Segundo informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), jornalistas brasileiros que prestam ou prestaram serviços à agência de notícias russa Sputinik foram rotulados pelo Twitter como afiliados à mídia estatal da Rússia. A medida teria o objetivo de contextualizar quais contas são de representantes oficiais de governos, mas tem afetado profissionais em todo o mundo.

Segundo relatos de profissionais brasileiros, eles receberam um aviso do Twitter por e-mail que informava sobre a rotulagem, mas que não possibilitava a retirada ou sequer indicava como solucionar o problema.

Marco Antônio Pereira, que não trabalha para a agência desde maio de 2021 e ficou com a tag por duas semanas, questionou a medida do Twitter: ”Como órgãos públicos, talvez a pecha de ser ‘etiquetado’ pelo Twitter não seja tão pesada. Mas com indivíduos já é mais complicado, ainda mais no meu caso que nem relação mais tinha com a Sputnik. Fico perguntando de onde eles tiraram isso. De meus tuítes antigos?”.

Outro jornalista, que cobre temas como Brasil e racismo para a agência e preferiu não ser identificado, contou ao Sindicato que segue rotulado e considera a medida prejudicial: “Para mim, a medida é injusta, pois, além de ser uma pessoa física, não tomo decisões editoriais na empresa, assim como, obviamente, não tenho nenhuma ligação com o governo russo. Fora isso, escrevo para e tenho ligações com outras mídias”. O profissional, que está no Brasil e sequer fala russo, teme sofrer ataques por causa da tag.

Para Thiago Tanji, presidente do SJSP, a rotulagem do Twitter é inadmissível: “Chega a ser esdrúxulo o algoritmo da rede social classificar como ‘conteúdo de mídia russa’ qualquer tipo de mensagem escrita na conta pessoal do jornalista. Mais do que uma falha no algoritmo, isso não deixa de ser uma tentativa de constrangimento ao profissional”.

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