Após analisar questões de financiamento e sustentabilidade que atingem o jornalismo nos dias atuais, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) listou dez iniciativas de mídia independentes que mostram como e o que fazem para se sustentar.

Os veículos, das cinco regiões do País, citam financiamento coletivo, parcerias público-privadas, editais, publicidade, assinatura fixa, branded content, entre outras estratégias utilizadas para viabilizar seus negócios.

A entidade destaca uma pesquisa realizada pela SembraMedia em América Latina, Sudeste Asiático e África, que mostra que a maioria das 200 mídias digitais analisadas não sofreu enormes perdas financeiras em decorrência da pandemia, como ocorreu com a mídia tradicional.

Segundo a pesquisa, isso ocorreu pois essas mídias não são exclusivamente dependentes de publicidade, e porque os financiamentos via subvenções aumentaram em 2020 (recursos de fundações privadas, investidores filantrópicos, subsídio de ONGs, entre outros).

Na Região Norte, a Abraji destaca o site investigativo Amazônia Real, cuja sustentabilidade financeira é baseada em doações de leitores, parcerias com instituições filantrópicas e parcerias com empresas privadas; e o podcast As Amazonas, produzido de forma gratuita nos estúdios da Jovem Pan, que busca financiamento para a segunda temporada.

No Nordeste, a entidade destaca a Agência Tatu de Jornalismo de Dados, formada por estudantes de jornalismo e sustentada por parcerias com empresas privadas, instituições públicas e ONGs; e a Mídia Caeté, cuja sustentabilidade vem de editais, campanhas de financiamento coletivo e trabalhos de comunicação para organizações focadas em direitos humanos.

No Sudeste, a Alma Preta, especializada na temática racial do Brasil, tem seis formas de captação de receitas: subvenção de entidades do Terceiro Setor, publicidade, editais para empresas jornalísticas, consultorias, doação de apoiadores e produção de conteúdo para terceiros; e a Ponte Jornalismo, que se sustenta com o programa de membros Tamo Junto, além de aporte de fundações, venda de conteúdo e serviços, entre outros.

No Sul, o Jornal Plural arrecada cerca de 80% de suas receitas através de publicidade e apoio de assinantes; e o Grupo 100fronteiras utiliza publicidade paga e busca novas fontes de receita, como assinaturas e venda de produtos digitais.

No Centro-Oeste, a Abraji destaca a Rádio Noroeste, com doações de entidades, e planos para a implementação de novos projetos, como um rodízio de doações e editais para promoção de eventos culturais; e a Revista Badaró, que se sustenta a partir de parcerias com empresas e um inovador plano de assinatura via PicPay.

Leia mais sobre as iniciativas destacadas.

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