A Vida no
Centro, startup de informação e
impacto social focada no Centro de São Paulo, estreou uma coluna no portal de
CartaCapital. No espaço, Denize
Bacoccina e Clayton Melo,
fundadores da plataforma, vão discutir o futuro das cidades, mirando os
desafios das metrópoles no século 21, como questões de mobilidade urbana,
sustentabilidade, tendências, comportamento, moradia, tecnologias sociais,
diversidade e o papel da economia criativa nesse processo, entre outros temas.
Com periodicidade quinzenal, a coluna alternará reportagens, entrevistas e artigos. O texto de estreia analisa as transformações do Centro de São Paulo ao longo das décadas, da formação da cidade como metrópole às décadas de decadência e ao processo de retomada, num movimento que se acentuou nos últimos anos e que tem atraído um público novo para a região.
Com a primeira Conversa Pública do ano, a Casa Pública retoma em 14/2 suas atividades e discute O caso Marielle. Angelina Nunes entrevista Sérgio Ramalho, do The Intercept, e a deputada estadual Mônica Francisco, do PSOL, ex-assessora da vereadora assassinada.
O encontro traz novas descobertas sobre morte de Marielle e perguntas que seguem sem resposta. Às 16h, na Casa Pública (rua Dona Mariana, 81, em Botafogo).A entrada é franca, mas o espaço está sujeito à lotação.É preciso confirmar presença no Facebook.
Alexandre Garcia estreou nessa quarta-feira (6/2) como colunista semanal do Correio do Povo. Natural de Cachoeira do Sul e formado em Jornalismo pela Famecos, da PUC, Alexandre começou a carreira como estagiário na sucursal do Jornal do Brasil, em Porto Alegre, onde chegou a ocupar o cargo de correspondente estrangeiro.
Foi subsecretário de imprensa da Presidência, no governo João Figueiredo, dirigiu a TV Manchete e foi diretor de Jornalismo da TV Globo, em Brasília, de onde se desligou recentemente.
O site História do Dia, projeto que une Jornalismo, literatura, memória, identidade e história, criado em Ribeirão Preto por Daniela Penha, comemora dois anos em 13 de fevereiro. Ex-Bom Dia Bauru e Diário da Região, de Rio Preto, em dezembro de 2016 ela pediu demissão do jornal A Cidade, de Ribeirão, e decidiu empreender com o jornalismo, publicando diariamente histórias de vida de pessoas da cidade e região, em textos de estilo perfil, em jornalismo literário, buscando resgatar a história da cidade por meio da trajetória de pessoas que fazem parte do seu cotidiano.
Segundo Daniela, a ideia é que as histórias sejam positivas, contrapondo o senso comum de que o jornalismo só transmite más notícias: “Não. Há muita notícia boa a ser compartilhada e é isso que faço no História do Dia”.
Em 2018, lançou
na Feira Nacional do Livro de Ribeirão
Preto uma coletânea de 50 histórias publicadas no site, pela editora Outras
Palavras, além de uma exposição multimídia com 20 histórias. Pela grande adesão
e sucesso do livro, ela está programando a segunda edição, com outras 50
histórias, que deverá ser lançado em junho, também na Feira. Atualmente, o Facebook
História do Dia já soma mais de três milhões de visualizações e o site passa de
300 mil visualizações, sendo 240 mil usuários únicos.
O Nexo Jornal
recebeu um aporte de US$ 920 mil da Luminate, organização filantrópica global
que integra o Omidyar Group, para promover seu crescimento e sua missão de
disseminar o jornalismo de interesse público no País. O apoio tem a finalidade
de contribuir para o processo de crescimento de audiência do Nexo e ampliar
suas relevância e impacto, reforçando sua habilidade de ajudar a qualificar o
debate público no Brasil. Entre as iniciativas apoiadas pela organização estão
o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e a operação do The
Correspondent nos Estados Unidos.
“A comunicação tem um grande potencial transformador e nossa ambição é auxiliar no fortalecimento da cidadania e da democracia no Brasil, produzindo e disseminando um jornalismo realmente inovador e de alta qualidade”, ressalta Paula Miraglia, diretora-geral do Nexo. “Estamos felizes de receber o apoio de uma organização cujos princípios estão em sintonia com nossa visão”. O Nexo conta atualmente com uma equipe de 31 pessoas.
Emissora também estaria estudando lançamento de outro canal de notícias
Antonio Guerreiro, novo VP de Jornalismo da Record TV, definiu e anunciou aos principais executivos da emissora as mudanças na estrutura organizacional da área que entrarão em vigor na próxima segunda-feira (11/2).
Segundo o comunicado, Aline Sordili assumirá a Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento em Jornalismo, que passa a responder pelas atribuições da atual Diretoria de Gestão em Jornalismo, que será extinta. Thiago Contreira seguirá à frente da Diretoria de Conteúdo em Jornalismo, responsável por linha editorial, pauta, abordagem, edição de programas, telejornais e reportagens. Clóvis Rabelo passará a responder pela Diretoria de Produção, cuidar da audiência e estratégia de breaks, além de dar suporte aos chefes de Redação na produção jornalística diária. A Diretoria de Criação em Jornalismo (novo setor, cujo titular será anunciado na próxima semana), ficará focada em desenvolver novas atrações, quadros, formatos e experiências de consumo de conteúdo.
Thiago Feitosa assumirá a Chefia de Redação de Praças,
sendo responsável por promover e fortalecer o conteúdo local das emissoras que
compõem a rede. Cláudia Marques vai
comandar a Coordenação de Pauta, ligada diretamente à Diretoria de Conteúdo em
Jornalismo. Roberto Munhoz passará a
ser o chefe de Redação das manhãs na Record TV, tendo sob seu comando o Balanço Geral Manhã, o SP no Ar e o Fala Brasil. Aline Dallago
será a nova editora-chefe do Fala Brasil. No Domingo
Show, Rafael Boucinha assumirá a
direção-geral e João Scortecci
também integrará a equipe. André
Caramante assumirá a Chefia de Redação do Núcleo de Jornalismo
Investigativo, que será expandido. No
Portal R7, Domingos Fraga será o
novo chefe de Redação. (Com informações de Flávio
Ricco)
Segundo Daniel Castro, em seu Notícias
da TV, a emissora
também estuda lançar até 2020 um outro canal de notícias, que pode vir a
substituir a Record News ou ser um projeto totalmente novo, concorrendo com a
própria RN. Seria uma plataforma de TV por assinatura e internet com noticiário
24 horas, usando estrutura própria e da Record. O projeto corre em sigilo
dentro da emissora. Diz Daniel que é a reação da Record ao lançamento da CNN
Brasil, que está sendo montada pelo ex-vice-presidente de Jornalismo da emissora, Douglas Tavolaro. Enquanto o novo canal não sai do papel, a
Record News receberá algum investimento. A emissora deverá ampliar o espaço dos
noticiários, com novas edições do telejornal Hora News e ter links
exclusivos em grandes coberturas.
O Fanfulla, um dos mais antigos jornais de São
Paulo e porta-voz da comunidade italiana na capital paulista ao longo de seus
126 anos de história, já tem um novo redator-chefe. José Eduardo Barella
aceitou o convite de Adhemar Altieri – diretor executivo da MediaLink,
responsável pelo relançamento do jornal – e passa a integrar a equipe
encarregada de reformular o site do tradicional veículo paulistano, criado em
1893.
Com mais de 25 anos de carreira, Barella foi
editor em O Estado de S.Paulo e Jornal da Tarde, e teve duas passagens por
Veja. Em 2013 migrou para a área corporativa, atuando como gerente de
Comunicação da Telefônica/Vivo. Nos últimos anos, alternou o trabalho de
consultor em comunicação corporativa com colaborações para diversos veículos,
como Época Negócios, Exame e Valor.
“Como descendente de italianos, fiquei muito
feliz com o convite e a possibilidade de revigorar um veículo como o Fanfulla,
cuja história, riquíssima, reflete a influência dos oriundi na formação de uma identidade tipicamente paulistana, seja
na cultura, culinária, arquitetura e até no sotaque da capital paulista”,
afirma Barella. “Pelo menos um terço da população paulistana tem origem
italiana. O desafio agora é partir desse exemplo e mostrar como as novas
gerações de descendentes de imigrantes – não só italianos – criaram uma
sociedade rica, diversa e tolerante em São Paulo, em contraponto com o que
vemos hoje no mundo”.
O novo site do Jornal Fanfulla será relançado oficialmente em 21/2, Dia Nacional do Imigrante Italiano. O veículo renasce pelas mãos dos empresários paranaenses Márlon Bueno, Sérgio Prestes e Marcelo Sader, que adquiriram os direitos de uso do nome, agora modernizado e dirigido aos paulistanos de todas as origens.
A história do ex-presidente do Grupo Abril Roberto Civita dará origem a um filme que deve ser lançado no segundo semestre do ano que vem. A ideia é de Belisario Franca, um dos sócios da produtora carioca Giros, que adquiriu os direitos do livro Roberto Civita: O dono da banca – A vida e as ideias do editor da Veja e da Abril, escrito por Carlos Maranhão.
Segundo Belisario, a direção do filme deve ficar a cargo de Laís Bodanzky, que assinou o longa Bicho de sete cabeças (2000), entre
outros. A cineasta paulistana confirmou à reportagem da Folha de S.Paulo que recebeu
o convite, mas lembrou que “ainda não foi formalizada” a sua entrada no
projeto. Bodanzky concluiu recentemente as filmagens de Pedro, produção sobre Dom Pedro I.
O projeto ainda está em fase de captação de recursos. De
acordo com o produtor, ele deve ser rodado no final deste ano ou no começo de
2020. O elenco ainda não está definido.
Morreu em 27/1, aos 92 anos, Helle Alves, vítima de um infarto fulminante, na cidade de Santos (SP), onde residia. Foi uma das mais importantes repórteres do século XX e seu feito maior, que a tornou reconhecida internacionalmente, foi a cobertura da morte de Che Guevara, na Bolívia.
Ela foi a única jornalista a testemunhar a chegada do corpo do guerrilheiro em Vallegrande, na Bolívia, atado ao trem de pouso de um helicóptero, que o transportou da zona de guerrilha àquele povoado. Confira o especial de J&Cia/Portal dos Jornalistas que marcou o transcurso dos 50 anos do episódio, em outubro de 2017. Antes, ela já havia sido protagonista de outro especial, em abril de 2013, quando do lançamento de sua autobiografia Eu vi.
Helle era irmã de Vida Alves, pioneira da TV brasileira, e mãe de Lael Rodrigues, diretor de cinema, morto precocemente em 1989, que dirigiu os filmes Bete Balanço, Rock Estrela e Rádio Pirata, reconhecidos como uma espécie de “trilogia do rock and roll brasileiro”. O Memórias da Redação desta semana, escrito pelo jornalista José Maria dos Santos (ex-Época e Diário do Comércio), que era genro de Helle, é uma homenagem a ela.
A jornalista Helle Alves
faleceu em Santos, onde morava, no domingo retrasado, 27 de janeiro, aos 92
anos. Levou-a um piedoso e fulminante infarto, que afastou o pior dos seus
pesadelos: sofrer uma despedida lenta em qualquer leito, seja em casa ou no
hospital. O desejo caracterizava a sede de autonomia e liberdade que a
acompanhou por toda a vida. Talvez isso explique a serenidade do seu rosto, sem
qualquer marca de dor, susto ou angústia após a passagem.
Eu era seu genro. A identificação profissional frequentemente levava
nossas conversas para o jornalismo. Essa afinidade me fez tornar um
especialista no seu célebre “furo” da morte de Che Guevara, em 8 de outubro de
1967, que foi o ápice da sua carreira. Por isso, fico à vontade para
comentá-lo.
Em primeiro lugar, não houve exclusividade. A rigor, convém esclarecer
que as agências internacionais também divulgaram simultaneamente o fato,
através de fontes oficiais do governo boliviano. Mas ocorre que Helle foi a
única jornalista testemunha ocular. Ninguém teve o material que Helle tinha nas
mãos: a chegada do corpo em Vallegrande, atado ao trem de pouso de um
helicóptero, que o transportou da zona de guerrilha ao povoado referido; a
pequena multidão reunida gritando “É ele”, “É ele”, a alta oficialidade
boliviana e o pessoal da CIA alinhados no pasto onde se deu o pouso.
Também ninguém iria ter a vasta coleção de fotografias do corpo seminu
depositado numa espécie de bebedouro coletivo de água de uma escola na modesta
localidade. (O fotógrafo Antônio Moura,
já falecido, por curiosa coincidência também em Santos, que a acompanhava
juntamente com o cinegrafista Carlos
Gianello, da TV Tupi, teve o vislumbre do momento histórico e retratou o
Che como se fizesse uma tomografia improvisada com sua câmera, detalhando-o,
centímetro a centímetro, da cabeça aos dedões. Não por acaso, foi procurado nos
dias posteriores por um representante de Fidel Castro que lhe pediu um jogo
completo, levado a Havana para efeito de constatação. Como se sabe, esse farto
material saiu no Diário de S.Paulo e no Diário da Noite, para os quais ela
trabalhava – não me perguntem o paradeiro das imagens). Já escrevi longamente a
respeito do episódio para Jornalistas&Cia,
relatando toda a arquitetura da já lendária aventura, desde o momento que Wilson Gomes, chefe de Reportagem,
designou-a para a tarefa. Se for o caso, e se clamor público exigir, poderei,
com prazer, repetir.
O adeus de Helle provavelmente encerra um importante ciclo do nosso
jornalismo iniciado no pós-guerra, identificado particularmente pela inclusão
da assombrosa presença feminina no dia a dia das redações em situação de
reportagem. Por aquilo que conheço, eram umas poucas gatas pingadas das quais
ela fazia parte, até a invasão nas saias, tailleurs e dos rabos de cavalo
naqueles fins dos anos 1950.
A inquietude visceral da minha sogra obriga a falar do seu pai, o poeta
e promotor cultural mineiro Heitor Alves. Não alcançou a popularidade de alguns
dos seus colegas mineiros de alinhamento modernista nos anos 1930, como Carlos Drummond de Andrade, mas
conquistou seu espaço nessa galeria como lançador e editor da pioneira revista
Electrica, que precisa ser necessariamente citada quando se fala da poesia
modernista brasileira, na qual, entre os colaboradores, estava o mencionado
Drummond. Heitor Alves lançou-a diretamente da pequena cidade de Itanhandu, no
sul de Minas, onde se refugiou a fim de enfrentar, com aqueles bons ares, a
tuberculose que o acometia. Foi por ela vencido, mas desse episódio despontaram
cinco filhos, uma vez que o poeta casou-se com uma nativa da comunidade local,
Dona Amélia, em cerimônia que ficou escandalosamente famosa na região porque,
após o sim, em vez do clássico e casto beijo na testa da noiva, deu-lhe um
chupão hollywoodiano. Tais relatos estão no inspirado livro O desatino
da rapaziada, escrito pelo nosso
competente colega Humberto Werneck
Da ninhada de cinco filhos, destacou-se, para efeito de celebridade, a
atriz Vida Alves, que brilhou na TV Tupi. É possível que Lael Rodrigues, o
caçula e segundo filho de Helle, caminhasse pela mesma ribalta, se a morte não
o surpreendesse precocemente em 1989. Prenunciava-se como promissor diretor de
cinema. Na sua curta trajetória, deixou-nos os filmes Bete Balanço, Rock Estrela e Rádio Pirata, reconhecidos
oficialmente pelos entendidos como a “trilogia do rock and roll brasileiro”, que teve a virtude de
consolidar nacional e internacionalmente o talento de Cazuza. A trilha sonora
de Bete Balanço é dele; Brasil
(mostra a tua cara) enriquece Rádio
Pirata. Os filmes de Lael, ainda segundo
entendidos, caminhavam para abrir uma nova vertente no cinema nacional, voltado
à nossa juventude urbana.
Tomo a liberdade de encerrar este relato com mais um capítulo da seção Memórias de
Redação, que retrata a ousadia de Helle,
embora, como pode ser verificado pelo desfecho, tenha se tornado sua permanente
frustração, conforme confidenciou-me várias vezes. Ela, forçosamente, teve que
desistir da publicação.
Eis o que aconteceu. Ela imiscuiu-se entre as mulheres de vida difícil
que faziam ponto noturno na rua da Consolação, em São Paulo, na qual então,
ainda com uma única pista, corria o bonde. Seu intuito era o de fazer uma
reportagem a respeito apenas para o popular Diário da Noite, pois certamente
Chateaubriand não iria admiti-la nas páginas circunspectas do Diário de
S.Paulo, que era o seu Estadão, pelo menos no quesito da sobriedade. Após três
ou quatro dias de trabalho, ela deu-se por satisfeita. Havia elegido uma das
mulheres como personagem principal da sua matéria e com ela decidiu finalizar
sua apuração. Para tanto, e motivada pelo viés marxista de sua antiga militância
no Partidão, pretendia confirmar a tese, na verdade milenarmente comprovada, de
que a prostituição tinha raízes abissais na problemática social. Seria a chave
de ouro.
Perguntou-lhe por que não deixava aquela atividade constrangedora em
favor de uma forma mais adequada de ganhar a vida. Àquela altura já sabia que a
moça morava numa pensão na Liberdade; que tinha um filho que morava com sua mãe
no interior, para quem mensalmente uma mesada de sobrevivência etc. etc.,
segundo o figurino da maioria das prostitutas. A mulher abreviou a conversa.
– Sabe o que é, dona repórter. Eu gosto da putaria…
(Pano rapidíssimo, como escreveria Millor Fernandes na célebre seção Teatro Corisco, das suas duas páginas semanas em O Cruzeiro.)