Heródoto Barbeiro (editor-chefe e âncora do Jornal da Record News) e Udo Simons (ex-CBN e Correiro Braziliense) escreveram o livro Jornalismo para Leigos (Alta Books), abordando a ética na profissão, mudanças no setor ao longo dos anos, a importância e influência da tecnologia na área, desafios e obstáculos, entre outros temas relacionados ao jornalismo como um todo.
Com a visão de quem atua na área, Herótodo e Udo oferecem ao leitor uma análise da profissão na era da tecnologia e da internet, com dicas para quem pretende ingressar na profissão e debatendo o papel do jornalismo em tempos de desconfiança e fake news. “Escrevemos de maneira que o assunto gere interesse na maior quantidade de pessoas. Fizemos o texto como uma reflexão para esses dias de tanta polaridade de opiniões e um momento no qual o jornalismo tornou-se alvo de desconfiança”, explica Udo.
No mundo da comunicação, um dos mais frequentes comentários é a sua transformação. Desde os veículos de comunicação, passando pelas agências, até como consumimos informações. E o que mais contribuiu para esta revolução é a tecnologia digital.
Com a digitalização cada vez mais presente, a forma como
fazemos comunicação vem mudando dia a dia. Novas ferramentas e plataformas começam
a fazer parte das estratégias de comunicação, cada vez mais multidirecional.
Conteúdos qualificados chegam para mais stakeholders, mais rapidamente, mais
completos, mais assertivos, mais atraentes, fácil de manusear e transmitir.
Temos que entender o comportamento dos nossos públicos
estratégicos, desenvolver conteúdos significativos para eles, identificar as
melhores formas de encontrá-los, envolvê-los e, por último, medir os resultados
dessa interação. Sem esquecer que as estratégias têm que levar em conta, cada
vez mais, três itens de extrema importância: colaboração, interação e experiência.
Tão importante quanto produzir, é perceber que vários
públicos podem ser impactados pelo mesmo conteúdo relevante, escolhendo canais
diferentes para cada um deles. A tecnologia digital vem para agregar nesse
sentido, com possibilidades mais amplas. Com diversos formatos e distribuições assertivas,
conseguimos potencializar a comunicação de forma inteligente para os públicos
de interesse, criando reputação positiva, disseminando confiança,
credibilidade, conhecimento e propósito.
A utilização estratégica da tecnologia na comunicação
trará resultados significativos para as marcas. O importante é escolher as mais
adequadas entre as várias opções que o mundo digital oferece, para chegar e
fazer a diferença para os seus públicos de interesse.
As pessoas, e em especial os brasileiros, estão cada vez
mais conectadas. Num País com uma população de cerca de 210 milhões de
habitantes, 139,1 milhões estão conectados à Internet e 130 milhões são
usuários das redes sociais digitais, de acordo com números mais atualizados
obtidos em várias fontes da Internet. O Facebook é a rede mais acessada
mundialmente, com cerca de 2,23 bilhões de usuários; seguido pelo YouTube, com
1,9 bilhão de usuários; WhatsApp, 1,5 bilhão; Instagram, 1 bilhão; LinkedIn,
600 milhões; e Twitter, 335 milhões.
No Brasil, passamos cerca de 9,14 minutos por dia na
Internet, sendo 89% via celular. Nosso país é o terceiro mais ativo no
Facebook, perdendo apenas para Estados Unidos e Índia. Por aqui, são 130
milhões de brasileiros ativos no Facebook; 120 milhões no WhatsApp; 98 milhões
no YouTube; 57 milhões no Instagram; 30 milhões no Twitter; e 29 milhões no
LinkedIn. A grande presença dos brasileiros nas redes sociais mostra o caminho
de oportunidade de comunicação para as marcas.
De acordo com um estudo realizado pelo Comunique-se e
Tracto, Facebook e Twitter são redes em queda de usuários no Brasil. Já
YouTube, Instagram e WhatsApp estão no pico. Enquanto LinkedIn e
ferramentas/plataformas como webinar, podcast e ebook, em crescimento de uso.
Segundo o mesmo estudo, os conceitos de distribuição de conteúdo mais em alta
são os SEO e os content, influencer e inbound marketing.
Na estratégia de comunicação das marcas é importante
entender quais conteúdos, ferramentas, plataformas e canais se conectam melhor
com seus públicos. Alguns movimentos no mundo da comunicação se destacam como,
por exemplo, o consumo de vídeos no Brasil. Considerados os reis do conteúdo,
principalmente os curtos, os vídeos são cada vez mais usados para contar
histórias e engajar o público de interesse. A previsão da Ofcom, agência
reguladora de telecomunicações do Reino Unido, é que, em 2020, as pessoas
passarão 84 minutos por dia assistindo a vídeos online. Os stories e as lives
disputam a atenção dos consumidores, e ganham força a cada dia.
As gerações demandam mais por histórias reais. Com isso,
o conceito storytelling conquista cada vez mais peso. A comunicação por voz é
outro movimento que cresce sem precedentes. O uso dos podcasts aumenta, e eles
se popularizam. Na plataforma da Apple, há aproximadamente 550 mil podcasts
ativos em todo o mundo. Pelo menos uma vez por mês, 73 milhões de pessoas ouvem
podcasts nos Estados Unidos.
Outro olhar importante é para o marketing de influência,
que cresce fortemente no Brasil, principalmente nos micros, nanos e nichos de
influenciadores. O consumidor brasileiro valoriza as recomendações individuais
e buscam por mensagens autênticas e conversas transparentes.
O conteúdo será cada vez mais influente e inteligente,
com a tecnologia ganhando cada vez mais importância. Conceitos como realidade
virtual e aumentada e inteligência artificial estarão ainda mais presentes nas
estratégias de comunicação. Os dados, com resultados reais e mensuráveis, que
gerem retorno sobre investimento (ROI), são outra demanda crescente. O feeling
somente não se justificará. Medir para fazer e o que for feito será mandatório.
Muitas mudanças ainda vêm pela frente, de maneira muito rápida e transformadora. A comunicação corporativa poderá ir para vários caminhos, e simultaneamente. Atenção redobrada e aprendizado constante.
-*-*-*-*-*- * Rosangela Ribeiro é sócia-diretora do Grupo Printer de Comunicação
Livro narra a trajetória do Deputado Federal Audálio Dantas
Consagrado por seu trabalho como repórter, escritor, líder sindical e defensor dos direitos humanos, e principalmente por seu papel como presidente do Sindicato dos Jornalistas de SP na época do assassinato do jornalista Vladimir Herzog, pela ditadura militar brasileira, Audálio Dantas (1929-2018) também teve sua carreira marcada por uma breve, porém intensa, passagem pela política.
Convidado pelo então MDB – Movimento Democrático
Brasileiro (único partido de oposição legal ao regime militar, no
bipartidarismo), Audálio disputou uma vaga na Câmara dos Deputados nas eleições
de novembro de 1978, e apesar da total falta de recursos e de não ter nenhuma
base partidária, elegeu-se com mais de 50 mil votos.
Os quatro anos que passou na Câmara, entre 1979 e 1983, foram dedicados à defesa dos direitos humanos e dos trabalhadores, numa fase em que o Brasil tinha dezenas de presos políticos, lutava-se (e conquistou-se) a anistia para os exilados, e aconteceu a reforma partidária que extinguiu o MDB e a Arena e deu lugar ao pluripartidarismo.
Antonio Barbosa Filho
A história desse período está agora retratada em Audálio, deputado, de Antonio Barbosa Filho ([email protected]), que foi secretário de gabinete de Audálio e amigo dele até o fim da vida. A obra faz um registro sobre a importância da atuação do parlamentar numa fase de transição democrática. “É uma obra fundamental, inclusive para entendermos a semelhança com o atual momento que o Brasil terá que viver novamente para superar o atual estado de anomalia institucional, que, se não pode ser taxado de ditadura, tampouco é uma plena democracia”, destaca o autor.
A obra está disponível para venda na Amazon.com.br e em 26 de setembro haverá uma sessão de autógrafos em São Paulo, a partir das 19h, no Centro Barão de Itararé (rua Rêgo Freitas, 454).
A WAN-IFRA (sigla em inglês para Associação Mundial de
Jornais e Editores de Notícias), divulgou nesta segunda-feira (9/9) os
finalistas do Prêmio Digital Media Latam
2019. Ao todo, foram 120 projetos apresentados, de 45 publicações,
representando 12 países, com destaque para a Argentina, com finalistas em todas
as categorias. Já o Brasil, aparece com seis indicações nas categorias
regulares, além de quatro indicações ao Especial
de Melhor Projeto de Jornalismo Digital.
O anúncio dos vencedores e a cerimônia de premiação serão
realizados no Rio de Janeiro, durante a conferência Digital Media Latam 2019,
que acontecerá de 11 a 13 de novembro.
Cartunistas poderão exibir novamente seus trabalhos
Exposição foi marcada por muitos protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro – Crédito: Latuff
O Sindicato dos Jornalistas do RS e a Fenaj repudiaram em nota a posição do vereador Valter Nagelstein (MDB), que pediu o fim da exposição de cartuns Independência em Risco, na Câmara Municipal de Porto Alegre. A mostra, inaugurada em 2/9, contém críticas ao governo Bolsonaro.
De acordo com a nota, a “solicitação do
vereador emedebista à presidenta do Legislativo da capital, Mônica Leal (PP),
imediatamente acatada por ela, é de clara censura e, por isso, absurda e
inaceitável”.
Para a vereadora, não é possível tolerar a
presença da exposição na Câmara, pois este seria um espaço voltado para obras
de arte, com valores culturais, históricos e não ofensivas. “Nenhum tipo
de exposição ofensiva, na minha gestão, vai fazer parte do saguão em frente ao
plenário”, destacou.
Com organização da Grafar, a exposição reúne obras de Edgar Vasques, Santiago, Vecente, Dóro, Elias, Alexandre Beck, Alisson Affonso, Bier, Bruno Ortiz, Edu, Eugênio, Gui Moojen, Hals, Kayser, Koostela, Latuff, Nik, Schroder e Uberti.
A OnG Repórteres sem Fronteiras anunciou os finalistas do Prêmio Liberdade de Imprensa 2019, que será entregue em 12/9, em Berlim, por ocasião dos 25 anos da seção alemã da organização. Jornalistas e órgãos de imprensa de 12 países foram indicados em três categorias: a coragem, o impacto e a independência do jornalismo.
Conhecida por
seu envolvimento com a luta pelos direitos das mulheres, a blogueira Lola Aronovich é a única brasileira
entre os finalistas. Por seus trabalhos contra a violência online, ela teve a
Lei Lola batizada em sua homenagem, o que permitiu que a Polícia Federal assuma
investigações ligadas à criminalidade cibernética de caráter misógino.
Recente pesquisa promovida pela jornalista norte-americana Lucy Westcott para o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) apontou um aumento na insegurança das profissionais de redação nos Estados Unidos e Canadá. Segundo o levantamento, 85% das entrevistadas acreditam que a atividade ficou menos segura para as mulheres nos últimos cinco anos.
Dentre os principais problemas relatados, o assédio
online foi o mais preocupante, sendo citado por 90% das entrevistadas nos
Estados Unidos e 71% no Canadá. Os casos mais comuns envolvem mensagens de
leitores com ameaças de estupro ou violência física contra as profissionais e
seus familiares.
Com base nas conclusões da pesquisa, o CPJ está
publicando guias com orientações de segurança sobre como se proteger no
ambiente digital, incluindo maneiras de remover informações pessoais da internet,
informações para jornalistas que trabalham sozinhas
e conselhos sobre como proteger sua saúde mental em caso de ataque online.
“Muitas entrevistadas disseram que queriam que seus
colegas e gestores entendessem o impacto do assédio”, explica Lucy. Ela destaca que, entre as declarações enviadas
pelas entrevistadas, estão relatos como “as
ameaças nos seguem até em casa” ou “gostaria que meus colegas de
trabalho soubessem o quão predominante é esse problema —
que apenas ser mulher na internet faz de você um alvo”.
A pesquisa ouviu 115 mulheres com experiência
profissional que varia entre seis meses e 37 anos de carreira. Confira a íntegra,
em inglês.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de
São Paulo (SJSP), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Instituto Vladimir Herzog, a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e os Centros Acadêmicos XI de Agosto (Faculdade de
Direito USP), Benevides Paixão (PUC-SP), Lupe Cotrim (ECA-USP) e Vladimir
Herzog (Cásper Líbero), organizam nesta segunda-feira (9/9) ato em defesa da
liberdade de imprensa, do jornalismo e da democracia.
O evento reunirá jornalistas, escritores, juristas,
entidades sindicais e a sociedade civil para afirmar a importância da atividade
jornalística como um dos pilares de uma sociedade democrática. Entre os nomes
já confirmados estão os dos jornalistas Glenn
Greenwald, Reinaldo Azevedo, Juca Kfouri, Marcelo Rubens Paiva, Carla
Jimenez, Eugênio Bucci e Natalia Viana. Também estarão juristas
como Pierpaolo Bottini, Dalmo Dallari e Fábio Konder Comparato, além de
artistas como a cineasta Laís Bodanzky e Karina Buhr.
A manifestação acontece no contexto das agressões que Glenn
Greenwald, sua família e toda a redação do Intercept Brasil vêm sofrendo por
conta das revelações feitas a partir do material que revelaram conversas entre
os integrantes da força-tarefa da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro.
O ato acontece a partir das 19h no Salão Nobre da
Faculdade de Direito do Largo do São Francisco. Antes, às 18h, Glenn Greenwald
e Leandro Demori, do Intercept
Brasil, Paulo Zocchi, presidente do
Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, e Ricardo
Carvalho, diretor da Associação Brasileira de Imprensa, receberão os
jornalistas para uma coletiva no Auditório 1.
* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
A LLYC (Llorente y Cuenca) anunciou Daniele Lua como diretora executiva do escritório do Rio de Janeiro. Sua função é assumir a coordenação local e do atendimento aos clientes da agência no mercado do Rio.
Formada pela UFRJ,
com pós em Web Intelligence & Digital Ambience e MBA em Gestão Executiva
pela Coppe/UFRJ, Daniele tem experiência na gestão de contas corporativas de
algumas das mais importantes companhias nacionais e multinacionais do País.
Foi
sócia-diretora da Máquina Cohn & Wolfe no Rio e, mais recentemente, esteve
à frente da comunicação do Parque Tecnológico da UFRJ, com envolvimento em
projetos de empreendedorismo e inovação.
Amanda Queirós ([email protected]) deixou o Metro Jornal, onde desde 2012 era editora de Cultura, e segue para novos projetos nessa área, que ela promete revelar em breve.
Jornalista graduada pela Universidade Federal
do Ceará e mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, ela foi repórter de O
Povo, no Ceará, pauteira da Ilustrada, na Folha de S.Paulo, e colaborou para
publicações como Revista de Cinema, Revista de Dança e Revista da Gol. Formada
pelo Curso de Gestão Cultural do Sesc, escreve há mais de dez anos sobre as
áreas de audiovisual, artes cênicas e política cultural.
Atua ainda como crítica de dança do projeto www.criticatividade.com e segue na cobertura de artes e entretenimento como freelance. Paulo Borgia ([email protected]
e 11-3528-8530), com quem Amanda trabalhou diretamente desde que entrou no
jornal, assumiu a editoria em 26 de agosto.