Faleceu na madrugada de 30/7 o repórter fotográfico Neldo Cantanti, que durante quatro décadas foi uma referência da profissão em Campinas.

Natural de Itápolis, mudou-se para Campinas na primeira infância. Ainda menino, juntou algumas quinquilharias em casa e as vendeu para comprar sua primeira máquina fotográfica, descobrindo uma paixão que duraria a vida inteira.

Durante décadas trabalhou no Diário do Povo, que deixou de circular em 2012, ano de seu centenário. Foi onde Neldo aposentou se como chefe da editoria, após formar três gerações de fotojornalistas. Depois, trabalhou de 2000 a 2007 na Assessoria de Comunicação da Unicamp.

No enorme portifólio dele estão a cobertura do trágico acidente com o avião da Aerolineas Argentinas, em 1961, que deixou 61 pessoas mortas logo após a decolagem do Aeroporto de Viracopos.

Ele fotografou a rainha da Inglaterra na visita a Campinas, em 1968, a vitória do austríaco Niki Lauda no Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, em 1976; o medalhista olímpico João do Pulo, depois do acidente que lhe causou a amputação da perna; Madre Teresa de Calcutá, e uma infinidade de jogadores de futebol e de artistas.

“Neldo Cantanti era considerado um ícone do jornalismo fotográfico na cidade, não apenas pelas fotos, mas por toda a história oral que carregava e que sempre surpreendia os ouvintes pela riqueza de detalhes e datas. Era a memória viva de Campinas”, publicou o site da Unicamp, em uma matéria em sua homenagem.

Seus colegas de pauta lembram do jeito rabugento e, ao mesmo tempo, doce do repórter fotográfico bigodudo, que sempre reclamava e nunca voltou para a redação sem uma boa foto.

Neldo venceu um câncer, mas morreu dormindo, vítima de infarto, aos 85 anos. Seu corpo foi cremado em Rio Claro. Separado, deixou filhos, netos e uma legião de admiradores do seu trabalho no registro fotográfico de Campinas.

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