A Ong Repórteres sem Fronteiras divulgou nesta segunda-feira (8/11) os finalistas do Prêmio RSF de Liberdade de Imprensa de 2021. Jornalistas, publicações, entidades e defensores da liberdade de imprensa em 11 países foram indicados nas três categorias do concurso: Coragem, Impacto e Independência do Jornalismo.
Dentre os selecionados está o The Intercept Brasil, na categoria Impacto, classificado pela investigação da Vaza Jato. A série de reportagens que mostrou mensagens trocadas entre promotores a respeito da Operação Lava Jato, revelou um desrespeito flagrante pela lei brasileira ao provar a parcialidade do juiz Sergio Moro e seu envolvimento na elaboração da acusação.
Durante a divulgação dos conteúdos, a equipe de jornalistas da publicação sofreu diversas ameaças, incluindo de morte ao seu então diretor Glenn Greenwald. Em abril de 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações do ex-presidente Lula, determinando que o juiz Sergio Moro havia sido parcial em seu julgamento.
Na mesma categoria concorrem ainda a Associação de Jornalistas da Bielorrússia, o coletivo independente de pesquisadores Bellingcat, da Holanda, e o Pegasus Project, consórcio internacional que conta com mais de 80 jornalistas, de 17 meios de comunicação de 11 países diferentes.
Os indicados ao prêmio de Coragem são as jornalistas Kay Zon Nway, de Myanmar, e Patricia Devlin, da Irlanda do Norte, a advogada chinesa Zhang Zhan, e o semanário nicaraguense Confidencial; e na categoria Independência concorrem o site de notícias Stand News, de Hong Kong, e os jornalistas Andras Arato (Hungria), Majdoleen Hassona (Palestina), Moussa Aksar (Níger).
“A lista de indicados para a edição de 2021 reflete os desafios enfrentados por jornalistas e meios de comunicação engajados em uma luta comum pela liberdade de informação”, afirma Christophe Deloire, secretário-geral da RSF. “Esses homens, mulheres e veículos lutam com coragem e determinação contra forças que convergem para enfraquecer a independência do jornalismo. Em muitos países, profissionais da informação são com frequência ameaçados, processados ou presos. Meios de comunicação são censurados, estigmatizados, marginalizados, banidos ou fechados. O Prêmio RSF é uma homenagem mas, acima de tudo, um apoio a todos aqueles que encarnam os ideais do jornalismo”.
Desde 1992, o Prêmio RSF incentiva, apoia e recompensa o trabalho de um jornalista ou meio de comunicação que tenha dado uma contribuição significativa para a defesa ou promoção da liberdade de imprensa no mundo. Mais de cinquenta homens, mulheres, redações ou organizações, que têm em comum seu compromisso com o jornalismo, já receberam o prêmio.