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sábado, julho 19, 2025

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Playboy desmente terceirização e descarta encerramento

Editada desde janeiro pela PBB Entertainment, após 40 anos na Abril, perdeu na semana passada quatro profissionais da redação que estavam na publicação desde o início dessa nova fase: o editor-chefe Roberto Saraiva, o editor de moda Gregório Souza e os repórteres Natalia Horita e Felipe Seffrin. Junto com a notícia das demissões chegaram ao Portal dos Jornalistas informações de que apenas cinco pessoas estariam responsáveis pela revista, site e redes sociais, sendo dois estagiários de arte e três funcionários PJ; que a revista abriria mão de reportagens próprias para traduzir conteúdo da Playboy americana, por contenção de gastos; que a PBB tentaria terceirizar a Playboy Brasil para outra editora com experiência no mercado; e que o encerramento da revista impressa não estaria descartado. Fonte do Portal dos Jornalistas afirmou que a direção da revista justificou as demissões “com os prejuízos financeiros que a Playboy vem acumulando desde o lançamento do primeiro número, em abril, agravados pelo insucesso dos eventos, pelo fracasso comercial (a edição de aniversário, que chegou às bancas em 5/9, só vendeu dois anúncios), pela carteira irrisória de assinantes (são menos de 500) e pela inexpressiva venda em bancas”. Ainda segundo a fonte, esta seria a quarta reformulação na redação da Playboy em menos de oito meses: “A direção já havia demitido anteriormente um diretor de redação, um diretor criativo, uma repórter da revista e uma editora do site, sem contratar substitutos”. O Portal dos Jornalistas procurou a PBB para checar as informações e ela respondeu por meio de nota da diretoria, que transcrevemos: “Algumas demissões aconteceram na última semana por readequação da estrutura da publicação. Uma equipe com mais de 20 pessoas é responsável pela revista (incluindo diretor de redação, arte, financeiro e operacional). A revista não será terceirizada para outra editora e o conteúdo continua sendo próprio. Aliás, a PBB preza por conteúdo de qualidade em sua publicação. Esse é um dos nossos pilares; O encerramento da revista está totalmente descartado. A PBB reitera que também sofre com a atual conjuntura econômica do País, como acontece com todo o mercado editorial brasileiro. No entanto, nossa publicação vem se consolidando no mercado (até o momento foram quatro edições: Luana Piovani, Vivi Orth, Marina Dias e Pathy Dejesus) e a empresa vem evoluindo em outras frentes: como a digital e de eventos. Cabe ainda esclarecer que a PBB não tem medo de mudanças e acredita que elas são necessárias para levar ao leitor o melhor produto possível.”

Três jornalistas são agredidos pela PM durante manifestação em São Paulo

Abraji contabiliza 291 ocorrências desde 2013 Três profissionais que cobriam a manifestação do último domingo (4/9) em São Paulo foram deliberadamente agredidos pela Polícia Militar de São Paulo. Dois se feriram: Felipe Souza (BBC Brasil), atingido por golpes de cassetete; e Mauricio Camargo (Agência Eleven), atingido por uma bala de borracha. Bombas de efeito moral foram lançadas em direção ao repórter Guilherme Balza (CBN), que não se machucou. Todos estavam identificados como imprensa e registravam a ação da PM-SP, que lançava bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água contra pessoas que já dispersavam no Largo da Batata, região oeste da cidade. Com esses, o número de casos de violência contra jornalistas na cobertura de protestos registrados pela Abraji chegou a 291. O levantamento é feito desde junho de 2013 (veja a íntegra). Em nota, a Associação dos Correspondentes Estrangeiros (ACE) repudiou a violência: “As agressões verbais e físicas registradas pelo repórter da BBC Brasil, Felipe Souza, repetem um padrão de abusos contra a imprensa que vem sendo registrado desde os protestos de 2013, especialmente quando os manifestantes são de oposição ao governo de São Paulo, o que fere não apenas os jornalistas, mas a liberdade de expressão e o direito de protestar garantido pelas instituições democráticas do Brasil e do exterior”, diz a entidade. “A ACE apoia também o apelo de entidades nacionais e internacionais que defendem o exercício da atividade jornalística, pedindo ao Governo de São Paulo que investigue e puna os abusos registrados contra jornalistas e cidadãos desarmados”. Também Fenaj, Sindicatos de Jornalistas, ANJ, Abert e outras entidades emitiram notas contra as agressões a jornalistas, inclusive por parte de manifestantes.

Roberto Gazzi é o novo diretor executivo do Correio, na Bahia

Linda Bezerra é efetivada como editora-chefe Roberto Gazzi, que deixou em janeiro suas funções executivas no Grupo Estado, onde estava há 25 anos, desde 2011 como diretor de Desenvolvimento Editorial, e passou a consultor da empresa em áreas nas quais já atuava, está indo para Salvador dirigir o Correio, como diretor executivo. O posto estava vago desde março, com a morte de Sergio Costa. Assume lá na próxima segunda-feira (12/9), mas volta a São Paulo para receber em 21/9 o título de Cidadão Paulistano, em cerimônia na Assembleia Legislativa. No dia 26 vai de vez. Ao Portal dos Jornalistas disse estar muito animado: “Gostei do desafio que estao propondo, o de dirigir o jornal de maior circulaçao do Nordeste. Gostei da empresa e da proposta de manter o crescimento de circulaçao e de audiência. Estou confiante de ajudar a equipe da empresa com o conhecimento que adquiri nos 25 anos de Estadao. Num ambiente tao desafiador quanto o da atual mídia impressa brasileira, é uma dádiva encontrar e poder colaborar com uma empresa que acredita no potencial do trabalho jornalístico de qualidade. Espero poder dar continuidade e agregar algo ao excelente trabalho que o saudoso Sergio Costa vinha fazendo por lá. E vou para a Bahia cheio de energia e ansioso de poder desfrutar da boa terra e de conviver com o povo de tantos ídolos, meus e nossos”. Outra novidade no jornal foi a efetivação da interina Linda Bezerra como editora-chefe do Correio, reportando-se a Gazzi. Com 18 anos de casa, ela foi editora, chefe de Reportagem e editora de abertura.

Bate bola na China

Com o propósito de lançar luz sobre os brasileiros que aceitaram o desafio de reforçar a liga daquele país, o China Brasil Futebol é o primeiro portal de notícias sobre o futebol chinês no Brasil. Idealizado pelo relações públicas Guilherme Alf, pelo advogado Carlos Barata e pelo atacante Aloísio (ex-atleta de Grêmio, Chapecoense, São Paulo e que hoje está no Hebei China Fortune), o site reúne estatísticas, notícias, imagens e conteúdo exclusivo. A ideia do portal é servir também como suporte e referência à imprensa em geral, atletas, treinadores e demais profissionais do futebol. Com informações atualizadas diariamente, o site traz detalhes sobre as disputas dos três principais campeonatos: Champions League da Ásia, Super Liga da China e Copa da China. O portal ainda oferece uma ficha completa de cada brasileiro – nome, idade, altura, peso, clube atual – e dos times que compõem as 1ª e 2ª divisões.

Hora de Santa Catarina celebra dez anos

Mais de 111 milhões de exemplares impressos e de 60 mil leitores. É com esses números que o jornal Hora de Santa Catarina celebra seus dez anos de circulação, “dando voz” à comunidade da Grande Florianópolis. “A vocação para o jornalismo popular é a grande marca do jornal Hora de Santa Catarina, que se reafirma ao completar dez anos”, disse em nota Gabriel Casara, diretor-geral de jornais e mídias digitais da RBS em Santa Catarina. “A entrega de um conteúdo de qualidade, num produto acessível ao público tanto em preço quanto em linguagem, é o que faz com que tenhamos um veículo de comunicação tão próximo da comunidade, o que se confirma na dimensão e impacto dos eventos e promoções que realiza”. Para celebrar a data a publicação produziu o caderno especial 10 Anos de Vidas, relembrando histórias emocionantes que marcaram as páginas do jornal nesses dez anos. O jornal também já circula com novos logo e leiaute, que valoriza o espaço dos colunistas.

Sindicato dos Jornalistas apoia estudo sobre mulheres na reportagem

O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo está apoiando o estudo A mulher repórter no jornalismo pós-industrial, conduzido pela graduanda de Jornalismo Jéssica de Oliveira Collado Mateos, da Universidade Metodista de São Paulo. Com orientação da professora Marli dos Santos, a investigação busca entender como a questão de gênero está presente na prática jornalística contemporânea, visando a contribuir para estudos de gênero e jornalismo pós-industrial. Na primeira fase da pesquisa (qualitativa) foram feitas entrevistas presenciais com repórteres de diferentes meios. Segundo a pesquisadora, pelo estudo – direcionado a mulheres jornalistas da cidade de São Paulo, em especial as repórteres – foi possível perceber que há discriminação contra a mulher na profissão, e que mesmo quando ela diz não sentir nenhum tipo de discriminação, esta se mostra presente não só no dia a dia do fazer jornalístico, mas dentro do meio social e familiar da repórter. Para a segunda fase do estudo, que tem apoio da Fapesp, a pesquisadora fará pesquisa qualitativa por meio de questionário online, para verificar se as mesmas situações apuradas na primeira fase se aplicam a um universo maior de jornalistas. Quem quiser participar precisa obrigatoriamente estar exercendo a profissão na cidade de São Paulo e ter pelo menos três anos de profissão. A participação é voluntária e anônima e o questionário leva de 15 a 20 minutos para ser concluído.

Webmotors lança WM1, canal de notícias sobre carros

O Webmotors apresentou na semana passada ao mercado o website WM1, canal de notícias e conteúdo cujo objetivo é ajudar o leitor a obter todas as informações possíveis que o ajudem na compra de um veículo. Com conteúdo personalizado de acordo com as preferências do usuário, o novo espaço carrega de seus idealizadores a expectativa de que se torne, em curto espaço de tempo, um grande influenciador para os aficionados pelo mundo dos motores. De acordo com a empresa, o lançamento do canal busca uma aproximação ainda maior com o público já assíduo do Webmotors, sempre ávido por informações. “O valor investido na compra de um carro é alto e as pessoas não têm tempo de visitar várias lojas”, afirma o CEO Rodrigo Borer. “Por isso, nossa proposta editorial é a de levar ao internauta matérias com detalhes completos assim que um veículo é lançado para que ele possa se decidir rápido e pela compra correta. Estamos investindo pesado em conteúdo, pois queremos garantir que nossos clientes sintam-se seguros de que estão fazendo um bom negócio”. Para isso, o canal vem recheado de fotos e vídeos. “Estamos trazendo para esse site a nossa experiência no youtube, que tem mais de 195 mil inscritos e 41 milhões de visualizações, mas com um escopo mais amplo”, diz o editor chefe Rodrigo Ferreira. Adaptado à tecnologia mobile, o canal deve contar, ao todo, com doze editorias –Vídeos, Fotos, Lançamentos, Testes, Bolso, Motos, Cultura WM1, Segredos, Tecnologia, Graxa, Pit-stop e Salões –, todas com seção de comentários, para que o leitor possa manifestar a sua opinião. No topo das apostas do Webmotors para o canal está a editoria Testes, em que a equipe do WM1 registrará suas impressões de cada veículo avaliado. As matérias trarão ainda ficha técnica, preços e muitas fotos, sempre buscando facilitar a decisão de compra do leitor. Em Vídeos, o foco está nas séries especiais. A primeira é Carros dos sonhos, cujo episódio inicial revela a paixão do americano Bruce Canepa, ex-piloto americano e colecionador de raridades e clássicos como Ferrari e Mercedes. Bruce é dono de um museu na Califórnia, onde estão reunidos 30 lendários carros de competição. Na equipe, além de Rodrigo, estão Marcelo Monegato, Karina Simões, Lukas Kenji e Iago Garcia.

Abraji promove curso sobre conflitos armados e violência

Estão abertas as inscrições para o XV Curso de informação sobre jornalismo em conflitos armados e outras situações de violência, um dos módulos do Projeto Repórter do Futuro. Direcionado a estudantes universitários de graduação com interesse em jornalismo, o treinamento é promovido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em parceria com Oboré e Abraji. Tem ainda apoio do Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais (IPFD) e do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). A atividade reúne, desde 2001, juristas, militares, policiais e jornalistas para tratar do trabalho da imprensa em situações de conflito armado e outras situações de violência e sobre as normas internacionais aplicáveis a esses contextos. Neste ano, os conferencistas serão o assessor jurídico do CICV Gabriel Valladares; o especialista em segurança pública e direitos humanos e assessor do CICV André Vianna; o repórter e apresentador do SBT Marcelo Torres; e o coronel do Centro de Comunicação Social do Exército Ulisses Mesquita Gomes. Os interessados devem preencher até 8/9 uma ficha de pré-inscrição, disponível em www.obore.com. Ao todo, serão selecionados 20 participantes. O curso vai de 24 de setembro a 29 de outubro, sempre aos sábados, em São Paulo. No ato da matrícula, os estudantes selecionados deverão entregar um cheque no valor de um salário mínimo (hoje em R$ 880,00) e assinar um acordo para reembolso do valor. Com isso, estabelece-se que o cheque não será descontado se o estudante: 1. Participar de todos os encontros; 2. Redigir um texto jornalístico ao final de cada encontro; 3. Agendar e comparecer a um atendimento individual com a coordenação pedagógica do curso; e 4. Publicar um dos textos produzidos em um veículo com editor responsável. O aluno que cumprir todos esses critérios receberá o cheque de volta ao final do módulo, após o encerramento e a entrega dos certificados. A seleção será realizada em 10/9, sábado, das 14h às 18h, no Auditório Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Haverá um encontro de confraternização com a presença de Lorenzo Caraffi, chefe da delegação regional do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai.

Dib Carneiro Neto lança site dedicado ao teatro infantil

Dib Carneiro Neto lançou recentemente o site Pecinha é a vovozinha!, em que usa todo o seu conhecimento de mais de 26 anos dedicados à crítica de teatro infanto-juvenil. Ele segue assinando uma coluna na revista Crescer, da Editora Globo. O novo site traz entrevistas, perfis, artigos, bastidores, críticas, galerias de fotos, enquetes, vídeos e reportagens, além de manter um roteiro seletivo de peças em cartaz. Aos 55 anos, natural de São José do Rio Preto, Dib é radicado em São Paulo desde 1979 e formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, em 1982.  Foi editor-chefe do Caderno 2 do Estadão, função que exerceu por oito anos, até fevereiro de 2011. Atuou ainda em Veja São Paulo por quatro anos e na Gazeta de Pinheiros por sete.

Fotografe Melhor completa 20 anos

Aydano Roriz, presidente da Editora Europa, e Sérgio Branco, editor da revista, contam curiosidades dessa trajetória A revista Fotografe Melhor, da Editora Europa, completa 20 anos neste mês de setembro e além de uma edição recheada, com 160 páginas e 30 mil exemplares, estreará a nova versão do site Fotografe. Ao olhar o sucesso e a consolidação de um título segmentado, num dos mercados mais afetados pela crise (tanto a econômica quanto a de modelo de negócio), não se tem ideia da série de percalços que a publicação enfrentou desde o seu lançamento, acumulando prejuízos e fracassos ao longo de seus primeiros anos. A história da revista é contada em dobradinha pelo presidente da empresa e seu editor, respectivamente, Aydano Roriz e Sérgio Branco. Portal dos Jornalistas – Como foram os primeiros tempos de Fotografe Melhor? Aydano Roriz – A Fotografe nos deu muito prejuízo nos primeiros anos. Na publicidade, apanhávamos de lavada da Iris Foto e demoramos muito para ajustar a fórmula editorial. Apenas a partir da chegada do Sérgio Branco é que fomos aos poucos chegando à formula certa e, consequentemente, ao respeito e sucesso que gozamos hoje. Portal dos Jornalistas – Mas vocês tiveram a oportunidade de comprar a Iris Foto, não é verdade? Aydano – Sim, com a morte do fundador e da sua filha e sucessora, os herdeiros queriam nos vender o título. Só que, antes de me meter a fazer revistas de fotografia, fui a Colônia, na Alemanha, visitar a Photokina (“The world’s leading trade fair for photo and video”). E foi lá que vislumbrei, pela primeira vez, o potencial desse mercado. No regresso, analisei criteriosamente a revista e joguei aberto com os herdeiros. A Iris Foto não me parecia uma revista dedicada ao leitor, e sim aos anunciantes. Admitiram. Contudo, era uma revista consagrada – disseram eles –, a revista mais antiga do Brasil de circulação contínua. Verdade. Salvo erro, à época, já estava no nº 500 e tal. Fiz com que eles vissem a dificuldade de mudar, perante o leitor, a imagem de uma revista tão antiga, e os convidei a nos associarmos para lançar uma nova revista de fotografia. Deixei o Nilton Pilz (o viúvo) e a cunhada (Bia Marques – minha amiga até hoje) sozinhos na sala para discutirem. Resumindo: não tinham condições de se associar. Porém, o Nilton topava ser o diretor de Redação da nova revista (Fotografe Melhor), enquanto a Bia continuaria tocando a Iris Foto ou tentando vendê-la. Portal dos Jornalistas – Em termos de publicidade, esse era então um bom mercado? Aydano – Quando a edição nº 1 da Fotografe Melhor estava impressa, pedi ao nosso gerente de publicidade para marcar reuniões com os dois maiores anunciantes potenciais da época: Kodak e Fuji. Fomos atendidos pelo diretor de Marketing da Kodak e não esqueço uma frase que ele disse: “Essa sua revista vai ser amarela ou verde? Você precisa escolher. Eu, Kodak, não anuncio se tiver anúncios da Fuji. E desconfio que a recíproca seja verdadeira”. Eu respondi que a revista não seria nem amarela (Kodak), nem verde (Fuji), muito menos azul (Konica) ou vermelha (Agfa). Seria uma revista branca, que se propunha prestar serviços ao leitor, de modo a alavancar o mercado de fotografia no Brasil. Essa minha fala nos custou vários meses sem anúncios da Kodak. Acabaram, todavia, rendendo-se ao bom senso. Portal dos Jornalistas – Algumas tragédias perseguiram a revista nos primeiros anos. Pode relembrá-las? Aydano – O Nilton Pilz e eu fizemos juntos as cinco primeiras edições da Fotografe. Até que, enquanto acompanhava uma produção de capa, ele sofreu um infarto fulminante. E quem me avisou foi a Bia, a cunhada dele. Deixou mulher jovem, crianças… Uma desgraça! Na noite em que comemorávamos o quinto aniversário, numa alegre festa na nova sede própria da Editora Europa, um dos nossos mais promissores profissionais, um jovem de 20 e poucos anos, autêntico gênio da informática, gênio mesmo!, estava cometendo suicídio em seu apartamento. Traumas com o pai e a mãe, com a namorada… Com a Editora Europa é que não foi. Eu, pessoalmente, o admirava tanto (admiro, ainda), que sempre o tratei com deferência. A partir daí, felizmente, acabaram-se as tragédias. Mas o Sérgio Branco também tem algumas curiosidades sobre o Pilz. Sérgio Branco – Logo que a revista foi criada, em 1996, recebi uma ligação do Pilz. Eu era o editor-chefe da revista Duas Rodas e o Pilz queria entrevistar um fotógrafo da revista para uma pauta sobre fotos de ação e movimento, que foi publicada na edição número 2. Indiquei a ele o Manzi, que cobria provas de motociclismo de velocidade e motocross. Entrevista feita, Pilz me pediu alguns cromos do Manzi. Selecionei uma cartela e enviei para a Editora Europa. O Roberto Araújo, diretor editorial, que já trabalhava com o Aydano nessa época, foi quem indicou a Duas Rodas ao Pilz, pois fora editor-chefe da revista durante 17 anos (aliás, comecei na área de revistas com ele, em novembro de 1989, ao deixar a Folha de S.Paulo). O tempo passou e nada dos cromos de volta. Tentei falar um dia na redação da Fotografe, mas ninguém atendeu. Pedi para falar com o Roberto, o único que conhecia na Editora Europa. Foi então que ele me informou sobre a morte do Pilz, um choque para todos. Disse que localizaria os cromos e me devolveria, o que ocorreu dias depois. Na época, jamais imaginaria que um dia daria sequência ao que Pilz e o Aydano começaram. Portal dos Jornalistas – E como foi a sua transferência para a revista? Sérgio – No final de 2000 decidi deixar a Duas Rodas. Comuniquei ao Josias Silveira, diretor da revista, que fecharia a edição de dezembro e que em janeiro de 2001 estaria fora. Preparei-me para um período sabático de três meses. Só voltaria a procurar emprego em março. Mas no dia 27 de janeiro de 2001, o Roberto Araújo me ligou pedindo para ajudá-lo a apagar um incêndio: ele havia assumido como diretor editorial da Editora Europa, demitido quase toda a equipe de Fotografe e precisava de alguém para fechar a edição de fevereiro, que estava atrasada. Relutei, mas decidi ajudá-lo. Fechei a edição de fevereiro, ele me pediu para fechar a de março também, depois a de abril… E lá se foi meu período sabático. Gostei do astral da empresa, o tema me interessava (pois fotografava amadoristicamente desde os 17 anos) e percebi que ali havia chance de fazer uma revista segmentada como jamais havia sido realizada por aqui. Com o apoio do Aydano e do Roberto, fiz um novo projeto editorial e usei minha experiência de editor especializado em veículos a motor para implementar testes independentes de câmeras, lentes e filmes na revista, algo inédito no Brasil. Isso deu um grande diferencial para a Fotografe no mercado. Portal dos Jornalistas – E qual a importância da Fotografe para o meio? Aydano – Em que pese a minha suspeição, considero essa revista um braço extremamente importante do jornalismo. Até mesmo por causa do anuário O Melhor do Fotojornalismo Brasileiro, já em sua sétima edição. Afinal de contas, convenhamos, o trabalho desses nossos coleguinhas é um tanto ingrato. Quando conseguem fazer fotos espetaculares, a vida dessas suas obras é um tanto fugaz. Em princípio, dura no máximo uma semana, se publicadas em revistas semanais; em jornais, o tempo de vida é ainda mais curto. E o nosso papel é reconhecer-lhes o valor, eternizando-as em um belo livro capa dura. Não é à toa que, a cada ano, “chovem” na redação da Fotografe Melhor milhares, talvez milhões, de imagens capturadas por jornalistas e fotojornalistas do Brasil inteiro, candidatando-se a participar do Anuário. Portal dos Jornalistas – E a questão comercial? Vocês conseguiram solucionar? Aydano – Como todas da Editora Europa, a Fotografe é totalmente independente de anunciantes. Claro que anúncios são sempre bem-vindos. Porém, a redação não poupa críticas a quem merece críticas. Nosso maior compromisso é, e sempre foi, com o leitor. Portal dos Jornalistas – E qual o perfil atual da publicação? Sérgio – Com o tempo, fomos implementado matérias culturais (o Juan Esteves, com quem trabalhara na Folha, virou articulista) e espaços para interagir com o leitor, marca forte da Fotografe. Hoje há quatro seções dedicadas aos leitores: Revele-se (são selecionadas seis fotos de leitores a cada edição), Portfólio do Leitor (o leitor monta seu portfólio e a revista seleciona e publica um por edição), Raio X (o leitor envia fotos e um especialista, o fotógrafo e professor Laurent Guerinaud, comenta erros e acertos de cada imagem, num total de 20 comentários por edição) e Lição de Casa (a revista informa um tema que será comentado por Laurent Guerinaud na edição seguinte e os leitores enviam fotos sobre o tema; as melhores ilustram o artigo na revista). Portal dos Jornalistas – Que outras preocupações editoriais permeiam a publicação? Sérgio – A revista busca manter-se atenta às tendências do mercado, tanto que uma reportagem na edição 98, com a cobertura da Photokina de 2004 (a maior feira do setor fotográfico no mundo) bancou a informação de que a era digital era um caminho sem volta, mesmo diante de desconfianças no meio fotográfico. O tempo comprovou que a revista estava correta na avaliação que fez sobre o futuro da fotografia no mundo. Outro pilar do projeto editorial é dar oportunidade a talentos da fotografia de todas as regiões do Brasil. E um dos principais meios para revelar esses talentos foi a criação de concursos. Primeiro, o Leica-Fotografe, que ocorreu de 2003 a 2013. Depois, o Concurso Universitário de Fotografia, realizado de 2007 a 2013. Uma mudança feita pela Receita Federal nas regras para concursos culturais inviabilizou a continuidade desses eventos. Mas conseguimos voltar a realizá-los, e lançamos para a edição especial de vigésimo aniversário, agora de setembro de 2016, o Concurso Fotografe 20 Anos, patrocinado pela Nikon. A edição ainda terá uma série de matérias especiais. Portal dos Jornalistas – Como a revista encara e se relaciona com os muitos eventos de fotografia existentes? Sérgio – Temos um grande envolvimento em projetos culturais e já apoiamos, com divulgação, centenas de eventos fotográficos pelo Brasil afora. Mantemos parcerias com os dois principais festivais de fotografia do Brasil, o Paraty em Foco e o Foto em Pauta Tiradentes, com participação ativa em ambos, levando a cada um deles convidado especial da revista (este ano, no Paraty em Foco, nosso convidado será Walter Carvalho, fotógrafo e diretor de cinema e TV). Portal dos Jornalistas – E a fórmula editorial tem mudado muito, buscando adaptar-se aos novos tempos? Sérgio – Fomos ajustando no decorrer dos anos e hoje acredito que podemos ser considerados uma revista de variedades dentro do segmento de fotografia, já que buscamos mesclar todo tipo de informações técnicas e dicas de especialistas com informações culturais, seja por meio de perfis de fotógrafos ou por intermédio de resenhas de livros. Outro diferencial são os testes de câmeras e objetivas feitos com o uso do software Imatest. Essa inovação ocorreu a partir da edição 170, de novembro de 2010. Antes, durante quase dez anos, os testes eram de uso prático e capitaneados pelo experiente fotógrafo Mário Bock.  

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