O Grupo Abril anunciou em 22/12 a conclusão do acordo para reperfilamento de sua dívida bancária de curto e médio prazo. Embora sem divulgar montantes e condições dessa negociação, a empresa afirmou em nota que ela permitirá maior equilíbrio financeiro para os próximos anos e a continuidade do crescimento dos negócios em mídia e marketplace: “Para a Abril, encerrar 2016 com esse acordo, dentro do cenário macroeconômico tão negativo, é motivo para celebração”, informa o comunicado da empresa.
Cláudia Tavares, do Repórter Eco, deixa a TV Cultura
A repórter Cláudia Tavares, do Repórter Eco, deixou a TV Cultura de São Paulo no último dia 21/12 após mais de 20 anos de casa. A informação é do colunista de tevê Flávio Ricco, que reproduziu partes do desabafo dela no Facebook sobre a demissão:
“Segunda à noite fiz matéria para o Jornal da Cultura. Ontem cheguei para continuar a jornada. Profissionais cuidaram do meu cabelo e maquiagem. Fui chamada por uma moça com pouco tempo de casa no setor de Recursos Humanos. Senti que seria demitida. Na Redação, nenhum chefe. Parece que o dia foi escolhido a dedo para que ninguém me olhasse nos olhos para dizer a razão do meu desligamento”.
Membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) da emissora, com mandato encerrado na semana anterior, ela teria mais um ano de estabilidade no emprego. Em função disso, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo informou em nota que pretende “tomar todas as medidas cabíveis” para anular a demissão da repórter.
Segundo Ricco, também a apresentadora Valéria Grillo, na casa desde 1987, foi dispensada na última semana. Ele não conseguiu manifestação da empresa sobre as dispensas por causa do recesso de Natal.
Fundacom realizará I Cúpula Ibero-Americana em abril
A Fundacom, entidade sem fins lucrativos integrada pelas doze principais associações de comunicadores ibero-americanos, organiza de 5 a 7 de abril, em Miami (EUA), a I Reunião de Cúpula Ibero-Americana de Comunicação Estratégica (Cibecom), sob o lema “Reputação, Sustentabilidade e Transparência: pilares do século XXI”. O encontro visa a oferecer uma aproximação integral a esses desafios, criando uma plataforma de intercâmbio de conhecimento entre as empresas e gestores líderes ibero-americanos. Entre os palestrantes já confirmados estão José Luis Rodríguez Zapatero, presidente do Governo da Espanha (2004–2011); Luis Alberto Lacalle, presidente do Uruguai (1990-1995); Rebeca Grynspan, secretária-geral da Segib; Jaume Giró, diretor-geral da Fundação Bancária “la Caixa”; e Fernando Prado, sócio-diretor do Reputation Institute, que falarão sobre a importância da reputação para corporações e governos. Para falar de sustentabilidade, os palestrantes confirmados são Paulo Henrique Soares (diretor de Comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração); Jorge López-Doriga, diretor comercial global da AJE (Peru); Begoña Elices, diretora-geral de Comunicação e Presidência da petroleira Repsol; Jorge Villalobos, presidente do Cemefi mexicano; Gonçalo Moura, CEO da portuguesa Mota Engil; e Ángeles Moreno, diretora do Latin Communication Monitor. Com foco em transparência o fórum contará com António Mexia, CEO da EDP; Antonio Llardén, presidente da Enagás; e Ignacio Jiménez Soler, diretor comercial do BBVA. A Fundacom tem como patrono Paulo Nassar, diretor presidente da Aberje. Os patrocinadores da Cibecom 2017 são BBVA, Iberia e Llorente & Cuenca.
Fernando Molica será âncora na CBN Rio
Fernando Molica será o novo âncora do programa CBN Rio. A estreia está marcada para 16 de janeiro. Formado pela ECO-UFRJ, Molica trabalhou nas sucursais do Estadão e da Folha e foi chefe de Reportagem de O Globo. Ingressou em 1996 na TV Globo, como repórter especial do Fantástico e de telejornais, e aí esteve por 12 anos. Uma de suas reportagens ganhou o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos. Em 2008, assumiu a coluna Informe do Dia, no jornal O Dia, e uma crônica semanal, até maio de 2016. É desta época o prêmio Orilaxé, da ONG AfroReggae, para a inclusão social. Coordenou o MBA em Jornalismo Investigativo e Realidade Brasileira da FGV. Foi diretor da Abraji. Como escritor, publicou quatro romances. Notícias do Mirandão e Bandeira negra, amor foram lançados também na Alemanha. Por duas vezes, foi finalista do Jabuti. Tem ainda na bagagem um infanto-juvenil e um livro-reportagem. Participou de quatro coletâneas e organizou, para a Abraji, três antologias de reportagens. O trabalho de Molica tem dois lados bem conhecidos: o jornalismo investigativo e o colunismo de política. J&Cia perguntou a ele qual desses iria prevalecer no programa, mas ele evitou a questão: “Estou chegando agora, muito feliz, muito animado. O programa não é meu, é da CBN. E tem uma cara: a do Rio de Janeiro. Estou começando a conversar, tudo o que eu falar seria especulação. Qualquer informação seria incorreta. Como sou repórter e prezo a informação correta, prefiro não falar”.
Quase 600 jornalistas perderam o emprego em São Paulo em 2016
Reportagem que Sidney Rezende publicou em seu site SRzd no dia 22/12 informa que 581 jornalistas perderam seus empregos sem justa causa em São Paulo neste ano e que os dados completos sobre as homologações realizadas no Sindicato dos Jornalistas de 2014 a 2016 comprovam que as demissões foram generalizadas. Segundo o levantamento, entre os principais veículos as demissões somaram, em ordem decrescente: Abril – 115, Folha –106, Grupo Globo – 85 (Editora Globo – 43 e TV Globo – 42), Record – 66, Grupo Estado – 53 e Band – 35. Entretanto, um grupo indicado pelo Sindicato como “outros” respondeu por 336 daquelas demissões sem justa causa. E as saídas a pedido foram 275. Sidney esclarece que a tabela publicada na reportagem aponta a realidade de sindicalizados ou não, pois inclui também o profissional que tiver trabalhado mais de um ano com registro, mesmo sem estar associado ao Sindicato, caso em que a homologação ocorre com o acompanhamento da entidade: “No entanto, a planilha não inclui os chamados ‘pejotizados’, que mantém relação de pessoa jurídica com os veículos empregadores. E não são poucos. Eles representam um grande número de profissionais que, infelizmente, sofrem demissões, mas, pela natureza desse tipo de relação de pessoas jurídicas, não há facilidade do Sindicato ter um dado oficial. A estimativa do Sindicato é que o número de demissões seja de 20% a 30% maior do que apontam as planilhas (até 22/12), pois os profissionais com menos de um ano de trabalho numa empresa não são homologados pela entidade”. Isso, segundo ele, elevaria para 1.200 os profissionais que perderam seus empregos no Estado em 2016. Confira a íntegra da reportagem. Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas, diz que embora significativos, os números devem ser analisados com cautela: “Quase 32% são demissões a pedido, ou seja, provavelmente de gente que estava com outro emprego em vista ou cansada daquele trabalho. Também precisamos saber se tudo isso é pura e simplesmente corte de vagas. Há muitas dispensas que preveem substituição. Para um balanço completo precisaríamos ter também o número de contratações, informação hoje não disponível”.
CPJ aponta Brasil e México entre os mais mortíferos para jornalistas em 2016
Reportagem de Silvia Higuera para o Knight Center indica que, embora o número de assassinatos de jornalistas no mundo tenha diminuído de níveis recordes, dois países latino-americanos, Brasil e México, estiveram entre os mais mortíferos para os comunicadores em 2016, de acordo com o relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). O México e o Brasil ocuparam no levantamento a oitava e a décima posições, respectivamente. Segundo o CPJ, dois jornalistas foram assassinados no México por razões confirmadas como sendo “em retaliação direta ao seu trabalho jornalístico”, enquanto o Brasil registrou um caso pelo mesmo motivo. A repórter do KC informa que, seguindo a tendência global, a região latino-americana registrou uma diminuição nos assassinatos seletivos de jornalistas: “No mesmo relatório para 2015, o CPJ assinalou que 12 assassinatos de jornalistas haviam sido registrados na América Latina devido à prática da profissão. Seis desses ocorreram no Brasil. No entanto, o CPJ salientou que a razão para esse declínio em nível mundial não está clara. Em seu relatório, a organização disse que poderia ser a combinação de vários fatores, incluindo o fato de que meios de comunicação e jornalistas têm decidido assumir menos riscos ao ponto de autocensura. Outros fatores incluem o aumento das campanhas globais de combate à impunidade ou o ‘uso de outros meios para silenciar jornalistas críticos’. Confira a íntegra da reportagem.
Ranking 2016 chega a 150 prêmios analisados
Com aprovação unânime do Conselho Consultivo, 14 novas premiações, todas ativas, passaram a fazer parte do banco de dados do Ranking dos +Premiados da Imprensa em 2016. Assim, o número de iniciativas analisadas chega a 150, sendo que 81 delas realizaram edição neste ano e premiaram jornalistas brasileiros. Somadas as premiações bienais, como Abraciclo e Fenacon, ou internacionais que não registraram brasileiros entre os vencedores neste ano, como o Wash Media Awards, o International Press Freedom e o Latinoamericano de Jornalismo Investigativo, são mais de 90 iniciativas em atividade, demonstrando assim a força da iniciativa no Brasil e mesmo internacionalmente. Dentre os incluídos nesta edição, destaque para o internacional Eset-LA em Segurança da Informação, que rendeu 65 pontos ao vencedor do Grande Prêmio e 45 aos das categorias regulares; e ao MPT, hoje um dos maiores do Brasil em valores, que tem três escalas de pontuação: 55 pontos para o Grande Prêmio, 25 para as categorias nacionais e 15 para as regionais. Além deles, passaram a fazer parte os nacionais Abvcap, Longevidade e Gilberto Velho, que renderam 25 pontos aos seus ganhadores; os regionais dos Ministérios Públicos do Rio Grande do Norte e de Rondônia; os paranaenses Fiep, Fecomércio-PR e Ocepar-PR; o gaúcho Asdep; o mineiro Chico Lins; o carioca Secovi-Rio; e o cearense Gandhi. Para as premiações regionais, a escala é de 15 pontos, sendo que os prêmios MP/RO, Sistema Fiep e Fecomércio-PR, por terem um Grande Prêmio, renderam 35 pontos aos vencedores dessa categoria. Confira a relação completa dos prêmios analisados. Esso e AMB são as principais baixas de 2016 Apesar do surgimento de novas premiações jornalísticas relevantes, o ano também registrou algumas baixas significativas. A principal, sem dúvida, foi a suspensão do Prêmio Esso, mais tradicional iniciativa brasileira, que completou 60 anos em 2016. Estima-se que, nesse período, mais de 33 mil matérias tenham sido avaliadas pelas comissões de julgamento, premiando mais de mil trabalhos gráficos, reportagens e fotografias. O retorno do concurso é incerto, ainda mais pela mudança na marca patrocinadora, que passou para Exxon Mobil, e da presença da empresa no Brasil, onde seus negócios têm passado por profundas transformações. Outra iniciativa descontinuada e que surpreendeu pelo modo como aconteceu foi o AMB de Jornalismo. Em sua 11ª edição, a premiação chegou a abrir inscrições, mas em novembro, quando deveriam ser anunciados os finalistas, uma divergência de agenda entre o fim da gestão da diretoria da entidade e a posse da nova acabou suspendendo o concurso por tempo indeterminado. Também tiveram suas atividades interrompidas em 2016 os prêmios Abrelpe, Embrapa, Sebrae, Onip, Cbic, Alexandre Adler/Sindhrio, Amrigs, Crosp e Tim Lopes (Disque Denúncia-RJ).
12º Congresso da Abraji tem data confirmada
A Abraji acertou com a Universidade Anhembi Morumbi e vai realizar em São Paulo seu 12º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo nos dias 29 e 30 de junho e 1º de julho de 2017.
Novamente, o encontro será campus Vila Olímpia da universidade (rua Casa do Ator, 275). As inscrições serão abertas em abril, exclusivamente pela internet. Segundo a entidade, como já é tradicional, a programação incluirá painéis de debates e oficinas práticas paralelamente – ou seja, a cada horário haverá mais de uma atividade.
O participante deverá escolher o painel a que quer assistir em cada horário. Haverá também sessões especiais exclusivas. Os valores e outras informações serão divulgados em breve no site e nas redes sociais da Abraji.
TPM muda sua periodicidade
A Editora Trip decidiu alterar a periodicidade da revista TPM para trimestral e privilegiar sua plataforma digital a partir de 2017.
“Estamos há bastante tempo estudando as adaptações necessárias diante da força enorme do digital”, disse o editor Paulo Lima a Jornalistas&Cia. “E, claro, de toda a revolução em curso na forma de produzir comunicação. Decidimos por diminuir a energia investida no impresso e fazer novos e importantes investimentos em frentes de eficácia e alcance muito grandes onde já estamos tendo bons resultados”.
Segundo Lima, a revista Tpm impressa passará das 11 edições anuais para quatro trimestrais. Já a plataforma que ela integra ganhará novos projetos. “Acho que será uma fase de alcance maior para um projeto do qual nos orgulhamos muito”.
“Há 15 anos a marca Tpm inaugurou um novo olhar para a mulher no Brasil. Nossa missão era, desde o próprio nome, provocar para transformar a maneira como a mulher era tratada no Brasil. Dá orgulho ver que, depois de todos esses anos, o cenário mudou para melhor. Ainda tem muito para avançar, muito mesmo, mas é inegável que discussão e políticas de gênero subiram de patamar no Brasil. Gostamos de pensar que a Tpm teve um papel importante nessa evolução. Agora que muitas das causas antes defendidas exclusivamente pela Tpm finalmente se difundiram, ainda que de forma muitas vezes superficial e incompleta, chegou o momento de ampliar nossa atuação. Queremos mergulhar mais fundo nas questões femininas”.
Esta semana a revista circula com sua tradicional edição dupla, dezembro e janeiro. Depois, serão quatro edições por ano, cada uma dedicada a um tema, num formato editorial diferente – “mas sempre a serviço dos mesmos valores que a marca Tpm defende há 15 anos. O impresso continua sendo central na nossa plataforma, agora dividindo mais do que nunca seu protagonismo com eventos, digital, pesquisa e vídeo”.
Ele lista os principais: Eventos – Além do happening anual, a Casa Tpm, serão outros três eventos ao longo do ano, sempre unindo reflexão e diversão em torno das questões femininas. Digital boost – As plataformas digitais ganharão mais interações, vídeos, conversas e grau de interatividade.
“Em vez de apenas contar histórias, vamos fazer histórias. Em vez de apenas falar, vamos ouvir mais e estimular nossa base a conversar, criando uma grande e poderosa rede de satélites”.Deep Dive Pesquisa – “Vamos produzir duas grandes pesquisas anuais que investiguem as questões essenciais da mulher brasileira. Além disso, lançaremos dois filmes-manifestos por ano, resumindo e divulgando os principais achados das pesquisas”.
Novas campanhas – “Reforçaremos as campanhas que fizemos ao longo desses primeiros 15 anos de Tpm, como Manifesto Tpm e Precisamos falar sobre aborto. Junto com as redes digitais e as pesquisas, vamos identificar novas causas para defender on e off-line, sempre com leveza, consistência e abordagens inteligentes e cheias de humor”.
As eternas escravas é a +Premiada Reportagem do Ano
Quando anunciou em 1º de julho o fim do programa Repórter Record Investigação, a emissora paulista se despedia ali da atração que nos últimos dois anos havia sido a grande responsável pelos principais prêmios de jornalismo conquistados pela casa. Com uma equipe consagrada e experiente, sob o comando de Domingos Meirelles, o programa exibiu nesse período reportagens aprofundadas dos mais variados temas, dos brasileiros condenados à morte na Indonésia aos casos de escravidão ainda encontrados no Brasil. E foi justamente sobre esse tema que o programa exibiu em 2015 o trabalho que viria a ser a +Premiada Reportagem de 2016. Em As eternas escravas, o Repórter Record Investigação revelou casos de escravidão de crianças negras e pobres no Estado de Goiás. Durantes dois meses, os repórteres Lúcio Sturm, Gustavo Costa e Marcelo Magalhães levantaram documentos e investigaram crimes bárbaros, em que meninas eram amarradas, torturadas e transformadas em servas domésticas e sexuais. As vítimas tinham entre nove e 14 anos de idade e foram abusadas de todas as formas por famílias brancas que deveriam protegê-las. As denúncias incluem também leilões de menores virgens por 100 reais. Os acusados são políticos e pessoas ricas de Cavalcante, uma cidade vizinha ao quilombo Kalunga, onde vivem essas crianças. Com quase 50 minutos de duração, o programa mostrou ainda uma entrevista exclusiva com um homem condenado por violentar uma criança quilombola de apenas nove anos. Depois da reportagem, foi aberta uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás para apurar os casos. Além disso, a Secretária de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República cobrou da Justiça daquele Estado providências imediatas para punição dos culpados. Pelo trabalho, ainda em 2015 a equipe conquistou os prêmios Esso de Telejornalismo e Direitos Humanos de Televisão, somando à época 110 pontos, e terminando o ano como a quarta reportagem +Premiada. Neste ano, o trabalho conquistou mais três prêmios, somando assim 135 pontos: Iberoamericano de Jornalismo Rei da Espanha, Anamatra de Direitos Humanos e Petrobras de Jornalismo, todos na categoria Televisão. “Em 50 anos de carreira, uma coisa que muito me impressionou em relação ao programa e suas reportagens é que eu nunca trabalhei em lugar que, em tão curto espaço de tempo, tantos prêmios foram conquistados. Foram 19 no total”, destaca Domingos. “Conseguimos atingir bem o nosso público analisando a planilha do Ibope e conhecendo bem quem está do outro lado. A volta do programa ainda é indefinida, mas espero que aconteça o quanto antes, porque o que conquistamos nesse período não sei se alguma outra publicação ou atração atingiu no mesmo tempo”.