo – No jornal Pampulha, em 1996, num período em que sua circulação era limitada às cercanias do bairro que lhe empresta o nome. Depois passei por Diário do Comércio/Jornal de Casa e por uma experiência de quatro anos do outro lado do balcão, na assessoria da General Motors do Brasil, em Minas e no Rio de Janeiro. De volta às redações, fiquei um breve período como editor-executivo do Jornal da Cidade, e vim para a Sempre Editora, que publica O Tempo, Super Notícia e Pampulha, este último muito diferente da época em que dei os primeiros passos no setor. Segue sendo distribuído gratuitamente, mas circula com 121 mil exemplares, todos os sábados bem cedo, entregues de porta em porta.

J&Cia Auto – O que mais o impressiona na imprensa automotiva?

Raimundo – A motivação que parece não ter idade nesta atividade do Jornalismo. Tanto a turma de veteranos como a de jovens convive em plena harmonia.

J&Cia Auto – Um profissional da imprensa automotiva para homenagear o segmento? Raimundo ? Vou citar três: meu pai, que desbravou a trilha por onde muitos passaram (e passam) na cobertura especializada em veículos. Seu legado de ética e profissionalismo ainda faz com que, 30 anos depois de se aposentar, tenha seu nome citado com reverência e respeito. Ele me ensinou que mais vale um grama de exemplo do que uma tonelada de conselhos. O bom amigo Fernando Calmon, um decano na profissão que, até hoje, com sua simpatia e competência, mostra disposição de ensinar e orientar os que estão chegando. E Luiz Carlos Secco, professor de todos nós, eterna gratidão, um grande incentivador desde meus primeiros passos no setor.

J&Cia Auto – Livro de cabeceira?

Raimundo – O evangelho, segundo o espiritismo. Respeito muito a doutrina que tem como foco promover a caridade e espalhar a união entre todos os irmãos.

J&Cia Auto – Time de coração?

Raimundo – Não ligo muito para futebol, mas tenho simpatia pelo Cruzeiro, que passou apertado este ano.

J&Cia Auto – O que mais gosta de fazer nos momentos de descanso?

Raimundo – Andar de moto, ler revistas especializadas e navegar na internet, sem a obrigação do trabalho diário.

J&Cia Auto – Algum hobby especial?

Raimundo – Gosto de correr. Faço essa atividade há três anos e procuro fazê-la, no mínimo, três vezes por semana.

J&Cia Auto – Tipo de música que mais aprecia?

Raimundo – Não tenho um gosto musical definido, mas gosto da voz e da presença da Paula Fernandes.

J&Cia Auto – Na televisão, qual programa predileto?

Raimundo – Bons programas não passam mais, os seriados com Selton Melo sempre foram os melhores. A Grande Família, CQC e Jornal Nacional, vejo sempre que posso.

J&Cia Auto – Quais os jornais e revistas de que mais gosta? E sites especializados?

Raimundo – Leio as revistas Autoesporte e MotorShow e os jornais O Tempo e demais que editam cadernos de automóveis. De fora de Minas recebemos na redação O Globo, Folha e Estadão.

J&Cia Auto – Um sonho por realizar?

Raimundo – Não tenho. Sempre concretizei o tudo que, dentro do bom senso, foi possível fazer. Mas uma viagem longa de moto está nos planos para o próximo ano.

Samy Adghirni e os desafios da cobertura no Irã

Uma semana após o anúncio pela Folha de S.Paulo da criação do novo posto de correspondente internacional no Irã, Samy Adghirni, primeiro brasileiro a atuar na cobertura fixa daquele País, falou com exclusividade ao Portal dos Jornalistas sobre os desafios dessa nova experiência. Filho de marroquino com brasileira, Adghirni é formado em Jornalismo pela Universidade Stendhal de Grenoble, na França. Por lá atuou em diversos veículos, como Rádio França Internacional, Rádio BMF, France Presse e Trax Magazine. Em veículos brasileiros, fez parte da equipe de Mundo do Correio Braziliense. Transferiu-se para a Folha no final de 2007 e desde então cobriu conflitos em países como Egito, Líbia e Tunísia. Será o segundo correspondente fixo do jornal no Oriente Médio, que há mais de dois anos conta com a presença de Marcelo Ninio, em Jerusalém. Na nova divisão, Adghirni será também responsável pelos noticiários nos principais vizinhos do Irã, dentre eles Iraque, Afeganistão e Paquistão. Portal dos Jornalistas ? Como surgiu a ideia da criação de um posto fixo de correspondente no Irã? Samy Adghirni ? A ideia de abrir um posto em Teerã surgiu e amadureceu em conversas com a Secretaria de Redação, que acreditou valer a pena investir para ter um olhar próprio sobre o Irã. O país está todos os dias no noticiário internacional, mas há pouquíssimos jornalistas estrangeiros para contar o que de fato acontece na política, economia e sociedade iranianas. Ter um correspondente em Israel e outro no Irã permite uma cobertura muito mais abrangente, precisa e equilibrada do noticiário no Oriente Médio. PJ ? Há algum período pré-estabelecido para esse trabalho? Samy ? Trata-se de um posto fixo e, portanto, sem prazo de validade. Eventuais mudanças poderão ser decididas pela Secretaria de Redação em função da segurança e da dificuldade de cobertura num ambiente com algumas restrições. PJ ? Quais são as maiores dificuldades que você espera ou que já vem encontrando? Samy ? O governo me concedeu uma autorização para trabalhar como correspondente internacional no país, algo raríssimo diante das crescentes tensões entre Irã e potências ocidentais. Nesse sentido, a Folha faz parte de um grupo muito seleto de veículos internacionais com permissão para cobrir tudo o que acontece no país. Isso dito, é preciso trabalhar dentro da legalidade imposta pelas autoridades. O governo pede, entre outras regras, para ser avisado se eu quiser fazer matérias fora de Teerã. A língua também é um problema. Pouca gente fala inglês e aprender farsi levará certo tempo. Enquanto isso tenho trabalhado com a ajuda de tradutores. PJ ? Que paralelo você traçaria entre a liberdade e segurança (ou falta dela), para realizar esse novo trabalho, comparado com os períodos em que esteve na Tunísia, Líbia e Egito? Quais desses locais oferecem melhores e piores condições de trabalho? Samy ? Tunísia, Egito e Líbia estão passando por processos de mudança profunda, mas os jornalistas, locais como estrangeiros, já encontram muito mais liberdade que antes da chamada Primavera Árabe para exercer sua profissão. A Líbia de Muammar Gaddafi era um dos piores países para se trabalhar como jornalista. Hoje em dia acho que a Síria é o lugar mais repressor do Oriente Médio. Comparado com as ditaduras árabes, o Irã oferece mais liberdade. Em termos de segurança pessoal, o Irã é muito tranquilo, já que tem baixíssimos índices de criminalidade e não se trata de um país em guerra. PJ ? Recentemente houve o problema com o Germano Assad, correspondente também da Folha, que ficou quatro dias preso na Síria. Em algum momento de suas coberturas pelo oriente Médio você sentiu que corria esse risco? Samy ? A revolução egípcia, no início do ano, foi o período mais difícil, já que jornalistas passaram a ser caçados como alvo legítimo pelos partidários do então ditador Hosni Mubarak. Havia uma ação coordenada contra a mídia estrangeira. Colegas brasileiros e eu tivemos que organizar juntos nossa fuga do centro da cidade para evitar que fossemos presos ou espancados, como aconteceu com tantos enviados especiais. No auge da guerra na Líbia havia o perigo de morrer a qualquer instante por causa dos conflitos pesados entre rebeldes e governistas, mas não havia uma campanha orquestrada contra jornalistas. Éramos vítimas potenciais como qualquer outra pessoa que estivesse no país. PJ ? Há alguma restrição por questões de segurança para que você não visite determinados países em suas coberturas? Samy ? Não há uma lista de países vetados. Trabalhamos estudando caso a caso. Quando o jornal envia um repórter para uma área de risco, fazemos diariamente uma avaliação das condições de segurança. Sempre há uma passagem de volta pronta para o enviado especial. O bom senso sempre deve prevalecer para que o jornalista não vire notícia. PJ ? O que significa esse novo desafio em sua carreira? Samy ? É uma oportunidade extraordinária acompanhar de dentro a realidade de um país que está constantemente sob os holofotes, mas na verdade é muito pouco conhecido. As pessoas ainda acham que o Irã é um país árabe, que está em estado de guerra, que xiismo é sinônimo de radicalismo etc. O Irã é uma potência multimilenar, com uma cultura riquíssima e um povo altivo e educado. A história iraniana não pode ser resumida ao momento atual de tensão com o Ocidente nem à questão nuclear. Cada dia em Teerã já está sendo um enorme aprendizado sobre o Irã e sobre como funciona a geopolítica mundial. Há muitas boas histórias para serem contadas aqui.

Saem os vencedores do 23º BM&FBovespa de Jornalismo

Foi divulgada nesta 2ª.feira (12/12) a lista dos vencedores do 23º Prêmio BM&FBovespa de Jornalismo 2011. A premiação, criada em 1988, tem como objetivo o reconhecimento da contribuição do trabalho da imprensa para o desenvolvimento do mercado de capitais e de derivativos no Brasil.

Foram apresentadas 148 matérias, publicadas em 42 veículos, com uma participação de 113 jornalistas. Ao todo, cinco prêmios foram distribuídos, no valor de R$6 mil cada um. Confira a lista dos vencedores: Jornal – São Paulo/Rio de Janeiro:Bruno Villas Bôas (O Globo) – “Com Bolsa em baixa, aluguel de ações explode” ;Revista – São Paulo/Rio de Janeiro: Giuliana Napolitano e Thiago Bronzatto (EXAME) – “O que há de errado com a Bolsa” ; Mídia Impressa- Capitais e Interior:Eugênio Esber (Revista Amanhã/RS) – “A trajetória de uma empresa sem dono” ;Mídia On-line:Adriana Chiarini e Camila Russo (Bloomberg News) – “Cariocas em Brasília querem ressuscitar títulos municipais” ;Derivativos:Mauro Zanatta (Valor Econômico) – “Taxação sobre derivativos afeta hedge de produto agropecuário”.

Blog do Cout lança canal gratuito para download de livros

Márcio Coutinho, criador do Blog do Cout, voltado para recolocação de profissionais no mercado de Comunicação, está lançando uma novidade. A partir de agora, os leitores terão acesso gratuito a livros, vídeos e textos da área de comunicação. ?O objetivo foi criar itens de interesse com os quais os leitores possam obter informações da área. Os livros, vídeos e textos são um atrativo a mais dentro do canal?, afirmou Coutinho que a princípio lançou o blog como uma página de classificados virtuais, onde os profissionais de comunicação podem buscar recolocação no mercado de trabalho. Entre os livros disponíveis na estante estão títulos como O Código de ética dos jornalistas, Como escrever para web e Jornalismo digital de terceira geração. Os livros podem ser lidos ou baixados gratuitamente. Segundo o blogueiro, ?a ideia partiu do pensamento que um canal utilizado por comunicadores, tende a gerar interesses por informações do seu núcleo. Desta forma, ele procura agregar valores que podem beneficiar o leitor e acrescentar conhecimentos, entendo que a sua iniciativa pode ser considerada como uma ação de utilidade publica?. Dentre as próximas novidades, o Blog do Cout prepara a criação de um canal no Youtube para postagem de vídeo-currículo e portfólio de profissionais.

Olivia Caires começa no ZAP Carros

Olivia Caires passou a reforçar nesta 2ª.feira (12/12) a redação do ZAP Carros. Com passagem pela assessoria de imprensa da Companhia de Engenharia de Tráfego, na capital paulista, chega para ser repórter na equipe da editora Thalita Real, que já conta com Verônica Lima. Outra novidade por lá é o sucesso dos concursos culturais que o site tem promovido nas redes sociais (Facebook e Twitter) para atrair leitores: na última semana, 20 internautas ganharam um curso de mecânica básica por participarem de concurso em parceria com a Chevy.

Folhinha, Painel do Leitor e Semanais da Folha têm novidades

Além das mudanças anunciadas na semana passada pela Folha de S.Paulo, envolvendo novos postos de correspondentes em Londres e Teerã, o jornal promoveu nos últimos dias alguns reajustes internos em sua redação. Vários comunicados do editor-executivo Sérgio Dávila indicaram as mudanças. Uma delas foi a indicação de Laura Mattos para o posto de editora da Folhinha, o que aconteceu no último dia 1° de dezembro. Também de cargo novo, Alexandre Nobeschi é desde 30/11 o editor do Painel do Leitor, cargo que acaba de ser criado e que está diretamente vinculado à Secretaria de Redação. Por fim, uma mexida que se concretizará em 16 de janeiro. Neste dia, Vera Guimarães vai assumir o recém-criado posto de secretária-assistente de Redação de Semanais e a ela vão se reportar os editores dos cadernos Tec, Equilíbrio, Comida, Turismo, Folhinha e Suplementos. Vera, que também estará subordinada à Secretaria de Redação, será a interlocutora dessas editorias e dos cadernos especiais da Redação com os departamentos Comercial e de Marketing da empresa. Até junho, acumulará adicionalmente o cargo de editora de Especiais, até a volta do titular, Naief Haddad.Fred Vasconcellos, que muitos acreditavam que deixaria o dia-a-dia da redação para se dedicar apenas ao blog, em regime de contratação PJ, continuará como repórter especial do jornal. Quem saiu foi Ricardo Melo, que havia sido transferido para um projeto de programa de tevê.

Mudanças nas sucursais do Estadão e da Folha no DF

Marcelo Moraes retorna à sucursal do Estadão nesta 3ª.feira (13/12) para assumir a Chefia de Redação do jornal. Ele substitui Rui Nogueira, que deixou o cargo depois de cinco anos e meio de casa. Marcelo já atuou na sucursal entre 2004 e abril deste ano quando foi transferido para São Paulo para trabalhar como editor-executivo de Produção. No caminho inverso, Melchíades Filho regressará em março a São Paulo, para um período de seis meses em que dará aulas na USP, orientando jovens repórteres de São Paulo e tocando um projeto para o jornal. Durante sua ausência, o secretário de Redação Igor Gielow assumirá o comando da sucursal. Em setembro de 2012 retorna à Capital Federal e reassume o posto. Ainda por lá, registro para a saída da repórter Ana Flor. Ela estava havia cinco anos na empresa, sendo o último em Brasília. Acertou com a Reuters e começará nas próximas semanas na agência, também na cobertura de Política. Quem também deixa a casa é Leandro Colon, que estava há quase três anos no jornal. Ele aceitou o convite do editor-executivo Sérgio Dávila para ser repórter especial da Folha de S.Paulo a partir de janeiro. Também fazendo caminho inverso, Eduardo Cucolo, que cobria Finanças pela Folha e teve sua vaga congelada, despediu-se do jornal na semana passada. A convite do Estadão assumiu na Agência Estado o posto de Fábio Graner, que seguiu há poucas semanas para a assessoria de Guido Mantega, no Ministério da Fazenda.

Vencedora de quatro “Essos” lança página para imagens jornalísticas

A designer Renata Maneschy (O Dia), vencedora de quatro Prêmios Esso na categoria Criação Gráfica – Jornal acaba de lançar no Facebook a página Design 2000, que permitirá aos usuários o compartilhamento de links, trabalhos e ideias sobre ilustração, infografia, fotografia, tipografia e jornalismo.

Segundo Renata, “existia uma carência de informação deste meio e a grande vantagem desta rede social é que num só lugar você consegue visualizar links, vídeos, imagens e textos, além da possibilidade de comentar e compartilhar os posts”.

Portal dos Jornalistas – Como surgiu a ideia de montar este espaço no Facebook?

Renata Maneschy – O Design 2000 existe desde 1999, quando criei uma lista de discussão para tentar unir os profissionais de design editorial, principalmente os que trabalham em jornais. As pessoas tinham uma carência muito grande de informação: “qual o tamanho da equipe dos outros jornais?”, “como é a negociação de espaço?”, “o design influencia nas vendas?”, “como é o processo de criação de cada um?”, etc. Essas e muitas outras questões foram colocadas na lista e debatidas, assim como também a possibilidade da criação de uma associação, ideia que não foi adiante por uma série de fatores. Ao longo dos anos, as pessoas foram interagindo cada vez menos, então vi no Facebook uma possibilidade de retomar essa troca entre os profissionais.

PJ – Que tipos de benefícios você espera que essa página irá trazer ao meio gráfico?

Renata – Uma das coisas que faz parte do trabalho do designer é a pesquisa de referências, ver o que o mundo está produzindo. Não só designers, mas fotógrafos, artistas, escritores e, no caso específico do design editorial, ter acesso a diversas fontes de notícias e ver como os leitores reagem a cada uma delas. É como uma pesquisa de opinião instantânea e constantemente atualizada. Essas ferramentas são fascinantes pela rapidez com que proporcionam esse acesso e também pela diversidade de fontes.

Memórias da Redação ? O foca

Plinio Vicente da Silva (pliniovicente@oi.com.br), colaborador assíduo deste espaço, manda de Roraima uma homenagem a Zequinha Neto, falecido no último mês de outubro, aos 53 anos. O foca Ainda sobre a morte, aqui em Boa Vista, do jornalista José Aparecido da Silva, o Zequinha Neto. Nascido em Socorro e criado em Jundiaí, ambas no interior de São Paulo, trocou a Terra da Uva por Roraima, onde veio ser correspondente do Estadão, JT e Agência Estado e mais tarde professor da Universidade Federal. Companheiro e amigo leal de muitas décadas, não tive a oportunidade de prestar-lhe uma homenagem, mesmo que post mortem, o que faço neste texto simples, ainda que tardio. Nos meados dos anos 70 do século passado circulava em Jundiaí pelas mãos de Sandro Vaia, Ademir Fernandes (já falecido) e Sergio ?Serron? Rondino, o tablóide semanário Jornal de 2ª. De linha editorial agressiva, mandava o cacete no então prefeito, Íbis Cruz. Tanto bateu que ele acabou cassado. Com justiça, pois o alcaide carregava nas costas um monte de acusações, a maioria por corrupção. Repórter iniciante, Zequinha Neto, pelos testemunhos da época, revelou-se já nos primeiros dias um foca desses que nenhum chefe gosta de receber para adestramento, como contam os fatos que descrevo aqui. A edição fechava na noite de quinta-feira, rodava na sexta e era distribuída no final de semana. Esse fluxograma dava à redação todo o tempo necessário para montar boas matérias. Numa dessas quintas-feiras, já no meio da tarde, Zequinha foi ao estádio Jaime Cintra cobrir o treino do Paulista, principal time de futebol da cidade. Para sua surpresa os jogadores estavam todos sentados do lado de fora do campo, nas arquibancadas, conversando. Iniciante, ainda tímido, perguntou a um deles se o treino já tinha acabado. A resposta foi de que não houve treino. Motivo: o elenco estava em greve por falta de pagamento dos salários. Zequinha parou, pensou e concluiu: ?Putz! O que eu faço agora? Vou voltar pro jornal sem material. O Ademir vai me arrancar o couro…?. Voltou, ficou por ali caçando mosca até que lá pelas cinco da tarde, Ademir, o fechador, vendo que o foca não tirava o traseiro da cadeira, gritou: ? Zequinha, cadê a matéria do Paulista? Você não foi cobrir o treino? Ele se levantou, foi até a mesa do chefe, estufou o peito e mandou: ? Não tem matéria. ? E por quê não tem matéria? ? Porque o time não treinou. Risonho como sempre, semblante que mantinha mesmo diante das situações mais difíceis, Ademir segurou o ombro de Zequinha, colocou-o contra a parede e, sem deixar morrer o sorriso, esgoelou, para satisfação de todos os que já esperavam pelo desfecho e assistiam divertidos toda aquela cena: ? E por quê não houve treino? ­          ? Os jogadores disseram que não iam treinar porque o pagamento dos salários está atrasado há três meses. Depois de toda a cena, ilustrada por uma encenação que os colegas mais velhos já conheciam de sobra, Ademir soltou Zequinha, voltou-se para o Sandro, que já não conseguia ver aquilo com a seriedade que deveria mostrar o dono do jornal, e perguntou-lhe: ? E agora, Sandrão? O que vamos fazer? Se quisermos publicar matéria do Paulista nesta edição vamos ter que entrevistar o foca… No começo deste ano, quando fui fazer uma palestra para os alunos de Jornalismo do Zequinha na UFRR, lembrei desse episódio. Quando estava quase concluindo ele me aparteou, olhou para a classe e sentenciou: ? Jamais sintam vergonha de errar. A primeira coisa que aprendi ao passar por essa experiência foi: quando um fato subsequente, imprevisto, impede que o anterior aconteça, ele passa a ser a matéria. Para ilustrar melhor, Zequinha lembrou a história do repórter enviado a uma cidade do interior para cobrir a visita do presidente da República, que fora inaugurar uma obra. Lá pelas 8 da noite, à beira do deadline, e sem a matéria do cara, o editor ligou para o hotel e conseguiu falar com o repórter: ? Cara! Cadê a matéria sobre a visita do homem? ? Olha, chefe, não teve inauguração e, portanto, não tem matéria. O prédio pegou fogo e o presidente voltou para Brasília. Foi mais ou menos grave, morreram apenas dois trabalhadores da limpeza, mas o presidente e a comitiva toda saíram ilesos… Para encerrar: apesar da bronca, Ademir acabou entrevistando o foca e o Jornal de 2ª daquela semana saiu com uma bela matéria sobre a greve dos jogadores do Paulista e o treino que não houve. O suficiente para que Zequinha sobrevivesse na profissão e para que, no futuro, ele se tornasse um exigente amestrador de focas aqui em Roraima.

J&Cia criará centro de memória e ranking de prêmios jornalísticos

A Jornalistas Editora, que edita Jornalistas&Cia, Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva e este Portal dos Jornalistas, está criando um centro de memória de prêmios de jornalismo, material que será também a base para a criação do Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros, nas vertentes Todos os Tempos (Geral e Regional) e Ano de 2011 (também Geral e Regional). Simultaneamente, publicará um ranking dos mais premiados veículos de comunicação do País (tendo como base apenas os prêmios de imprensa), nas mesmas vertentes (Todos os Tempos ? Geral e Regional, e Ano de 2011 ? Geral e Regional). O trabalho está sendo desenvolvido pelo Instituto Corda, dirigido por Maurício Bandeira, que organizou os indicadores setoriais do Anuário Brasileiro das Agências de Comunicação e o novo sistema de avaliação do Congresso Mega Brasil de Comunicação. O Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros é inédito e adotará como base cerca de 60 prêmios de jornalismo, entre os mais importantes do País (gerais, segmentados e regionais, além dos internos dos mais importantes veículos do País). Ele será publicado na última edição do ano, de Balanço, que circulará em 21 de dezembro.

pt_BRPortuguese