Empresas jornalísticas dos Estados Unidos e do Canadá e jornais franceses formaram recentemente diferentes alianças contra o “duopólio” formado por Facebook e Google. A justificativa é que estas duas organizações se beneficiam do conteúdo de qualidade produzido pelos jornais sem arcar com os custos do processo e ainda lucram com receitas de publicidade, que não dividem com as corporações de mídia.
Na América do Norte, a News Media Alliance, que reúne quase duas mil empresas de mídia dos Estados Unidos e Canadá, incluindo os jornais The New York Times, The Wall Street Journal e The Washington Post, pleiteou ao Congresso americano uma espécie de isenção limitada de uma lei antitruste do país. O objetivo é unir forças para ajudar a equilibrar a disputa entre os dois campos, uma vez que, no entendimento dos publishers, “as empresas de notícias são limitadas por um poder de negociação desagregado contra um duopólio de fato”. Elas pediram ao Congresso americano autorização para negociarem, juntas, com os dois gigantes da internet, que usam e distribuem o conteúdo criado pelas companhias de mídia sem qualquer contrapartida.
Já os veículos de comunicação da França reuniram-se em duas alianças na tentativa de romper com a predominância de Facebook e Google com base em tecnologia em relação à publicidade digital. Uma delas, a Skyline, junta 20 marcas, entre elas dois tradicionais jornais competidores, Le Monde e Figaro. A outra, Gravity, inclui Lagardère, Les Echos Group, Prisma Media, Condé Nast e Le Parisien, além de emissoras de rádio. O objetivo de ambas é permitir que os anunciantes programem campanhas publicitárias online por meio da carteira combinada dos produtores de conteúdo, utilizando formatos de visualização ou de anúncios de vídeo.