20.6 C
Nova Iorque
sexta-feira, julho 4, 2025

Buy now

Início Site Página 1241

José Paulo de Andrade completa 50 anos de Rádio Bandeirantes

O âncora José Paulo de Andrade completou nesta 2ª.feira (4/2) 50 anos de trabalho ininterruptos na Rádio Bandeirantes. O apresentador, que em abril celebra também 40 anos à frente de O Pulo do Gato, programa que vai ao ar de 2ª a sábado, das 5h30 às 7h, começou na emissora em 1963, depois do começo de carreira na Rádio América, e por lá, após passar por várias funções, assentou no comando do Jornal Gente. Dentre as homenagens que recebeu, uma foi dos colegas de bancada Rafael Colombo, Salomão Ésper e Thays Freitas, durante a edição do Gente, com apresentação de uma retrospectiva de sua vida pessoal e profissional, que continha áudios de coberturas marcantes, como no dia em que reportou o milésimo gol de Pelé, em 19/11/1969. Além disso, foi entrevistado pelas outras rádios do Grupo Bandeirantes: BandNews FM, SulAmérica Trânsito e Bradesco Esportes FM. A emissora também publicou anúncios alusivos à data em diversos outros veículos. José Paulo é bacharel em Direito pelo Largo São Francisco, mas desde criança sonhou com uma carreira radiofônica. De 1977 a 1994, foi diretor do Departamento de Jornalismo da Rádio Bandeirantes, mas após sofrer um infarto viu-se obrigado a diminuir o ritmo de trabalho, passando a atuar apenas como apresentador. Fumante, até hoje aponta o vício como principal causa do problema de saúde. “Se tem uma coisa que eu mudaria na minha vida, seria isso. Eu nunca teria começado a fumar”, diz. Dono de um estilo combativo, já se indispôs no ar com entrevistados como Orestes Quércia e Jânio Quadros, e durante as Diretas Já foi um dos protagonistas na luta pelo direito da imprensa de divulgar informações sobre o movimento que mobilizou o País.

Cesar Bianconi é o novo editor-chefe do Serviço Brasileiro da Reuters

Cesar Bianconi é desde janeiro editor-chefe do Serviço Brasileiro da Reuters, no lugar de Alexandre Caverni, que foi para nova função na agência. Cesar (cesar.bianconi@thomsonreuters.com) trabalha com jornalismo em tempo real há cerca de 12 anos, a maior parte deles na Reuters, com uma breve passagem pela Agência Estado. Nos últimos dois anos, na função de editor de Empresas, ajudou a implementar e consolidar a expansão da redação da Reuters no Brasil, principalmente na área de companhias abertas. Alexandre liderou o Serviço Brasileiro da Reuters por cinco anos, período em que o produto passou por profunda transformação e ganhou relevância no mercado local de jornalismo em tempo real. Ele assume a função de editor de Front Page, ao lado de Raquel Stenzel, para cuidar da edição das principais matérias e assegurar os padrões globais de qualidade da Reuters nas notícias em português. A agência procura agora um novo editor de Empresas para seu escritório em São Paulo; informações e formulário de inscrição no http://migre.me/d6x1u. Ainda a propósito da Reuters, Adriana Garcia (adrianag@stanford.edu), que está afastada da agência desde o ano passado, vivendo na Califórnia como bolsista do Stanford Knight Fellow, já tem volta marcada para o final de junho. Adriana, que começou a carreira via Curso Abril de Jornalismo e trabalhou em Folha, Veja SP e Exame, criou o serviço online em português da Reuters em 1999, onde foi subeditora, editora online e chefe do serviço no País, e em 2006 seguiu para Washington como correspondente para a América Latina. Mudou-se em 2009 para Nova York, para trabalhar com o evento global virtual Reuters Summits, e em 2010 voltou ao Brasil para cuidar da estratégia e lançamento de novos produtos editoriais na empresa, como a comunidade financeira Trading Brazil, mas licenciou-se por causa da bolsa. O projeto que desenvolve em Stanford, de inovação em jornalismo com foco em empreendedorismo, que ela chama de protoincubadora, visa a difundir a mentalidade empreendedora já nas escolas para promover a formação de jovens equipes multidisciplinares: “Lá em Palo Alto fala-se de dois perfis de profissional para o futuro: jornalista-tecnologista e jornalista-empreendedor. Meu projeto visa culminar com uma incubadora de mídia ou start-up de jornalismo no Brasil, para estimular novos produtos, apps, veículos, ONGs e tudo o que puder preservar a missão jornalística em dispositivos móveis”. Quem quiser acompanhar as discussões dela sobre jornalismo pode acessar o twitter @drigarcia ou ainda a hashtag #midiaemtranse  

O adeus a Fritz Utzeri

Fritz Utzeri morreu na 2ª.feira (4/2), aos 68 anos, de câncer no sistema linfático. Nos últimos três anos, passou por sete dolorosas quimioterapias, um transplante de medula e usou medicamentos ainda em fase de testes. No início do ano passado, falou a J&Cia sobre seu tratamento: “Seja o que Deus quiser. Quero viver mais para que minha neta se lembre de mim”. Ele havia sido internado no fim de semana, em estado terminal, no Hospital Quinta D’Or. Seu corpo foi velado no Memorial do Carmo e depois conduzido ao crematório. Deixou a viúva Liège, os filhos Ana e Pedro, e dois netos. Nascido na Alemanha em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, não chegou a conhecer o pai, morto em combate. Com dois anos veio para a América Latina e, acompanhando a mãe e o padrasto, viveu em seis países: Paraguai, Brasil, Peru, Bolívia, Chile e Argentina. Radicou-se definitivamente no Brasil, no Rio de Janeiro, nos anos 1960. Formou-se em Medicina pela UERJ, com especialização em Psiquiatria, mas não chegou a exercer a profissão. Naturalizou-se brasileiro em 1970 e trocou seu nome alemão de registro, Fritz Karl, por Federico Carlo, em homenagem ao padrasto italiano que o criou. Mas já era conhecido nas redações como Fritz Utzeri. q Começou no Jornalismo como estagiário no Correio da Manhã. Passou em 1968 ao Jornal do Brasil, onde foi repórter especial e correspondente em Nova York e Paris. Fez parte da redação de O Pasquim. Esteve na TV Globo, foi diretor de Comunicação da Fundação Roberto Marinho e editor de Opinião do jornal O Globo. Trabalhou ainda como diretor de Comunicação da multinacional de telecomunicações Alcatel. Voltou ao JB, como diretor de Redação, nos últimos tempos do jornal. Escreveu o romance Aurora e o livro de crônicas Dancing Brasil. Como hobby, colecionava trens elétricos e carros em miniatura e, não sem interesse, editou a Revista Ferroviária. Descrito como “o jornalista que desmontava versões oficiais”, conquistou em 1981 o Prêmio Esso de Jornalismo para a equipe do Jornal do Brasil que apurou o caso Bombas no Riocentro. Ele repetia a parceria de 1978 com o repórter Heraldo Dias, também já falecido, na reportagem Quem matou Rubens Paiva?, em que contestava a versão oficial sobre a morte do ex-deputado. Diz dele Marcelo Auler, companheiro de redação na mesma época: “Fritz acabou dando aulas de apuração de reportagens, que hoje seriam chamadas de jornalismo investigativo”. Outro contemporâneo, que o acompanhou até os últimos dias, Sérgio Fleury,registrou, logo após sua morte, em memorando que circulou entre os amigos, as muitas aventuras por que passou Fritz, e teve trechos repetidos em todos os obituários publicados. Nos últimos oito anos, com uma legião de amigos colaboradores, editou o semanário em PDF Montbläat, cujo dístico era: “Se você entendeu o Brasil, por favor, conta pra gente”. Com a publicação pretendia, sem patrocínio, obter renda proveniente de assinaturas. Apesar de ter a circulação interrompida em fases agudas de seu tratamento, sempre a retomava, após melhorar. O último número saiu no dia de Natal. 

Vencedores do Esso são destaque em seminário da Abraji

A Abraji abriu inscrições para o 1º Seminário Regional de Jornalismo Investigativo (9/3, em São Paulo), que terá entre seus palestrantes alguns dos vencedores da última edição do Prêmio Esso. Responsáveis pela série de reportagens O jogo suspeito e a queda de Ricardo Teixeira, que resultou na queda do ex-mandatário da CBF, os repórteres da Folha de S.Paulo Filipe Coutinho, Julio Wiziack, Leandro Colon, Rodrigo Mattos e Sérgio Rangel contarão detalhes dos bastidores da apuração que durou quatro meses. Esse trabalho gerou uma série de 20 reportagens, publicadas entre fevereiro e junho de 2012, e levou à conquista da principal categoria do Prêmio Esso 2012. Já para Letícia Duarte, de Zero Hora, foram necessários bem mais que quatro meses para a conclusão do caderno especial O filho da rua, vencedor do Esso de Reportagem. Durante três anos, a repórter acompanhou os passos de um menino de rua de Porto Alegre, viciado em crack. Com autorização da 1ª Vara da Infância e da Juventude daquela capital, Letícia acompanhou desde 2009 a jornada do jovem que, apesar do trabalho da rede de assistência social e da atenção da mãe, não resistiu ao apelo das ruas e das drogas. Este, aliás, foi o segundo Esso de Letícia, que em 2002 faturou o de Jornalismo Regional Sul pela série Adolescência prostituída, publicada no jornal Pioneiro, de Caxias do Sul. O seminário da Abraji será realizado na Universidade Anhembi-Morumbi, campus Vila Olímpia (rua Casa do Ator, 275). As inscrições, até 1º/3, são gratuitas para sócios da entidade e custam R$ 75 para não sócios e R$ 50 para estudantes. O formulário online e a programação completa estão disponíveis em www.abraji.org.br. Assassino de Tim Lopes – A entidade, a propósito, publicou nesta 3ª.feira (5/2) nota oficial em que cobra uma ação rápida e eficaz na recaptura de Claudino dos Santos Coelho, um dos sete condenados pela morte de Tim Lopes, em 2002. Ele está entre os 27 foragidos do Instituto Penal Vicente Piragibe, em Bangu, no Rio de Janeiro, que escaparam da penitenciária no último domingo (3/2). Claudino foi condenado a mais de 23 anos de prisão e cumpre a pena em regime semiaberto desde 2008. A investigação também deve apurar as circunstâncias em que a fuga ocorreu.

Brasileiras lançam documentário patrocinado pela Al Jazeera

O sonho de uma nova vida transformado em pesadelo. A expectativa de encontrar um país receptivo confrontada com a realidade de miséria, preconceito racial e violência. Open arms, closed doors, documentário das brasileiras Fernanda Polacow e Juliana Borges, conta a história de Badharó, um angolano radicado no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. Ele, como muitos africanos, viveu o sonho e a decepção de cruzar o oceano em busca de um distante paraíso chamado Brasil. Origem, status social e – paradoxal, mas não surpreendentemente – cor se tornaram barreiras quase intransponíveis para que este e outros jovens encontrassem por aqui o que tanto buscavam: oportunidade. Para Badharó, a adversidade, no entanto, transformou-se em ferramenta. Pelas letras de rap que compõe, deságua todo seu inconformismo imigrante. Hoje, o angolano é figura respeitada por toda a comunidade. Na visão de Fernanda, a crise em que há anos vive Portugal faz do Brasil um destino natural para os africanos, especialmente os que têm o português como língua materna. Além disso, o suposto bom convívio de nossa sociedade multirracial e o crescimento econômico são atrativos incomparáveis. O documentário produzido pelas diretoras paulistas faz parte da série Viewfinder Latin America, que conta com outras cinco produções. A Al Jazeera, em parceria com a DocMontevideo, selecionou seis projetos de documentaristas locais – sendo dois brasileiros (o outro é Rio’s Red Card, de Susanna Lira e Luciana Freitas) –, que foram acompanhados durante o ano passado em todas as fases de produção. Formada em Comunicação Social pela ESPM e em Ciências Sociais pela USP, o primeiro contato direto de Fernanda com o continente africano foi durante a cobertura para uma ONG de um evento social no Quênia, durante sua temporada de quatro anos em Londres. Para Juliana, jornalista formada pela USP, o interesse veio ainda na faculdade, na produção de seu trabalho de conclusão de curso (em 2005) sobre a guerra civil angolana. De lá pra cá, vieram outros projetos e a criação – junto a outros colaboradores – do coletivo tás a ver?, que promove o intercâmbio cultural entre Brasil e países africanos, e produz conteúdo sobre África. “Estamos totalmente abertos para conversas, parcerias, troca de experiências. Além disso, trabalhamos por projetos. E novas pessoas e ideias sempre são bem-vindas para dar início a um projeto novo, que comece do zero e que esteja dentro da proposta do tás a ver?”, diz Juliana. Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, elas contam mais sobre a oportunidade de produzir um documentário com a chancela da Al Jazeera, os detalhes da produção, a paixão pelo continente africano, o coletivo tás a ver? e a escolha pela profissão. Portal dos Jornalistas – Como souberam da iniciativa da Al Jazeera? Fernanda Polacow – Soubemos do projeto da Al Jazeera pelo DocMontevideo e por contatos de amigos da área. Nós achamos o concurso perfeito para esse projeto que tínhamos na mão, mas nunca imaginamos que iríamos ganhar, tendo em vista que eram centenas, de toda a América Latina. Portal dos Jornalistas – O tema foi proposto pela Al Jazeera ou já era um projeto de vocês que se encaixou no apoio deles? Fernanda – Já era um projeto nosso. Eu e a Juliana já estávamos pesquisando o tema das imigrações africanas para o Brasil, era um tema que nos interessava fazia muito tempo. Isso porque, com a ascensão do Brasil como potência e o declínio da Europa, o fluxo de imigração para cá aumentou muito e os africanos de língua portuguesa começaram a trocar Portugal pelo Brasil, imaginando uma boa vida num país aberto e multirracial. Mas quando chegam aqui, encontram uma realidade dura e muito diferente dos cartões postais.   Portal dos Jornalistas – Como conheceram a história do Badharó? Fernanda – Nós estivemos no Rio de Janeiro filmando um outro documentário [Triângulo, uma coprodução Angola-Portugal para a RTP2 sobre as novas relações entre Rio de Janeiro, Luanda e Lisboa] durante o primeiro semestre de 2012 e entrevistamos muitos angolanos. Acabamos por conhecer bem a realidade deles, desde os estudantes que moram em bons bairros até os moradores do Complexo da Maré, o local com a maior concentração de imigrantes angolanos do Rio. Daí para entrar em contato com o Badharó foi um pulo. Juliana Borges – Fizemos algumas visitas ao Complexo da Maré e fomos conhecendo angolanos. Um apresenta outro, que apresenta outro… e assim chegamos ao Badharó.  Portal dos Jornalistas – O que mais chamou atenção na história dele que as fizeram escolhê-lo como personagem de um documentário específico? Fernanda – É o fato do Badharó usar sua arte para tratar de temas sociais tão complexos. Ele não é o melhor rapper do mundo, longe disso, mas sim um artista do submundo que luta para que as coisas mudem e que revela uma realidade que os brasileiros desconhecem, um país racista e de certa forma fechado aos imigrantes que chegam aqui em situação difícil. Portal dos Jornalistas – O que pensam sobre esse paradoxo brasileiro: de ser um país de maioria negra/parda, altamente miscigenado e, ao mesmo tempo, racista? Fernanda – Nosso País é muito complexo e é muito difícil explicá-lo para quem não vive aqui. A questão racial é ainda mais complexa porque o brasileiro não aceita que ela existe, uma vez que somos um país miscigenado. Mas a realidade é que existe preconceito, sim, basta perguntar para os negros/pardos. Perguntar para um branco não vale, porque ele vai intelectualizar a coisa, dizer que se trata de preconceito de classe, e não de cor etc.. Mas a verdade é que temos uma sociedade racista e que faz a manutenção deste racismo da pior forma que existe: negando-o. Portal dos Jornalistas – Vocês tiveram dificuldades para filmar na Maré? Alguma restrição de facções ou algo do tipo? Fernanda – O Complexo da Maré ainda não está pacificado, portanto é um ambiente complicado. Trata-se de um complexo formado por muitas favelas diferentes, com um número enorme de moradores em uma área muito extensa. Mas nós não tivemos problemas, pedimos autorização e fomos muito bem tratados. É certo que também não cruzamos nenhum limite e que nos mantivemos dentro das áreas em que dissemos que estaríamos. O Badharó é bastante respeitado na comunidade e isso ajudou muito. Mas o fundamental foi termos trabalhado com o Cadu [Barcellos], nosso produtor local e um dos diretores do filme Cinco vezes Favela. Sendo da área do cinema e conhecendo as regras da comunidade e todo mundo por ali, ele fez com que as filmagens fossem um sucesso. Portal dos Jornalistas – Como surgiu o interesse pela África? Fernanda – Tanto eu como a Juliana temos uma relação antiga com o continente. A Juliana morou em Angola e trabalhou na implantação do primeiro jornal de Economia de lá [o Jornal de Economia e Finanças]. Com isso, ela se tornou grande conhecedora do país e uma eterna apaixonada pelo povo. Eu já estive em vários países cobrindo temas sociais, como em Senegal, Quênia e África do Sul, mas é com Moçambique que tenho uma ligação maior. Além de já ter estado lá muitas vezes, acabo de fazer 5mil km de carro pelo país todo pesquisando para um filme de ficção de se passa lá durante a 1ª Guerra Mundial. Portal dos Jornalistas – Quais são as principais características que aproximam ou que afastam Brasil e África? Fernanda – Brasil e África estão unidos pelo passado, e isso é bom e ruim. Bom porque carregamos em nós um pouco deles, está no sangue, não tem jeito. Ruim porque acabamos por ficar apenas com o passado, com a mística de um continente exótico e distante. Nós, brasileiros, não fomos atrás de entender realmente essa África e dissecar esse enorme continente nos mais de 50 países completamente distintos que o formam. Não olhamos para a África com um olhar do presente ou do futuro. Mas a África pulsa e fervilha de coisas estimulantes, criativas e supercontemporâneas. Existe um enorme potencial para trocarmos muito mais.   Portal dos Jornalistas – Como funciona o trabalho do coletivo tás a ver? Juliana – O tás a ver? existe desde 2010 e atualmente é formado por cinco integrantes fixos, com experiências de trabalho nas áreas de comunicação e mobilização social, e alguns colaboradores que contribuíram para o amadurecimento da ideia e participam de momentos pontuais. Todos nós, sem exceção, vivemos ou já passamos longas temporadas em países africanos. Lá, vivenciamos experiências marcantes e inspiradoras. E conhecemos um continente que vai muito além dos lugares-comuns geralmente associados à África. Conhecemos um continente empreendedor, urbano, produtor de música, de cultura e de inovação. A África é muito mais do que esses antigos clichês e pede um novo olhar do Brasil. Nossa missão é estreitar os diálogos, fomentar o intercâmbio cultural, apresentar para os brasileiros aspectos da cultura africana contemporânea e aumentar o fluxo de ideias entre os dois lados do Altântico. Entre os projetos assinados pelo coletivo estão documentários, exposição de fotos e um longa metragem. Atualmente estamos iniciando a captação de recursos de um novo projeto, um portal sobre cultura africana contemporânea, também chamado tás a ver?. O site terá conteúdos sobre música, cinema e vídeo, literatura, artes visuais, destinos e comportamento, sempre com forte apelo visual. Com ele, pretendemos não apenas transformar o jeito de olhar para o continente africano e articular as iniciativas brasileiras de intercâmbio que vêm surgindo com o continente, mas também aguçar a curiosidade, inspirar e surpreender o leitor. “Tás a ver?” é uma expressão muito usada nos países lusófonos (e também em Portugal) que significa “está vendo?”, “está entendendo?”. Achamos que ela simboliza bem uma das premissas do coletivo, que é mostrar aos brasileiros um continente inteiro – que está bem na nossa frente –, mas nós nem sempre vemos ou vemos sempre com os mesmos olhos. Portal dos Jornalistas – O que as motivou a escolher a Comunicação como profissão? Fernanda – Para mim foi uma escolha de adolescente, numa fase confusa em que temos que escolher algo. Depois fui para Ciências Sociais e acabei por misturar as duas profissões. Acho que carrego comigo estes dois olhares no meu trabalho como pesquisadora e documentarista. Juliana – Para mim aconteceu como a Fernanda, essa escolha adolescente que você nem sabe por quê. Fui estudar Jornalismo e acabei gostando da coisa. Trabalhei por alguns anos em redação, principalmente na Abril, mas quando voltei do meu ano em Angola, em 2009 [a convite de Antônio Alberto Prado, que comandou a equipe de brasileiros na elaboração do Jornal de Economia e Finanças], decidi ir por outros caminhos. Decidi trabalhar apenas como frila e testar outros tipos de mídia. Me engajei no tás a ver? e comecei a desenvolver alguns projetos de documentário.  Portal dos Jornalistas – E o audiovisual? Quais consideram ser as principais vantagens desse tipo de mídia? Fernanda – Eu acho que o audiovisual pede um enorme senso crítico no sentido de que, na tela, o filme tem que contar tudo sem revelar absolutamente tudo. Há um timing que permite o filme evoluir e fluir. Ou não. Quando é um trabalho que tem que se adaptar a um formato específico – como no caso de uma televisão como a Al Jazeera, com uma linha editorial bastante rigorosa –, muitas vezes temos que abrir mão de algumas coisas que queremos fazer e aceitar que o filme já pertence a mais gente. Esse esforço de contar uma história, mas adequá-la a um formato, é um grande exercício de desapego! Mas saber que ela vai ser vista por milhares de pessoas em mais de 120 países é um grande privilégio. Juliana – É bem diferente escrever uma reportagem e dirigir um documentário. Escrever é encadear ideias, e um documentário não precisa apenas das ideias, precisa das imagens, precisa também contar uma história sem as palavras. E para um jornalista que veio de um meio escrito é um grande aprendizado.    Para assistir O documentário Open Arms, Closed Doors estreia no próximo dia 18/2. No Brasil, o acesso ao filme será exclusivamente online, pelo www.aljazeera.com/programmes/viewfinder. Direção e roteiro: Fernanda Polacow e Juliana Borges Produção: Plataforma Filmes Coprodução: Fagulha Filmes Fotografia: Pablo Hoffmann Montagem: Eliza Capai e Lara Lopes Técnico de som direto: Evandro Lima Duração: 26’ Ano: 2012

Julio Abramczyk completa 80 anos e lança Médico e Repórter

Aos 80 anos, o colunista da Folha de S.Paulo Julio Abramczyk acaba de lançar Médico e Repórter – Meio Século de Jornalismo Científico (Publifolha, 288 págs., R$ 59,90). Organizada por Carlos Eduardo Lins da Silva, a obra aborda a trajetória do doutor Abramczyk no jornalismo científico desde a sua estreia na Folha, onde começou a escrever em 1959, ainda estudante de Medicina, reunindo os principais textos que publicou desde a década de 1960. O livro traz, entre outras, experiências científicas na Amazônia, inúmeros congressos médicos dos quais participou e a premiada reportagem sobre as primeiras pontes de safena para tratamento do infarto agudo, vencedora do Esso. Cardiologista, Abramczyk formou-se pela Escola Paulista de Medicina em 1966. A carreira de jornalista começou antes mesmo de prestar vestibular, como revisor do jornal O Tempo. Cada um dos cinco capítulos do livro tem texto de abertura de um colega jornalista. Além de organizador Carlos Eduardo, que assina Quando celebridades adoecem no capítulo Doenças de Personalidades, Marcelo Leite (Um redator médico completo em Saúde Pública), Cláudia Collucci (Na vanguarda do jornalismo de saúde em Enfermidades do Coração), Almyr Gajardoni (Receitas e reportagens em Saúde Pessoal) e Célio da Cunha (Pioneirismo e pensamento de Julio Abramczky em Jornalismo Científico) participam da obra enaltecendo a disponibilidade de Abramczky na busca de pautas – mesmo em intensa atividade como médico – e seu pioneirismo no desenvolvimento do jornalismo científico no País.

J&Cia faz ajustes no ranking dos Mais Premiados

Ao longo das últimas semanas Jornalistas&Cia recebeu e analisou mensagens de colegas de algumas redações com vistas a corrigir os pontos e eventuais posicionamentos no Ranking dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Na maioria, profissionais que ganharam prêmios em equipe, cujos pontos não foram computados pela ausência dos respectivos nomes nas premiações. Mas houve também pedidos de correções em função de imprecisões do próprio ranking, incluindo casos de grafia incorreta e mesmo de haver dois nomes para um mesmo profissional, com pontuação dividida. Os principais ajustes realizados foram os seguintes: Sérgio Ramalho (O Globo) – 360 pontos; 16° lugar no Ranking Geral e 11° no Ranking da Região Sudeste Em que pese todo o cuidado na revisão do ranking, um erro grosseiro fez com que o nome de Sérgio Ramalho aparecesse duas vezes, uma como Sérgio Ramalho, com 127,5 pontos, e outra como Sérgio Ramalho de Araújo, com 232,5 pontos. Eles são obviamente a mesma pessoa e por isso os pontos foram somados. Desse modo, Sérgio passou a ter 360 pontos, subindo do 33° para o 16° lugar no Ranking Geral, no posto até então ocupado por Amaury Ribeiro Jr.; e para a 11ª posição no Ranking da Região Sudeste, onde sequer aparecia entre os 15 primeiros. Vital Battaglia (ex-Jornal da Tarde) – 335 pontos; 19° lugar no Ranking Geral e 15° no Ranking da Região Sudeste Vital Battaglia está entre os mais vitoriosos jornalistas brasileiros do Prêmio Esso, que conquistou por nove vezes. No entanto, várias dessas conquistas foram em equipe, que antigamente não eram nominadas pelos organizadores, razão pela qual algumas delas não foram computadas na pontuação. Vital conquistou o Esso por trabalhos em equipe e de forma individual, em categorias regionais e em categorias nacionais, além do próprio Esso de Jornalismo, em 1968, ao lado de Hedyl Valle Jr., com o trabalho Juiz, Ladrão e Herói, mesmo ano em que também ganhou o Esso de Equipe, com a matéria Primeiro Transplante de Coração da América do Sul, liderada por Laerte Fernandes. Também conquistou o Esso em 1966 (Casamento de Pelé), 1967 (A tragédia em Caraguatatuba), 1973 (As aventuras do Rei do Futebol), 1974 (A tragédia em São Paulo/Incêndio do Joelma), 1978 (Cobertura da Copa do Mundo de 1978), 1984 (Os 20 anos do BNH) e 1986 (Cobertura da Copa do Mundo de 1986). Com as correções, Vital passou a ter 335 pontos, subindo do 81° lugar (190 pontos) para o 19°no Ranking Geral e para o 15° lugar no Ranking da Região Sudeste – em ambos, ao lado de Domingos Meirelles, que tem a mesma pontuação. Sílvia Bessa (Diário de Pernambuco) – 332,5 pontos; 22° lugar no Ranking Geral e 1° no Ranking da Região Nordeste O Ranking Jornalistas&Cia deixou de atribuir a Silvia Bessa 25 pontos pelo Esso Regional Nordeste de 1997, como integrante da equipe de O Povo (CE), com o trabalho O Caso França. Com esses pontos, ela subiu de 307,5 para 332,5 pontos, mantendo a liderança no Ranking da Região Nordeste. No Ranking Geral, no entanto, por força da subida de Vital Battaglia e de Sérgio Ramalho, que superaram sua pontuação, ele perdeu uma posição, caindo da 21ª para a 22ª. Demitri Túlio (O Povo) – 260 pontos; 37° lugar no Ranking Geral e 4° no Ranking da Região Nordeste O Ranking Jornalistas&Cia deixou de atribuir dois prêmios Esso Regional Nordeste a Demitri Túlio, um deles de 1996 (Máfia da Aposentadoria) e o outro de 1997 (O Caso França). Ambos foram conquistas em equipe, valendo para seus integrantes metade dos 50 pontos dos Esso regionais. Pelas duas conquistas, Demitri somou mais 50 pontos. Vale acrescentar que ele ganhou ainda outros quatro Esso, todos em equipe. Foram três Regional Nordeste – nos anos de 2000 (Mortes na FAB), 2005 (Assalto ao Banco Central) e 2006 (Assassinatos na Aeronáutica); e um nacional de Informação Econômica, Científica e Ambiental – em 2007 (Mares do Sertão). Com esse acréscimo, ele subiu de 210 para 260 pontos, saltando do 64° para o 37° lugar no Ranking Geral e de 6° para 4° no Ranking da Região Nordeste. Cláudio Ribeiro (O Povo) – 205

Apesar de crescimento pequeno, circulação de jornais bate recorde em 2012

A circulação dos jornais brasileiros, apesar de crescer apenas 1,8%, bateu novo recorde em 2012, atingindo uma média diária de 4.520.820 exemplares. E se chegou a um desempenho positivo, embora modesto, deve-o sobretudo ao avanço das edições digitais, que tiveram alta de 128% na comparação com 2011 e já representam 3,2% da circulação total. O balanço do meio Jornal, feito pelo IVC, aponta ainda aumento de 3,4% no número de assinaturas e venda avulsa estabilizada. Os dados consolidados mostram também jornais de preço médio (entre R$ 1 e 2) com crescimento de 2,4% e populares (até R$ 0,99) de 1,8%, número abaixo dos anos anteriores. Já os títulos com preço de capa acima de R$ 2 continuam crescendo, com avanço de 1,2% na circulação. De acordo com o presidente executivo do IVC, Pedro Martins Silva, os jornais acompanharam o cenário econômico: “O crescimento ficou abaixo dos anos anteriores, de acordo ao PIB. Contudo, isso não aconteceu por causa da queda no consumo e sim pela baixa no investimento dos empresários do setor”.

Marcos Losekann prepara seu retorno de Londres para Brasília

Marcos Losekann, correspondente e coordenador da TV Globo em Londres, está com volta marcada para o Brasil em meados de agosto, e ficará baseado em Brasília, segundo rodízio programado pela emissora. Ele está fora do País há 13 anos, divididos entre Londres e Oriente Médio. Em Londres, além de correspondente, chefia o escritório europeu da Globo. Em Brasília, atuará como repórter especial, subordinado ao diretor Mariano Boni, cuidando de matérias de rede, preferencialmente para o Jornal Nacional e o Fantástico. Em entrevista ao portal Making of, Marcos afirmou que “o time da TV Globo em Brasília é um dos melhores do Brasil, talvez do mundo. Eu pretendo doar minha experiência e minha força de trabalho a esse grupo, esperando ajudar a praça a manter o alto nível de jornalismo”. Em comunicado interno aos colegas, também escreveu: ”De um lado, a despedida da velha e boa Albion, minha querida Londres, onde nasceram minhas filhas… Do outro lado, a boa (e não tão velha) e desafiadora Brasília, seus bastidores, seus porões e seus jardins, seus monumentos e suas cigarras, o planalto do cerrado onde brotam as matérias que podem mudar a história da República, dos brasileiros… Haja fôlego pra vencer tantos desafios. Terei capacidade? O Losekann que saiu há 21 anos de Brasília (depois de uma temporada de dois anos na Globo de lá, e depois de ter iniciado a carreira na RBS) tinha 26 anos de idade, era um ‘guri’… O Losekann que volta, se está mais experiente, também está mais cauteloso, mais ‘pé no chão’… ao ponto de saber temer. Mas aprendi que o temor é um importante sinal de responsabilidade. E podem crer que estou ciente dela… vai dar tudo certo”.

Marlene Jaggi será a nova editora-chefe da AméricaEconomia Brasil

Marlene Jaggi (marlenejaggi@gmail.com) começa em 13/2 como editora-chefe da revista AméricaEconomia Brasil, no lugar de Paula Pacheco, que chega ao iG nesta 2ª.feira (4/2) na função de editora-executiva da editoria de Economia. Marlene, aliás, foi uma das primeiras chefes de Paula em São Paulo, quando era editora da revista Franchising (Editora Globo).

Com mais de 20 anos de atuação em veículos de Economia e Negócios, Marlene era desde 2011 editora-assistente de publicações especiais (Suplementos e Revistas) do Valor Econômico. Antes, passou, entre outros, por TV Cultura, Veja, Exame, Época, Gazeta Mercantil, Pequenas Empresas Grandes Negócios, Estadão, femininas da Abril e Última Hora.

Na área corporativa, atuou na RP1 e na assessoria do Carrefour. Ainda na AméricaEconomia, Bruno de Oliveira, que teve passagens por DCI e site Limão, do Grupo Estado, começou como repórter em 21/1, na vaga de Graziele Dal-Bó, que deixou a revista. Os contatos dele são bruno@springcom.com.br e 11-3097-7706.

pt_BRPortuguese