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sexta-feira, março 29, 2024

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Entidades se mobilizam contra ataque de Bolsonaro a repórter do Estadão

A Abraji e a OAB, a ABI e entidades de classe como ANJ (Jornais), Aner (Revistas) e Abert (Rádio e Televisão) repudiaram o recente ataque promovido no Twitter pelo presidente Jair Bolsonaro contra a repórter Constança Rezende, do Estadão.

A ofensiva aconteceu após o site Terça Livre, que reúne ativistas conservadores e simpatizantes de Bolsonaro, publicar no domingo (10/3) um texto que falsamente atribui à repórter uma declaração que teria como intenção “arruinar Flávio Bolsonaro e o governo”, ao tratar da cobertura jornalística das movimentações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-motorista do senador e filho do presidente. A publicação também falsamente atribuiu à repórter a publicação da primeira reportagem sobre as investigações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão nas contas do ex-assessor de Flávio Bolsonaro. O autor dessa primeira reportagem foi Fábio Serapião, também do Estado.

Com base nas falsas informações, Jair Bolsonaro publicou em seu Twitter, às 20h51 também do domingo, o seguinte texto: “Constança Rezende, do ‘O Estado de SP’ diz querer arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro. Ela é filha de Chico Otavio, profissional do ‘O Globo’. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos”.

Em nota conjunta, ANJ, Aner e Abert lamentaram o fato de o presidente da República reproduzir pelas rede sociais informações deturpadas e deliberadamente distorcidas com o sentido de intimidar a jornalista e a liberdade de expressão.

“Os ataques à repórter têm o objetivo de desqualificar o trabalho jornalístico, fundamental para os cidadãos e a própria democracia”, destacou a nota, que completou: “A tentativa de produzir na imprensa a imagem de inimiga ignora o papel do jornalismo independente de acompanhar e fiscalizar os atos das autoridades públicas”.

Para a Abraji e a OAB, “quando um governante mobiliza parte significativa da população para agredir jornalistas e veículos, abala um dos pilares da democracia, a existência de uma imprensa livre e crítica”. Juntas, OAB e Abraji garantiram ainda sempre darão apoio a jornalistas que sofram qualquer tentativa de intimidação por fazer seu trabalho”.

Já a ABI lembrou ao presidente em sua nota “que a liturgia do cargo que ocupa exige equilíbrio, serenidade, linguagem moderada e altivez. Ao contrário do que Bolsonaro supõe, governos não são derrubados ‘com chantagens, vazamentos e desinformações’, como enfatizou no Twitter. A história ensina que a erosão do poder começa sempre por dentro, quando desidrata as expectativas daqueles que o fizeram depositário das suas melhores esperanças”.

Um ataque a cada três dias – Segundo reportagem publicada pelo portal Terra, desde que assumiu o governo, o presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter 29 vezes para publicar ou compartilhar mensagens nas quais critica, questiona ou ironiza o trabalho da imprensa brasileira. O número representa uma média de uma vez a cada quase três dias na rede social que o presidente tem utilizado como principal meio de comunicação com a população.

Quase metade das críticas e acusações contra a imprensa que aparecem na conta de Bolsonaro é feita por meio de retuíte de aliados e familiares, como dos filhos Carlos e Eduardo e as páginas que costumam reunir simpatizantes do presidente.

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